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Folga no Sul e aperto no Oeste

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Com espaço para 27,8 milhões, o Paraná deve colher 38,5 milhões de toneladas de grãos em 2014/15. Numa situação ideal, o estado teria de contar com capacidade 60% maior
Com espaço para 27,8 milhões, o Paraná deve colher 38,5 milhões de toneladas de grãos em 2014/15. Numa situação ideal, o estado teria de contar com capacidade 60% maior.       
O agronegócio paranaense faz investimentos expressivos para tentar compensar o déficit na capacidade de armazenagem de grãos, mas há áreas do estado que estão em situação privilegiada. Levantamento realizado pelo Agronegócio Gazeta do Povo, com base em dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mostra que na Região Sul do estado há sobra de 2 milhões de toneladas em relação à produção total de grãos (soja, milho e trigo).

Por outro lado, o quadro reforça a pressão por investimentos em zonas de produção mais afastadas, como Oeste e Noroeste que, juntas, colhem 4 milhões de toneladas de grãos a mais do que podem abrigar. Gargalos como esse, que vão além das aparências, vêm sendo mapeados pelo setor, numa bateria de estudos contratados pela Federação da Agricultura do Paraná (Faep).

Considerando os critérios de região da Secretaria Es­­tadual de Agricultura e Abas­­tecimento (Seab), a área de abrangência do Sul inclui a infraestrutura localizada no Porto de Paranaguá, além da estrutura de polos industriais nas regiões de Ponta Grossa e Guarapuava, nos Campos Gerais. Esses fatores garantem sobra de espaço na região, aponta o assessor técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Robson Mafioletti. “Os armazéns do porto estão em uma área que praticamente não produz grãos, enquanto nas regiões de indústria essas estruturas garantem capacidade operacional”, detalha.

A sobra de uma região não garante compensação no déficit de outra, indicam os especialistas. Isso agrava o problema de áreas como o Oeste paranaense que, mesmo sendo responsável por um quarto da safra dos grãos de verão (8 milhões de toneladas), possui espaço para estoque de apenas 4,8 milhões de toneladas — um descompasso de 3,2 milhões de t. “Na época de colheita o custo do frete fica muito alto devido à demanda, já que falta espaço”, aponta o presidente da Associação Brasileira de Pós-Colheita (Abrapos), Irineu Lorini.

Para ele, faltou planejamento para expandir as fronteiras agrícolas, intensificando as diferenças regionais. “Onde há déficit, a produção cresceu mais e muito mais rápido do que a infraestrutura, gerando essa escassez. No caso do Sul, já não há tantas áreas disponíveis”, compara.

Além da escassez, parte dos armazéns já instalados tem uso limitado, gerando agravante. “Há muitas estruturas obsoletas no estado, que não conseguem preservar a qualidade dos grãos durante muito tempo. O custo para modernização é tão elevado que vale mais a pena construir de novo”, indica Lorini.

Investimentos

O déficit de armazéns do estado começou a ser compensado de forma mais intensa no ano passado, quando o go­­verno federal implantou o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA). Com 15 anos de prazo para pagamento, carência de 3 anos e taxa de juros de 4% ao ano, a linha de financiamento tem atraído investimentos expressivos das cooperativas.

A Ocepar aponta que o setor está aplicando R$ 1,2 bilhão, que vão acrescentar 1,8 milhão de toneladas à capacidade de estocagem. Com esses investimentos, as cooperativas podem elevar de 55% para 60% a participação na armazenagem do estado.

Desafios vão além da construção de novos silos

O desafio da armazenagem no Paraná vai além de investimentos em infraestrutura. Estudo realizado pelo núcleo de estudos em logística da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-Log), da Universidade de São Paulo (USP), mostra que burocracia, falta de escala e incerteza quanto aos custos são barreiras extras. Batizado de Projeto Benin, o trabalho complementa uma série de pesquisas elaboradas pela instituição em parceria com a Federação da Agricultura do Paraná (Faep). Os técnicos viajaram pelo interior do estado e realizaram 46 entrevistas com responsáveis por cerealistas, cooperativas e produtores. O estudo revela que o estímulo dado para investimentos em novos armazéns ainda não fomenta ampla adesão no campo.

Existem produtores interessados em construir silos nas propriedades, mas os projetos esbarram em aspectos como o custo elevado de implementação e a burocracia de acesso ao recurso. Quem investiu não reclama, mas é preciso um estudo detalhado para garantir a viabilidade do empreendimento, defendem os técnicos envolvidos na pesquisa.

Outro ponto destacado é a grande variação nas taxas de descontos por qualidade e umidade dos grãos armazenados em estruturas de terceiros. “Parte dessa variação está associada a questões regionais como clima e localização geo­gráfica, mas isso também se deve a uma falta de transparência na definição destes descontos”, pontua o pesquisador da Esalq-Log Fernando Vinícius da Rocha.

Fonte: Gazeta do Povo

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Importância da agricultura de precisão na produção global

Monitoramento de culturas baseado em satélite desempenha um papel crucial na dinâmica global da área de cultivo e produção, e soluções avançadas como o EOSDA Crop Monitoring contribuem para melhorar a eficiência e a sustentabilidade na agricultura moderna.

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Fotos: Shutterstock

Até 2050, espera-se que a população global se aproxime de 10 bilhões, colocando uma imensa pressão sobre a agricultura para aumentar a produção. Inovações tecnológicas, especialmente na agricultura de precisão baseada em satélites, estão transformando as práticas agrícolas para atender a essas demandas.

O monitoramento de culturas baseado em satélite desempenha um papel crucial na dinâmica global da área de cultivo e produção, e soluções avançadas como o EOSDA Crop Monitoring contribuem para melhorar a eficiência e a sustentabilidade na agricultura moderna. O monitoramento via satélite torna-se essencial nesse contexto.

Produção agrícola global: principais tendências

Até 2032, espera-se que melhorias nos rendimentos das culturas representem quase 80% do crescimento total da produção. No entanto, expandir as áreas agrícolas nem sempre é viável. É aqui que o monitoramento de safras via satélite e o monitoramento de cultivo agrícola entram em ação, fornecendo aos agricultores dados acionáveis sobre a saúde do solo, condições das culturas e variabilidade do campo.

Os cereais são uma parte importante dessa demanda crescente, com 41% da produção consumida diretamente por humanos e 37% usada para alimentação animal. Mas o aumento da produção muitas vezes traz desafios ambientais e relacionados aos recursos, destacando a importância do monitoramento de fazenda via satélite e do monitoramento de fazenda na otimização da saúde das culturas e minimização de desperdícios. O monitoramento agrícola e o monitoramento agropecuário são fundamentais para enfrentar esses desafios.

Perdas de culturas: uma preocupação global crescente

Apesar dos avanços na tecnologia, a produção de safras é altamente vulnerável a pragas, doenças e riscos ambientais. Estima-se que entre 20% e 40% dos rendimentos globais de safras são perdidos a cada ano devido a esses fatores, custando ao setor agrícola bilhões.

Por exemplo, o trigo é frequentemente afetado por doenças como a ferrugem da folha, levando a perdas anuais de rendimento de até 3%. O milho sofre de podridão do colmo, que pode reduzir os rendimentos em 5%, enquanto as culturas de soja são impactadas por nematoides de cisto, resultando em perdas de produção de 4,5%.  

O monitoramento de safras via satélite fornece uma solução, oferecendo detecção precoce de problemas e permitindo que os agricultores tomem ações preventivas. Em regiões propensas a riscos agrícolas, essas tecnologias permitem analisar remotamente a safra, o que pode ser particularmente benéfico na redução de perdas e garantia da sustentabilidade das safras.

Inovações tecnológicas na agricultura

A agricultura está se tornando cada vez mais dependente de dados para otimizar a produção e o uso de recursos. A agricultura de precisão baseada em satélites está liderando essa revolução, permitindo que os agricultores possam fazer um monitoramento de cultivo agrícola e ajustem as práticas de acordo.

Na EOSDA, nossa plataforma de monitoramento via satélite combina dados de satélite com algoritmos avançados para fornecer aos agricultores insights sobre a saúde das culturas, classificação de campos e previsão de rendimentos. Por exemplo, nossa plataforma EOSDA Crop Monitoring oferece até 90% de precisão na classificação de culturas, permitindo que os agricultores monitorem campos de até três hectares. O monitoramento de culturas baseado em satélite e o monitoramento de safra são ferramentas indispensáveis para alcançar esses objetivos.

Dinâmica da área e produção de culturas

Até 2023/24, projeta-se que a área para oleaginosas cresça para quase 270 milhões de hectares, enquanto trigo e milho cobrirão 223 milhões e 204 milhões de hectares, respectivamente. O milho, em particular, continua sendo uma cultura líder, com a produção prevista para exceder 1,2 bilhão de toneladas.

No entanto, simplesmente expandir a área não é suficiente para atender às necessidades futuras. O monitoramento de culturas baseado em satélite permite que os agricultores aumentem a produtividade nas terras agrícolas existentes, fornecendo insights baseados em dados que otimizam estratégias de plantio, irrigação e colheita. O monitoramento agropecuário e o monitoramento agrícola são essenciais para maximizar a eficiência produtiva.

Milho
O milho permanece como uma das culturas mais amplamente cultivadas, com Estados Unidos, China e Brasil liderando a produção global. O milho é essencial para alimentos, ração animal e biocombustíveis como o etanol. O monitoramento de satélite desempenha um papel crucial na produção de milho.

Trigo

O trigo é um alimento básico para mais de 2,5 bilhões de pessoas, com regiões de produção importantes incluindo China, Índia e Rússia. Também é uma commodity altamente comercializada, tornando o monitoramento de fazenda via satélite crítico para manter níveis de produção constantes.

Oleaginosas

A produção de oleaginosas, particularmente soja, sementes de girassol e colza, é impulsionada pela demanda dos setores alimentício e industrial. A região Ásia-Pacífico e a Europa Ocidental lideram a produção de oleaginosas, e o monitoramento agrícola garante o acompanhamento preciso do desenvolvimento e saúde das culturas.

Arroz
Como alimento básico para quase metade da população global, o arroz é cultivado principalmente na Ásia. O monitoramento agropecuário via satélites permite analisar remotamente a safra e ajustar a irrigação em tempo real, otimizando o uso da água.

Soja
Estados Unidos, Brasil e Argentina dominam o cultivo de soja, e com a crescente demanda global, o monitoramento de fazenda via satélite assegura que os agricultores possam

atingir metas de produção eficientemente. Essa tecnologia ajuda a monitorar a saúde da soja e otimizar as práticas agrícolas para atender à crescente demanda por proteínas de origem vegetal.

Aproveitando a tecnologia de satélite para a produção sustentável de culturas
A agricultura de precisão baseada em satélites fornece as ferramentas para enfrentar esses problemas, oferecendo aos agricultores a capacidade de analisar remotamente a safra, prever rendimentos e responder a potenciais ameaças.

Com plataformas como o EOSDA Crop Monitoring, os agricultores podem otimizar a produção enquanto minimizam o impacto ambiental, ajudando a garantir um futuro sustentável para a agricultura global.

O monitoramento via satélite, o monitoramento de fazenda e o monitoramento de safras via satélite são essenciais para alcançar esses objetivos.

Fonte: Por Vasyl Cherlinka, doutor em Ciências Biológicas, especializado em Pedologia (Ciência do Solo), com 30 anos de experiência na área.
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Valor Bruto da Produção atinge R$ 1,2 trilhão em agosto

Os principais produtos que puxaram o resultado do VBP foram soja, milho, cana-de-açúcar, bovinos e frango.

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O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária em agosto deste ano alcançou R$ 1,2 trilhão, segundo dados da da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Desse total, R$ 391,6 bilhões referem-se à produção pecuária (32,6%) e R$ 809,1 bilhões à produção das lavouras (67,4%).

Entre os principais produtos agrícolas, destacam-se a soja (23,5%), o milho (10,1%), a cana-de-açúcar (9,9%) e o café (5,9%). No setor pecuário, os bovinos (12%), frango (8,3%), leite (5,3%) e suínos (4,9%) tiveram maior destaque.

O valor registrado em agosto presenta estabilidade em relação ao ano anterior, com uma leve variação positiva de 0,1%. No recorte específico, o VBP das lavouras apresentou uma queda de 3,2%, puxada pela redução no VBP do milho (-16,6%) e da soja (-17,4%), ambos impactados por quebras de safra e queda nos preços. Em contrapartida, o VBP da pecuária cresceu 7,7% em relação a 2023, impulsionado principalmente pelo aumento de 68,9% no setor de suínos.

A região Centro-Oeste ocupa a primeira posição em participação no VBP, com 28,6%, seguida pela região Sudeste, com 28,4%. Entre os estados, Mato Grosso, maior produtor de grãos do país, lidera com 13,9%, seguido por São Paulo (13,3%), com participação significativa da cana-de-açúcar, Minas Gerais (11,4%), destaque na produção de café, e Paraná (11,3%), o segundo maior produtor de grãos do Brasil.

O estudo traz dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA/Esalq/USP) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O Valor Bruto da Produção detalha o faturamento bruto dos estabelecimentos rurais e leva em consideração os volumes de produção agrícola e pecuária e, a média dos preços recebidos pelos produtores.

Acesse os dados completos do Valor Bruto da Produção (VBP).

Fonte: Assessoria Mapa
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Óleo de soja mostra recuperação em setembro enquanto farelo continua em queda

Na parcial de setembro, mesmo com a alta observada no grão até o momento, a elevação dos derivados serve como contraponto e mantém o spread de esmagamento em 16% em Rondonópolis (MT).

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O óleo de soja iniciou setembro com leve reação em Chicago, após ter caído fortemente em agosto. Já o farelo, segue em trajetória de baixa desde junho. O preço interno do óleo de soja fechou agosto com valorização e segue em alta no início de setembro, mês que pode marcar a sexta alta seguida para o derivado.

No Brasil, as exportações de óleo de soja atingiram 114 mil toneladas em agosto, volume 43,6% inferior ao mesmo mês do ano passado. Mesmo com pequena valorização observada para o preço da soja, a alta do óleo favoreceu a elevação do spread de esmagamento.

Preços do farelo na CBOT e em Rondonópolis. Fonte: CBOT, IMEA.

O óleo de soja subiu 0,5% na parcial dos dez primeiros dias de setembro, para USDc/lb 41,50, enquanto o farelo apresentou desvalorização de 1,8% no mesmo período, para US$ 317/t. O esmagamento americano de soja segue aquecido, registrando em julho 5,3 milhões de toneladas, 4,3% acima que no mesmo mês do ano passado, como resposta à produção de biocombustíveis do país e ao aumento da capacidade de produção de diesel renovável.

Nos primeiros 10 dias de setembro, a valorização é de 3% no Mato Grosso, para R$ 5,3 mil/t. A demanda interna de óleo para a produção de biodiesel continua aquecida, dando sustentação para os preços.

No acumulado de janeiro a agosto, os embarques de óleo de soja alcançaram 965,3 mil toneladas, 49% abaixo do registrado nos primeiros oito meses de 2023, com a maior parte do óleo ficando no mercado interno para abastecer o aumento de 2 p.p. na mistura obrigatória do biodiesel.

Em agosto, o spread de esmagamento (calculado utilizando os preços da soja, farelo e óleo em Rondonópolis), apresentou alta, diante da ligeira queda no preço da soja e alta do óleo. Na parcial de setembro, mesmo com a alta observada no grão até o momento, a elevação dos derivados serve como contraponto e mantém o spread de esmagamento em 16% em Rondonópolis.

Esmagamento mensal acumulado, EUA. Fonte: NOPA.

Fonte: Consultoria Agro do Itaú BBA
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