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Para o infinito…e além! O reskilling no agro

A busca permanente por conteúdo e informação para se requalificar profissionalmente deve ser um mantra para todos, e não só para os jovens que estão ingressando numa carreira no agronegócio

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Alberto Meneghetti é Diretor da ABMRA e CMO da Neodigital @mghetti - Foto: Divulgação

Artigo escrito por Alberto Meneghetti, diretor da ABMRA

As novas tecnologias estão invadindo o campo. Máquinas hiper avançadas, sofisticados controles de gestão, robótica, internet das coisas e muitas outras tecnologias estão modificando o cenário até então bucólico do campo. É um caminho natural e, pensando bem, até que demorou a chegar ao nosso produtor rural.

Com a população mundial em constante crescimento e estimativas sugerindo que em 2050 nós seremos quase 10 bilhões de pessoas no mundo, buscar fontes de alimentos que consigam atender toda esta demanda é um dos nossos grandes desafios.

Numa palestra que assisti, na recente Expodireto, do sempre brilhante Paulo Herrmann, presidente da John Deere, uma afirmação dele me chamou a atenção: que somente 60% do potencial dos recursos da alta tecnologia embarcada nos seus tratores de última geração são utilizados.

Fazendo uma analogia com o nosso dia-dia de executivos de marketing ou de profissionais de qualquer segmento, quanto você utiliza recursos de um processador de texto Word – que eu estou utilizando neste momento, por sinal – ou de um Excel ou outro software qualquer? Apenas o necessário para darmos conta do recado, concordam?

Entender e saber extrair o melhor das principais novidades desta nova forma de trabalhar, a agricultura de precisão, também chamada “agricultura 4.0”, é uma obrigação para o produtor que quer ter os melhores resultados, mais produtividade para sua lavoura e estar antenado neste novo cenário.

Por isso esta palavra, muito atual, reskilling, cuja tradução aproximada é “requalificação”, tem tanta importância, hoje em dia, no nosso agronegócio. Significa, essencialmente, aprender novas habilidades, a fim de tornar-se apto a realizar um trabalho diferente ou melhorar o seu atual.

Para entender este novo momento, conversei com especialistas neste tema. Jeffrey Abrahams, fundador da Abrahams Executive Search, afirma que quem não entender que tudo está mudando está totalmente fora do mercado de trabalho. “Os profissionais de agora, que trabalham em empresas que lidam e interagem com os produtores rurais, serão obrigados a mudar, principalmente, na sua atitude e o lado comportamental. A inclusão digital veio para ficar, o home-office veio para ficar. Este novo profissional tem de entender que terá de trabalhar com menos recursos, usando o máximo de tecnologia a seu favor, mas também ser mais empático e transparente na relação com o produtor rural. No caso de gerentes agrícolas, o conhecimento de telemática, de inteligência artificial e de análise de dados é fundamental para manter a sua empregabilidade. Esta enxurrada de startups está trazendo estes temas e inovações para o campo, que é uma fábrica a céu aberto, onde você tem controle sobre os custos, mas não sobre os preços da produção.

Por isso, tudo que tem relação com produtividade e ganho incremental, são ferramentas e habilidades que valorizam este novo profissional do agronegócio. Mesmo se não tivesse acontecido a pandemia, este cenário estava acontecendo, só que com menor velocidade. Agora tudo acelerou. E tem mais a falta de crédito e o aperto financeiro, que desafiam mais ainda este executivo. Conhecimento sobre a legislação do setor, payback, saber ler balanços são habilidades que o profissional treinado pelo agro muitas vezes não tem. As universidades e escolas especializadas no agro têm trabalhado este tema, mas com muitos gaps, e este executivo, que tem, na sua vida, vários ciclos e estágios profissionais, acaba sendo lapidado pelas empresas. Quem tem bom potencial acaba crescendo. As oportunidades estão aí”, conclui Jeffrey.

Na opinião de César Burjaili Braga, Partner & Head of Agribusiness do Hub Talent, esta antiga resistência à tecnologia que se verificava no campo, entre os produtores, está sendo rapidamente passada para trás e ficando no passado. Diz César: “Na cadeia de produção, seja para uma vaga para cargos de gerência de unidade, gerência de fazenda ou gerência técnica, na qual ele será responsável pelos aspectos de manejo etc, é muito presente que este profissional esteja antenado e que tenha isto como estilo, seja curioso, esteja acompanhando as tendências e busque informação, muita informação. Isto vem mudando muito rápido. Se ele não estiver se reinventando, não terá vez neste novo e desafiador cenário”.

O que todos concordam é que a responsabilidade pela carreira é do próprio indivíduo. “Não podem esperar que as empresas promovam conhecimento. Tem de ir atrás. Este é um ponto de consciência fundamental que o novo profissional que ter. O mundo vai selecionando”, diz César.

Também a questão do idioma é levantada por especialistas como uma grande barreira de entrada, principalmente entre os grandes players do setor, na sua grande maioria, empresas multinacionais. “No agro, se sofre muito com a falta do inglês. Encontro excelentes profissionais, mas que não dominam o idioma universal, deixando de ter oportunidades interessantíssimas e acesso a estas empresas”.

O gestor do Pulse, o hub de inovação da Raízen, Ricardo Campo, que orquestra e conecta o trabalho de diversas startups, universidades, investidores, executivos e organizações, para moldar um futuro mais inteligente para o nosso agronegócio, concorda que o atual cenário pandêmico tem acelerado, forçosamente, a digitalização do campo.

Diz Ricardo: “No cenário em que nos encontramos, já se vê menos resistência por parte dos gestores agrícolas para adoção de soluções que permitem a gestão da operação à distância, a compra e a venda de insumos por plataformas de marketplace, assim como a digitalização de rotinas administrativas, que poderia levar muito mais tempo para virar realidade. A necessidade de testar novas tecnologias e aprender rápido, com maior tolerância ao erro desde que disso resultem melhores processos e resultados, é um jeito de pensar comum no ecossistema de inovação, mas ainda pouco praticado no meio rural. Essa mudança de mindset provavelmente seguirá um novo ritmo no pós-pandemia e contribuirá com o melhor uso dos recursos produtivos no campo. Isso é algo positivo e trará grande impacto em toda a cadeia, passando inclusive pelos centros acadêmicos e de formação dos novos profissionais do agro”.

Enfim, a busca permanente por conteúdo e informação para se requalificar profissionalmente deve ser um mantra para todos, e não só para os jovens que estão ingressando numa carreira no agronegócio. Navegar em um mundo em eterna mudança pode assustar, mas isso não tem mais volta. Ao infinito…e além, como diria Buzz Lightyear.

Fonte: Assessoria
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Altas no preço do boi seguem firmes, com escalas ainda menores que em outubro

Frigoríficos renovam o fôlego para conceder novos reajustes positivos aos animais para abate e o mesmo acontece entre os pecuaristas nas negociações de reposição.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O movimento de alta nos preços da pecuária segue intenso. Segundo pesquisadores do Cepea, semana após semana, frigoríficos renovam o fôlego para conceder novos reajustes positivos aos animais para abate e o mesmo acontece entre os pecuaristas nas negociações de reposição.

No final da cadeia produtiva, o consumidor também se mostra resiliente diante dos valores da carne nos maiores patamares dos últimos 3,5 anos.

No mesmo sentido, a demanda de importadores mundo afora tem se mantido firme.

Pesquisadores do Cepea observam ainda que as escalas de abate dos principais estados produtores, em novembro, estão ainda menores que em outubro.

No mercado financeiro (B3), também cresceu forte a  liquidez dos contratos de boi para liquidação neste ano, pelo Indicador do boi elaborado pelo Cepea, o CEPEA/B3.

Fonte: Assessoria Cepea
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Competitividade da carne frango em relação à carne suína alcança o maior nível desde novembro de 2020

Frango inteiro é negociado, em média, 6,68 Reais/kg mais barato que a carcaça especial suína, sendo que esta diferença está 14,4% acima da de outubro.

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Foto: Asgav

Levantamentos do Cepea mostram que a competividade da carne de frango frente à suína está no maior patamar dos últimos quatro anos – desde novembro de 2020.

Na parcial de novembro (até o dia 19), o frango inteiro é negociado, em média, 6,68 Reais/kg mais barato que a carcaça especial suína, sendo que esta diferença está 14,4% acima da de outubro.

Pesquisadores do Cepea explicam que isso acontece pelo fato das valorizações da proteína suína estarem mais intensas que as da de frango.

O mesmo cenário é observado frente à carne bovina, cujos preços também vêm subindo com mais força que os da proteína avícola ao longo de novembro.

Fonte: Assessoria Cepea
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JBS e Nigéria assinam acordo para investir em segurança alimentar e desenvolver cadeias produtivas sustentáveis

Plano de investimento de US$ 2,5 bi em 5 anos inclui a construção de 6 fábricas e a colaboração com o Governo da Nigéria no fomento da produção local.

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Fotos: Divulgação/JBS

A JBS, uma das maiores companhias de alimentos do mundo, assinou na última quinta-feira (21) um memorando de entendimentos com o Governo da Nigéria com a intenção de investir no desenvolvimento de cadeias produtivas sustentáveis para a produção de alimentos no país africano.

Maior economia da África e país mais populoso do continente, a Nigéria tem também uma das taxas de crescimento populacional mais altas do mundo: segundo projeções das Nações Unidas, a população nigeriana alcançará 400 milhões até 2050 — o país tem hoje mais de 250 milhões de habitantes. O PIB nigeriano, hoje em US$ 363,82 bilhões, poderá mais que dobrar até 2050, chegando a US$ 1 trilhão. Ao mesmo tempo, o país enfrenta uma das maiores taxas de insegurança alimentar do mundo, com 24,8 milhões de pessoas passando fome (WFP). Na África Subsaariana, 76% da população em extrema pobreza vive da agricultura (WB).

“Nosso objetivo é estabelecer uma parceria sólida e apoiar a Nigéria no enfrentamento da insegurança alimentar. A experiência nas regiões em que operamos ao redor do mundo mostra que o desenvolvimento de uma cadeia sustentável de produção de alimentos gera um ciclo virtuoso de progresso socioeconômico para a população, em especial nas camadas vulneráveis”, afirmou o CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni.

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Pelo memorando, a JBS irá desenvolver um plano de investimento de cinco anos, que abrangerá estudos de viabilidade, projetos preliminares das instalações, estimativas orçamentárias e um plano de ação para desenvolvimento da cadeia de suprimentos. O Governo da Nigéria, por sua vez, assegurará as condições econômicas, sanitárias e regulatórias necessárias para a viabilização e sucesso do projeto. O documento prevê a construção de 6 fábricas — 3 de aves, 2 de bovinos e uma de suínos — com investimento de US$ 2,5 bilhões.

A produção de proteína no país responde por 10% do PIB, e fornece 40% da demanda doméstica. A ampliação da produção local tem o potencial de não apenas melhorar a segurança alimentar, mas reduzir significativamente as importações, gerando empregos locais e apoiando milhões de pequenos produtores.

O plano de investimento da JBS na Nigéria incluirá um amplo trabalho de desenvolvimento das cadeias produtivas locais, com apoio aos pequenos produtores e a estímulo de práticas agrícolas sustentáveis, a exemplo de como a Companhia já atua com seus milhares de parceiros em outras regiões do mundo. Um exemplo é o programa como Escritórios Verdes, que dá assistência técnica gratuita para produtores rurais brasileiros aumentarem a eficiência de sua produção, atendendo aos mais rigorosos critérios socioambientais.

Conforme diagnóstico realizado pela Força Tarefa de Sistemas Alimentares do B20, o braço empresarial do G20, durante a presidência do Brasil, estimular o aumento da produtividade através da adoção de tecnologias inovadoras no campo e da assistência técnica aos produtores, especialmente para os pequenos agricultores, é essencial para garantir o aumento da produção agrícola, preservando os recursos naturais e promovendo ao acesso das populações mais vulneráveis a alimentos de qualidade. Essa foi uma das recomendações da força-tarefa, posteriormente adotada pela declaração final dos líderes do G20.

“Nosso objetivo é colaborar com o Governo da Nigéria no sentido de apoiar a implementação do Plano Nacional de Segurança Alimentar, compartilhando nossa expertise no desenvolvimento de uma cadeia agroindustrial sustentável e as melhores práticas com o objetivo de aumentar a eficiência, a produtividade e a capacidade produtiva do país”, concluiu Tomazoni.

Fonte: Assessoria JBS
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