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Evolução tecnológica da pecuária é destaque da InterCorte
Avanços da genética e integração lavoura-pecuária-floresta foram abordados no primeiro dia do evento, que vai até sexta, no WTC, em São Paulo
Com a proposta de debater a cadeia produtiva da carne de forma ampla e importância da adoção de tecnologias para a produção de carne de qualidade, teve início nesta quarta-feira, dia 21, a InterCorte São Paulo. O evento, que prossegue até sexta-feira, dia 23, no WTC Golden Hall, conta com 15 atrações distribuídas na programação e mais de 60 palestrantes.
A edição deste ano traz palestras com temas que buscam promover a integração entre diferentes setores do agronegócio, por meio de um ambiente mais pluralizado, evidenciando a importância da união da cadeia produtiva de alimentos em prol do crescimento no Brasil.
Na cerimônia de abertura, a diretora do Terraviva Eventos, que promove a InterCorte, evidenciou o papel agregador do evento. “A InterCorte tem como missão unir projetos, associações, empresas e lideranças para juntos trabalharmos pelo desenvolvimento do setor”, enfatiza.
O secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Francisco Jardim ressaltou a evolução da pecuária brasileira nos últimos anos, os desafios para as próximas décadas, defendendo a criação de um novo Plano Pecuário. “A atividade vem numa crescente e se aprimorando a cada ano, melhorando a produção. Um dos desafios para o próximo governo será a modernização do Plano Pecuário. O primeiro modelo foi feito há 40 anos e agora é o momento de rever e analisar o que o mercado quer. E, aqui na InterCorte, é onde podemos ter uma amostra e visualizar o que há de mais moderno para o mercado e mais importante para o setor”, aponta. Jardim lembrou ainda que segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) será preciso aumentar a produção de alimentos em 20% e a pecuária do Brasil terá papel fundamental nesse processo até 2050, com crescimento ainda maior na ordem de 40%.
O presidente da Associação dos Criadores do Pará (Acripará), Maurício Fraga Filho, destacou que a InteCorte tem papel fundamental para os setores que integram a cadeia produtiva da carne brasileira. “Venho desde a primeira edição da InterCorte e acredito que é o encontro oficial da pecuária nacional. Este ano tivemos uma etapa do evento no Pará e foi um sucesso, com a participação de mais de mil produtores, que contribuiu de forma decisiva para o fortalecimento da nossa associação e animou o setor”, afirmou.
O diretor-executivo do Canal Terraviva, Eduardo Ramos, destacou a importância do evento para o segmento como ferramenta de propagação de novas tecnologias e conhecimento. “Vemos um futuro melhor para o setor e a InterCorte é ferramenta para o futuro e o progresso”, destacou.
Programação
A InterCorte traz questões atuais para que o produtor tenha mais conhecimento técnico para sua produção pecuária com sustentabilidade e rentabilidade. No painel “Caminhos da Genética”, as palestras e exposições mostraram as mais recentes evoluções nesse segmento, especialmente sobre a genômica.
O professor da Universidade Federal de Viçosa, Mario Chizzotti, que abriu o painel sobre genética, apontou que muita gente ainda encara a atividade pecuária como produtora de boi, quando, na verdade, o pecuarista é produtor de carne de qualidade. “Um dos desafios é o produtor conseguir produzir mais carne por animal. Ainda há um trabalho muito grande para se fazer da porteira para dentro para que haja um bom valor agregado na atividade. A tipificação de carcaça pelo frigorífico é uma saída para melhor remunerar o produtor, pois se paga não pelo peso e, sim, pela quantidade de carne”, explica. “Enquanto estivermos produzindo apenas peso, não acharemos o caminho para a qualidade”, analisou.
O médico-veterinário César Franzon, Gerente de Inovação e Melhoramento de Genética na CRV Lagoa destacou a importância de se fornecer boas condições para que o animal expresse todo o seu potencial genético apoiado no tripé: nutrição, sanidade e eficiência. “Muitas vezes discutimos apenas o que tem sido feito em melhoramento genético. No entanto, o produtor precisa trabalhar mais para produzir com eficiência carne de qualidade. A nutrição é um dos gargalos de custo, mas se não tiver uma boa nutrição o animal não terá um bom índice reprodutivo, pois um fator depende do outro”, comentou. “É preciso fazer conta para conseguir agregar valor em toda a cadeia. Podemos produzir de forma mais barata, mas quem vai direcionar a demanda é o mercado consumidor”, completou.
A Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF) foi um dos destaques da programação da InterCorte, sendo discutida em três painéis “Caminhos da ILPF” ao longo do dia. A programação detalhou aspectos dessa estratégia de produção que integra diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma mesma área.
Segundo o coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Orlando Melo de Castro, a ILPF já está sendo utilizada em mais de 11 milhões de hectares no Brasil e que mais do que recuperar áreas degradadas de pastagens, a técnica deve ser vista como uma forma de diversificar as atividades e a renda com a produção de grãos e pecuária. “Ainda há muito a ser estudado e a aprendermos sobre ILPF, mas uma certeza nós temos: é que estamos implantando a maior revolução na produção de proteína animal e vegetal que o mundo já presenciou com tecnologia brasileira e de brasileiros”, ressaltou o pesquisador.
Programação do segundo dia
A programação da InterCorte São Paulo na quinta-feira, dia 22, prossegue com um painel sobre ILPPF. Além disso, os visitantes podem “percorrer” o caminho da ILPF por meio da tecnologia de realidade virtual. Com o uso de óculos de realidade virtual (RV) e um fone de ouvido, os participantes do evento podem caminhar por um percurso interativo e informativo sobre essa tecnologia. O túnel de RV é uma adaptação do aplicativo “Maquete virtual de ILPF em realidade aumentada” em 16 etapas, montado pela Rede ILPF.
Nesta quinta a InterCorte terá ainda o painel “A carne além do churrasco”, liderado pela JBS, com uma programação de palestras e degustações que pretendem quebrar paradigmas dos eventos do setor em apresentar apenas a carne in natura. O objetivo é apresentar aos participantes um panorama do mercado de alimentos preparados no Brasil e no mundo, mostrando o perfil do consumidor desses produtos, tendências e a preocupação com o controle de qualidade no processo produtivo.
A InterCorte será sede da entrega do prêmio “Touro de Ouro”, promovido pela Editora Centauro, que edita as revistas AG e A Granja e que há 10 anos homenageia as empresas mais lembradas da pecuária.
Sobre a InterCorte
Desde a sua criação em 2012, a InterCorte já contou com a participação de mais de 27 mil pessoas, a maior parte pecuaristas, em eventos que percorrem algumas das principais regiões pecuárias do País para levar informação, conhecimento e tecnologia.
Em 2018 a InterCorte ocorreu em Cuiabá (MT), no mês de março, com a participação de 1.500 pessoas, Marabá (PA) em maio com 1.050 participantes e será finalizada em São Paulo (SP), nos dias 21, 22 e 23 de novembro.
A InterCorte faz parte do “Integrar para Crescer”, plataforma de comunicação que envolve eventos e ações com o intuito de disseminar informação de qualidade, reverberando os temas e discussões relevantes ao setor. Além da InterCorte, a plataforma ainda promove eventos como a Interconf, InterGrãos e ações como o movimento #SomosdaCarne, a Beef Week, “Você Sabia” e “Caminho do Boi”, visando sempre o crescimento e fortalecimento do agronegócio no Brasil.
Fonte: Ass. de Imprensa
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Comércio exterior e logística no setor agropecuário: desafios e oportunidades para o transporte e escoamento
Exportações de soja em outubro, caíram 22,9% em relação ao mês anterior, um reflexo de flutuações no mercado, mas o acumulado de 2024 manteve-se robusto, com 94,2 milhões de toneladas exportadas de janeiro a outubro.
O mercado de fretes e a logística de escoamento se destacam como elementos essenciais no atual cenário da agricultura brasileira, especialmente diante do crescimento expressivo da produção de grãos previsto para a safra 2024/25. A estimativa de 322,53 milhões de toneladas de grãos, um aumento de 8,2% em relação à safra anterior, traz desafios adicionais para a infraestrutura de transporte e os processos logísticos do país. A análise consta na nova edição do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta sexta-feira (22).
A melhoria nas condições climáticas tem favorecido o avanço das semeaduras, com destaque para as culturas de soja e milho, mas, para que a produção chegue ao mercado internacional, é crucial um sistema de escoamento eficiente. Nesse sentido, os portos brasileiros desempenham papel fundamental, especialmente os do Arco Norte, que têm se consolidado como uma via vital para exportação. Em outubro de 2024, os portos do Arco Norte responderam por 35,1% das exportações de grãos, superando a participação de 33,9% registrada no mesmo período de 2023.
Com o aumento da produção de soja e milho, as expectativas de escoamento nos próximos meses apontam para um cenário desafiador, com necessidade de otimizar os fretes para atender ao crescimento das exportações. Em outubro, as exportações de soja caíram 22,9% em relação ao mês anterior, um reflexo de flutuações no mercado, mas o acumulado de 2024 manteve-se robusto, com 94,2 milhões de toneladas exportadas de janeiro a outubro. Já as exportações de milho, que enfrentam uma redução de 34,1% nas estimativas para a safra 2023/24, exigem adaptação no transporte, uma vez que a oferta menor pode reduzir a demanda por fretes no curto prazo, mas com aumento da competição por capacidade logística.
A movimentação de fertilizantes, por sua vez, também demanda atenção na logística. Em outubro de 2024, os portos brasileiros importaram 4,9 milhões de toneladas de fertilizantes, o que representa um incremento de 5,9% em relação ao mês anterior. Este crescimento contínuo na importação exige um cuidado especial no transporte desses insumos, visto que o Brasil é um dos maiores compradores internacionais e uma base importante de consumo de fertilizantes.
Por outro lado, o transporte de cargas no Brasil segue enfrentando desafios estruturais. De acordo com o Boletim da Conab, a ampliação das capacidades de escoamento nos portos, especialmente no Arco Norte, é uma estratégia chave para lidar com o aumento do volume de exportações e garantir que os fretes se mantenham competitivos.
Em suma, a logística no setor agropecuário brasileiro se apresenta como um elo crucial para garantir o sucesso das exportações de grãos. A integração entre os diferentes modais de transporte, o aprimoramento da infraestrutura portuária e a adaptação às demandas de escoamento serão decisivos para que o Brasil continue sendo um dos maiores exportadores de commodities agrícolas do mundo.
Fretes
Em outubro de 2024, os preços do frete apresentaram variações significativas entre os estados brasileiros. Os preços subiram em estados como Bahia, Goiás e Minas Gerais e Distrito Federal, principalmente devido ao aumento na demanda, impulsionado pela exportação de grãos e a importação de fertilizantes. Em Goiás, a melhora nos preços do milho também gerou aumento na demanda por fretes. Já em estados como Paraná, Piauí e São Paulo, os preços ficaram mais baratos, com o Paraná registrando uma redução de 16,67% na região de Cascavel, refletindo a baixa demanda por grãos. No Piauí, a diminuição nas exportações de soja resultou em uma queda de 4,10% no mercado de fretes. Por outro lado, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul apresentaram estabilidade nos preços, com pouca variação nas cotações, devido a um equilíbrio entre a demanda e a oferta de fretes.
O Boletim Logístico da Conab é um periódico mensal que coleta dados em dez estados produtores, com análises dos aspectos logísticos do setor agropecuário, posição das exportações dos produtos agrícolas de expressão no Brasil, análise do fluxo de movimentação de cargas e levantamento das principais rotas utilizadas para escoamento da safra. Confira a edição completa do Boletim Logístico – Novembro/2024, disponível no site da Companhia.
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Clima favorável impulsiona cultivos da primeira safra, aponta boletim de monitoramento
Precipitações regulares e bem distribuídas criaram um ambiente propício para a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos.
As condições climáticas favoráveis nas primeiras semanas de novembro impactaram positivamente o cenário agrícola brasileiro. Na região Central do país, precipitações regulares e bem distribuídas criaram um ambiente propício para a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra.
O Norte-Nordeste experimentou uma expansão das áreas beneficiadas por chuvas, incluindo regiões do Matopiba que anteriormente enfrentavam déficit hídrico. Esse cenário impulsionou o processo de semeadura na maior parte dessa região.
Em contraste, o Sul do país registrou uma redução nas precipitações, o que facilitou o avanço da colheita do trigo e a semeadura dos cultivos de primeira safra. De modo geral, as condições agroclimáticas se mostraram favoráveis, proporcionando umidade adequada para o desenvolvimento das lavouras.
No Rio Grande do Sul, a semeadura do arroz progrediu significativamente, com a maior parte concluída dentro do período considerado ideal. A maioria das lavouras encontra-se em fase de desenvolvimento vegetativo, beneficiando-se das condições climáticas que favoreceram a germinação e o estabelecimento das plantas. Em Santa Catarina, temperaturas médias e incidência solar adequadas contribuíram para o bom desenvolvimento das culturas.
Estas informações estão presentes no Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA), publicado mensalmente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em parceria com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Grupo de Monitoramento Global da Agricultura (Glam).
A versão completa do Boletim está disponível para consulta no site oficial da Conab, acesse clicando aqui.
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Show Rural investe em obras para melhorar experiência de visitantes
Com o objetivo de garantir mais conforto e eficiência à experiência de visitantes e expositores, várias obras físicas acontecem no parque e serão entregues já para a 37ª edição.
Avançam os preparativos para a 37ª edição do Show Rural Coopavel, evento que reafirma o Oeste do Paraná como um dos principais polos do agronegócio mundial. De 10 a 14 de fevereiro de 2025, visitantes do Brasil e do exterior terão acesso a um espaço renovado, com melhorias que reforçam o compromisso da Coopavel com a inovação, a sustentabilidade e a excelência em infraestrutura. “Melhorar continuamente é uma das regras que fazem o sucesso do Show Rural, referência em inovações e tendências para o agronegócio”, destaca o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli.
Com o objetivo de garantir mais conforto e eficiência à experiência de visitantes e expositores, várias obras físicas acontecem no parque e serão entregues já para a 37ª edição. O restaurante do parque está em ampliação em 500 metros quadrados, permitindo o atendimento de mais mil pessoas por refeição. A área de entrega de bebidas é reformulada para otimizar o fluxo, enquanto novos buffets, mesas e utensílios foram adquiridos para manter o alto padrão de qualidade em uma estrutura com capacidade para servir mais de 40 mil refeições diariamente.
A mobilidade no parque também recebe melhorias. São mais de seis mil metros quadrados de ruas asfaltadas. Uma das novidades mais aguardadas é a cobertura da Rua 10, que conecta o Portal 4 ao Pavilhão da Agricultura Familiar. Com 400 metros lineares, essa obra, viabilizada em parceria com a Barigui/Volkswagen, eleva para mais de 6,2 mil metros quadrados a área coberta do parque, garantindo conforto aos visitantes em qualquer condição climática, observa o coordenador geral Rogério Rizzardi.
Para ônibus
Para receber caravanas de todo o Brasil e de outros países será criado um estacionamento exclusivo para ônibus com capacidade para 400 veículos. Estrategicamente localizada, a nova estrutura promete praticidade e organização para os grupos que participam da maior mostra de tecnologia para o campo da América Latina.
Outro destaque é o barracão de 1,2 mil metros quadrados dedicado à gestão de resíduos. Essa estrutura permitirá separação e correta destinação de materiais antes, durante e depois do evento, reforçando o compromisso da cooperativa e do evento técnico com práticas ambientalmente responsáveis.
Evolução
Com essas inovações e investimentos, o Show Rural Coopavel segue como referência global, combinando hospitalidade, tecnologia e respeito ao meio ambiente, reforça o presidente Dilvo Grolli. O tema da 37ª edição será Nossa natureza fala mais alto.