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Três safras no mesmo ano agrícola melhoram rentabilidade em até 20%
Muitos agricultores passam a investir na novidade e os resultados são muito bons
A região Oeste e o estado do Paraná reúnem condições especiais que os tornam modelo em produção e produtividade agrícola. Além da fertilidade do solo e da dedicação dos produtores, essas áreas contam com clima que permite o cultivo e colheita de três safras por ano. Muitos agricultores passam a investir na novidade e os resultados são muito bons, como mostra o mais recente dos episódios da edição de inverno do Show Rural Coopavel que já está disponível nos canais www.showrural.com.br e youtube.com/showruralagro .
Uma das principais vantagens da adoção do sistema é melhorar a rentabilidade da propriedade em até 20% no ano. O agrônomo da Coopavel Amauri Procopilk informa que o avanço das pesquisas e o lançamento de cultivares e híbridos precoces de alto potencial produtivo têm grande parcela de contribuição na viabilização e no sucesso das três safras anuais. “O planejamento, considerando os períodos de plantio e colheita, é outro aspecto a ser considerado com o máximo de atenção”, conforme Amauri.
O melhoramento genético trouxe ao mercado várias opções de materiais de ciclo curto de excelente desempenho. Os produtores precisam, na soja, escolher cultivar com ciclo de 120 dias, com elevado potencial produtivo e de fácil adaptação ao plantio antecipado. Para o híbrido de milho, a escolha deve ser de superprecoce de qualidade com ciclo de até 145 dias. Os materiais selecionados devem ter tolerância e resistência a pragas e a doenças. Para ganhar tempo e manter a agenda de três safras sob controle, a colheita do milho deve ser antecipada considerando umidade do grão entre 25 e 28 graus.
A semente de trigo precisa reunir, como virtudes, boa sanidade, elevado potencial produtivo e boa qualidade industrial. O ciclo, precoce, deve ser de 110 dias. Conforme Amauri, a recomendação é de plantio da soja na última dezena de setembro com colheita no fim de janeiro. Em seguida, entra-se com o milho com previsão de colheita na segunda metade de junho. Em razão de o período estar dentro do zoneamento indicado, o produtor poderá optar inclusive pelo seguro agrícola do trigo.
Seguindo o cronograma das três safras, o plantio do trigo deve ocorrer na metade de junho com previsão de colheita na última dezena setembro. Técnicos informam que é possível, caso necessário, empregar a dessecação para antecipar as colheitas. O clima é um aspecto importante nessa estratégia, observa o agrônomo da Coopavel. “Por isso, principalmente no inverno devido à baixa ocorrência de chuvas, do agricultor requer-se boa logística de máquinas e implementos para agilizar a colheita e o plantio das culturas nas épocas devidamente recomendadas”.
Benefícios
Embora relativamente nova, a opção pelas três safras no mesmo ano agrícola traz inúmeras vantagens e benefícios: os resultados financeiros são maiores e há ganhos agronômicos com a maximização do potencial do solo, aumentando a produtividade e diminuindo os custos com a correta gestão do uso de defensivos e herbicidas. Amauri Procopilk informa que há benefícios indiretos e diretos que atraem número cada vez maior de produtores rurais interessados em aderir a esse sistema de cultivos.
Os benefícios indiretos são os seguintes: melhor aproveitamento dos fertilizantes químicos no sistema; maior produção de palha (milho contribui com 5,5 mil quilos de palha com hectare; e o trigo com até 4,5 mil quilos/hectare) e controle de plantas daninhas, principalmente de buva e amargoso. Há ainda melhorias na plantabilidade da soja sobre a palhada do trigo.
Os benefícios diretos são: melhor uso da infraestrutura da propriedade rural; melhor rentabilidade e aumento de palhada no sistema dificultando a germinação de sementes de plantas daninhas levando à economia defensivos. “Somente nesse ponto em específico, de melhor gestão dos produtos químicos, o agricultor consegue reduzir custos de duas sacas de soja por hectare”, conforme Amauri.
Equipamentos
Em razão do plantio sobre palhadas, principalmente da do milho, exigem-se alguns ajustes nos equipamentos para permitir a potencialização de resultados. O agrônomo Matheus Antonio Cantelli explica que a regulagem da semeadeira deve ser rigorosa. A pressão sobre os carrinhos de semeaduras deve estar correta para que o equipamento possa cortar a palhada, abrir o sulco, distribuir as sementes e o fertilizante que, ao mesmo tempo, têm que estar corretamente cobertos por camada de solo.
Os produtores rurais devem estar atentos à pressão das molas e dos limitadores de profundidade, observando sempre às características da palhada em cada talhão. Com o uso dessa técnica, a quantidade de sementes, quando o cultivo ocorrer sobre a palha do milho, deve ser 20% maior ao convencional. A fertilização também precisa ser maior e a velocidade do maquinário ser menor para que a operação aconteça da melhor forma possível.
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IPPA registra alta de 5,5% em outubro de 2024, porém acumula queda de 2,5% no ano
Entre os grupos de alimentos, houve retrações no IPPA-Grãos (-8,3%) e no IPPA-Pecuária (-2,7%).
O Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/CEPEA) subiu 5,5% em outubro, influenciado pelos avanços em todos os grupos de produtos: de 1,9% para o IPPA-Grãos; de fortes 10,7% para o IPPA-Pecuária; de expressivos 10,4% para o IPPA-Hortifrutícolas; e de 0,5% para o IPPA-Cana-Café.
No mesmo período, o IPA-OG-DI Produtos Industriais apresentou alta de 1,5%, demonstrando que, de setembro para outubro, os preços agropecuários mantiveram-se em elevação frente aos industriais da economia brasileira.
No cenário internacional, o índice de preços calculado pelo FMI subiu 1,4% quando convertido para Reais, acompanhando a valorização da taxa de câmbio oficial divulgada pelo Bacen. Isso indica um comportamento relativamente estável dos preços internacionais dos alimentos.
No acumulado de 2024, o IPPA/CEPEA registra queda de 2,5%. Entre os grupos de alimentos, houve retrações no IPPA-Grãos (-8,3%) e no IPPA-Pecuária (-2,7%), enquanto o IPPA-Hortifrutícolas avançou 34,6% e o IPPA-Cana-Café cresceu 7%.
Em comparação, o IPA-OG-DI Produtos Industriais apresenta estabilidade no ano, enquanto os preços internacionais dos alimentos, convertidos para Reais, acumulam alta de 6,1%.
A despeito desses movimentos divergentes com relação ao IPPA/CEPEA, ressalta-se que, sob uma perspectiva de longo prazo, o que se observa é a convergência ao mesmo nível, após elevação acelerada dos preços domésticos nos últimos anos.
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ABCZ participa da TecnoAgro e destaca sustentabilidade no agro
Tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento do agronegócio e explorar o potencial econômico das cidades da região.
Nesta semana, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) marca presença na TecnoAgro 2024, evento realizado no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG). Com o tema “Agro Inteligente”, a iniciativa promovida pelo Grupo Integração e tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento do agronegócio e explorar o potencial econômico das cidades da região.
A abertura do evento aconteceu na manhã da última quinta-feira (21), reunindo autoridades e representantes dos setores ligados ao agro. A ABCZ esteve em destaque logo após a solenidade, quando o Superintendente Técnico, Luiz Antonio Josahkian, participou do painel “O Futuro da Pecuária”. O debate, mediado pela jornalista Adriana Sales, também contou com a presença da Prefeita de Uberaba, Elisa Araújo, e do Professor da ESALQ/USP, Sérgio de Zen.
A discussão abordou a responsabilidade do Brasil diante da crescente demanda global por proteína. “Temos o potencial para liderar o aumento da demanda por proteína animal. Contamos com terras disponíveis, mão de obra qualificada e políticas públicas que fortalecem continuamente o setor. O Brasil se destaca como um dos poucos países que ainda investe em qualificação profissional através de políticas públicas, com o apoio de órgãos como as Secretarias de Estado, o Senar e as extensões rurais Além disso, temos uma vocação natural para a produção de alimentos, com recursos essenciais, como a água, que é um insumo cada vez mais valorizado e disputado globalmente”, destacou Josahkian.
Complementando o debate, Sérgio de Zen enfatizou a necessidade de modelos produtivos mais sustentáveis. “É perfeitamente possível aumentar a demanda na redistribuição de renda e atender ao crescimento populacional sem recorrer ao desmatamento. Isso pode ser alcançado por meio do uso mais eficiente das tecnologias e dos sistemas de produção já disponíveis”, afirmou.
O evento, que segue até amanhã (22), reúne mais de 50 palestras voltadas para a sustentabilidade no agronegócio. Entre os destaques da programação técnica desta sexta-feira, o Zootecnista e Gerente do Departamento Internacional da ABCZ, Juan Lebron, participará da palestra “Recuperação de Pastagem, Genética, Nutrição e Saúde: Pilares da Sustentabilidade na Pecuária”, ao lado de especialistas como Guilherme Ferraudo e Thiago Parente.
Além das contribuições técnicas, a ABCZ participa com um estande apresentando produtos e serviços da maior entidade de pecuária zebuína do mundo.
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Altas no preço do boi seguem firmes, com escalas ainda menores que em outubro
Frigoríficos renovam o fôlego para conceder novos reajustes positivos aos animais para abate e o mesmo acontece entre os pecuaristas nas negociações de reposição.
O movimento de alta nos preços da pecuária segue intenso. Segundo pesquisadores do Cepea, semana após semana, frigoríficos renovam o fôlego para conceder novos reajustes positivos aos animais para abate e o mesmo acontece entre os pecuaristas nas negociações de reposição.
No final da cadeia produtiva, o consumidor também se mostra resiliente diante dos valores da carne nos maiores patamares dos últimos 3,5 anos.
No mesmo sentido, a demanda de importadores mundo afora tem se mantido firme.
Pesquisadores do Cepea observam ainda que as escalas de abate dos principais estados produtores, em novembro, estão ainda menores que em outubro.
No mercado financeiro (B3), também cresceu forte a liquidez dos contratos de boi para liquidação neste ano, pelo Indicador do boi elaborado pelo Cepea, o CEPEA/B3.