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Manejo de “Feedback” para melhoria da imunidade do plantel e da eficiência produtiva.

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Em um ambiente cada vez mais competitivo como tem ocorrido na suinocultura industrial, o uso de alternativas para se atingir melhores índices para eficiência produtiva se torna crucial no dia-a-dia de uma granja. Hoje, com melhores instalações, associadas à uma nutrição direcionada e ao melhoramento genético, as fêmeas suínas possuem maior capacidade de produção de leitões e de leite. No entanto, a redução do índice de “mortalidade de leitão pré-desmame” não vem progredindo na mesma proporção. Dessa forma, evitar a perda dos leitões recém nascidosrepresenta uma área de oportunidade já que onúmero de leitões desmamadosse encontra, de uma forma geral, aquém do atual potencial produtivo das fêmeas.

Seguindo omotivo “esmagamento”, as doenças diarreicasestão em segundolugar na lista de causas determinantes de morte de leitões na maternidade. As diarreias provocam ainda, elevada perda de peso, desidratação, queda na imunidade e diminuiçãoconsiderável do desempenho dos leitões acometidos ao longo da vida. Vários fatores determinam a presença de microrganismos causadores de diarreia dos leitões na maternidade, como por exemplo a deficiência na limpeza e desinfecção das instalações, falhas no programa de vacinação e baixa imunidade de marrãs. Nos casos em que as marrãs são trazidas ao rebanho de fontes externas, esta baixa imunidade se torna ainda mais agravante. 

Por esta razão, o manejo de Feedback(pré-imunização) é uma alternativa acessível e de baixo custo que deveria fazer parte das atividades rotineiras das granjas na busca da eficiência produtiva. Este manejo visa complementar os programas de vacinação, aumentando a imunidade de plantel, especialmente das marrãs, contra patógenos específicos da granja e que geralmente não estão presentes nas vacinas comerciais.

O manejo de Feedbackconsiste na exposição controlada das fêmeas aomaterial infeccioso. A forma mais utilizada, pela praticidade e baixa demanda de utensílios e de mão de obra, é a pré-imunização através da exposição a fezes de fêmeas e/ou de leitões extraídas das próprias salas de maternidade.No entanto, é possível utilizar outros materiais como placentas, fetos mumificados e intestino de leitões mortos por esmagamento ou leitões de baixa viabilidade. Estes materiais biológicos representam uma fonte concentrada de microrganismos específicos da granja.

Quando se considera o uso de placentas e fetos mumificados deve-seter cautela, já que estes conteúdos apresentam um risco maior de disseminação de doenças reprodutivas, principalmente quando háa presença de patógenos ativos na propriedade. Neste caso, deve-se enviar o material para diagnóstico prévio, para se certificar de queos patógenos não estão presentes em doses suficientemente capazes deprovocar o aparecimento de surtos no plantel, ocasionando impacto negativo na produtividade.

Já o uso de material intestinal de leitões, ou de fezes,tanto de fêmeas como de leitões na maternidade, representa um menor risco, sendo mais indicados para o manejo de feedback.Algumas granjas possuem estrutura adequada e optam por coletar conteúdo intestinal, com posterior trituração, processamento e filtragem deste material biológico, sendoassim borrifadosnos comedouros das fêmeas pertencentes ao próximo lote a parir. Outras propriedades preferem congelar este material, formando cubos de gelos que são fornecidos regularmente às marrãs na recria para que elas sejam expostas ao material infeccioso antes de entrarem na linha de inseminação, desencadeando assim imunidade contra possíveis patógenos que estarão circulando nas instalações da maternidade (Vansickle, 2012).

A prática de Feedbacké muito difundida na prevenção e/ou controle de surtos de diarreiaem vários países acometidos por doenças graves como PRRS (Síndrome Respiratória e Reprodutiva Suína), TGE (Gastroenterite Transmissível dos Suínos) ePED (Diarreia Epidêmica Suína). Após o recente e alarmante surto de PED,responsável por perdas elevadas de leitões na maternidade (até 100% de mortalidadeem alguns casos), o manejo de Feedbackpassou a ser a ferramenta de escolha para redução de sintomas clínicos nas granjas acometidas. O sucesso desta prática foi reportado mesmo antes de haver vacinas disponíveis contra o vírus PED no mercado (Schwartz K, et al. 2013).

No Brasil, o manejo de Feedbackatualmente não é muito difundido ou utilizado no campo, poishá uma preocupação por parte dos produtores, de que a exposição a materiais contaminados possadisseminar outras doenças, principalmente as reprodutivas, que causam aumento do número de natimortos e mumificados e também aborto no rebanho. No entanto, há como evitar este problema testando os animais regularmente quanto aos patógenos que circulam na granja normalmente.

Há outros riscos relacionados ao uso de Feedback. O manejo não é efetivo contra surtos de disenteria causada por Clostridium perfringens tipo C podendo piorar a situação. Além disso, o manejo não deve ser utilizado em rebanhos que são endêmicos para disenterias suínas, ou se for usado, deve ser em menor escala, com bastante cuidadoe incluindo assim,medicação contra disenterias no protocolo.Também não deve ser utilizado quando há casos clínicos de outras doenças (ex: Erisipelas) no rebanho para não contribuir com a disseminação das mesmas (The Pig Site).

Estudos recentes citam o manejo de Feedbackcomo a medida mais viável no controle de surtos de Rotavírus na maternidade (Armbrecht, 2010). A proteção cruzada entre os grupos de Rotavírus A, B e C ainda não foi totalmente comprovada pela comunidade científica. A produção em laboratório dos grupos de Rotavírus B e C em larga escalapara a confecção de vacina ainda é uma limitação devido à dificuldade de crescimentoin vitro destes microrganismos. Sendo assim, o manejo de Feedbacktem demonstrado ser um eficiente método de controle de surtos determinando a redução de sintomas clínicos de diarreia nos leitões, e também na de prevenção de diarreia nos próximos lotes.

Razões para implementação do manejo de Feedbackna sua granja
O Feedbacké fornecido por duas razões:

1) Paramarrãs: com intuito de protegê-las contra doenças reprodutivas e contra futuros surtos de diarreia em suasprimeiras leitegadas;
Esta pratica tem sido indicada como manejo essencial na fase de preparação de marrãs para melhorar o desempenho reprodutivo. O manejo de Feedback se torna especialmente importante no processo de aclimatização associado aos protocolos de vacinação emgranjas que recebem marrãs de reposição de fontes externas,

2) Para fêmeas gestantes: para estimular a produção de colostro com maior quantidade de anticorpos, protegendo os leitões contra agentes causadores de diarreia neonatais.

Como dito anteriormente, a exposição das fêmeas aos patógenos circulantes na granja pode se dar por duas maneiras, através do uso de programas de vacinação e/ouda implementação de protocolos de Feedback. Ambas práticas desencadeiam a resposta imune das fêmeas garantindo a proteção dos leitões através da ingestão de colostro. Esta imunidade especifica é,sobretudo importante,pois pesquisas que buscam a comprovaçãoda proteção cruzada entre patógenos são limitadas. 

De acordo com Swine Vet Center, 2012, alguns aspectos devem ser considerados ao se desenvolver um plano de Feedback:

O material biológico usado para determinada exposição deve ser fresco, geralmente coletado pela manhã e utilizado imediatamente,ou até no máximo no fim da tarde. A exposição do rebanho deve ocorrer em frequência suficiente para se assegurar a resposta imune adequada. Deve-se fornecer cerca de pelo menos seis exposições consecutivas até quinze dias antes do parto, em intervalo de no máximo uma semana.
O momento da exposição também é um ponto chave para o sucesso deste manejo. Fêmeas expostas ao material biológico muito próximas ao parto, nos últimos quinze dias, vão disseminar patógenos dentro das gaiolas da maternidade em quantidades muito maiores do que o esperado, podendo causar doenças nos leitões recém nascidos. Já para as marrãs, é necessário o desenvolvimento de um programa de imunização/aclimatização antes da primeira cobertura, seguindo com exposições durante a gestação junto ao resto do plantel.
Outro ponto importante para a redução da incidência de diarreianeonatal, é assegurar a ingestão adequada de colostro nas primeiras horas após o parto. Um grande esforço é colocado no aumento da qualidade de colostro através do estimulo da resposta imune das fêmeas, mas a redução da incidência de doenças somente será alcançada quando se coloca foco naadequada ingestão de colostro.Práticas que incluem asecagem e aquecimento dos leitões recém-nascidos, assim como a promoção do manejo dealeitamento parcelado, são importantes para assegurar que todos os leitões tenham ingerido quantidades adequadas de colostro. 
E por último, a sanitização do ambiente na maternidade também contribui na redução de diarreia neonatal. Uma vistoria da lavagem e desinfecção das gaiolas da maternidade é determinante para medir a eliminação da contaminação ambiental. Além disso, é extremamente recomendado a raspagem diária das áreas das gaiolas onde se acumulam fezes das fêmeas antes do parto. Esta limpeza deve continuar até aproximadamente dois ou três dias após o parto para reduzir a carga de patógenos no ambiente.

Feedback Passo a Passo:

Para fêmeas gestantes:
– Com o auxílio de papel toalha ou papel higiênico, coletar o conteúdo da diarreia dos leitões nas gaiolas da maternidade e escamoteadores, esfregando o papel sobre as áreas de maior acúmulo de fezes, ou gentilmente apertando o abdômen de leitões que apresentam quadros graves de diarreia para a coleta de material intestinalexpelido do leitão. 
– Colocar o material coletado dentro de um balde e cobrir com água (de preferência sem cloro) para a diluição do material infeccioso.
– Adicionar um pouco de ração (1/3 do balde) para ajudar na palatabilidade. 
– Identificar todos os lotes de fêmeas que estejam entre 50 e 90 dias de gestação.
– Vestindo uma luva plástica, forneça uma mão cheia do material preparado para cada fêmea, de preferência minutos antes ou logo depois do fornecimento de ração, momento em que as fêmeas estão famintas e tendem a ingerir o conteúdo com mais facilidade. Em caso de gestação em gaiolas, é importante se certificar de que não há água nos comedouros, para que o material de Feedback não se espalhe assim, para outros lotes de fêmeas que estejam em períodos críticos, ou seja, antes de 50 e depois dos 90 dias de gestação.
– Repita o manejo uma vezpor semana, fornecendo o material preparado somente para as fêmeas que estiverem entre 50 e 90 dias de gestação. Respeitar este período é muito importante para evitar efeitos adversos à gestação.

Para as marrãs na área de recepção/adaptação e na recria:

– Com o uso de uma pá, raspar fezes das gaiolas de maternidade de marrãs e porcas recém-paridas (um ou dois dias após o parto) ou de qualquer outra fêmea da qual a leitegada apresente sinais de diarreia
– Colocar o material coletado dentro de um balde e levar imediatamente para a área de recria/preparação de marrãs. Não armazenar o conteúdo.
– Despejar todo o material coletado nas baias da recria para os lotes de fêmea entre 150 dias de idade até no máximo quinze dias antes da primeira cobertura. A quantidade de material fornecido vai depender da disponibilidade, sendo geralmente um balde para cada baia. Caso a quantidade de conteúdo seja limitada, divida a porção coletada em frações fornecendohomogeneamente entre as baias. 
– No caso de instalações de piso vazado, prefira despejar o material coletado diretamente nos cochos, aproveitando o momento de fornecimento de ração para estimular a ingestão do conteúdo de Feedbackmais facilmente.
– Repetir este manejo por uma ou duas vezes por semana de acordo com a disponibilidade de mão-de-obra, como parte das atividades rotineiras para incremento da imunidade do plantel.
– Ainda para permitir uma melhor adaptação e preparação do sistema imune das marrãs, principalmente daquelas trazidas de fontes externas, é recomendando o alojamento de fêmeas descarte saudáveis nos lotes de marrãs desde 150 a 170 dias até 14 dias antes do parto para promover a estimulação do sistema imune das marrãs contra os microrganismos presentes em fêmeas já adaptadas à granja.

Considerações Finais:
A qualidade do colostro pode ser melhorada através de programas de vacinaçãoapropriados ou com o uso do manejo de Feedback. Este manejo consiste na exposição das fêmeas amaterial infeccioso das salas de maternidade, geralmente fezes, fornecidocuidadosamente às marras antes da cobertura, assim como para as marrãs e porcas gestantes,visando a estimulação de imunidade específica contra patógenos da granja.

Além do incremento da qualidade do colostro através do fornecimento de Feedback às fêmeas, deve-se otimizar a imunidade dos leitões através da ingestão de colostro para evitar a diarreia neonatal.  O recebimento de colostro da própria mãeé essencial para que os leitões desenvolvam seu próprio sistema imune e estejam aptos a ativamente se defenderem de patógenos. 

Complementando as práticas de imunização, boa higiene e manejo do microambiente dos leitões nas baias de maternidade são essenciais para o sucesso da prevenção de diarreia. Os melhores programas de vacinação e manejo do colostro podem não funcionar quando leitegadas nascem em ambientes sujos ou úmidos.

Embora o foco principal seja a prevenção, podem haver falhasde manejo causando surtos de diarreia na maternidade. Caso o surto ocorra, inúmeras opções terapêuticas estão disponíveis. Desta forma, é importante primeiro determinar o agente patogênico que causou a diarreia, uma vez que lidamos com diarreias bacterianas, virais e por protozoários(coccídeos) que exigemdiferentes abordagens de tratamento. 

O envolvimento precoce do seu veterinário no caso de surtos de diarreia neonatal é essencial para que os materiais adequados sejam coletados para a confirmação laboratorial do problema. Consulte seu veterinário para avaliação da qualidade sanitária do plantel e sobre a possibilidade do uso do manejo de Feedback na sua granja.

Referências Bibliográficas:
Armbrecht, Paul. Manure feedback helps control Rotavirus in Young Pig. National Hog Farmer, 15 de fev. 2010.
The Pig Site. Acquired Specific Immunity. http://www.thepigsite.com/pighealth/article/38/acquired-specific-immunity. Acessado em 20 de Janeiro de 2015.
Rotavirus plagues young pigs in farrowing crate, nursery. Feedstuffs, edição21, volume 82. 24 de mai.2010.
Schwartz K, et al. 2013. http://www.aasv.org. Acessado em 30 de Janeiro, 2014.
Swine Vet Center, 2012. http://www.swinevetcenter.com/news/svc_news_10_12.pdf Acessado em 20 de jan. 2015.
Vansickle, Joe.  Refining Feedback. National Hog Farmer, 15 de ago. 2012.
Waddell, John. Neonatal Scours Test Producer´s Patience. National Hog Farmer, 15 de jul. 2008.
Disclaimer: 
Giordana Costa – Suporte Técnico da Topigs Norsvin 
Médica Veterinária pela Universidade Federal de Viçosa (MG) e mestrado em Medicina Veterinária de Populações pela University of Minnesota.
www.topigsnorsvin.com

Fonte: Ass. de Imprensa Topigs Norsvin

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Importância da agricultura de precisão na produção global

Monitoramento de culturas baseado em satélite desempenha um papel crucial na dinâmica global da área de cultivo e produção, e soluções avançadas como o EOSDA Crop Monitoring contribuem para melhorar a eficiência e a sustentabilidade na agricultura moderna.

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Até 2050, espera-se que a população global se aproxime de 10 bilhões, colocando uma imensa pressão sobre a agricultura para aumentar a produção. Inovações tecnológicas, especialmente na agricultura de precisão baseada em satélites, estão transformando as práticas agrícolas para atender a essas demandas.

O monitoramento de culturas baseado em satélite desempenha um papel crucial na dinâmica global da área de cultivo e produção, e soluções avançadas como o EOSDA Crop Monitoring contribuem para melhorar a eficiência e a sustentabilidade na agricultura moderna. O monitoramento via satélite torna-se essencial nesse contexto.

Produção agrícola global: principais tendências

Até 2032, espera-se que melhorias nos rendimentos das culturas representem quase 80% do crescimento total da produção. No entanto, expandir as áreas agrícolas nem sempre é viável. É aqui que o monitoramento de safras via satélite e o monitoramento de cultivo agrícola entram em ação, fornecendo aos agricultores dados acionáveis sobre a saúde do solo, condições das culturas e variabilidade do campo.

Os cereais são uma parte importante dessa demanda crescente, com 41% da produção consumida diretamente por humanos e 37% usada para alimentação animal. Mas o aumento da produção muitas vezes traz desafios ambientais e relacionados aos recursos, destacando a importância do monitoramento de fazenda via satélite e do monitoramento de fazenda na otimização da saúde das culturas e minimização de desperdícios. O monitoramento agrícola e o monitoramento agropecuário são fundamentais para enfrentar esses desafios.

Perdas de culturas: uma preocupação global crescente

Apesar dos avanços na tecnologia, a produção de safras é altamente vulnerável a pragas, doenças e riscos ambientais. Estima-se que entre 20% e 40% dos rendimentos globais de safras são perdidos a cada ano devido a esses fatores, custando ao setor agrícola bilhões.

Por exemplo, o trigo é frequentemente afetado por doenças como a ferrugem da folha, levando a perdas anuais de rendimento de até 3%. O milho sofre de podridão do colmo, que pode reduzir os rendimentos em 5%, enquanto as culturas de soja são impactadas por nematoides de cisto, resultando em perdas de produção de 4,5%.  

O monitoramento de safras via satélite fornece uma solução, oferecendo detecção precoce de problemas e permitindo que os agricultores tomem ações preventivas. Em regiões propensas a riscos agrícolas, essas tecnologias permitem analisar remotamente a safra, o que pode ser particularmente benéfico na redução de perdas e garantia da sustentabilidade das safras.

Inovações tecnológicas na agricultura

A agricultura está se tornando cada vez mais dependente de dados para otimizar a produção e o uso de recursos. A agricultura de precisão baseada em satélites está liderando essa revolução, permitindo que os agricultores possam fazer um monitoramento de cultivo agrícola e ajustem as práticas de acordo.

Na EOSDA, nossa plataforma de monitoramento via satélite combina dados de satélite com algoritmos avançados para fornecer aos agricultores insights sobre a saúde das culturas, classificação de campos e previsão de rendimentos. Por exemplo, nossa plataforma EOSDA Crop Monitoring oferece até 90% de precisão na classificação de culturas, permitindo que os agricultores monitorem campos de até três hectares. O monitoramento de culturas baseado em satélite e o monitoramento de safra são ferramentas indispensáveis para alcançar esses objetivos.

Dinâmica da área e produção de culturas

Até 2023/24, projeta-se que a área para oleaginosas cresça para quase 270 milhões de hectares, enquanto trigo e milho cobrirão 223 milhões e 204 milhões de hectares, respectivamente. O milho, em particular, continua sendo uma cultura líder, com a produção prevista para exceder 1,2 bilhão de toneladas.

No entanto, simplesmente expandir a área não é suficiente para atender às necessidades futuras. O monitoramento de culturas baseado em satélite permite que os agricultores aumentem a produtividade nas terras agrícolas existentes, fornecendo insights baseados em dados que otimizam estratégias de plantio, irrigação e colheita. O monitoramento agropecuário e o monitoramento agrícola são essenciais para maximizar a eficiência produtiva.

Milho
O milho permanece como uma das culturas mais amplamente cultivadas, com Estados Unidos, China e Brasil liderando a produção global. O milho é essencial para alimentos, ração animal e biocombustíveis como o etanol. O monitoramento de satélite desempenha um papel crucial na produção de milho.

Trigo

O trigo é um alimento básico para mais de 2,5 bilhões de pessoas, com regiões de produção importantes incluindo China, Índia e Rússia. Também é uma commodity altamente comercializada, tornando o monitoramento de fazenda via satélite crítico para manter níveis de produção constantes.

Oleaginosas

A produção de oleaginosas, particularmente soja, sementes de girassol e colza, é impulsionada pela demanda dos setores alimentício e industrial. A região Ásia-Pacífico e a Europa Ocidental lideram a produção de oleaginosas, e o monitoramento agrícola garante o acompanhamento preciso do desenvolvimento e saúde das culturas.

Arroz
Como alimento básico para quase metade da população global, o arroz é cultivado principalmente na Ásia. O monitoramento agropecuário via satélites permite analisar remotamente a safra e ajustar a irrigação em tempo real, otimizando o uso da água.

Soja
Estados Unidos, Brasil e Argentina dominam o cultivo de soja, e com a crescente demanda global, o monitoramento de fazenda via satélite assegura que os agricultores possam

atingir metas de produção eficientemente. Essa tecnologia ajuda a monitorar a saúde da soja e otimizar as práticas agrícolas para atender à crescente demanda por proteínas de origem vegetal.

Aproveitando a tecnologia de satélite para a produção sustentável de culturas
A agricultura de precisão baseada em satélites fornece as ferramentas para enfrentar esses problemas, oferecendo aos agricultores a capacidade de analisar remotamente a safra, prever rendimentos e responder a potenciais ameaças.

Com plataformas como o EOSDA Crop Monitoring, os agricultores podem otimizar a produção enquanto minimizam o impacto ambiental, ajudando a garantir um futuro sustentável para a agricultura global.

O monitoramento via satélite, o monitoramento de fazenda e o monitoramento de safras via satélite são essenciais para alcançar esses objetivos.

Fonte: Por Vasyl Cherlinka, doutor em Ciências Biológicas, especializado em Pedologia (Ciência do Solo), com 30 anos de experiência na área.
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Valor Bruto da Produção atinge R$ 1,2 trilhão em agosto

Os principais produtos que puxaram o resultado do VBP foram soja, milho, cana-de-açúcar, bovinos e frango.

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O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária em agosto deste ano alcançou R$ 1,2 trilhão, segundo dados da da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Desse total, R$ 391,6 bilhões referem-se à produção pecuária (32,6%) e R$ 809,1 bilhões à produção das lavouras (67,4%).

Entre os principais produtos agrícolas, destacam-se a soja (23,5%), o milho (10,1%), a cana-de-açúcar (9,9%) e o café (5,9%). No setor pecuário, os bovinos (12%), frango (8,3%), leite (5,3%) e suínos (4,9%) tiveram maior destaque.

O valor registrado em agosto presenta estabilidade em relação ao ano anterior, com uma leve variação positiva de 0,1%. No recorte específico, o VBP das lavouras apresentou uma queda de 3,2%, puxada pela redução no VBP do milho (-16,6%) e da soja (-17,4%), ambos impactados por quebras de safra e queda nos preços. Em contrapartida, o VBP da pecuária cresceu 7,7% em relação a 2023, impulsionado principalmente pelo aumento de 68,9% no setor de suínos.

A região Centro-Oeste ocupa a primeira posição em participação no VBP, com 28,6%, seguida pela região Sudeste, com 28,4%. Entre os estados, Mato Grosso, maior produtor de grãos do país, lidera com 13,9%, seguido por São Paulo (13,3%), com participação significativa da cana-de-açúcar, Minas Gerais (11,4%), destaque na produção de café, e Paraná (11,3%), o segundo maior produtor de grãos do Brasil.

O estudo traz dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA/Esalq/USP) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O Valor Bruto da Produção detalha o faturamento bruto dos estabelecimentos rurais e leva em consideração os volumes de produção agrícola e pecuária e, a média dos preços recebidos pelos produtores.

Acesse os dados completos do Valor Bruto da Produção (VBP).

Fonte: Assessoria Mapa
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Óleo de soja mostra recuperação em setembro enquanto farelo continua em queda

Na parcial de setembro, mesmo com a alta observada no grão até o momento, a elevação dos derivados serve como contraponto e mantém o spread de esmagamento em 16% em Rondonópolis (MT).

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O óleo de soja iniciou setembro com leve reação em Chicago, após ter caído fortemente em agosto. Já o farelo, segue em trajetória de baixa desde junho. O preço interno do óleo de soja fechou agosto com valorização e segue em alta no início de setembro, mês que pode marcar a sexta alta seguida para o derivado.

No Brasil, as exportações de óleo de soja atingiram 114 mil toneladas em agosto, volume 43,6% inferior ao mesmo mês do ano passado. Mesmo com pequena valorização observada para o preço da soja, a alta do óleo favoreceu a elevação do spread de esmagamento.

Preços do farelo na CBOT e em Rondonópolis. Fonte: CBOT, IMEA.

O óleo de soja subiu 0,5% na parcial dos dez primeiros dias de setembro, para USDc/lb 41,50, enquanto o farelo apresentou desvalorização de 1,8% no mesmo período, para US$ 317/t. O esmagamento americano de soja segue aquecido, registrando em julho 5,3 milhões de toneladas, 4,3% acima que no mesmo mês do ano passado, como resposta à produção de biocombustíveis do país e ao aumento da capacidade de produção de diesel renovável.

Nos primeiros 10 dias de setembro, a valorização é de 3% no Mato Grosso, para R$ 5,3 mil/t. A demanda interna de óleo para a produção de biodiesel continua aquecida, dando sustentação para os preços.

No acumulado de janeiro a agosto, os embarques de óleo de soja alcançaram 965,3 mil toneladas, 49% abaixo do registrado nos primeiros oito meses de 2023, com a maior parte do óleo ficando no mercado interno para abastecer o aumento de 2 p.p. na mistura obrigatória do biodiesel.

Em agosto, o spread de esmagamento (calculado utilizando os preços da soja, farelo e óleo em Rondonópolis), apresentou alta, diante da ligeira queda no preço da soja e alta do óleo. Na parcial de setembro, mesmo com a alta observada no grão até o momento, a elevação dos derivados serve como contraponto e mantém o spread de esmagamento em 16% em Rondonópolis.

Esmagamento mensal acumulado, EUA. Fonte: NOPA.

Fonte: Consultoria Agro do Itaú BBA
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IFC

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