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O foco em rentabilidade na avicultura brasileira

Embora seja uma ótica que começa a mudar no cenário avícola brasileiro, muitas empresas ainda focam na conversão alimentar, esquecendo-se de que a rentabilidade é o que vai garantir que se mantenham os ganhos, gastando-se menos em toda a operação

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*Geraldo Broering

O setor de produção de aves no Brasil, culturalmente, sempre observou em primeiro lugar os índices relacionados à produtividade como máxima para o comando das operações. No entanto, os fatos recentes que impactaram o mercado avícola brasileiro em 2018, especialmente no primeiro semestre, demonstraram que é preciso ajustar o foco da produtividade para a rentabilidade, uma mudança de visão e de prioridade na cadeia produtiva que pode levar ao aumento, ou na atual situação, ao menos à manutenção das margens e ao equilíbrio do faturamento total.

Como é de conhecimento do setor avícola, fatores como a greve dos caminhoneiros e a alta do custo de grãos, causaram a elevação dos custos de produção, impactados pela dificuldade na produção e na logística. O embargo da China e a dificuldade de alguns frigoríficos para exportar para a Europa são outros fatores de impacto nas vendas do ano de 2018. O custo médio do quilo do frango vivo subiu 18% entre janeiro e junho. O preço médio de produção do quilo do frango vivo passou de R$ 2,14, em janeiro, para R$ 2,22, em março, chegando a R$ 2,46, em junho e a R$ 2,53, em agosto. O foco em rentabilidade poderia ter garantido um ajuste mais preciso da produção avícola, que poderia ter reagido aos desafios recentes de forma mais ágil e com melhores soluções em curto prazo.

Para contextualizar a informação, vale destacar que a produtividade está relacionada à performance e à conversão alimentar. Por outro lado, a rentabilidade, que é foco deste artigo, trata da relação entre o custo da tonelada da ração e a conversão alimentar. Ou seja, a prioridade passa a ser o custo alimentar, ou quanto se gasta para manter os bons índices de conversão.

Embora seja uma ótica que começa a mudar no cenário avícola brasileiro, muitas empresas ainda focam na conversão alimentar, esquecendo-se de que a rentabilidade é o que vai garantir que se mantenham os ganhos, gastando-se menos em toda a operação.

Porém, como implementar esse ajuste de foco na prática? O benchmarking, que consiste na análise das práticas mais eficientes do mercado pode ser de grande valia. Essa avaliação de iniciativas diferenciadas e que trazem bons retornos financeiros é fundamental para oxigenar sistemas produtivos que funcionam, mas que podem tornar-se ainda mais eficientes. Também é uma excelente alternativa para trazer amadurecimento e consolidação a um mercado internacionalmente reconhecido por sua profissionalização e estrutura de ponta, como é o caso brasileiro. 

Avaliando-se os recentes desafios, ter a rentabilidade como norte pode garantir menores impactos inclusive futuramente, visto que se desenha um cenário de possível manutenção na alta dos custos de produção, principalmente em função da manutenção da alta dos custo dos grãos.

Os principais ingredientes da ração, o milho e a soja, são insumos que devem continuar em alta. Se em 2015 a saca do milho era vendida a R$ 25,00 no Brasil, em 2016, chegou a R$ 41,00. Em 2017, o valor foi a R$ 28,00, enquanto em 2018, chegou a R$ 36,00 de média. Em junho deste ano, no mês mais de valor mais alto, a saca foi vendida a R$ 39,00, seguida por R$ 37,00 em julho. A estimativa de produção do milho do USDA era de estoques a 13,5% na safra 2017/2018, enquanto para 2018/2019 essa previsão poderá apresentar queda de pelo menos 3%. As estimativas da Agri Stats avaliam que a queda pode ser ainda maior, com estoques chegando a 9,48% na próxima safra. Com estoques menores e a demanda em evolução, a tendência é que os custos continuem em alta.

A previsão do USDA é para que os estoques finais de milho cheguem a 155 milhões de toneladas, com os Estados Unidos produzindo e exportando mais. No Brasil, devido ao clima e a fatores de mercado, a perspectiva é de 94,5 milhões de toneladas produzidas, com redução na previsão do USDA para o mês de agosto ante o mês de julho.

Com relação ao farelo de soja, os custos passaram de R$ 994, na média de 2017, para R$ 1.312, no acumulado de 2018, chegando, no mês de junho, a R$ 1.414,  e a R$ 1.389,00, em julho. Como estamos em período de entressafra, que alcançará os próximos três ou quatro meses, não há previsão de queda de preços. A previsão do USDA para a safra 2018/2019 era de 8,7%, em julho, mas foi ajustada, em julho, para 13,7%. As exportações dos Estados Unidos, que diminuíram influenciadas pelo “efeito Trump”, também devem ser reduzidas.

Este cenário pode ser favorável para o produtor de soja brasileiro, já que os chineses que compravam soja norte-americana poderão passar a comprar do Brasil. No entanto, esse mesmo cenário não é benéfico para a agroindústria do frango, porque manterá a commoditie mais cara.

Com relação a frangos de corte, que também registraram elevação de preços, os custos de granja saltaram de R$ 0,17 por quilo de frango produzido, em 2013, para R$ 0,26, em 2018. O Brasil tem ainda a vantagem dos custos mais baixos em relação aos Estados Unidos, que têm mão de obra mais cara.

Com foco na rentabilidade, a eficiência deve ser a prioridade. A eficiência é a relação entre o custo alimentar e a conversão, e ao receber a devida atenção, leva à busca pela produção de proteína nos mesmos índices de performance, porém com custos menores.

Neste quesito, as empresas avícolas brasileiras têm obtido excelentes resultados. A conversão alimentar evoluiu muito nos últimos seis anos. Se em 2013 o frango consumia 1,79 kg de ração para produzir 1 kg de carne, hoje esta proporção já está em 1,74 kg, uma melhora total de 50 gramas, contribuindo com nossa eficiência.

Ao avaliarmos o custo ajustado, que padroniza todo o frango produzido a 2,7kg na comparação, assim como o preço dos ingredientes da ração, o Brasil conseguiu equiparar-se aos Estados Unidos, em 2018. O custo da fórmula brasileira tem apresentado queda, em função do novo olhar das empresas para a rentabilidade. Com a revisão da fórmula, a redução possível foi de R$ 0,19 por quilo de carne produzida. E isso se deve à diminuição da caloria do alimento das aves e a uma leve redução do percentual de proteína. Embora seja considerada uma ração menos enriquecida, ainda é possível manter bons níveis de performance do frango.

 

A mortalidade também vem caindo nos últimos anos, trazendo mais um ponto positivo para o foco em rentabilidade. Temos hoje a mais baixa mortalidade já registrada, a 4,4%. Este índice deve ser comemorado, graças aos bons programadas de manejo e sanidade praticados no Brasil.

O peso médio dos frangos abatidos pela agroindústria brasileira aumentou e hoje está em 3kg, em média, um acréscimo de pelo menos 400g em relação aos últimos cinco anos. Da mesma forma, também continua evoluindo o número de ovos produzidos por galinha alojada. A média brasileira alcançou 176 ovos, resultado significativamente superior aos 158 ovos de média do México e Estados Unidos.

No abatedouro, os custos brasileiros também são bastante competitivos. Enquanto a agroindústria no Brasil trabalha com R$ 0,76 por quilo de carne de frango produzida, nos Estados Unidos a média é de R$ 1,97. Isso impacta o preço de venda da proteína norte-americana, conferindo vantagem às exportações brasileiras, que além de mais baratas, possuem um status sanitário bastante positivo. Claro que esta avaliação tem abordagem em custos, necessitando de uma análise mais detalhada de mix de produção.

Nesta equação, também é importante frisar que os produtores norte-americanos têm no mercado interno 75% de suas vendas. O consumo do país prioriza peito e asa.

Avaliando-se o rendimento de carcaça (WOG), também percebemos uma grande evolução nos índices do Brasil. O aumento foi de 4% nos últimos cinco anos, passando de 74% em 2013, para 78% em 2018. No mesmo período, o aumento do rendimento da carcaça (WOG) produzida nos Estados Unidos foi de 2%.

Com relação à carne de peito, um dos cortes mais valorizados da proteína, o rendimento também registrou alta, de 20,6% para 22,9%, no período de 2013 a 2018.

Vale salientar que todos esses índices positivos e em constante evolução são fruto de uma mudança que começa a ser percebida no mercado. É claro que o foco maior em rentabilidade, dado por algumas empresas do setor nos últimos anos, sem deixar de lado a importância da produtividade, tem sido fundamental para a otimização dos custos e da qualidade de nossa produção.

Porém, outros fatores, como a melhor exploração do potencial de nossas aves, também contribuem para o cenário promissor que se desenha. Seja qual for o cenário econômico, com parcerias comerciais e clima favoráveis ou não, olhar para a rentabilidade como aspecto primordial da operação sempre trará os melhores resultados financeiros, desde que não deixe de lado a garantia de qualidade.

 

*Geraldo Broering é gerente-geral da Agri Stats para a América Latina

 

Fonte: Ass. de Imprensa

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Fotos: Shutterstock

Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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