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Paraná pode encerrar safra 2015/16 com produção de 35,6 milhões toneladas

Estado teve safra 6% menor neste ano por causa do clima. O inverno foi um dos mais rigorosos dos últimos 20 anos, com sucessivas geadas

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O Paraná está encerrando a safra 2015/16 com expectativa de produção de 35,6 milhões de toneladas de grãos, cerca de 6% inferior à do ano passado (2014/15), quando alcançou 38 milhões de toneladas e teve clima com menos adversidades. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, que divulgou o levantamento, o resultado final só será conhecido após a colheita de trigo, que vai até novembro, e o desempenho da safra ainda está sujeito às alterações do clima.

As duas últimas grandes lavouras do ciclo anual de grãos que estão em campo são o milho da segunda safra e o trigo. Mas os indicativos já apontam uma consolidação da projeção que está sendo feita, diz o diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni.

Ele explica que o Paraná teve safra menor neste ano em decorrência do clima, com um dos invernos mais rigorosos dos últimos 20 anos, que reduziu a produtividade das lavouras. Além de sucessivas geadas, o Paraná enfrentou excesso de chuvas no verão do ano passado e seca na sequência.

A expectativa agora é que a comercialização da produção da segunda safra de milho e dos cereais de inverno, liderada pelo trigo, corresponda aos anseios dos produtores e que os preços hoje praticados não sofram queda abrupta devido a uma melhor oferta sazonal, considerando que a produção brasileira atende apenas 40% das necessidades de consumo. A produção de trigo deverá entrar em uma fase de disputa com a da Argentina e dos Estados Unidos, que são os principais fornecedores do Brasil e tiveram boa produção este ano.

“O produtor investiu em tecnologia e agora é hora de colher e vender. O fator clima e preço neste final de ciclo são determinantes para ele consolidar o planejamento e fechar o ciclo de produção e comercialização da safra 2015-2016 com margens menores devido à queda dos preços das commodities, mas sem sobressaltos”, disse. 

Segundo Simioni, as lavouras de inverno são recomendadas pela pesquisa e a assistência técnica para que ocorra rotação de culturas, diminuindo a incidência de pragas e doenças e também para baixar custos. “É muito caro para o produtor deixar áreas sem lavouras por quatro meses por ano”, explicou ele.

Para o milho, a situação se inverte, com tendência de os preços se manterem firmes em função da menor oferta no Estado e em todo o País e por ser esse um período de entressafra. Com isso os riscos de queda acentuada dos preços é menor comparativamente ao trigo.

Trigo

A expectativa para a colheita de trigo é de uma safra cheia, que pode atingir um volume de 3,3 milhões de toneladas, quase igual à anterior, que chegou a 3,28 milhões de toneladas. Porém, nesta safra houve um recuo de 20% na área plantada.

Este ano, o Paraná plantou um total de 1,08 milhão de hectares. E no ano passado, a área ocupada alcançou 1,35 milhão de hectares. A produtividade, maior, que poderá ser alcançada este ano, vai compensar a perda de área, como explicou o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Hugo Godinho. “Apesar dos sustos com o clima no início do ciclo, como seca, seguido de chuvas e de geadas, eles não afetaram o trigo que ainda estava em estágio de desenvolvimento”, disse o técnico.

O trigo está praticamente plantado em todas as regiões do Estado e a colheita já começou a partir da região Norte, devendo ser finalizada até novembro na região Sul. Até lá, há duas preocupações, ressaltou Godinho.

Cerca de 80% das lavouras ainda estão em fase suscetível à geada e ainda há previsões de geadas tardias que podem atingir a região Sul do Estado, justamente onde se concentram as lavouras de trigo em fase de risco.

Outra preocupação – continuou Godinho – é com a possibilidade de ocorrência de chuvas na colheita, que prejudicam a qualidade dos grãos e também podem impor perdas severas às lavouras.

O Deral prevê bom escoamento da produção neste início de safra, apesar dos preços com tendência de declínio. 

Atualmente o trigo está sendo vendido, pelo produtor, por cerca de R$ 40,00 a saca com 60 quilos, ligeiramente acima do preço mínimo do governo federal, que é de R$ 38,65 a saca. Segundo Godinho, a tendência é de queda nos preços do grão, à medida que se intensifica a colheita e aumenta a oferta.

Além disso, esse cenário pode se agravar com a entrada de trigo da Argentina e dos Estados Unidos, que pode baixar ainda mais o preço pago ao produtor.

“Como o período atual é de planejamento para a safra do ano que vem, em função da necessidade de comprar já os insumos necessários para a produção, a expectativa é de queda drástica na área plantada com trigo em 2017”, prevê o técnico.

Milho Safrinha

A segunda safra de milho plantada no Paraná, a de milho safrinha, está em final de ciclo, com 93% da área plantada já colhida. O volume de produção deverá atingir 10,9 milhões de toneladas, cerca de 15,7% menor que o volume esperado. 

A sequência de eventos climáticos durante o ciclo de desenvolvimento do milho safrinha, como falta de chuvas, seguida de geadas, provocou a perda de 2 milhões de toneladas, que está fazendo falta no mercado agora.

Segundo o técnico que acompanha o milho no Deral, Edemar Gervásio, a região Norte do Estado foi a mais afetada e deixou de colher 1,3 milhão de toneladas em relação ao esperado.

“Há escassez de produção de milho em todo o País, a produção nacional tem perdas acima de 15 milhões de toneladas do grão, podendo ultrapassar 20 milhões de toneladas”, disse o técnico. Com isso, os preços do grão explodiram no mercado, o que está compensando os prejuízos com a perda física da lavoura. Os produtores não esperavam a reação dos preços no mercado.

Cerca de 60% da segunda safra já está vendida e o escoamento total da produção poderá movimentar um total de R$ 6 bilhões, em preços pagos ao produtor 50% a mais ao que ocorreu no ano passado, quando a produção total comercializada rendeu aos produtores cerca de R$ 4 bilhões, estima o técnico que acompanha o milho no Deral, Edmar Gervásio.

O milho foi comercializado, no ano passado inteiro, por uma média de R$ 21,68 a saca com 60 quilos. Já este ano, até agosto, a média está em R$ 35,00 a saca, uma alta de 60% em relação ao ano passado.

Além da oferta menor, também influencia no preço a desvalorização do real ocorrida no início deste ano e também uma elevação no consumo do grão por parte das principais cadeias produtivas que consomem milho, como a avicultura e a suinocultura. “Essa combinação de escassez mais aumento de consumo pelas cadeias produtivas, resultaram na explosão das cotações”, avaliou Gervásio.

Fonte: AEN/Pr

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2024 marca a celebração dos 100 anos da chegada da soja no Brasil

Comemoração culminará na Fenasoja, feira multissetorial, que será realizada entre os dias 29 e 8 de dezembro, em Santa Rosa (RS), considerada o “Berço Nacional da Soja”

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Em novembro de 2024, Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, será palco da comemoração histórica - Foto: Shutterstock

Em novembro de 2024, Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, será palco de uma comemoração histórica: os 100 anos da chegada da soja no Brasil. Mais do que um evento, a Fenasoja, que é a maior feira multissetorial do Brasil, será um marco para celebrar o legado da soja, desde sua chegada até seu papel transformador na economia, na agronomia e no aspecto social do País. A Fenasoja ocorre de 29 de novembro a 08 de dezembro na cidade que é considerada o “Berço Nacional da Soja”.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Embora haja registros históricos que apontam para cultivos experimentais de soja na Bahia já em 1882, foi em novembro de 1914, com o grão trazido pelo pastor Albert Lehenbauer, que a soja é oficialmente introduzida no Rio Grande do Sul, estado que apresenta condições climáticas similares às das regiões produtoras nos Estados Unidos.

Naquele momento era uma cultura quase desconhecida no Brasil e sua introdução poderia ser considerada um experimento simples, pois o pastor doou as sementes,  que foram trazidas dos Estados Unidos em uma garrafa, para seus vizinhos com o objetivo de melhorar a renda de todos. Essas famílias tinham o compromisso de produzir mais sementes a fim de serem compartilhadas com outras famílias.

No entanto, com o tempo, a soja encontrou no solo fértil e no clima temperado do Rio Grande do Sul o ambiente perfeito para se desenvolver. O sucesso inicial no Sul abriu caminho para que o grão se expandisse para outras regiões e sua história de crescimento ganharia destaque em todo o Brasil. “O centenário da soja no Brasil nos oferece um momento único de reflexão sobre a importância desse grão na economia e na sociedade brasileira. A soja não apenas mudou o cenário agrícola, mas também impulsionou o País para a liderança no mercado global de alimentos. A soja é muito mais que um produto agrícola: ela simboliza a inovação, a resiliência e a capacidade do Brasil de se reinventar e crescer de forma sustentável. O fato de Santa Rosa ser reconhecida como o ‘Berço Nacional da Soja’ nos dá muito orgulho”, comemora o presidente da Fenasoja 2024, Dário Jr. Germano.

Evolução ao longo dos 100 anos 

Algumas datas posteriormente foram marcantes para a sojicultura brasileira. De acordo com o estudo “Soja, Evolução”, dos pesquisadores Amélio Dalla’Gnol, Marcelo Hirochi Hirakuri, Joelsio José Lazzarotto e Arnold Barbosa de Oliveira, publicado em 2021, pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a primeira referência de produção comercial de soja no Brasil data de 1941, com área cultivada de 640 hectares, produção de 450 toneladas e rendimento de 700 kg/ha.

Já o primeiro registro internacional do Brasil como produtor de soja é de 1949, com uma produção de 25 mil toneladas. Outro fator de comemoração foi quando a produção de soja chegou à marca de 100 mil toneladas em meados da década de 1950. Na década seguinte, ela se estabeleceu definitivamente como cultura economicamente importante para o Brasil, passando de 206 mil toneladas em 1960 para 1.056.000 toneladas em 1969.

Em 1966, na cidade de Ibirubá (norte do RS), se iniciou a Operação Tatu que tinha como objetivo recuperar, melhorar e incrementar a produtividade da agricultura no Estado, especialmente por meio da análise e da recuperação da fertilidade dos solos. Com poucos resultados em Ibirubá, o projeto passou a ser executado em Santa Rosa, e teve resultados mais rápidos e sucesso significativo. A iniciativa foi um esforço conjunto de várias instituições e agências ligadas ao setor primário do Rio Grande do Sul, com destaque para a participação da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), por meio da Faculdade de Agronomia, da Ascar/Emater, e da Associação Rural de Santa Rosa.

Apesar do significativo crescimento da produção ao longo dos anos de 1960, foi nos anos 70 que a produção da soja teve importante impulso e se consolidou como a principal cultura do agronegócio nacional, passando de 1.500.000 toneladas para mais de 15 milhões de toneladas, em 1979. Esse crescimento ocorreu não apenas no aumento da área cultivada – de 1.3 milhões para 8.8 milhões de hectares -, mas também com um expressivo incremento da produtividade, passando de 1.140 kg/ha, para 1.730 kg/ha.

Foto: Geraldo Bubniak

No final dos anos 1970, mais de 80% da produção brasileira de soja ainda se concentrava nos três estados da Região Sul, embora o bioma Cerrado sinalizasse que participaria como importante ator no processo produtivo da oleaginosa, o que efetivamente ocorreu a partir da década de 1980. Em 1970, menos de 2% da produção nacional foi colhida naquela região, tendo uma maior concentração no estado de Mato Grosso do Sul. Em 1980, essa produção passou para 20%, em 1990 já era superior a 40%. Em 2007, superou os 60%, com tendência a ocupar maior espaço a cada nova safra.

O salto na produção no final dos anos 70 fez com que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) desse início ao acompanhamento da evolução do grão na safra 1976/1977. Naquele ciclo, a produção brasileira foi de 12,14 milhões de toneladas. Hoje, 100 anos depois, o Brasil se consolidou como o maior produtor e exportador mundial de soja, e a cidade de Santa Rosa se orgulha de ser o ponto de partida dessa transformação.

A soja: o grão de ouro que transformou o Brasil

A soja, desde sua chegada a Santa Rosa, desempenhou um papel essencial na transformação do Brasil em uma potência agrícola e celeiro do mundo. O grão, que inicialmente era cultivado no Sul, expandiu-se para o Cerrado brasileiro nas décadas de 1970 e 1980, revolucionando a agricultura e a economia de estados como Mato Grosso, Goiás, Bahia e Mato Grosso do Sul. O desenvolvimento de novas tecnologias, como o plantio direto e a biotecnologia, possibilitou o aumento exponencial da produtividade, tornando o Brasil o maior exportador global de soja, responsável por cerca de 40% do comércio mundial do grão.

O avanço da soja no Brasil não se deu apenas por causa das condições naturais favoráveis. A pesquisa agronômica, liderada por instituições como a Embrapa, foi essencial para o desenvolvimento de variedades adaptadas ao clima tropical e para a criação de técnicas que preservam a sustentabilidade do solo. Essas inovações permitiram que regiões antes improdutivas se tornassem fundamentais na produção de grãos.

Fenasoja 2024: atrações e homenagens

A Fenasoja 2024 terá uma programação especial para celebrar o centenário da soja, com diversas atrações voltadas tanto para o público agrícola quanto para os visitantes em geral. Entre os destaques estão:

– Memorial da Evolução Agrícola: uma área especial será dedicada à trajetória da agricultura no Brasil, mostrando os avanços tecnológicos e os impactos econômicos atuais.

– Simpósios e palestras: serão realizados painéis e debates com grandes personalidades do agronegócio brasileiro e mundial sobre inovação no setor agrícola, sustentabilidade, biotecnologia e o papel da soja no desenvolvimento global.

– Exporural: 60 mil m², área três vezes maior em relação à edição anterior, quando possuía 20 mil m². Além da dimensão de área, ampliam-se as oportunidades de negócio, com a presença de mais de 60 expositores divididos em 97 lotes.

– Shows e Cultura: a Fenasoja 2024 também trará 6 shows nacionais e diversas atrações culturais, incluindo apresentações musicais e artísticas, fortalecendo o vínculo entre a agricultura e a comunidade, com mais de mil artistas beneficiados. “Nossa feira é um dos maiores eventos sociais do mundo organizado por voluntários, e celebra, na edição de 2024, um dos marcos históricos do agronegócio brasileiro, que é a comemoração dos 100 anos da chegada da soja no Brasil. Nosso País e todo o povo brasileiro viveu, neste ciclo centenário da soja, o período de maior prosperidade e desenvolvimento econômico, social e humano da história da nação. Esta edição da feira é especial também pelo fato de o Brasil ser o maior produtor e exportador de soja, produzindo de forma sustentável alimentos e energia renovável para bilhões de pessoas ao redor do mundo todo”, destaca o presidente da Fenasoja.

Fonte: Assessoria Fenasoja
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Simpósio Matrizes encerra calendário anual de eventos da Facta com foco em sustentabilidade e novos mercados

Evento vai abordar a importância das matrizes para a produção de pintos de um dia e estratégias para atender às novas demandas de mercado.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

O Simpósio Matrizes, promovido pela Facta, marca o encerramento das atividades da instituição em 2024 com um enfoque estratégico na importância das matrizes para a avicultura. O evento, que ocorrerá nos dias 15 e 16 de outubro, no Mogano Business Hotel, em Chapecó (SC), foi idealizado com o objetivo de discutir e aprimorar aspectos essenciais relacionados à sanidade, ambiência e qualidade intestinal das aves.

Presidente da Facta, Ariel Mendes: “O Simpósio Matrizes representa uma oportunidade significativa para os profissionais do setor se atualizarem e se prepararem para as novas demandas do mercado global”

De acordo com o presidente da Facta, Ariel Mendes: “Deixamos como último evento do ano o Simpósio Matrizes, pois as reprodutoras são a base para a produção sustentável de pintos de um dia e balizam as estratégias de alojamento em função das demandas dos novos mercados abertos para a carne de frango brasileira e para material genético”.

Com a crescente demanda por carne de frango e material genético, é imperativo que os produtores compreendam e atendam às exigências dos novos mercados. “As matrizes, sendo a fonte inicial da cadeia produtiva, desempenham um papel vital na garantia da qualidade dos pintos de um dia, refletindo diretamente na eficiência e sustentabilidade da produção avícola”, acrescenta o presidente.

Além de abordar os desafios atuais, o evento proporcionará uma plataforma para a troca de conhecimentos sobre inovações tecnológicas, melhores práticas de manejo e estratégias de ambiência que podem impactar positivamente o bem-estar das aves e a eficiência das operações avícolas. “O Simpósio Matrizes representa uma oportunidade significativa para os profissionais do setor se atualizarem e se prepararem para as novas demandas do mercado global”, reforça Mendes.

Vendas do segundo lote

As inscrições podem ser feitas pelo site da Facta. Os valores, com desconto do segundo lote, variam de R$ 490,00 para profissionais à R$ 245,00 para estudantes. Estes valores estarão disponíveis até o dia 11 de outubro.

2025: Vem aí

Para 2025, a Facta já tem programação de eventos que trarão novas perspectivas e soluções para o setor avícola. Em fevereiro, será realizado o Seminário sobre Imunossupressão e Enfermidades de Notificação Obrigatória em Aves, focado nos desafios e avanços nessa área crítica. Além disso, em setembro, será realizada a Conferência Facta 2025, com o tema “Gestão, Inovação e Excelência na Produção de Alimentos Seguros”, que explorará práticas e tecnologias voltadas para assegurar a qualidade e segurança alimentar na avicultura.

Em 2025, também estão previstos o Simpósio de Atualização em Avicultura Industrial, nos dias 07 e 08 de maio, em Recife (PE), o Simpósio de Nutrição, nos dias 23 e 24 de setembro, em Balneário Camboriú (SC), e o Simpósio Sanidade: Aves e Suínos, nos dias 22 e 23 de outubro, em Santos (SP).

Fonte: Assessoria Facta
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Notícias Lei Amado de Oliveira Filho

Acrimat comemora lei que permite pecuária extensiva em áreas alagadas do Pantanal

Norma proíbe o cultivo de gramíneas não nativas no ecossistema das reservas legais, porém autoriza o plantio de pastagens cultivadas em até 40% da área total nas planícies alagáveis do Pantanal.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com a alteração dos dispositivos da legislação ambiental estadual de 2008, a Lei 12.653/2022 tornou permitida a pecuária extensiva (ou seja, a pasto), em áreas alagadas e em reserva legal com pastagem nativa na planície alagável do Pantanal.

A norma proíbe o cultivo de gramíneas não nativas no ecossistema das reservas legais, porém autoriza o plantio de pastagens cultivadas em até 40% da área total nas planícies alagáveis do Pantanal. Além disso, a legislação expande as opções para a renovação de pastagens, anteriormente limitadas a algumas espécies específicas de gramíneas.

Para a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), a sanção da lei é motivo de comemoração não apenas para produtores, mas para a sociedade em geral.

“Ao longo dos anos e mais fortemente na última década, o homem pantaneiro foi economicamente expulso de suas terras, quer pela falta de recursos quer pela falta de estrutura e logística provocados por essas restrições no uso, o que fez com que os rebanhos diminuíssem consideravelmente. A exploração pecuária no Pantanal remonta mais de três séculos e hoje é o ecossistema com a maior área privada, passando de 90%”, afirma o Diretor Técnico da Acrimat, Francisco Manzi.

Lei Amado de Oliveira Filho

Um dos grandes defensores do equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e ambiental, o economista, especialista em direito ambiental e consultor da Acrimat, Amado de Oliveira Filho, falecido em 12 de fevereiro de 2024, lutou até os últimos dias de sua vida pelo sancionamento desta lei que beneficia o Pantanal.

Amado sempre dizia que a pecuária de Mato Grosso, hoje com 31 milhões de cabeças de gado, não precisaria mais do Pantanal, porém o Pantanal precisa da pecuária, pois sem ela não tem o homem no bioma e sem o homem pantaneiro raiz, que conhece a natureza e a peculiaridade local vem os incêndios e a diminuição do turismo local.

“Defendemos que esta nova lei carregue como homenagem o nome de Amado, que dedicou mais de 30 anos de sua carreira ao desenvolvimento econômico e do agronegócio.  Sendo também um dos colaboradores para a aprovação do Código Florestal e pelas lutas do pantaneiro”, frisa o Presidente da Acrimat, Oswaldo Ribeiro Jr.

Amado foi também o primeiro superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Fonte: Assessoria Acrimat
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