Conectado com

Notícias

Relação entre susceptibilidade a pragas e doenças e estado nutricional das plantas

Publicado em

em

As plantas podem responder de diferentes maneiras à presença de pragas e patógenos em seus tecidos. O estado nutricional em que se apresentam relaciona-se diretamente às respostas por elas expressadas. O desequilíbrio nutricional, seja por excesso ou falta de determinados nutrientes, favorece o estabelecimento de enfermidades e ou pragas conforme o(s) nutriente(s) em desequilíbrio nos tecidos do vegetal. Dessa forma, devido ao seu efeito no padrão de crescimento, na morfologia e na anatomia, e particularmente na composição química da planta, os nutrientes minerais podem aumentar ou diminuir a resistência das plantas às pragas e às doenças.

 
No caso das doenças fúngicas nas superfícies de raízes e folhas, a proteção através da nutrição mineral balanceada seria o resultado de:

 
• eficiente barreira física, evitando a penetração das hifas, através de cutícula espessa, lignificação e/ou acumulação de silício na camada de células epidérmicas;
 
• melhor controle da permeabilidade da membrana citoplasmática, evitando assim a saída de açúcares e aminoácidos (de que se nutrem os patógenos) para o apoplasto, ou espaço intercelular;
 
• formação de compostos fenólicos, com distintas propriedades fungistáticas.
 
Mecanismos bioquímicos de indução de resistência de plantas frente a patógenos e pragas

A resistência induzida ou adquirida como manejo integrado de doenças visa evitar ou atrasar danos às plantas. Dentro do mecanismo de resistência, as plantas reconhecem moléculas que lhe induzirão sua defesa. Existem dois mecanismos de resistência de plantas.  SAR refere-se ao mecanismo de resistência adquirida. Como exemplo, têm-se moléculas que atuam nesse modo tais como ácido salicílico (hormônio de resistência a patógenos) e ácido jasmônico, fitoalexinas e peroxidases (molécula de resistência à ação de insetos).

 
A resistência sistêmica induzida (ISR) somente é ativada com a presença do patógeno devido ao seu efeito “priming”, com ação de moléculas como jasmonatos e etilenos atuam contra patógenos necrotróficos Ex: Alternaria em batata.

 
As respostas à resistência podem ser locais (HR – morte local celular programada) como formação de lignina ao redor de lesões fúngicas, ou sistêmicas com a presença da PRPs (proteínas de defesa induzidas) as quais podem ser antifúngicas, anti insetos e anti vírus, dependendo do patógeno.

 
Aproximadamente 17 famílias de proteínas participam de defesa atuam sobre atividades de insetos, fungos, vírus, bactérias e nematoides. Essas proteínas, denominadas fitoalexinas apresentam baixo peso molecular e requerem certo tempo entre sua aplicação e seu efeito, além de terem efeito momentâneo. As fitoalexinas  constituem um grupo de metabólitos secundários quimicamente diverso, que se acumulam em torno do local de infecção e apresentam atividade antimicrobiana.

 
A produção de fitoalexinas parece ser um mecanismo comum de resistência a microrganismos patogênicos em uma grande variedade de plantas.  Entretanto, diferentes famílias botânicas usam distintos produtos secundários como fitoalexinas. Por exemplo, os isoflavonóides são fitoalexinas comuns em leguminosas, enquanto em plantas da família Solanaceae, como batata, tabaco e tomate, vários sesquiterpenos são produzidos como fitoalexinas. Em geral, as fitoalexinas não estão presentes nas plantas antes da infecção, mas são sintetizadas muito rapidamente após o ataque de microrganismos.

 
Dentre os elicitores, existem os elicitores bióticos (endógenos e exógenos) e abióticos. Os elicitores bióticos são, por exemplo, ácido jasmônico, Trichoderma, Sacharomyces, Rizobactérias, etc. Os elicitores abióticos são por exemplo ácido salicílico e óxido nítrico. Estes últimos levam também a resistência quanto ao estresse hídrico.

 
No que diz respeito aos fosfitos, os mesmos são formados pela reação de ácido fosforoso + hidróxido de Na, K, Mg, Zn, Ni, Cu, etc…, os quais podem possuir modos de ação distintos dependendo da concentração utilizada. Os fosfitos atuam como toxidez direta inibindo crescimento fúngico principalmente de Oomicetos. Com elevadas concentrações de fosfito na aplicação (9 mL/L), corre-se o risco de fitotoxidez. Ideal está por volta de 3 a 6 mL/L onde promovem indução de resistência (reação de hipersensibilidade, acúmulo de compostos fenólicos e lignificação dos tecidos ao redor do crescimento fúngico. Isto também depende do balanço de micronutrientes, pois a formação de lignina depende da rota do ácido chiquímico). A severidade da doença é determinante. Sendo o fosfito altamente translocados no floema, pode auxiliar no combate de doenças no sistema radicular das plantas.

 
Com menores concentrações de fosfito, têm-se indução de resistência. Por exemplo, concentrações de 0,1 a 3 mMolar de fosfito já se tem ação sobre Phytophtora pela complexação de fenóis formando lignina ao redor do fungo.

 
Doses de 10 mL/L proporcionam redução na incidência de Phoma em cafeeiros. Doses comerciais de 2 L/ha referem-se a concentração de 5 mL/L de fosfito. Em cafeeiros com carga alta apenas fosfito não reduz a desfolha causada pela ferrugem. Em carga baixa, obteve-se controle semelhante ao do fungicida. Em feijoeiros, fosfito proporciona melhora no controle de mofo branco quando usado conjuntamente com fungicidas. Para ferrugem da soja, não houve melhora com uso de fosfito devido ao rápido avanço da doença não havendo tempo para se disparar os mecanismos de defesa da planta antes dos danos causados pela doença.

 
Os silicatos são depositados na epiderme das folhas das plantas e como ação direta, impedem a entrada de patógenos pela epiderme foliar (plantas acumuladoras, sobretudo gramíneas). Indiretamente aumenta a produção de fitoalexinas por gramíneas, aumentam a produção de peroxidases e funcionam de maneira estrutural para as plantas, evitando acamamento e mantendo folhas mais eretas. Isto favorece a arquitetura do dossel vegetal melhorando penetração de luz favorecendo a fotossíntese. Além disso, esta arquitetura evita acúmulo de umidade sobre as folhas.

 
De maneira geral, para aplicação de fosfitos, as plantas devem estar em bom estado nutricional para que se proporcione correto funcionamento do metabolismo primário e secundário. A aplicação de fosfitos deve ser realizada nas fases de maior demanda nutricional nas plantas onde as mesmas tornam-se mais susceptíveis aos efeitos danosas dos patógenos. Por exemplo, nas fases vegetativas, próximo ao florescimento onde se tem alta pressão de dreno de nutrientes. A permanência do fosfito e seus efeitos nas plantas são de 30 a 40 dias para plantas perenes e de 15 a 30 dias para plantas anuais.

 
Por Renato Paiva
 
(Gerente de Desenvolvimento Técnico da Produquímica e autor do texto “Nutrição e Fitossanidade”, publicado no livro de coletânea de artigos “Sustentabilidade e Inovação no Campo”, organizado pela UNIARAXÁ).
 
Referência bibliográfica:
 
MARSCHNER, H. Mineral Nutrition of Higher Plants. 3ed. San Diego: Academic Press, 2012. 651 p.

Fonte: Interview Comunicação.

Continue Lendo

Notícias

Comércio exterior e logística no setor agropecuário: desafios e oportunidades para o transporte e escoamento

Exportações de soja em outubro, caíram 22,9% em relação ao mês anterior, um reflexo de flutuações no mercado, mas o acumulado de 2024 manteve-se robusto, com 94,2 milhões de toneladas exportadas de janeiro a outubro.

Publicado em

em

Fotos: Claudio Neves

O mercado de fretes e a logística de escoamento se destacam como elementos essenciais no atual cenário da agricultura brasileira, especialmente diante do crescimento expressivo da produção de grãos previsto para a safra 2024/25. A estimativa de 322,53 milhões de toneladas de grãos, um aumento de 8,2% em relação à safra anterior, traz desafios adicionais para a infraestrutura de transporte e os processos logísticos do país. A análise consta na nova edição do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta sexta-feira (22).

A melhoria nas condições climáticas tem favorecido o avanço das semeaduras, com destaque para as culturas de soja e milho, mas, para que a produção chegue ao mercado internacional, é crucial um sistema de escoamento eficiente. Nesse sentido, os portos brasileiros desempenham papel fundamental, especialmente os do Arco Norte, que têm se consolidado como uma via vital para exportação. Em outubro de 2024, os portos do Arco Norte responderam por 35,1% das exportações de grãos, superando a participação de 33,9% registrada no mesmo período de 2023.

Com o aumento da produção de soja e milho, as expectativas de escoamento nos próximos meses apontam para um cenário desafiador, com necessidade de otimizar os fretes para atender ao crescimento das exportações. Em outubro, as exportações de soja caíram 22,9% em relação ao mês anterior, um reflexo de flutuações no mercado, mas o acumulado de 2024 manteve-se robusto, com 94,2 milhões de toneladas exportadas de janeiro a outubro. Já as exportações de milho, que enfrentam uma redução de 34,1% nas estimativas para a safra 2023/24, exigem adaptação no transporte, uma vez que a oferta menor pode reduzir a demanda por fretes no curto prazo, mas com aumento da competição por capacidade logística.

A movimentação de fertilizantes, por sua vez, também demanda atenção na logística. Em outubro de 2024, os portos brasileiros importaram 4,9 milhões de toneladas de fertilizantes, o que representa um incremento de 5,9% em relação ao mês anterior. Este crescimento contínuo na importação exige um cuidado especial no transporte desses insumos, visto que o Brasil é um dos maiores compradores internacionais e uma base importante de consumo de fertilizantes.

Por outro lado, o transporte de cargas no Brasil segue enfrentando desafios estruturais. De acordo com o Boletim da Conab, a ampliação das capacidades de escoamento nos portos, especialmente no Arco Norte, é uma estratégia chave para lidar com o aumento do volume de exportações e garantir que os fretes se mantenham competitivos.

Em suma, a logística no setor agropecuário brasileiro se apresenta como um elo crucial para garantir o sucesso das exportações de grãos. A integração entre os diferentes modais de transporte, o aprimoramento da infraestrutura portuária e a adaptação às demandas de escoamento serão decisivos para que o Brasil continue sendo um dos maiores exportadores de commodities agrícolas do mundo.

Fretes

Em outubro de 2024, os preços do frete apresentaram variações significativas entre os estados brasileiros. Os preços subiram em estados como Bahia, Goiás e Minas Gerais e Distrito Federal, principalmente devido ao aumento na demanda, impulsionado pela exportação de grãos e a importação de fertilizantes. Em Goiás, a melhora nos preços do milho também gerou aumento na demanda por fretes. Já em estados como Paraná, Piauí e São Paulo, os preços ficaram mais baratos, com o Paraná registrando uma redução de 16,67% na região de Cascavel, refletindo a baixa demanda por grãos. No Piauí, a diminuição nas exportações de soja resultou em uma queda de 4,10% no mercado de fretes. Por outro lado, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul apresentaram estabilidade nos preços, com pouca variação nas cotações, devido a um equilíbrio entre a demanda e a oferta de fretes.

O Boletim Logístico da Conab é um periódico mensal que coleta dados em dez estados produtores, com análises dos aspectos logísticos do setor agropecuário, posição das exportações dos produtos agrícolas de expressão no Brasil, análise do fluxo de movimentação de cargas e levantamento das principais rotas utilizadas para escoamento da safra. Confira a edição completa do Boletim Logístico – Novembro/2024, disponível no site da Companhia.

Fonte: Assessoria Conab
Continue Lendo

Notícias

Clima favorável impulsiona cultivos da primeira safra, aponta boletim de monitoramento

Precipitações regulares e bem distribuídas criaram um ambiente propício para a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

As condições climáticas favoráveis nas primeiras semanas de novembro impactaram positivamente o cenário agrícola brasileiro. Na região Central do país, precipitações regulares e bem distribuídas criaram um ambiente propício para a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra.

O Norte-Nordeste experimentou uma expansão das áreas beneficiadas por chuvas, incluindo regiões do Matopiba que anteriormente enfrentavam déficit hídrico. Esse cenário impulsionou o processo de semeadura na maior parte dessa região.

Foto: Gilson Abreu

Em contraste, o Sul do país registrou uma redução nas precipitações, o que facilitou o avanço da colheita do trigo e a semeadura dos cultivos de primeira safra. De modo geral, as condições agroclimáticas se mostraram favoráveis, proporcionando umidade adequada para o desenvolvimento das lavouras.

No Rio Grande do Sul, a semeadura do arroz progrediu significativamente, com a maior parte concluída dentro do período considerado ideal. A maioria das lavouras encontra-se em fase de desenvolvimento vegetativo, beneficiando-se das condições climáticas que favoreceram a germinação e o estabelecimento das plantas. Em Santa Catarina, temperaturas médias e incidência solar adequadas contribuíram para o bom desenvolvimento das culturas.

Estas informações estão presentes no Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA), publicado mensalmente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em parceria com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Grupo de Monitoramento Global da Agricultura (Glam).

A versão completa do Boletim está disponível para consulta no site oficial da Conab, acesse clicando aqui.

Fonte: Assessoria Conab
Continue Lendo

Notícias

Show Rural investe em obras para melhorar experiência de visitantes

Com o objetivo de garantir mais conforto e eficiência à experiência de visitantes e expositores, várias obras físicas acontecem no parque e serão entregues já para a 37ª edição.

Publicado em

em

Fotos: Divulgação/Coopavel

Avançam os preparativos para a 37ª edição do Show Rural Coopavel, evento que reafirma o Oeste do Paraná como um dos principais polos do agronegócio mundial. De 10 a 14 de fevereiro de 2025, visitantes do Brasil e do exterior terão acesso a um espaço renovado, com melhorias que reforçam o compromisso da Coopavel com a inovação, a sustentabilidade e a excelência em infraestrutura. “Melhorar continuamente é uma das regras que fazem o sucesso do Show Rural, referência em inovações e tendências para o agronegócio”, destaca o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli.

Com o objetivo de garantir mais conforto e eficiência à experiência de visitantes e expositores, várias obras físicas acontecem no parque e serão entregues já para a 37ª edição. O restaurante do parque está em ampliação em 500 metros quadrados, permitindo o atendimento de mais mil pessoas por refeição. A área de entrega de bebidas é reformulada para otimizar o fluxo, enquanto novos buffets, mesas e utensílios foram adquiridos para manter o alto padrão de qualidade em uma estrutura com capacidade para servir mais de 40 mil refeições diariamente.

A mobilidade no parque também recebe melhorias. São mais de seis mil metros quadrados de ruas asfaltadas. Uma das novidades mais aguardadas é a cobertura da Rua 10, que conecta o Portal 4 ao Pavilhão da Agricultura Familiar. Com 400 metros lineares, essa obra, viabilizada em parceria com a Barigui/Volkswagen, eleva para mais de 6,2 mil metros quadrados a área coberta do parque, garantindo conforto aos visitantes em qualquer condição climática, observa o coordenador geral Rogério Rizzardi.

Para ônibus

Para receber caravanas de todo o Brasil e de outros países será criado um estacionamento exclusivo para ônibus com capacidade para 400 veículos. Estrategicamente localizada, a nova estrutura promete praticidade e organização para os grupos que participam da maior mostra de tecnologia para o campo da América Latina.

Outro destaque é o barracão de 1,2 mil metros quadrados dedicado à gestão de resíduos. Essa estrutura permitirá separação e correta destinação de materiais antes, durante e depois do evento, reforçando o compromisso da cooperativa e do evento técnico com práticas ambientalmente responsáveis.

Evolução

Com essas inovações e investimentos, o Show Rural Coopavel segue como referência global, combinando hospitalidade, tecnologia e respeito ao meio ambiente, reforça o presidente Dilvo Grolli. O tema da 37ª edição será Nossa natureza fala mais alto.

Fonte: Assessoria Coopavel
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.