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“Carne Fraca” atira nos corruptos, mas causa desastre econômico por erro na comunicação

Ao divulgar a Carne Fraca, a PF, além de informar que era a maior operação da corporação, com mais de mil homens, colocou no mesmo balaio o que tinha apurado de fraudes nos frigoríficos – e aí tudo se misturou, pois no paladar do consumidor brasile

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No dia 17 de março, uma sexta-feira, o Brasil acordou com o barulho da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal (PF). O que veio depois, e continua, mostrou como o país está atravessando uma das suas mais atrapalhadas fases da história, que já não é lá essas coisas.

O Paraná, infelizmente, está novamente no olho deste furacão que, como um dos principais estragos, estancou o comércio internacional de carne, pois somos os maiores produtores e exportadores do mundo. Há três anos Daniel Gouvêa Teixeira, chefe estadual do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sipoa) do Ministério da Agricultura, lotado no Paraná e delegado sindical, revelou aos federais que havia uma quadrilha que fazia vistas grossas na inspeção de frigoríficos de pelos menos seis Estados – em troca de propina. O chefão, segundo a denúncia, era Daniel Gonçalves Filho, que chegou e foi mantido no cargo de superintendente do ministério da Agricultura, até o ano passado, com aval da bancada do PMDB do Paraná no Congresso Nacional – o que misturou ainda mais o caldo não muito cheiroso, cuja tampa foi aberta com a operação que prendeu 35 pessoas.

Ao divulgar a Carne Fraca, a PF, além de informar que era a maior operação da corporação, com mais de mil homens, colocou no mesmo balaio o que tinha apurado de fraudes nos frigoríficos – e aí tudo se misturou, pois no paladar do consumidor brasileiro, um carnívoro por excelência, parecia que tudo estava podre, principalmente porque a imprensa, no geral, alardeou mais esta parte.

Na quarta-feira (22), o delator do esquema deu entrevista à repórter Katia Brembatti, da Gazeta do Povo, e esclareceu o grande desvio do foco da questão: “A maioria do que está saindo sobre o assunto está abordando a questão sanitária, quando o que deveria ser feito era centrar na corrupção. Tudo está ligado à relação íntima entre políticos e funcionários de alto escalão do Ministério da Agricultura. Enquanto houver essas indicações políticas para cargos, vamos estar sujeito a isso. Os problemas sanitários são decorrentes da diminuição de fiscalização em função de interesses”, afirmou Daniel.

O estrago internacional e nacional, contudo, estava feito. Na segunda-feira (20), diante da repercussão do fato, a União Europeia, China e Coreia do Sul anunciaram restrições temporárias à entrada de carne brasileira e o Chile suspendeu a importação. Os três primeiros importadores são responsáveis por 27% da compra do produto animal. Depois vieram outros países. Atarantado, o governo brasileiro começou a dar explicações, a fazer ações de marketing, como a patética visita do ministro Blairo Maggi a um frigorífico instalado no município da Lapa e foi anunciada a inspeção em nos 21 frigoríficos onde a Polícia Federal encontrou irregularidades. Um dos motivos, em números: na quarta-feira (22) as exportações brasileiras, que eram de US$ 63 milhões por dia, despencaram para míseros US$ 74 mil.

Na divulgação da operação, a Polícia Federal atravessou o samba, possivelmente sem ter noção da repercussão, ao afirmar que, durante a investigação, descobriu que frigoríficos estariam usando produtos químicos proibidos, como o ácido ascórbico, entre outros que poderiam causar câncer, cabeça de porco e papelão em embutidos e que, também, foram encontradas bactérias de salmonela em carnes para exportação e consumo interno.

O horror estava implantado de forma fora da realidade porque depois as entidades que representam os policiais federais informaram que houve precipitação e erro de avaliação na denúncia. O ponto central da questão é que, mesmo encontrada tais irregularidades em alguns dos frigoríficos investigados, um número ínfimo no panorama do setor no Brasil – e apesar de entre eles se encontrarem unidades dos dois dos maiores do país e do mundo (pertencentes aos grupos BRF e JBS), essas anormalidades vieram na esteira da atuação bandida dos fiscais, e, claro, de quem pagou para isso.

O Brasil se adaptou ao mercado mundial dentro dos padrões de exigência sanitária dos maiores importadores. Inspeções são feitas por eles na entrada dos produtos lá fora e também na origem por técnicos dos governos destes países. O país não chegou ao posto de maior exportador do planeta à toa. Mas… em temos de globalização da informação instantânea, a importância dos fatos se inverteram e deu no que deu.

Na contramão disso o consumidor brasileiro foi o mais sensato. Atropelado diariamente pelas denúncias de corrupção iniciadas com o mensalão e sedimentadas pelo Operação Lava Jato, verdadeiro marco histórico no país, continuou indo aos açougues e supermercados e comprando o produto – claro que com mais cautela, mesmo porque a maioria sabe distinguir uma carne saudável de podre pelo olfato. Os selos de inspeção sanitária nunca foram tão analisados.

O problema é que o governo federal, sob o comando de Michel Temer, só contribuiu para embaralhar o que já era confuso. A reunião que fez no domingo passado (19) com ministros e representantes de todos os setores envolvidos na confusão terminou de forma patética, com a ida a uma churrascaria de nome inglês e onde, se especulou, eram servidas carnes importadas da Argentina e Uruguai. A foto do presidente de olho arregalado cortando um pedaço de picanha mal passada não poderia ser mais absurda.

Quase uma semana depois da deflagração da operação, Temer foi capaz de dizer que “o espetáculo da Carne Fraca trouxe prejuízos ao país”. Isso um dia depois de no Paraná ter divulgado que alguns frigoríficos começaram a demitir empregados porque a produção teve de parar para aguardar o restabelecimento das operações, principalmente de exportação. Num país com quase 13 milhões de desempregados, tal notícia é mais uma que causa tristeza.

Estes novos desempregados eram protagonistas de um universo pouco conhecido. O Paraná é o primeiro produtor nacional de frango de corte e o terceiro produtor de suínos. Abate seis milhões de cabeças de frango por dia; 30 mil cabeças de suínos e quatro mil cabeças de bovinos. No ano passado essa produção resultou em 1,8 bilhão de cabeças de frango, 8,9 milhões de cabeças de suínos, 1,2 milhão de cabeças de bovinos

O Estado faturou US$ 107 milhões em exportação de carne de gado (30.625 toneladas), US$ 197 milhões em carne suína (93.758 toneladas) e portentosos US$ 2,3 bilhões em carne de frango (1,54 milhão de toneladas). Tudo saído de 73 plantas industrias onde há também a inspeção do Serviço de Inspeção do Paraná (SIP), órgão do Governo do Paraná onde atuam 40 médicos veterinários.

Certamente por isso Norberto Ortigara, secretário estadual da Agricultura, gravou depoimento na quinta-feira, quando, com boa dose de indignação por tudo que está acontecendo, disse que houve um erro grave de comunicação de operação. “Repudiamos práticas de funcionários públicos e empresas que achacam, etc. Mas o que aconteceu foi que da forma que foi feita, a imagem de um setor que levou anos e anos para chegar ao nosso estágio, a partir do qual exportamos para 150 países que são rigorosos ao extremo com a importação de proteínas animais, essa imagem foi manchada e as consequências estão aí, tanto econômicas quanto na sociedade, porque está havendo demissões e o consumidor interno ainda está desconfiado”, disse, em resumo.

É mais que certo que, mesmo com todos os problemas causados com a divulgação da operação e as trapalhadas do governo federal na esteira do acontecido, em breve tudo voltará à normalidade. Mas o estrago foi grande e o que se vê é que a Carne Fraca, se mostrou o lado podre dos corruptos e corruptores de sempre, feriu e sangrou o enorme lado que atua de uma forma correta e que só gera benefícios ao país.

 

Associação dos Jornais Diários do Interior do Paraná 

Fonte: Associação dos Jornais Diários do Interior do Paraná

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Sindiavipar critica decisão do STF sobre desoneração da folha de pagamento

Sindicato faz um apelo aos membros do Congresso para que intervenham e revertam essa decisão, visando preservar as condições já estabelecidas para os setores empresariais afetados.

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Foto: Jonas Oliveira

O Sindicato das Indústrias Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) manifestou, nesta sexta-feira (26), sua preocupação diante da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, de suspender a desoneração de impostos da folha de pagamentos dos setores empresariais que mais empregam no país.

Anteriormente, esta medida havia sido aprovada pelo Congresso Nacional com ampla maioria de votos.

De acordo com o Sindiavipar, a decisão do STF responde a um pedido do governo federal e pode impactar negativamente o emprego, elevar os custos de produção, agravar a inflação e acentuar a insegurança jurídica no país.

Diante disso, o sindicato faz um apelo aos membros do Congresso para que intervenham e revertam essa decisão, visando preservar as condições já estabelecidas para os setores empresariais afetados.

Confira a nota na íntegra: 

É com extrema preocupação e profunda decepção que o Sindicato das Indústrias Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) recebe a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Cristiano Zanin, de suspender a desoneração de impostos da folha de pagamentos dos setores empresariais que mais empregam no país, que havia sido duplamente referendada pelo Congresso Nacional por esmagadora maioria de votos dentro do mais transparente processo democrático.

Além de ferir o princípio constitucional da equidade dos três poderes, a lamentável medida, que atende inoportuno pedido do governo federal, expõe mais uma intromissão indevida do STF em atribuições que são exclusivas do legislativo, com potencial para levar à demissão milhões de trabalhadores, restringir novas contratações, elevar os custos de produção com forte impacto inflacionário e aumentar a insegurança jurídica do Brasil, fator que já vem desestimulando novos investimentos na economia e travando o crescimento nacional.

O Sindiavipar espera que os senadores e deputados federais, representantes legítimos dos interesses e das aspirações da população brasileira, tomem as necessárias e urgentes providências para derrubar o ato infeliz do ministro do STF e restaurar a vontade soberana do Parlamento, evitando um grave retrocesso que trará desastrosos prejuízos econômicos e sociais para o país.

Sindiavipar

Curitiba, 26 de abril de 2024

Fonte: O Presente Rural
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Com presença de autoridades, 89ª ExpoZebu será aberta oficialmente neste sábado

Expectativa é que 400 mil pessoas passem pela maior feira da pecuária zebuína do mundo até o dia 6 de maio, 35 comitivas internacionais com 700 estrangeiros.

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Foto: Divulgação/ABCZ

Será aberta oficialmente neste sábado (27), a 89ª ExpoZebu – Genética Além das Fronteiras. O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Gabriel Garcia Cid, fará a abertura da solenidade às 10 horas no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG).

Confirmaram presença no evento o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o governador do Ceará, Elmano de Freitas, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Carlos Goulart.

A expectativa é que 400 mil pessoas passem pela maior feira da pecuária zebuína do mundo até o dia 6 de maio, 35 comitivas internacionais com 700 estrangeiros.

A ExpoZebu deste ano ressalta a força da cadeia produtiva da carne e do leite destacando avanços da genética zebuína, a relevância dos subprodutos da pecuária, trazendo ampla gama de produtos e serviços especializados.

Além disso, evidencia para criadores, investidores, profissionais do setor, estudantes e toda a comunidade as mais recentes técnicas de produção, manejo de rebanhos, nutrição animal, inovação tecnológica e oportunidades de negócios, apresentando muito mais do que uma exposição de gado.

Esta edição conta com 2.520 animais que participarão dos julgamentos entre os dias 28 e abril a 4 de maio. A programação também inclui o 2º Congresso Mundial de Criadores de Zebu (Comcebu), o 44º Torneio Leiteiro, 38 leilões, 8 shoppings de animais, palestras educativas, workshops práticos, demonstrações ao vivo voltadas ao impulsionamento da eficiência e produtividade porteira adentro.

Além disso, atrações para todos os públicos como a tradicional Feira de Gastronomia e Alimentos de Minas, a 39º Mostra do Museu do Zebu e shows, o que contribui para a movimentação da economia com geração de 4.200 empregos diretos e indiretos.

O Parque Fernando Costa estará aberto para visitação durante os dias de feira das 7h30 às 22h. Especialmente neste sábado, os visitantes poderão degustar pipoca e algodão doce gratuitamente no período da manhã.

A ‘89ª ExpoZebu – Genética Além das fronteiras’ é uma realização da ABCZ, com patrocínio de Cervejaria Petrópolis – Itaipava, Neogen, Banco do Brasil, Cachaça 51: uma boa ideia, Sistema CNA/Senar, Programa leilões, Chevrolet, SETPAR empreendimentos e Caixa – Governo Federal e apoio de Geneal, Sicoob Credileite, Prefeitura de Uberaba – Geoparque, Sindicato Rural de Uberaba e Fazu.

Fonte: Assessoria ABCZ
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ABCZ lança campanha para valorização do produtor rural e da produção de carne e leite

Vídeos educativos serão exibidos em painéis no Parque Fernando Costa, durante a 89ª ExpoZebu.

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A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) inicia a 89ª ExpoZebu, maior feira de pecuária zebuína do mundo, uma campanha de valorização do produtor rural e da produção de carne e leite. Trata-se de vídeos educativos com informações importantes sobre o setor.

‘Conhecer para Admirar’ é uma série de 3 episódios com histórias de personagens que tiveram as vidas transformadas pelo agronegócio. A ABCZ também divulgará dois vídeos educativos evidenciando os benefícios da carne e do leite.  “Nós precisamos ampliar o diálogo com a população para combater informações equivocadas sobre a pecuária e agronegócio. Por isso, na campanha, mostraremos exemplo de trabalho e superação na produção rural, além dos benefícios da carne e do leite: empregos gerados, produtos e subprodutos, e principalmente as qualidades nutricionais indispensáveis para a nossa saúde. Tudo isso é fruto do melhoramento genético”, destaca o presidente da ABCZ, Gabriel Garcia Cid.

O trabalho desenvolvido pela ABCZ contribuiu para o desenvolvimento da genética no país. Entidade ligada ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a ABCZ é responsável pelos registros de animais zebuínos no Brasil. Ao longo de seus 105 anos, a associação já registrou cerca de 23 milhões de animais. E esse progresso genético levou o Brasil ao topo do ranking de exportadores de carne bovina.

Os vídeos serão lançados nesta sexta-feira (26), durante reunião da Frente das Associações de Bovinos do Brasil (FABB). Em seguida, serão publicados nas redes sociais da ABCZ e serão divulgados nos telões do Parque Fernando Costa, durante a 89ª ExpoZebu, por onde passam cerca de 400 mil pessoas.

Fonte: Assessoria ABCZ
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CBNA – Cong. Tec.

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