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Ovinocultura sem fronteiras

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* Paulo Augusto Franzine
 
Desde maio, quando da assembleia anual da OIE (Organização Internacional de Saúde Animal), comemoramos uma grande conquista da pecuária brasileira: a derrocada das barreiras contra febre aftosa em toda a Região Nordeste. Em outras palavras, criadores antes impedidos por corredores sanitários poderão transitar livremente pelo país sem enfrentar processos burocráticos e onerosos, como a quarentena. Para comemorar, pela terceira vez, levaremos nossa principal exposição para Salvador (BA). Também iniciamos um projeto audacioso para estimular a organização da cadeia produtiva ovina, apresentando peculiaridades e cases por essa região. Já passamos por Pernambuco, Ceará, Alagoas, Piauí e Bahia. 
Entendo que essa deve ser nossa responsabilidade, afinal, é inconteste a participação das raças Dorper e White Dorper no desenvolvimento de um padrão de qualidade para a carne de cordeiro nacional. Tanto é verdade que o produto resultante do cruzamento com essas raças de origem sul-africana foi o primeiro a receber certificação de padrão internacional. De modo geral, não podemos esquecer jamais que foi por causa dessa preocupação que criamos demandas maiores para o produto carne e nossa genética. Agora, temos de combater a clandestinidade e produzi-la em escala comercial. E acreditem, valerá muito a pena. Nunca antes na história da ovinocultura, a remuneração foi tão boa. Temos a faca e o queijo nas mãos.
E quando falamos nesse assunto, é preciso entender que o Nordeste será crucial no desenvolvimento da ovinocultura. Cerca de 56% do rebanho nacional de ovinos, ou 10 milhões de cabeças, nessa região. Deste total, quase um terço está na Bahia, que recentemente enfrentou uma seca avassaladora. Soube até de produtores de gado que preferiram migrar para nossa atividade ao ver seus rebanhos, aos poucos, definharem. 
A queda dessas barreiras por si só não é santo milagroso.  Darei um exemplo. A Bahia, assim como Sergipe, recebeu classificação de zona livre de aftosa com vacinação em 2003, só que de lá pra cá pouca coisa mudou. O produto de origem, dentro os padrões sanitários, continua enfrentando concorrência desleal do abate “não oficial”. Lá, um estabelecimento credenciado pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) opera com menos de 50% da capacidade. Enfrentam extrema dificuldade, mesmo firmando parcerias com produtores.
Esse, aliás, é um hábito quase arraigado na cultura regional. Os nordestinos, assim como os sulistas, sabem produzir essa carne como poucos, mas, por incrível que pareça, até lá existem restaurantes importando para atender suas clientelas. Não se sintam desanimados, caros leitores, este é um cenário que certamente mudará. Pense num mercado sem concorrência, pronto para ser explorado.
Qualidade será essencial no processo, sem a qual não vamos para lugar nenhum. O consumidor deseja é a carne de cordeiro, de animais abatidos ainda jovens. Lembre-se que, por um lado faltam ovinos, mas do outro tem gente disposta a produzi-los, mesmo enfrentando burocracias que desaceleram nossa economia. Em Xique-Xique, na Bahia, por exemplo, um projeto gigantesco dá seus primeiros passos, com a inseminação de 600 matrizes comerciais. Ele só deve se estabilizar quando atingir a marca de 15 mil matrizes. Parcerias podem fazê-lo crescer ainda mais, isso virá com o tempo, certamente.
E existem outros exemplos, como no Ceará, onde uma companhia de alimentos processa mais de 200 toneladas de carne por ano. A partir de tecnologias simples, ainda pouco exploradas, como a inseminação artificial convencional, conseguem índices de fertilidade acima de 75%. Já em Alagoas, iniciativas público-privadas tentam expandir o rebanho e o número de criadores na tentativa de abastecer as demandas da capital Maceió e das grandes cidades do interior. A grande promessa virá mesmo com o lançamento de um frigorífico credenciado que só se pronunciará oficialmente após o início das atividades.
Para sustentar o desejo de consumo que despertamos, se faz necessário investir na genética. E os criadores que a produzem, de certa forma, vão muito bem. Os nordestinos ainda resistem em usar carneiros selecionados, mas quando o fazem, logo se rendem aos ganhos de heterose, fazendo girar um mercado que ainda tem muito a crescer. Com essa nova realidade, conseguirão divulgar seu trabalho de maneira ágil e valorizar seus plantéis. Nessa Nacional, por exemplo, veremos criadores estreando num evento deste nível.
Todos têm a chance de se beneficiar dessa conquista, basta apenas vontade, investimento e tino empreendedor. A ovinocultura só vai prosperar quando houver matéria-prima suficiente para atender o consumidor. E para alcançar tais objetivos, a boa e velha genética se faz mais necessária do que nunca.
*Presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Dorper (ABCDorper). Informações: secretaria@abcdorper.org.br ou www.abcdorper.org.br 

Fonte: Assessoria

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Feicorte terá 5.800 m² de área coberta com estrutura de alta tecnologia

Montagem da estrutura está sendo feita no Recinto de Exposições Jacob Tosello.

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Foto: Divulgação/Feicorte

A estrutura da Feicorte – Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne, que será realizada em Presidente Prudente (SP), de 19 a 23 de novembro, começou a ser montada. O evento terá 5.800 m² de área coberta com uma estrutura de alta tecnologia, espaço que vai abrigar as mais de 40 empresas que já confirmaram presença no evento. Além das novidades que serão apresentadas pelos patrocinadores, o evento terá uma extensa programação diversificada, com mais de 45 palestrantes e 40 horas de conteúdo, quatro leilões, mais de 500 animais de 10 raças bovinas (Wagyu, Nelore, Guzerá, Caracu, Brahman, Senepol, Angus, Simental, Brangus e Santa Gertrudis), degustação e harmonização de produtos artesanais paulistas, desfile de touros, área de demonstração de Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF) e Beef Hour.

“Estamos montando uma estrutura altamente robusta que será um marco em eventos de pecuária. A volta da Feicorte será triunfal, com uma programação completa que contempla todos os elos da cadeia produtiva da carne bovina”, garante a CEO da Verum, Carla Tuccilio, que está à frente do evento.

A tenda principal de 4.400m² terá um vão livre de 40 metros e será coberta por um tecido de alta tecnologia, desenvolvido pela TopFlex, empresa com 25 anos de atuação no mercado. “Trata-se de um tecido técnico que desenvolvemos exclusivamente para essa finalidade em nossa fábrica própria, onde fabricamos e confeccionamos as coberturas. É um material altamente seguro, com tecnologia de fogo autoextinguível, ou seja, que não permite a propagação de fogo graças a aditivos. É um material usado em grandes eventos nacionais e internacionais, como o camarote Brahma no sambódromo do Carnaval de São Paulo, além da cobertura de hangares para abrigar aviões. Estamos montando para a Feicorte um projeto moderno, seguro e arrojado”, afirma o empresário Rubens Sarafian, um dos sócios da TopFlex.

Presidente Prudente foi escolhida para sediar o retorno da feira, que por 19 anos foi o maior evento indoor de pecuária do mundo, realizado anualmente em São Paulo. A região detém o maior rebanho de bovinos do Estado de São Paulo, com 1.600.000 animais.

A realização da Feicorte é da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, com promoção da Verum. O evento conta com a curadoria de Myia Consultoria e Prado Estratégia para Agronegócio e o patrocínio de Unoeste, Frigorífico Bom-mart, Unimed Presidente Prudente, Bradesco, Corteva, Facholi, Gasparim, Premix, Inbra Nutrição Animal, Marfrig, Matsuda, Minerva Foods, Nutron Cargill, Semex, Sicoob Credivale, Rede ILPF e Sicredi.

Fonte: Assessoria Feicorte
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Veterinário da Coopavel fala sobre como potencializar resultados na 12ª PorkExpo

Evento reuniu cerca de 700 participantes vindos de diversas regiões do Brasil e de países da América Latina.

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Fotos: Divulgação/Coopavel

Médico veterinário, Gustavo Bernart

O médico veterinário Gustavo Bernart, da área de Fomento de Suínos da Coopavel, participou como convidado da PorkExpo 2024, o 12º Congresso Latino-Americano de Suinocultura, realizado em Foz do Iguaçu. O evento reuniu cerca de 700 participantes vindos de diversas regiões do Brasil e de países da América Latina, incluindo suinocultores, líderes do setor pecuário, extensionistas rurais, professores, estudantes e pesquisadores.

Gustavo, reconhecido nacionalmente neste ano como o melhor técnico em suinocultura pelo Prêmio Quem é Quem, da Gessulli, apresentou estratégias para otimizar a produtividade a campo, abordando aspectos de gestão e inovação para uma produção mais eficiente e rentável.

Além de Gustavo, especialistas do Brasil e do exterior participaram como palestrantes compartilhando conhecimentos e novidades, oferecendo aos inscritos uma perspectiva ampla sobre as melhores práticas e avanços na suinocultura. Nesta edição, mais de 40 nomes que são referências em suas áreas participaram como conferencistas convidados, alguns vindos da China, Holanda, França, Estados Unidos e Canadá.

Diversificado

O evento foi realizado em sete ambientes distintos, disponibilizando uma programação diversificada que incluiu o Congresso Latam de Suinocultura, com palestras técnicas e projeções econômicas; o Congresso Nacional Mulheres da Suinocultura, voltado ao protagonismo feminino no setor; e a Academia do Fomento, dedicada a extensionistas rurais. Outros destaques da programação oficial foram a apresentação de trabalhos científicos, o Prêmio Pork da Suinocultura, que homenageou os melhores do ano, e a feira de negócios PorkExpo, integralmente focada na suinocultura.

No novo formato do Congresso Latam PorkExpo, os participantes tiveram acesso às mais recentes tecnologias e resultados de pesquisas globais em suinocultura, conforme Gustavo, citando, entre eles, painéis interativos e mesas redondas que promoveram o diálogo entre os principais especialistas mundiais. Entre os temas abordados, estavam nutrição, sanidade, bem-estar animal, inovação, gestão e biossegurança, atraindo criadores, executivos, pesquisadores, especialistas e até chefs de cozinha de mais de 20 países.

A PorkExpo acontece a cada dois anos, em Foz do Iguaçu, e é considerada uma das maiores feiras técnicas de debate sobre a cadeia da suinocultura do planeta. O evento é organizado pelo CEO Flavia Roppa com participação da Associação Brasileira de Criadores de Suínos e outros parceiros.

Fonte: Assessoria Coopavel
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FPA pede urgência na votação de bioinsumos

Mais de 60% dos agricultores brasileiros utilizam biopesticidas e biofertilizantes, um percentual que supera os 33% coletados na Europa.

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Foto: Gilson Abreu

O Brasil se destaca como líder mundial no uso de defensivos biológicos, com mais de 23 milhões de hectares tratados em 2023, conforme informações do Ministério da Agricultura e Pecuária. Mais de 60% dos agricultores brasileiros utilizam biopesticidas e biofertilizantes, um percentual que supera os 33% coletados na Europa. Diante desse cenário, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) enfatiza a urgência da votação dos Projetos de Lei 658/2021 e 3.668/2021, atualmente em análise na Câmara dos Deputados.

“A FPA está empenhada em resolver um conflito de legislação criada pelo Decreto nº 6.913/2009, que limita a produção própria de bioinsumos até dezembro de 2024. Caso não seja aprovada uma nova lei sobre bioinsumos ou derrubada o veto presidencial nº 65 da Lei do Autocontrole, a partir de janeiro de 2025, a produção na fazenda se tornará ilegal, impactando diversas pequenas colheitas e produções orgânicas. A infração pode acarretar penas de três a nove anos de prisão e multas graves”, destacou a entidade em nota à imprensa, na tarde desta sexta-feira (1º).

Para garantir a produção em biofábricas nas propriedades, evitando a regularização dos pequenos produtores, especialmente os orgânicos, o deputado Sérgio Souza (MDB-PR), membro da FPA, está desenvolvendo uma minuta de substituição. Este documento é resultado de investigação com mais de 50 entidades do setor e consultas aos órgãos governamentais.

Com a regulamentação, estima-se que os custos de produção podem ser reduzidos em até dez vezes, o que terá um impacto positivo não apenas na rentabilidade dos pequenos produtores, mas também no preço dos alimentos para os consumidores, promovendo maior qualidade. Portanto, uma regulamentação da produção de bioinsumos é essencial para garantir a segurança, a qualidade e a autonomia dos pequenos produtores brasileiros.

Fonte: O Presente Rural
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