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Qual é o caminho para obter produtividade com sustentabilidade na pecuária?
Os ionóforos são moléculas mais do que comprovadas na literatura e a campo que apresentam a capacidade de aumentar a produtividade do rebanho, assim como diminuir a produção de metano
Artigo escrito por Bruno Ieda Cappellozza, Ph. D., consultor técnico de Nutrição de Bovinos da Elanco Saúde Animal
Nos últimos anos, muito tem se falado sobre a necessidade do aumento da produtividade nas fazendas de corte brasileiras associado com o tema sustentabilidade. A palavra “sustentabilidade” apresenta diversas definições, mas na pecuária, o significado dessa palavra pode ser traduzido como o uso racional dos recursos naturais e do manejo com os animais, visando uma melhoria nos aspectos produtivos da fazenda.
Essa preocupação se dá pelo crescente aumento populacional e também pela pressão de uma população mais interessada na origem dos animais e dos sistemas produtivos em que os animais foram criados, que por sua vez, faz com que as atividades agropecuárias busquem a intensificação de maneira sustentável e racional.
Sabemos que existem diversas tecnologias e/ou ferramentas disponíveis que podem ajudar a atingir o status de sustentabilidade acima discutido. Mais especificamente para os ruminantes, e seguindo esse sentido, quais as ferramentas nutricionais disponíveis para atender a essas exigências do mercado?
Nesse artigo, discutiremos a utilização de uma tecnologia que possui a característica de aumentar a produtividade do rebanho, associado com o aspecto sustentável, incluindo a preocupação com a utilização racional dos recursos naturais e os efeitos para com o meio ambiente.
A tecnologia a ser apresentada em questão é o aditivo ionóforo, comumente utilizado nas dietas de gado a pasto e de confinamento do Brasil (Millen et al., 2009). É importante salientar que os aditivos ionóforos não são moléculas de uso comum entre os animais e os seres humanos, não sendo sujeitas aos questionamentos relativos à resistência antimicrobiana, tanto como em seu uso como promotor de crescimento, como no terapêutico dentro do rebanho, de acordo com a sua indicação de bula (WHO, 2016). Dentre os aditivos ionóforos, destacamos a monensina, narasina, salinomicina e lasalocida.
Esses produtos apresentam como principais benefícios a alteração na fermentação ruminal, favorecendo a produção de propionato, diminuindo a produção de acetato e butirato e também uma diminuição na proteólise ruminal que, invariavelmente irá diminuir a excreção de compostos nitrogenados através das fezes. Dada essa alteração na fermentação ruminal, os animais que recebem uma dieta contendo esses aditivos apresentam melhoria nas taxas produtivas, tais como ganho de peso diário (GPD), conversão alimentar (CA) e saúde ruminal/intestinal. Especificamente para o último ponto, a associação “sustentabilidade × produtividade” chama atenção, já que menos tratamentos com antibióticos/fármacos serão utilizados no sistema produtivo, resultando em maior qualidade dos produtos de origem animal.
Como resultado desse aumento nas taxas produtivas proveniente da utilização de aditivos ionóforos, a operação pecuária acaba tendo um giro produtivo e econômico mais rápido. Isso significa que o produtor consegue encurtar o período da recria e/ou engorda no confinamento e à pasto. Entretanto, outro ponto pouco discutido e aproveitado de algumas dessas moléculas (ex., monensina) é o aspecto ambiental. Em relação ao aspecto ambiental, podemos abordar de diversas maneiras, incluindo a economia de matérias-primas (ex., milho, soja, etc) utilizadas e oferecidas ao rebanho, o consumo de água que é extremamente relevante na produção pecuária, assim como a produção entérica de metano (CH4).
Mais especificamente, a alteração ruminal favorecendo a produção de propionato, com a subsequente redução de acetato e butirato, resultará em uma menor produção do gás metano. Isso se dá pelo fato de que íons de hidrogênio são liberados durante a produção ruminal de acetato e butirato, enquanto que esses mesmos íons são utilizados no processo produtivo de propionato. O metano é um gás envolvido no aquecimento global, sendo 25 vezes mais potente do que o dióxido de carbono (CO2; Forster et al., 2007) e altamente relacionado com a produção pecuária. Portanto, é interessante utilizarmos uma tecnologia que diminua a produção ruminal de metano.
O mecanismo pelo qual o ionóforo (ex., monensina) diminui a produção de metano ainda é questionado, com algumas linhas de pesquisa mostrando que essa molécula inibe diretamente a ação das bactérias metanogênicas ruminais, enquanto outras mostram que a inibição na produção de metano é pela escassez da disponibilidade dos íons de hidrogênio para serem utilizados na produção de metanogênese. Independentemente do processo, a afirmativa que pode ser feita é que a monensina pode ser utilizada, de maneira segura, na alimentação animal para otimizar a fermentação ruminal e diminuir a produção de metano, melhorando assim, os aspectos de sustentabilidade da pecuária.
Em resumo, esse artigo teve como objetivo apresentar uma das diversas tecnologias disponíveis na pecuária para melhorar os aspectos produtivos do rebanho, sem deixar de lado a preocupação ambiental dos sistemas de produção pecuária. Os ionóforos são moléculas mais do que comprovadas na literatura e a campo que apresentam a capacidade de aumentar a produtividade do rebanho (GPD e CA), assim como diminuir a produção de metano.
Fonte: Assessoria
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No Noroeste do Paraná, IAT organiza primeiro mutirão para regularização do CAR
Busca auxiliar proprietários rurais na regularização do Cadastro Ambiental Rural, registro obrigatório para todos os imóveis rurais do Estado.
O Instituto Água e Terra (IAT) promove pela primeira vez no Paraná um mutirão para auxiliar proprietários rurais na regularização do Cadastro Ambiental Rural (CAR), registro obrigatório de imóveis rurais de acordo com o Novo Código Florestal (Lei 12.651/2012). A ação será em municípios do Noroeste do Paraná: Japurá, na terça-feira (26), Guaporema, na quarta-feira (27), e em São Manoel do Paraná, na quinta-feira (28), sempre das 9h às 16h.
No mutirão, técnicos do órgão ambiental organizarão balcões de atendimento para tirar dúvidas sobre os processos do CAR, em temas como o acesso à Central do Proprietário/Possuidor, retificações e atendimento de notificações.
O chefe do escritório regional do IAT em Cianorte, Marcelo Aparecido Marques, aponta que o evento servirá para auxiliar e concluir as análises de CAR pendentes. Segundo ele, são mais de 5 mil cadastros nos 12 municípios de abrangência do núcleo, incluindo cidades selecionadas para a ação da próxima semana.
“A nossa regional passou recentemente pela análise dinamizada, que é um tipo de procedimento automático, que pode incluir grandes quantidades de imóveis rurais para serem analisados ao mesmo tempo. Os proprietários podem responder a pendências nessa modalidade de análise diretamente pelo site do CAR, mas para que isso aconteça, um apoio técnico é necessário. Por isso estaremos lá para ajudar”, diz.
Para que os técnicos possam prestar o auxílio será necessário os seguintes documentos: RG ou CPF do proprietário; certificado com validade de até 90 dias para comprovação de propriedade do imóvel (matrícula atualizada); e Contrato Social no caso de empresas. É a partir dessas informações que os processos serão consultados pela equipe.
“Mais da metade dos cadastros que passaram pelas análises estão em conformidade com o Novo Código Florestal, ou seja, regulares ambientalmente. Portanto, demandam apenas de uma confirmação do proprietário. Já o restante necessita de algumas complementações. Em ambos os casos, estaremos à disposição para ajudar os proprietários a solucionar essas questões”, explica Marques.
Ele lembra ainda que os imóveis que estão em conformidade com o Novo Código já podem acessar a subvenção de 0,5% na taxa de juros do crédito de custeio. Ou seja, um benefício concedido aos agricultores que forem solicitar suporte de instituições financeiras para a produção agrícola, o que ajuda a custear a produção e comercialização de itens agropecuários.
Essa é a primeira vez que um mutirão desse tipo é organizado no Paraná e servirá como base para ações similares em outras regionais. “Elaboramos esse modelo junto com a equipe do CAR do IAT para agilizar a regularização das áreas rurais no Estado. Se ele funcionar, conseguiremos aplicar esse mesmo método em outros municípios, o que vai fazer com que o Paraná se destaque em nível nacional na regularização do CAR”, complementa ele.
CAR
O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é o registro público eletrônico de âmbito nacional obrigatório para todos os imóveis rurais. Agrega informações ambientais das propriedades e posses rurais referentes às Áreas de Preservação Permanente (APP), de uso restrito, de Reserva Legal, de remanescentes de florestas e demais formas de vegetação nativa. Também integra informações de áreas consolidadas, compondo base de dados para controle, monitoramento e planejamento ambiental e econômico.
Para efetuar o CAR no Estado, o proprietário precisa acessar o site do Sicar e baixar o aplicativo de cadastro. Neste, devem ser incluídas as informações pessoais, a documentação e as características físicas da propriedade.
Após a adesão e análise dos dados por meio do CAR, o produtor rural terá todas as recomendações de como se adequar à legislação e poderá fazer a adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA). A proposta oferece um conjunto de ações voltadas a regularizar, recuperar áreas de preservação permanente (APP), de uso restrito e compensar áreas de reserva legal.
Para mais informações sobre o CAR, acesse clicando aqui.
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Jornalistas da América do Sul conhecem soluções e pesquisas para sustentabilidade da agropecuária brasileira
Evento deu oportunidade para que jornalistas de países da América do Sul participassem de debates com especialistas sobre este e outros assuntos que impactam o cenário do agronegócio global.
Como o investimento em ciência e inovação posicionou a agropecuária brasileira como benchmark global, aliando produtividade e conservação ambiental, foi um dos destaques da “2ª Press Tour da BASF Soluções para Agricultura”, realizado em Santo Antônio de Posse, SP, no dia 6 de novembro. O evento deu oportunidade para que jornalistas de países da América do Sul participassem de debates com especialistas sobre este e outros assuntos que impactam o cenário do agronegócio global, como as mudanças climáticas e a adoção de tecnologias inovadoras nos sistemas de produção, destacadamente do cultivo de grãos
Num painel mediado por Marcelo Batistela, vice-presidente da BASF Soluções para Agricultura Brasil, Gustavo Spadotti, chefe-geral da Embrapa Territorial, e Luiz Fernando Gutierrez, consultor de mercado especializado em soja e milho da Safras & Mercado, discutiram questões importantes para o agronegócio. O foco da conversa foram temas como sustentabilidade e as dinâmicas atuais do mercado agrícola.
Spadotti apresentou dados que demonstram o atual cenário do uso e ocupação das terras no Brasil, ressaltando a contribuição dos produtores de soja para a preservação ambiental. Análises da Embrapa Territorial mostram que as áreas destes imóveis rurais estão reservadas à manutenção da vegetação nativa e seus respectivos serviços ecossistêmicos, como a preservação da fauna, flora e recursos minerais, inclusive a água. Ao cumprir a legislação vigente, destacadamente o Código Florestal Brasileiro, o produtor rural brasileiro, dentre os quais os sojicultores, dedicam cerca de 33% do território brasileiro, ou 49% dos seus imóveis, à preservação da vegetação nativa. “Boa parte destas áreas são aptas para a produção de alimentos, fibras ou bioenergias, mas os produtores as imobilizam em prol da biodiversidade animal, vegetal e mineral”, destaca Spadotti.
Ele também comentou sobre práticas sustentáveis que aumentaram a eficiência agropecuária da produção brasileira e reduziram o impacto ambiental, como o plantio direto, a fixação biológica de Nitrogênio e os sistemas integrados, com destaque para a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. Spadotti mencionou ainda a importância de novas tecnologias e boas práticas, como o melhoramento genético, a edição gênica e o uso correto de insumos e defensivos agrícolas para ampliar esses resultados. “Ainda existe uma grande amplitude de produtividade entre os produtores mais tecnificados da média nacional. Nosso papel é não só gerar tecnologias adaptadas aos biomas e tipologias de produtores, mas fazer com que elas sejam transferidas e implementadas junto aos nossos homens em mulheres do campo”, ressalta o chefe da Embrapa Territorial.
A conversão das pastagens brasileiras degradadas é outra oportunidade promissora, capaz de aumentar a produtividade sem expandir a fronteira agrícola. Spadotti detalhou o Plano Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas, um programa do Governo Federal que visa transformar mais de 40 milhões de hectares em áreas produtivas nos próximos 10 a 15 anos. Dentro desse programa, a Embrapa Territorial contribui com estudos para avaliar a aptidão agrícola de pastagens, considerando o seu nível de degradação, e a repartição territorial destas áreas em função do tamanho dos imóveis rurais. Será um elemento-chave no direcionamento e alocação dos recursos desta política pública.
Em relação às mudanças climáticas, Spadotti informou que a Embrapa vem trabalhando em duas frentes: mitigação e adaptação. Para amenizar os efeitos climáticos, ele deu exemplos de boas práticas, como agricultura regenerativa, soja e carne de baixo carbono, e os sistemas integrados. Para adaptação, a Empresa propõe uma rede de agrometeorologia e genética, cada vez mais adaptada às mudanças climáticas, focadas nas grandes culturas, como soja, milho e trigo e outros cultivos, como frutas, hortaliças e também bioinsumos.
Visão dos jornalistas estrangeiros
Com várias visitas ao Brasil, o jornalista paraguaio David Mencia já estava familiarizado com o trabalho desenvolvido pela agricultura brasileira, mas contou ter se surpreendido com a informação de que as áreas de pastagens degradadas possuem potencial para serem reintegradas ao sistema de rotação. “Isso demonstra que o Sistema de Semeadura Direta, ou Plantio Direto, continuará a se expandir como modelo conservacionista”, afirmou.
Já a jornalista argentina Carola Urdangarin, inicialmente, associava a agricultura brasileira a um modelo mais voltado para altos rendimentos, semelhante ao dos Estados Unidos, com foco menor em práticas sustentáveis. No entanto, ao comparar os sistemas produtivos de seu país com os do Brasil, ela percebeu semelhanças. Assim como os produtores brasileiros, os agricultores argentinos também adotam novas tecnologias e preocupam-se com a adoção de práticas sustentáveis. Contudo, Carola observa que, apesar disso, os produtores argentinos não conseguem alcançar a mesma rentabilidade que seus pares brasileiros. Ela acredita que as questões regulatórias podem ser um fator que dificulta o processo de maior lucratividade na Argentina.
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Sindirações apresenta dois novos associados
Sul Óxidos e Purefert do Brasil passam a integrar o quadro de associados da entidade, reforçando a cadeia produtiva na promoção de parceiras estratégicas.
O Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal – Sindirações anuncia a chegada de duas novas empresas no seu quadro de associados: Sul Óxidos e Purefert do Brasil. No total, a entidade representa cerca de 90% da indústria de alimentação animal. Para Ariovaldo Zani, CEO do Sindirações, essa movimentação vai de encontro com um dos principais objetivos da entidade, que é dar voz para as empresas e defender os principais interesses do setor.
Com mais de 20 anos de experiência, a Sul Óxidos é referência na produção de óxido de zinco e sulfato de zinco, além da comercialização de ânodos, zinco metálico e outros metais não ferrosos. Comprometida com a excelência, a empresa foca na melhoria contínua de seus processos e na garantia da qualidade de seus produtos, atuando com responsabilidade ambiental e priorizando a redução de resíduos sólidos e efluentes, a fim de minimizar os impactos ambientais.
De acordo com Jorge Luiz Cordioli Nandi Junior, Engenheiro Agrônomo da Sul Óxidos, “a filiação ao Sindirações é vital para reforçar sua presença no setor de alimentação animal e fomentar parcerias estratégicas. A associação garante acesso a informações essenciais sobre tendências do mercado, regulamentações e práticas de excelência. Além disso, a Sul Óxidos se posiciona para defender os interesses da indústria, moldando políticas que beneficiam o segmento. A colaboração com outros líderes do setor facilita a troca de inovações e conhecimentos, fortalecendo a competitividade e a sustentabilidade da empresa nesse nicho crucial”, comenta.
Já o grupo Purefert atua como fornecedor de fertilizantes premium para clientes em todo o mundo. Com contratos estratégicos de fornecimento de longo prazo com fornecedores líderes, a Purefert está na vanguarda das mais recentes inovações em qualidade de produto e agregação de valor à cadeia de fornecimento para seus clientes. A empresa é líder de mercado em produtos à base de Fosfato.
“A associação da Purefert ao Sindirações é estratégica por proporcionar acesso a informações técnicas e regulatórias, participação em grupos de trabalho que definem tendências do mercado, suporte em questões jurídicas e tributárias, além de oportunidades de networking para parcerias e inovações. Essa conexão fortalece a competitividade e a conformidade da empresa no mercado”, afirma Thiago Janeri, trader da Purefert.