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Reviravolta no caso “Boi Gordo”: credores da falência podem ficar com fazendas e criar empresas

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Uma espetacular reviravolta poderá ocorrer nos rumos da massa falida das Fazendas Reunidas Boi Gordo, caso não sejam vendidas em leilão as últimas fazendas do grupo, consideradas no mercado do agronegócio como "as jóias do tesouro". Os próprios credores da falência estão propensos a adjudicar as propriedades restantes e explorá-las comercialmente, através de administradores profissionais.
Todas as propriedades são rentáveis, algumas ainda dedicando-se à criação de gado e outras ao plantio de soja, além de áreas de mata virgem aptas para a compensação de reserva ambiental e manejo florestal. O próximo leilão, marcado para as 14h00  do dia 7 de abril nos salões da Casa de Portugal, em São Paulo, colocará à venda quatro dos nove lotes de uma das maiores propriedades rurais da massa falida de Fazendas Reunidas Boi Gordo. São eles as fazendas Realeza do Guaporé I, II, III e IV, todas localizadas no município de Comodoro, em Mato Grosso (MT), que juntas somam cerca de 30 mil hectares.
O promotor de justiça da falência, Dr. Eronides Aparecido Rodrigues dos Santos, e o síndico da massa falida, Dr. Gustavo Sauer, já foram informados por alguns credores dessa possibilidade. Na prática, significa que os credores trocariam o que receberiam por cotas de uma empresa que seria formada para explorar comercialmente as fazendas.
Segundo o promotor Eronides dos Santos, "os credores receberiam essas propriedades pelo valor de avaliação como forma de pagamento num procedimento jurídico chamado de adjudicação. Com isso as propriedades sairiam da falência e passariam a ser exploradas economicamente pelos credores, sem a necessidade de novos leilões". O síndico Gustavo Sauer também entende que isso seja possível, "pois com o valor arrecadado nos leilões anteriores todos os créditos trabalhistas foram quitados no final do ano passado e os demais créditos privilegiados, incluindo os fiscais, devem ser pagos ainda neste primeiro semestre de 2015, restando os quirografários, investidores que acreditaram na Boi Gordo, que ora demonstram interesse em adjudicar as propriedades remanescentes".
O jornalista e ex-deputado estadual Afanasio Jazadji, presidente da Associação 15 de Outubro dos Credores da Boi Gordo e um dos maiores credores da falência, também vê com bons olhos essa possibilidade. "Já fomos procurados por grandes empresas que se dedicam ao agronegócio e ficaram de montar um plano de como as fazendas restantes poderiam ser aproveitadas como um grande negócio, onde os credores da Boi Gordo se tornariam proprietários-cotistas", argumenta.
Mais de 30 mil aplicadores na Boi Gordo foram lesados com sua entrada em concordata, em 2001 e depois sua falência, num prejuízo total de mais de R$ 3,5 bilhões. Nesta fase final da massa falida, várias fazendas foram vendidas em leilões, restando mais nove, consideradas "ouro em pó" pelos entendidos.
Para o Dr. Garcia, da ALBG, maior grupo organizado de credores da Boi Gordo com 6500 associados e dividendos somados na casa de R$ 540 milhões, essa é uma decisão que já poderia ter sido tomada anteriormente. "Já propusemos isso ao Juízo há anos, a constituição de um Fundo Imobiliário para receber a adjudicação dos bens da massa falida. Entendemos que desta forma poderemos otimizar a venda destes ativos e incrementar seu valor", argumenta Garcia.
Os interessados nas fazendas que não fizeram lances em leilões anteriores e se omitirem no pregão do dia 7 próximo, esperando a redução dos preços, poderão ficar fora do negócio. O promotor Eronides dos Santos diz que "pela localização e valorização das terras e tendo em vista que a adjudicação deve, por imposição legal, ser feita pelo valor da avaliação, nenhum centavo será reduzido do valor mínimo de venda das propriedades". 
Já o síndico Gustavo Sauer adianta que "muitos credores se entusiasmaram com a ideia de criarem um novo negócio", embora existam os que prefiram receber os seus créditos em dinheiro. Assim, caso as últimas fazendas da falida Boi Gordo não sejam arrematadas nos próximos leilões, todas poderão ser adquiridas pelos próprios credores, dependendo de aprovação em assembleia com total acompanhamento do Juiz responsável pela falência, do síndico e do Ministério Público Estadual.
 
Propriedades à venda no próximo leilão
 
A Fazenda Realeza do Guaporé I possui área total de 14.173,3378 hectares e está avaliada inicialmente em R$ 42.165.680,00 (quarenta e dois milhões, cento e sessenta e cinco mil e seiscentos e oitenta reais). Com área total de 10.301,196 hectares, a Fazenda do Guaporé II tem avaliação inicial de R$ 30.181.498,00 (trinta milhões, cento e oitenta e um mil e quatrocentos e noventa e oito reais.)
 
O terceiro lote à venda, a Fazenda Realeza do Guaporé III, com seus 1.997,9478 hectares, está avaliada em R$ 3.351.077,00 (três milhões, trezentos e cinquenta e um mil e setenta e sete reais). O quarto e último lote do leilão, a Fazenda Realeza do Guaporé IV, possui 4.021,0172 de área total e está avaliada inicialmente em R$ 9.413.201,00 (nove milhões, quatrocentos e treze mil e duzentos e um reais).
 
Conforme os leilões anteriores, esses valores serão atualizados até a data do leilão, com base na Tabela do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, seguindo o processo ocorrido nos leilões anteriores. Serão aceitos lances para pagamento à vista e a prazo, e o maior lance será o vencedor, independente da forma de pagamento.
 
O remate, que será aberto ao público e imprensa em geral, acontecerá dia 07 de abril, na Casa de Portugal, em São Paulo/SP, com transmissão ao vivo pelo Canal do Boi (www.sba1.com/pt/tv-ao-vivo/canal-do-boi), pelo site da Massa Falida de Fazendas Reunidas Boi Gordo S.A e Coligadas (www.massafalidaboigordo.com.br) e  da Freitas Leilões (www.freitasleiloeiro.com.br).
 
Últimos Leilões
 
Entre 2011 e 2014 foram a leilão 11 propriedades da Massa Falida de Fazendas Reunidas Boi Gordo. São elas a Fazenda Santa Cruz, as Fazendas Vale do Sol I e II, a Fazenda Aguapeí, a Fazenda Manacá, a Fazenda Eldorado, a Fazenda Chaparral, a Fazenda Buriti, as Fazendas Alteza I e II e a Fazenda Poconé, todas localizadas no Estado do Mato Grosso (MT), além da Fazenda Realeza, situada no município paulista de Itapetininga (SP).
 
“A liquidez dos últimos leilões comprovam a força da boa divulgação e também o acerto da estratégia adotada para a venda das propriedades rurais da massa falida das Fazendas Reunidas Boi Gordo. A expectativa é que todas as propriedades sejam vendidas e que os preços superem o valor da avaliação, pois todas são produtivas e bem conservadas”, comenta o promotor de justiça de falência Dr. Eronides Aparecido Rodrigues dos Santos, que atua nesse caso.

Fonte: Sincronismo Comunicação

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Importância da agricultura de precisão na produção global

Monitoramento de culturas baseado em satélite desempenha um papel crucial na dinâmica global da área de cultivo e produção, e soluções avançadas como o EOSDA Crop Monitoring contribuem para melhorar a eficiência e a sustentabilidade na agricultura moderna.

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Até 2050, espera-se que a população global se aproxime de 10 bilhões, colocando uma imensa pressão sobre a agricultura para aumentar a produção. Inovações tecnológicas, especialmente na agricultura de precisão baseada em satélites, estão transformando as práticas agrícolas para atender a essas demandas.

O monitoramento de culturas baseado em satélite desempenha um papel crucial na dinâmica global da área de cultivo e produção, e soluções avançadas como o EOSDA Crop Monitoring contribuem para melhorar a eficiência e a sustentabilidade na agricultura moderna. O monitoramento via satélite torna-se essencial nesse contexto.

Produção agrícola global: principais tendências

Até 2032, espera-se que melhorias nos rendimentos das culturas representem quase 80% do crescimento total da produção. No entanto, expandir as áreas agrícolas nem sempre é viável. É aqui que o monitoramento de safras via satélite e o monitoramento de cultivo agrícola entram em ação, fornecendo aos agricultores dados acionáveis sobre a saúde do solo, condições das culturas e variabilidade do campo.

Os cereais são uma parte importante dessa demanda crescente, com 41% da produção consumida diretamente por humanos e 37% usada para alimentação animal. Mas o aumento da produção muitas vezes traz desafios ambientais e relacionados aos recursos, destacando a importância do monitoramento de fazenda via satélite e do monitoramento de fazenda na otimização da saúde das culturas e minimização de desperdícios. O monitoramento agrícola e o monitoramento agropecuário são fundamentais para enfrentar esses desafios.

Perdas de culturas: uma preocupação global crescente

Apesar dos avanços na tecnologia, a produção de safras é altamente vulnerável a pragas, doenças e riscos ambientais. Estima-se que entre 20% e 40% dos rendimentos globais de safras são perdidos a cada ano devido a esses fatores, custando ao setor agrícola bilhões.

Por exemplo, o trigo é frequentemente afetado por doenças como a ferrugem da folha, levando a perdas anuais de rendimento de até 3%. O milho sofre de podridão do colmo, que pode reduzir os rendimentos em 5%, enquanto as culturas de soja são impactadas por nematoides de cisto, resultando em perdas de produção de 4,5%.  

O monitoramento de safras via satélite fornece uma solução, oferecendo detecção precoce de problemas e permitindo que os agricultores tomem ações preventivas. Em regiões propensas a riscos agrícolas, essas tecnologias permitem analisar remotamente a safra, o que pode ser particularmente benéfico na redução de perdas e garantia da sustentabilidade das safras.

Inovações tecnológicas na agricultura

A agricultura está se tornando cada vez mais dependente de dados para otimizar a produção e o uso de recursos. A agricultura de precisão baseada em satélites está liderando essa revolução, permitindo que os agricultores possam fazer um monitoramento de cultivo agrícola e ajustem as práticas de acordo.

Na EOSDA, nossa plataforma de monitoramento via satélite combina dados de satélite com algoritmos avançados para fornecer aos agricultores insights sobre a saúde das culturas, classificação de campos e previsão de rendimentos. Por exemplo, nossa plataforma EOSDA Crop Monitoring oferece até 90% de precisão na classificação de culturas, permitindo que os agricultores monitorem campos de até três hectares. O monitoramento de culturas baseado em satélite e o monitoramento de safra são ferramentas indispensáveis para alcançar esses objetivos.

Dinâmica da área e produção de culturas

Até 2023/24, projeta-se que a área para oleaginosas cresça para quase 270 milhões de hectares, enquanto trigo e milho cobrirão 223 milhões e 204 milhões de hectares, respectivamente. O milho, em particular, continua sendo uma cultura líder, com a produção prevista para exceder 1,2 bilhão de toneladas.

No entanto, simplesmente expandir a área não é suficiente para atender às necessidades futuras. O monitoramento de culturas baseado em satélite permite que os agricultores aumentem a produtividade nas terras agrícolas existentes, fornecendo insights baseados em dados que otimizam estratégias de plantio, irrigação e colheita. O monitoramento agropecuário e o monitoramento agrícola são essenciais para maximizar a eficiência produtiva.

Milho
O milho permanece como uma das culturas mais amplamente cultivadas, com Estados Unidos, China e Brasil liderando a produção global. O milho é essencial para alimentos, ração animal e biocombustíveis como o etanol. O monitoramento de satélite desempenha um papel crucial na produção de milho.

Trigo

O trigo é um alimento básico para mais de 2,5 bilhões de pessoas, com regiões de produção importantes incluindo China, Índia e Rússia. Também é uma commodity altamente comercializada, tornando o monitoramento de fazenda via satélite crítico para manter níveis de produção constantes.

Oleaginosas

A produção de oleaginosas, particularmente soja, sementes de girassol e colza, é impulsionada pela demanda dos setores alimentício e industrial. A região Ásia-Pacífico e a Europa Ocidental lideram a produção de oleaginosas, e o monitoramento agrícola garante o acompanhamento preciso do desenvolvimento e saúde das culturas.

Arroz
Como alimento básico para quase metade da população global, o arroz é cultivado principalmente na Ásia. O monitoramento agropecuário via satélites permite analisar remotamente a safra e ajustar a irrigação em tempo real, otimizando o uso da água.

Soja
Estados Unidos, Brasil e Argentina dominam o cultivo de soja, e com a crescente demanda global, o monitoramento de fazenda via satélite assegura que os agricultores possam

atingir metas de produção eficientemente. Essa tecnologia ajuda a monitorar a saúde da soja e otimizar as práticas agrícolas para atender à crescente demanda por proteínas de origem vegetal.

Aproveitando a tecnologia de satélite para a produção sustentável de culturas
A agricultura de precisão baseada em satélites fornece as ferramentas para enfrentar esses problemas, oferecendo aos agricultores a capacidade de analisar remotamente a safra, prever rendimentos e responder a potenciais ameaças.

Com plataformas como o EOSDA Crop Monitoring, os agricultores podem otimizar a produção enquanto minimizam o impacto ambiental, ajudando a garantir um futuro sustentável para a agricultura global.

O monitoramento via satélite, o monitoramento de fazenda e o monitoramento de safras via satélite são essenciais para alcançar esses objetivos.

Fonte: Por Vasyl Cherlinka, doutor em Ciências Biológicas, especializado em Pedologia (Ciência do Solo), com 30 anos de experiência na área.
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Valor Bruto da Produção atinge R$ 1,2 trilhão em agosto

Os principais produtos que puxaram o resultado do VBP foram soja, milho, cana-de-açúcar, bovinos e frango.

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O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária em agosto deste ano alcançou R$ 1,2 trilhão, segundo dados da da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Desse total, R$ 391,6 bilhões referem-se à produção pecuária (32,6%) e R$ 809,1 bilhões à produção das lavouras (67,4%).

Entre os principais produtos agrícolas, destacam-se a soja (23,5%), o milho (10,1%), a cana-de-açúcar (9,9%) e o café (5,9%). No setor pecuário, os bovinos (12%), frango (8,3%), leite (5,3%) e suínos (4,9%) tiveram maior destaque.

O valor registrado em agosto presenta estabilidade em relação ao ano anterior, com uma leve variação positiva de 0,1%. No recorte específico, o VBP das lavouras apresentou uma queda de 3,2%, puxada pela redução no VBP do milho (-16,6%) e da soja (-17,4%), ambos impactados por quebras de safra e queda nos preços. Em contrapartida, o VBP da pecuária cresceu 7,7% em relação a 2023, impulsionado principalmente pelo aumento de 68,9% no setor de suínos.

A região Centro-Oeste ocupa a primeira posição em participação no VBP, com 28,6%, seguida pela região Sudeste, com 28,4%. Entre os estados, Mato Grosso, maior produtor de grãos do país, lidera com 13,9%, seguido por São Paulo (13,3%), com participação significativa da cana-de-açúcar, Minas Gerais (11,4%), destaque na produção de café, e Paraná (11,3%), o segundo maior produtor de grãos do Brasil.

O estudo traz dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA/Esalq/USP) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O Valor Bruto da Produção detalha o faturamento bruto dos estabelecimentos rurais e leva em consideração os volumes de produção agrícola e pecuária e, a média dos preços recebidos pelos produtores.

Acesse os dados completos do Valor Bruto da Produção (VBP).

Fonte: Assessoria Mapa
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Óleo de soja mostra recuperação em setembro enquanto farelo continua em queda

Na parcial de setembro, mesmo com a alta observada no grão até o momento, a elevação dos derivados serve como contraponto e mantém o spread de esmagamento em 16% em Rondonópolis (MT).

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O óleo de soja iniciou setembro com leve reação em Chicago, após ter caído fortemente em agosto. Já o farelo, segue em trajetória de baixa desde junho. O preço interno do óleo de soja fechou agosto com valorização e segue em alta no início de setembro, mês que pode marcar a sexta alta seguida para o derivado.

No Brasil, as exportações de óleo de soja atingiram 114 mil toneladas em agosto, volume 43,6% inferior ao mesmo mês do ano passado. Mesmo com pequena valorização observada para o preço da soja, a alta do óleo favoreceu a elevação do spread de esmagamento.

Preços do farelo na CBOT e em Rondonópolis. Fonte: CBOT, IMEA.

O óleo de soja subiu 0,5% na parcial dos dez primeiros dias de setembro, para USDc/lb 41,50, enquanto o farelo apresentou desvalorização de 1,8% no mesmo período, para US$ 317/t. O esmagamento americano de soja segue aquecido, registrando em julho 5,3 milhões de toneladas, 4,3% acima que no mesmo mês do ano passado, como resposta à produção de biocombustíveis do país e ao aumento da capacidade de produção de diesel renovável.

Nos primeiros 10 dias de setembro, a valorização é de 3% no Mato Grosso, para R$ 5,3 mil/t. A demanda interna de óleo para a produção de biodiesel continua aquecida, dando sustentação para os preços.

No acumulado de janeiro a agosto, os embarques de óleo de soja alcançaram 965,3 mil toneladas, 49% abaixo do registrado nos primeiros oito meses de 2023, com a maior parte do óleo ficando no mercado interno para abastecer o aumento de 2 p.p. na mistura obrigatória do biodiesel.

Em agosto, o spread de esmagamento (calculado utilizando os preços da soja, farelo e óleo em Rondonópolis), apresentou alta, diante da ligeira queda no preço da soja e alta do óleo. Na parcial de setembro, mesmo com a alta observada no grão até o momento, a elevação dos derivados serve como contraponto e mantém o spread de esmagamento em 16% em Rondonópolis.

Esmagamento mensal acumulado, EUA. Fonte: NOPA.

Fonte: Consultoria Agro do Itaú BBA
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