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Reforço das barreiras da pele e mucosa intestinal de peixes com produtos específicos de leveduras

A preservação da saúde e do bem-estar dos peixes por meio da nutrição contribui efetivamente para preservar o desempenho biológico da produção.

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Fotos: Shutterstock

No contexto atual, há necessidade de garantir os volumes de produção e a qualidade desejados, controlando cuidadosamente os custos de produção. Manter a saúde dos peixes e minimizar o uso de antimicrobianos tornou-se um dos principais alvos em todo o setor aquícola. A prevenção por meio da nutrição graças a ingredientes funcionais tem sido reconhecida como uma abordagem valiosa. Dentre esses ingredientes funcionais, alguns produtos específicos de leveduras, como associação de frações de leveduras, podem contribuir para reforçar a robustez e a resiliência dos peixes a agressões e doenças externas e, assim, contribuir para o desempenho positivo da piscicultura.

Ao longo de todo o seu ciclo de criação, os peixes são constantemente expostos a uma série de fatores externos que ameaçam a integridade e o bom funcionamento do intestino e da mucosa da pele. Tais fatores incluem variações bruscas na qualidade e temperatura da água, crescimento de patógenos e agentes nocivos não infecciosos, bem como exposição a práticas de manejo necessárias, como superpopulação, manejo e transporte.

Estes insultos são tipicamente cumulativos, resultando em condições complexas e progressivamente agravantes ao intestino e à pele. Quando essas barreiras protetoras essenciais são comprometidas, as funções fisiológicas normais não podem ser mantidas, a imunidade é rompida, a saúde e o desempenho são comprometidos. Esses desafios ao complexo mucoso são parte dos principais desafios das exigências de metas de produção, de custo e de qualidade, que comprometem a sustentabilidade da piscicultura moderna.

Contra estas condições multifatoriais, estratégias com foco na prevenção são essenciais e devem incluir medidas que minimizem o estresse e promovam a robustez dos peixes, a resiliência aos estressores e a capacidade imunológica diante de quaisquer desafios reais. Ao surgir, medidas de intervenção que aumentam a resposta imune e a resiliência à doença, o reparo tecidual e a ingestão de alimento, ajudarão a recuperar o desempenho biológico imediato e de longo prazo.

A boa notícia é que, de acordo com publicações recentes nesta área, produtos específicos de leveduras podem participar desta estratégia global.

Nem todas as leveduras são iguais

Quando se trata de funcionalidade, nem todas as leveduras, nem produtos de levedura são equivalentes: tanto a composição genética da cepa quanto seu processo de produção podem influenciar suas propriedades e atividade in vivo. Distingue-se a levedura viva ativa usada como probióticos, de toda a levedura inativa, que pode vir sob várias formas. O extrato de levedura, que representa a fração solúvel da levedura inativa e pode ser utilizado como fonte rica em nutrientes e a parede celular da levedura, a camada externa que é a fração insolúvel da levedura inativada. A parede celular de levedura é uma fonte de mananoligossacarídeos (MOS) e β-glucanos (Figura 1).

 

A parede celular de levedura, como fonte de MOS, ajuda a aumentar a robustez do intestino e da pele por meio de vários mecanismos demonstrados, por exemplo, aumentando a maturidade intestinal, a excreção e a qualidade de muco da pele. A suplementação dietética contínua, com benefícios de parede celular de leveduras devidamente selecionadas e bem documentadas, é uma estratégia de saúde preventiva essencial para ajudar a garantir a saúde e o desempenho.

Estudo e resultados

Em recente pesquisa científica de 2023, pesquisadores avaliaram a relação entre a estrutura de distintos produtos de parede celular de leveduras e os benefícios imunes em modelo laboratorial de peixes, zebrafish (peixe paulistinha). Foram avaliados quatro produtos derivados da parede de leveduras de distintas cepas e avaliadas em alimentos de peixes em doses similares.
Além da composição da parede celular (MOS e β-glucanos), o estudo evidenciou uma relação entre certas características estruturais desta parede de levedura (p. ex. comprimento da cadeia de MOS e β-glucanos) e a interação com receptores de células do hospedeiro (Figura 2). Cada tipo de parede celular de levedura provocou uma resposta imune distinta, documentando suas propriedades específicas em relação a patologias infecciosas ou não-infecciosas.

Figura 2 – Composição bioquímica de quatro paredes celulares de leveduras PC 1, PC 2, PC 3 e PC 4 (A) e Capacidade de ligação do MOS e do β-glucano das paredes de levedura avaliadas (B).

Este novo estudo fornece uma ilustração perfeita da afirmação de que nem todas as leveduras, nem as paredes celulares de levedura, são iguais quando se trata de sua atividade biológica, abrindo caminho para a nutrição funcional de precisão na aquicultura.

Enfrentamento dos desafios no ciclo produtivo da aquicultura

O manejo da transferência e manuseio dos peixes é fundamental para o desempenho da aquicultura. Eles podem gerar estresse significativo, danos físicos e fisiológicos com impactos duradouros. Feridas físicas, tanto lesões macro quanto microscópicas, são evidentemente essenciais para minimizar, inclusive para prevenir infecções secundárias às quais os peixes manipulados são particularmente sensíveis.

Uma associação de frações de três leveduras inativas, produzidas utilizando-se de processo dedicado foi desenvolvida. Durante o desenvolvimento deste produto, combinou-se padrões microbianos de leveduras a um amplo painel de receptores imunológicos. Incluiu-se avaliações de respostas pró e anti-inflamatórias, aumentando a agilidade imunológica geral e a capacidade de resposta no intestino e da pele dos animais, sem risco de fadiga imunológica.

Em estudo publicado em 2023, outros estudiosos avaliaram que o uso deste aditivo de associação de frações de leveduras acelerou a cicatrização de feridas na pele de modelo de peixes, promoveu a resolução da inflamação, facilitando, assim, a síntese de tecido novo na base da ferida e seu fechamento, como pode ser observado na Figura 3.

Conclusão

A preservação da saúde e do bem-estar dos peixes por meio da nutrição contribui efetivamente para preservar o desempenho biológico da produção. Produtos específicos de parede celular de levedura têm se mostrado eficazes para aumentar a robustez dos peixes e proteger sua saúde, especialmente durante situações desafiadoras.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor da piscicultura brasileira acesse a versão digital de Aquicultura, que pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: Por François Cellier, mestre em Aquicultura e gerente Técnico e Desenvolvimento de Negócios de Aquicultura Latam na Lallemand Animal Nutrition; e Eric Leclercq, mestre em Aquicultura Sustentável, doutor em Fisiologia do Salmão Aplicada à Agricultura Industrial e gerente de P&D Global em Aquicultura na Lallemand Animal Nutrition. 

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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