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Pesquisa aponta nível de confiança de médio para baixo entre produtores mundiais

A situação financeira de muitas fazendas é atualmente tensa na Europa, cita o documento, com riscos que eles enfrentam nos próximos 12 meses difíceis de calcular

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A pesquisa da Sociedade Agrícola Alemã (DLG-Agrifuture Insights) de outubro, que inclui a China pela primeira vez, foca nas expectativas futuras dos negócios dos agricultores e pecuaristas ao redor do mundo. As condições de seca resultaram em safras menores e custos mais altos de produção de leite na Europa, a Peste Suína Africana apresenta uma maior risco para o setor de suínos do continente. A pesquisa, obtida pelo jornal O Presente rural, avalia cenários da Alemanha, Holanda, Reino Unido, Brasil e China.

A situação financeira de muitas fazendas é atualmente tensa na Europa, cita o documento, com riscos que eles enfrentam nos próximos 12 meses difíceis de calcular”. “As condições de seca deixaram as fazendas ??com menores rendimentos, enquanto as operações de lácteos tiveram que comprar ração como resultado do crescimento comprometido da pastagem. Suinocultores, entretanto, enfrentam a crescente ameaça da Peste Suína Africana (PSA). Não é de surpreender, portanto, que os profissionais agrícolas considerem as suas perspectivas de desenvolvimento de negócios nos próximos 12 meses como mistas”. O gráfico da pesquisa (veja) mostra como isso se aplica a uma seleção dos países pesquisados.

 

ALEMANHA

Na Alemanha, as expectativas caíram para um valor médio de 3 pontos, em escala de 1 a 5. Além de uma perda de vendas devido a rendimentos mais baixos, os agricultores ??também devem estar preparados para os riscos associados à semeadura durante a seca contínua. “Atualmente, as colheitas de colza oleaginosa são mais vulneráveis, mas o clima seco contínuo pode afetar os cereais de inverno se eles não se estabelecerem suficientemente antes do inverno. Os produtores de gado leiteiro, por sua vez, não têm o suprimento básico de ração devido à seca, o que significa custos mais altos. Os criadores de suínos enfrentam grandes riscos econômicos da PSA, que está invadindo o Leste, e também foram encontrados recentemente em javalis na Bélgica, e isso atenuou suas expectativas para o desenvolvimento de negócios. Apesar dessas inseguranças, o agricultor na Alemanha avalia as expectativas de negócios para os próximos 12 meses em comparação com os últimos dez anos em um nível médio”, cita.

 

HOLANDA

Na Holanda, as perspectivas de negócios se deterioraram significativamente em comparação com a pesquisa realizada no outono de 2017. “Também a seca está causando tormento a fazendeiros e produtores de leite, enquanto todos os pecuaristas enfrentam despesas para cumprir novas cotas de fósforo. A PSA está novamente nublando as expectativas de desenvolvimento de negócios para suinocultores holandeses nos próximos 12 meses. Além disso, as restrições governamentais à produção estão levando a menos otimismo para o desenvolvimento de negócios”, cita a pesquisa.

 

REINO UNIDO

O foco dos agricultores no Reino Unido é muito sobre a futura política agrícola após o Brexit. “Os sinais atuais são de que os níveis de apoio existentes continuarão por um tempo, mas espera-se que os pagamentos se tornem mais vinculados aos benefícios públicos. No entanto, tal como na União Europeia, não é de excluir uma degradação dos subsídios agrícolas”.

 

CHINA

Os agricultores na China foram pesquisados ??pela DLG-Agrifuture Insights pela primeira vez, e eles também têm expectativas médias para o desenvolvimento de negócios nos próximos 12 meses. “Surto de PSA no Extremo Oriente já resultou em abates de estoque e restrições ao movimento de porcos. O medo de uma maior disseminação da doença está levando à incerteza sobre o desenvolvimento futuro e, consequentemente, silencia as perspectivas de negócios. No entanto, os produtores de leite são ainda mais cautelosos com suas expectativas do que os produtores de suínos. O leite é frequentemente produzido em locais menos favoráveis, que incorrem em custos significativos de transporte, de modo que os produtores de leite dificilmente se beneficiam da demanda interna por seus produtos”.

 

RÚSSIA

Na Rússia, há expectativa de um declínio nos negócios nos próximos 12 meses. “De fato, os agricultores russos também enfrentam alguns riscos comerciais, como uma safra menor de grãos, que resultou em expectativas de receitas menores, diminuindo as expectativas dos agricultores de desenvolver seus negócios apenas como leves. Em contraste, os criadores de porcos russos são muito mais otimistas. Seu mercado está atualmente protegido das importações por sanções e contramedidas. Isso significa que as vendas internas são protegidas, o que deve permitir que essas empresas se desenvolvam de forma positiva”.

 

BRASIL

Enquanto isso, no Brasil, a disputa comercial entre os Estados Unidos e a China impulsionou as compras de traders chineses em busca de fontes alternativas de proteína, avalia a DLG. “Como resultado, os produtores de soja do país estão confiantes sobre o curso de seus negócios durante os próximos 12 meses. Os avicultores, no entanto, estão sob pressão devido às restrições de exportação resultantes de problemas sanitários, e suas perspectivas se deterioraram”, aponta o documento.

 

PESQUISA

O DLG-Agrifuture Insights proporciona uma melhor compreensão dos desenvolvimentos que ocorrem nas regiões agropecuárias mais importantes do mundo, em um momento em que o setor e o seu ambiente estão mudando rapidamente e as tecnologias, mercados e relações de mercado, estruturas e processos passam por uma transição.

As conclusões são alcançadas questionando um painel global formado por dois mil agricultores e pecuaristas voltados para o futuro, com pesquisas realizadas todo mês de fevereiro/março no hemisfério Sul e todo mês de agosto/setembro no hemisfério Norte. As conclusões são complementadas por pesquisas contínuas de fundo e entrevistas regulares com os principais tomadores de decisão.

Fonte: Ass. de Imprensa

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Fotos: Shutterstock

Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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