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Pescar terra adentro

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Espalhe: investir em aquicultura, ou criação de peixes em fazendas, gera renda, desenvolvimento social, segurança alimentar e fortalece as exportações. Isso ainda é mais verdadeiro no Brasil, que possui em torno de 12% das reservas de água doce do planeta e ocupa posição de liderança na produção de grãos, indústria cujos subprodutos podem servir como matéria-prima abundante para alimentar peixes.
O potencial aquícola verde-amarelo é evidente e já chamou a atenção do mundo. O banco holandês Rabobank, grande financiador do setor agropecuário mundial, apontou o nosso país como futura potência da aquicultura.
No Brasil já produzimos 640 mil toneladas de peixe em cativeiro. Quem visita os mercados de pescado no Ceará, por exemplo, pode escolher, à beira-mar, entre o camarão capturado no oceano ou aquele criado em fazendas.
O crescimento do mercado para os peixes e camarões criados em tanques tem razões sólidas. Para quem vende, uma vantagem da criação é a constância da oferta. A produção do mar, extrativa, oscila com o clima e com a intensidade da pesca. Para quem compra, o camarão criado em tanques pode custar metade do preço daquele que é pescado.
A aquicultura, no Brasil, é um negócio de R$ 5 bilhões, mobiliza 800 mil profissionais e envolve 3,5 milhões de empregos diretos e indiretos. Entre 2000 e 2009, o consumo anual de peixes de cada brasileiro aumentou 30% e o de carne bovina apenas 10%. Aos poucos, a criação de peixes e de outros organismos da água vem tomando espaço da pesca. Quase a metade dos peixes consumidos no mundo já não vem desta atividade extrativa. O cultivo de peixes e assemelhados, de água doce e salgada, perfaz mais de 43% de toda a produção de pescado no Brasil.
O consumo de pescado cresce em todo o mundo e chegou a 10 kg/habitante/ano no Brasil. Pela primeira vez, a produção de pescado supera a produção de carne bovina. A pesca não é mais capaz de atender sozinha a esse ritmo de crescimento da demanda mundial pela proteína que vem das águas. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) prevê que, em 2030, dois terços dos peixes consumidos no mundo virão das criações.
O Brasil tem condições excelentes para o desenvolvimento da aquicultura. O território nacional tem 5,5 milhões de hectares em lâminas d’água, represadas em hidrelétricas e lagos naturais. O uso de apenas 55 mil hectares (1%) seria suficiente para dobrar a atual produção de pescados.
É negócio de alto rendimento. Na mesma área onde um criador de gado obtém mil quilos de carne, são produzidas 10 toneladas de peixe. É possível produzir em áreas degradadas, como as de extração mineral, em consórcio com outras atividades, inclusive aproveitando nutrientes e efluentes (de suínos, por exemplo). Espécies de peixe nativas como o pirarucu crescem com velocidade surpreendente e têm um couro cobiçado pela indústria da moda.
Na Amazônia, o pirarucu pode alcançar até 10 quilos com um ano de cultivo. O tambaqui rende 80 quilos por metro cúbico em tanques-rede. A africana tilápia, cuja genética tem sido melhorada, no Brasil, nos últimos 40 anos, pode render, em viveiros escavados, 12 toneladas por hectare.
Os benefícios da expansão da aquicultura são múltiplos. Essa dieta de proteínas de alta qualidade vai estar acessível a grande parte da população, pelo aumento da oferta e redução dos preços. A produção em pequenas propriedades pode gerar renda e garantir a segurança alimentar nas regiões mais pobres, sem falar que existe uma avenida de oportunidades com os peixes ornamentais brasileiros, em que os pequenos produtores poderiam se inserir com certeza. Além disso, a domesticação de espécies nativas vai reduzir a pesca, preservando a biodiversidade dos rios, lagos e mar territorial do Brasil.
Por isso, no Brasil, aquicultura é política pública. Em 2009, criou-se o Ministério da Pesca e Aquicultura e um centro de pesquisas, a Embrapa Pesca e Aquicultura, em Tocantins, que forma uma grande rede de pesquisa e inovação, com universidades, órgãos estaduais e o setor privado. Há um Plano Safra de Pesca e Aquicultura em curso e o BNDES já disponibilizou mais de R$ 4 bilhões em créditos aos produtores. Agora, o banco negocia investir R$ 45 milhões num projeto nacional de desenvolvimento de tecnologias pela Embrapa e seus parceiros.
Há um desafio enorme pela frente. Para cada quilo que se deseje aumentar na média de consumo nacional, é preciso produzir mais 200 mil toneladas de pescado por ano. Com conhecimento, políticas públicas e espírito empreendedor o Brasil construiu a bonança dos grãos. Com a mesma receita, certamente pode ousar uma versão moderna do bíblico milagre da multiplicação dos peixes.
Maurício Antônio Lopes (Presidente da Embrapa) Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária 

Fonte: Embrapa

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Comércio exterior e logística no setor agropecuário: desafios e oportunidades para o transporte e escoamento

Exportações de soja em outubro, caíram 22,9% em relação ao mês anterior, um reflexo de flutuações no mercado, mas o acumulado de 2024 manteve-se robusto, com 94,2 milhões de toneladas exportadas de janeiro a outubro.

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Fotos: Claudio Neves

O mercado de fretes e a logística de escoamento se destacam como elementos essenciais no atual cenário da agricultura brasileira, especialmente diante do crescimento expressivo da produção de grãos previsto para a safra 2024/25. A estimativa de 322,53 milhões de toneladas de grãos, um aumento de 8,2% em relação à safra anterior, traz desafios adicionais para a infraestrutura de transporte e os processos logísticos do país. A análise consta na nova edição do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta sexta-feira (22).

A melhoria nas condições climáticas tem favorecido o avanço das semeaduras, com destaque para as culturas de soja e milho, mas, para que a produção chegue ao mercado internacional, é crucial um sistema de escoamento eficiente. Nesse sentido, os portos brasileiros desempenham papel fundamental, especialmente os do Arco Norte, que têm se consolidado como uma via vital para exportação. Em outubro de 2024, os portos do Arco Norte responderam por 35,1% das exportações de grãos, superando a participação de 33,9% registrada no mesmo período de 2023.

Com o aumento da produção de soja e milho, as expectativas de escoamento nos próximos meses apontam para um cenário desafiador, com necessidade de otimizar os fretes para atender ao crescimento das exportações. Em outubro, as exportações de soja caíram 22,9% em relação ao mês anterior, um reflexo de flutuações no mercado, mas o acumulado de 2024 manteve-se robusto, com 94,2 milhões de toneladas exportadas de janeiro a outubro. Já as exportações de milho, que enfrentam uma redução de 34,1% nas estimativas para a safra 2023/24, exigem adaptação no transporte, uma vez que a oferta menor pode reduzir a demanda por fretes no curto prazo, mas com aumento da competição por capacidade logística.

A movimentação de fertilizantes, por sua vez, também demanda atenção na logística. Em outubro de 2024, os portos brasileiros importaram 4,9 milhões de toneladas de fertilizantes, o que representa um incremento de 5,9% em relação ao mês anterior. Este crescimento contínuo na importação exige um cuidado especial no transporte desses insumos, visto que o Brasil é um dos maiores compradores internacionais e uma base importante de consumo de fertilizantes.

Por outro lado, o transporte de cargas no Brasil segue enfrentando desafios estruturais. De acordo com o Boletim da Conab, a ampliação das capacidades de escoamento nos portos, especialmente no Arco Norte, é uma estratégia chave para lidar com o aumento do volume de exportações e garantir que os fretes se mantenham competitivos.

Em suma, a logística no setor agropecuário brasileiro se apresenta como um elo crucial para garantir o sucesso das exportações de grãos. A integração entre os diferentes modais de transporte, o aprimoramento da infraestrutura portuária e a adaptação às demandas de escoamento serão decisivos para que o Brasil continue sendo um dos maiores exportadores de commodities agrícolas do mundo.

Fretes

Em outubro de 2024, os preços do frete apresentaram variações significativas entre os estados brasileiros. Os preços subiram em estados como Bahia, Goiás e Minas Gerais e Distrito Federal, principalmente devido ao aumento na demanda, impulsionado pela exportação de grãos e a importação de fertilizantes. Em Goiás, a melhora nos preços do milho também gerou aumento na demanda por fretes. Já em estados como Paraná, Piauí e São Paulo, os preços ficaram mais baratos, com o Paraná registrando uma redução de 16,67% na região de Cascavel, refletindo a baixa demanda por grãos. No Piauí, a diminuição nas exportações de soja resultou em uma queda de 4,10% no mercado de fretes. Por outro lado, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul apresentaram estabilidade nos preços, com pouca variação nas cotações, devido a um equilíbrio entre a demanda e a oferta de fretes.

O Boletim Logístico da Conab é um periódico mensal que coleta dados em dez estados produtores, com análises dos aspectos logísticos do setor agropecuário, posição das exportações dos produtos agrícolas de expressão no Brasil, análise do fluxo de movimentação de cargas e levantamento das principais rotas utilizadas para escoamento da safra. Confira a edição completa do Boletim Logístico – Novembro/2024, disponível no site da Companhia.

Fonte: Assessoria Conab
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Clima favorável impulsiona cultivos da primeira safra, aponta boletim de monitoramento

Precipitações regulares e bem distribuídas criaram um ambiente propício para a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

As condições climáticas favoráveis nas primeiras semanas de novembro impactaram positivamente o cenário agrícola brasileiro. Na região Central do país, precipitações regulares e bem distribuídas criaram um ambiente propício para a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra.

O Norte-Nordeste experimentou uma expansão das áreas beneficiadas por chuvas, incluindo regiões do Matopiba que anteriormente enfrentavam déficit hídrico. Esse cenário impulsionou o processo de semeadura na maior parte dessa região.

Foto: Gilson Abreu

Em contraste, o Sul do país registrou uma redução nas precipitações, o que facilitou o avanço da colheita do trigo e a semeadura dos cultivos de primeira safra. De modo geral, as condições agroclimáticas se mostraram favoráveis, proporcionando umidade adequada para o desenvolvimento das lavouras.

No Rio Grande do Sul, a semeadura do arroz progrediu significativamente, com a maior parte concluída dentro do período considerado ideal. A maioria das lavouras encontra-se em fase de desenvolvimento vegetativo, beneficiando-se das condições climáticas que favoreceram a germinação e o estabelecimento das plantas. Em Santa Catarina, temperaturas médias e incidência solar adequadas contribuíram para o bom desenvolvimento das culturas.

Estas informações estão presentes no Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA), publicado mensalmente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em parceria com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Grupo de Monitoramento Global da Agricultura (Glam).

A versão completa do Boletim está disponível para consulta no site oficial da Conab, acesse clicando aqui.

Fonte: Assessoria Conab
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Show Rural investe em obras para melhorar experiência de visitantes

Com o objetivo de garantir mais conforto e eficiência à experiência de visitantes e expositores, várias obras físicas acontecem no parque e serão entregues já para a 37ª edição.

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Fotos: Divulgação/Coopavel

Avançam os preparativos para a 37ª edição do Show Rural Coopavel, evento que reafirma o Oeste do Paraná como um dos principais polos do agronegócio mundial. De 10 a 14 de fevereiro de 2025, visitantes do Brasil e do exterior terão acesso a um espaço renovado, com melhorias que reforçam o compromisso da Coopavel com a inovação, a sustentabilidade e a excelência em infraestrutura. “Melhorar continuamente é uma das regras que fazem o sucesso do Show Rural, referência em inovações e tendências para o agronegócio”, destaca o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli.

Com o objetivo de garantir mais conforto e eficiência à experiência de visitantes e expositores, várias obras físicas acontecem no parque e serão entregues já para a 37ª edição. O restaurante do parque está em ampliação em 500 metros quadrados, permitindo o atendimento de mais mil pessoas por refeição. A área de entrega de bebidas é reformulada para otimizar o fluxo, enquanto novos buffets, mesas e utensílios foram adquiridos para manter o alto padrão de qualidade em uma estrutura com capacidade para servir mais de 40 mil refeições diariamente.

A mobilidade no parque também recebe melhorias. São mais de seis mil metros quadrados de ruas asfaltadas. Uma das novidades mais aguardadas é a cobertura da Rua 10, que conecta o Portal 4 ao Pavilhão da Agricultura Familiar. Com 400 metros lineares, essa obra, viabilizada em parceria com a Barigui/Volkswagen, eleva para mais de 6,2 mil metros quadrados a área coberta do parque, garantindo conforto aos visitantes em qualquer condição climática, observa o coordenador geral Rogério Rizzardi.

Para ônibus

Para receber caravanas de todo o Brasil e de outros países será criado um estacionamento exclusivo para ônibus com capacidade para 400 veículos. Estrategicamente localizada, a nova estrutura promete praticidade e organização para os grupos que participam da maior mostra de tecnologia para o campo da América Latina.

Outro destaque é o barracão de 1,2 mil metros quadrados dedicado à gestão de resíduos. Essa estrutura permitirá separação e correta destinação de materiais antes, durante e depois do evento, reforçando o compromisso da cooperativa e do evento técnico com práticas ambientalmente responsáveis.

Evolução

Com essas inovações e investimentos, o Show Rural Coopavel segue como referência global, combinando hospitalidade, tecnologia e respeito ao meio ambiente, reforça o presidente Dilvo Grolli. O tema da 37ª edição será Nossa natureza fala mais alto.

Fonte: Assessoria Coopavel
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