Bovinos / Grãos / Máquinas
O que esperar do setor de bovinos para 2019?
consultor Fernando Henrique Lopes lglesias, do Departamento de Produção da Safras & Mercado, fala sobre o setor de carnes
O Presente Rural entrevistou especialistas da Safras & Mercado, uma das mais importantes e conceituadas consultorias em agronegócio do Brasil, para saber quais os desafios e oportunidades que a proteína animal brasileira e a produção de grãos devem experimentar em 2019. Tudo sob a perspectiva do novo governo brasileiro, do presidente eleito Jair Bolsonaro, da guerra comercial entre China e Estados Unidos, dos mercados e embargos internacionais e de outros fatores que vão implicar na lucratividade de produtores e da agroindústria.
Com a eleição de Jair Bolsonaro, o principal e imediato impacto ao agronegócio é referente ao câmbio. O dólar, que vinha em queda desde as eleições sob a perspectiva da vitória do direitista, deve se desvalorizar ainda mais nos próximos meses frente ao real, os preços dos grãos podem cair, o que é não é interessante para agricultores, mas bom para a agroindústria e para os produtores de proteína animal.
O consultor Fernando Henrique Lopes lglesias, do Departamento de Produção da Safras & Mercado, fala sobre o setor de carnes. Aproveite para se manter informado. Boa leitura.
O Presente Rural (OP Rural) – O que acontece com o mercado agropecuário com a eleição de Jair Bolsonaro?
Fernando Henrique Lopes lglesias (FI) – O mercado financeiro assume o viés liberalista de Paulo Guedes, coordenador da área econômica da campanha de Bolsonaro, como mais seguro no controle do déficit público. As últimas pesquisas de intenção de voto já apontavam para uma vitória de Jair Bolsonaro e acalmaram os ânimos do mercado, com uma redução da fuga de capitais e com a valorização do real em consequência dessa situação. A paridade volta a flertar com a linha dos R$ 3,60/US$ 1. Apesar da paridade não apresentar tamanha competitividade para as commodities, é importante ressaltar que no médio prazo haveriam maiores benefícios para a economia brasileira, com um controle mais severo da dívida pública, fomentando o crescimento econômico e por sua vez o consumo.
OP Rural – Como a economia tem relação com o consumo interno dessa proteína?
FI – Essa correlação é bastante lógica, em anos de lenta recuperação econômica, sem projeções de crescimento da renda e do consumo há uma maior dificuldade em absorver reajustes ao longo da cadeia produtiva por parte do consumidor médio. Basicamente o consumidor busca alternativas que causem um menor impacto em sua renda média, no setor carnes a predileção recai sobre a carne de frango, a mais acessível dentre as principais proteínas de origem animal consumidas no país. Este padrão de consumo aponta para uma reserva de mercado para a carne de frango e um obstáculo para altas mais consistentes de preço das proteínas concorrentes.
OP Rural – O consumo vem caindo nos últimos tempos. Como ele deve se comportar em 2019?
FI – Mesmo com a troca de gestão, a recuperação econômica deve acontecer de maneira lenta, empregos não são criados instantaneamente, e o próximo governo deve enfrentar dificuldades em torno da aprovação das reformas e na adoção de medidas efetivas para conter o déficit das contas públicas. Teoricamente a tendência em um momento inicial é de manutenção do padrão de consumo.
OP Rural – Os custos estão reduzindo as margens de lucro. O que esperar nos próximos meses no preço da arroba?
FI – O Impacto em torno dos custos de produção é mais efetivo no que diz respeito aos confinadores, avaliando a necessidade de milho, farelo de soja e de outros insumos adotados na nutrição animal. Nesse ano, com custos elevados e com menor atratividade do mercado futuro de boi gordo foi observada redução do confinamento. Essa condição remete a um melhor ajuste de oferta durante o último trimestre do ano, atuando como importante ponto de sustentação no mercado doméstico. Para o primeiro trimestre deve-se considerar a entrada dos animais de safra e a timidez do consumo doméstico como fatores de baixa dos preços.
OP Rural – Quais são as ameaças para a produção de carne bovina brasileira em 2019?
FI – A princípio o grande ponto para o próximo biênio está no encarecimento dos animais de reposição. Com as dificuldades evidenciadas ano passado houve ampliação do abate de matrizes, produzindo um gargalo de oferta de animais de reposição que já pode ser sentido neste ano. Essa correlação será ainda mais evidente nos próximos dois anos, tornando a atividade mais custosa, avaliando que o ritmo de nascimentos não deve acompanhar o crescimento da demanda. A situação das proteínas concorrentes também pode ser ressaltada, nesse caso como inibidor de altas mais agressivas da carne bovina.
OP Rural – Qual a dinâmica dos preços da carne nos próximos meses?
FI – Para o último bimestre de 2018 o ápice do consumo costuma ampliar a venda de aves e de outros cortes nobres, aumentando a propensão a reajustes. Já no primeiro trimestre de 2019 a dinâmica costuma mudar. Com a população descapitalizada o consumo costuma ser mais discreto, produzindo queda dos preços ao longo da cadeia.
OP Rural – A relação de custos e lucro deve ser boa ao produtor/indústria?
FI – Para os confinadores os custos são um problema, avaliando a dinâmica estabelecida para o mercado de milho durante a safra de verão. Para os animais de pastagem o ponto de inflexão é o encarecimento dos animais de reposição, figurando como principal adicional de custos.
OP Rural – A que o produtor de carne bovina e a indústria devem se preocupar neste momento?
FI – Os custos em relação aos animais de reposição é um fator determinante para o próximo biênio, e deve atuar como principal ponto de suporte aos preços domésticos.
OP Rural – Quais as oportunidades da produção de carne bovina do Brasil nos próximos meses?
FI – No que diz respeito a balança setorial, o desempenho das exportações de carne bovina são o grande destaque em 2018. Diferente da carne de frango e da carne suína não há embargos relevantes em relação à carne bovina, isso remete a um cenário de continuidade do bom volume de embarques.
Mais informações você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de 2018 ou online. (NO “ONLINE” LINKAR COM http://www.flip3d.com.br/web/pub/opresenterural/?numero=163&edicao=4504)
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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
Bovinos / Grãos / Máquinas
Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran