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Suínos / Peixes

Especialista alerta para três pontos críticos no carregamento e transporte de suínos

O bem-estar animal é tema fundamental na indústria agropecuária, uma preocupação compartilhada por 183 países signatários da OIE. O médico-veterinário, mestre em Ciências Veterinárias, doutor em Bem-estar Animal, professor, autor e consultor, Cleandro Pazinato Dias, destaca a importância de entender como os animais lidam com seu ambiente e como isso afeta seu quadro.

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O médico-veterinário, mestre em Ciências Veterinárias, doutor em Bem-estar Animal, professor, autor e consultor Cleandro Pazinato Dias compartilhou suas experiências com especialistas e profissionais do setor suinícola, durante o Encontro Regional da Associação Brasileira de Veterinários Especialistas em Suínos (Abraves). O encontro aconteceu em Toledo, no Paraná.

O bem-estar animal é tema fundamental na indústria agropecuária, uma preocupação, segundo Dias, compartilhada por 183 países signatários da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Ele destaca a importância de entender como os animais lidam com seu ambiente e como isso afeta seu quadro. “O conceito de bem-estar animal é central para a OIE e para a comunidade internacional. Trata-se de garantir que os animais estejam saudáveis, confortáveis, bem alimentados, seguros e livres de dor, medo ou angústia”, iniciou. Para o palestrante, “a vida dos animais está em harmonia quando todas essas condições são atendidas”.

médico-veterinário, mestre em Ciências Veterinárias, doutor em Bem-estar Animal, professor, autor e consultor Cleandro Pazinato: “O conceito de bem-estar animal é central para a OIE e para a comunidade internacional” Dias – Foto: Francieli Baumgarten

Entretanto, Cleandro Dias ressalta que, muitas vezes, apesar de todo o cuidado prévio, o momento do carregamento e transporte dos animais pode comprometer todo o trabalho realizado em onze meses. “Esse processo apresenta uma série de estressores que podem impactar negativamente o bem-estar dos animais”. Ele detalha os principais desafios encontrados nessa fase e, um dos primeiros estressores destacados é a mistura de suínos não familiares. “Quando suínos de diferentes grupos são reunidos durante o transporte, isso pode levar a brigas devido à necessidade de estabelecer uma nova hierarquia social”.

Manejo

Outro ponto crítico mencionado pelo profissional é o uso inadequado de métodos e objetos de manejo, como o choque elétrico, que pode causar estresse nos animais e é proibido no Brasil. “Aproveito a oportunidade para destacar que é proibido conduzir suínos em granjas ou em transporte utilizando choque elétrico ou o sistema de caneta elétrica”, frisa. Além disso, Cleandro aponta deficiências estruturais nas instalações de transporte, como o uso de baias de expedição ou de transbordo. “Em alguns locais, aqui no Brasil, ou em algumas situações são utilizados esse tipo de instalação, onde você reúne os animais numa baia, prévia ao embarque. Se isso for feito também de uma maneira inadequada, perdemos boa parte do trabalho que foi feito antes. Algumas unidades brasileiras estão cogitando ainda novos projetos utilizando esse esquema. Existe uma forma de fazer que reduz o estresse”, relata.

A inexperiência ou falta de treinamento dos manejadores também foi uma circunstância considerável apontada pelo palestrante. “Se as pessoas que fazem o trabalho não sabem como fazê-lo corretamente, já se tem um ponto crítico que está fora de controle. Carregar suínos, embarcar e transportar exige muito jeito e não é complexo. É simples, mas tem que ser feito de uma maneira cuidadosa para que o animal não se estresse”, aponta Dias.

Outro aspecto destacado por Dias é a importância da composição adequada das equipes envolvidas no transporte de suínos. Desde os produtores até os transportadores, passando pelos funcionários e equipes especializadas, cada membro desempenha um papel fundamental na garantia do bem-estar dos animais. “Precisamos olhar para as pessoas que estão fazendo esse trabalho com o carinho e respeito que elas merecem, se não, teremos dificuldades em reverter os resultados ruins que temos nessa fase”, observa.

Deficiências estruturais

Deficiências estruturais, como nas instalações do caminhão, corredor, rampa ou pátio, também são citadas por Dias como fatores estressores para os suínos. “Todas essas instalações que estão nesse fluxo dos

animais podem interferir no bem-estar deles e nas perdas que nós temos. Então, precisam estar em boas condições e serem desenhadas dentro de um layout que seja favorável à condução e ao transporte de animais. Quero deixar bem claro que são pontos críticos em termos de infraestrutura: o local onde o animal embarca, a conexão dele com o veículo de transporte e, também, o local onde o veículo transita dentro da propriedade rural, para que ele possa ter uma boa acoplação”, exemplifica.

Transporte

O professor acrescenta ainda que condução inadequada do veículo, estradas em más condições, microclima do caminhão e más condições ambientais também são fatores que precisam ser observados para evitar o estresse dos suínos durante o carregamento e transporte. “Os animais sofrem muito, de dor, de calor. Um dia que apresenta 30º C de temperatura, por exemplo, é um dia inadequado para transportar suínos. Independente da categoria, precisamos de veículos que sejam semi climatizados ou climatizados”, reforça. “Não podemos eliminar esses estressores, mas podemos tentar reduzir ou mitigar o impacto deles, para que essa viagem, esse carregamento, seja menos traumático possível”, complementa o médico veterinário.

“Muitas vezes, durante a viagem, o suíno tem sede, fome, tem calor e tudo isso faz com que ele tenha algum tipo de situação que o leva a ter desconforto, frustração ou fadiga”, cita o especialista. “Importante ressaltar que a superestimulação sensorial – ruídos, odores desconhecidos, luzes, variações abruptas de velocidade, oscilações térmicas, vibrações do veículo, tudo isso vai estressando o suíno”, salienta o doutor em Bem-estar Animal.

Reforçando pontos críticos

Durante a palestra, Cleandro reforçou os três pontos que ele considera mais críticos na etapa de carregamento e transporte de animais. “O primeiro deles é o manejo inadequado, que vai provocar o estresse de manejo e, para prevenir, é necessário treinamento e capacitação das pessoas para que elas saibam como devem trabalhar, carregar os animais e transportá-los”, especifica. “O segundo ponto são as altas temperaturas, que causam ao animal o estresse térmico, que pode ser evitado não realizando carregamento em horas de calor. O outro ponto importante é a questão das instalações. Novamente menciono a superestimulação sensorial e, nesse momento, a manutenção das instalações é um ponto crítico”. Segundo Cleandro, “é sempre válido lembrar que atraso no embarque ou desembarque é um risco que pode aumentar as consequências negativas do bem-estar”, ampliou.

Categorização dos animais

Ele também chama atenção para a categorização dos animais transportados e a importância de prepará-los adequadamente para a viagem, incluindo períodos de jejum específicos de acordo com as características individuais. “Categorizamos o transporte por peso, idade, destino, por característica de veículo que vai transportar. É muito útil essa especialização dos transportes que a agroindústria faz”. O consultor detalha que “as categorias são divididas em cinco: leitões desmamados, leitões descrechados, descartes (porcas e cachaços), abate, reprodução”. E acrescenta: “o jejum pré-estabelecido, o mínimo para os reprodutores é de 10 horas, e as outras categorias, no mínimo, 5 horas. Claro que cada agroindústria tem a sua regra, mas isso é o que tem escrito na ciência”.

Empatia

Cleandro lembra a importância de preparar adequadamente os animais para a viagem, a fim de evitar situações inapropriadas. “Se não melhorarmos a forma como carregamos e transportamos os suínos, a situação só tende a piorar, pois os animais estão se tornando cada vez mais sensíveis. Precisamos agir com responsabilidade e empatia para garantir o bem-estar desses animais”, disse o palestrante em sua mensagem final.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na suinocultura acesse a versão digital de Suínos clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Preço de venda de suínos entra em junho com novo patamar

Dados de abate oficiais do primeiro trimestre e extraoficiais de abril e maio indicam, na média, pequeno crescimento da produção (menos de 3%) que, aliado a uma pequena elevação das exportações em relação ao ano passado, demonstram que a disponibilidade interna de carne suína se mantém estável.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O mercado ajustado e a estabilidade na produção de suínos finalmente começam a resultar em melhores preços pagos ao produtor. Dados de abate oficiais do primeiro trimestre e extraoficiais de abril e maio (gráfico 1) indicando, na média, pequeno crescimento da produção (menos de 3%) que, aliado a uma pequena elevação das exportações em relação ao ano passado (tabela 2), demonstram que a disponibilidade interna de carne suína se mantém estável.

Gráfico 1 – Crescimento percentual mensal do abate de Suínos (cabeças) em 2024, mês a mês, de janeiro a maio, comparado com 2023. Elaborado pelo MBagro, com dados oficiais de janeiro a março (IBGE) e extraoficiais de abril e maio (SIF e MBagro).

Tabela 1 – Volumes exportados de carne suína brasileira in natura (em toneladas), mês a mês, em 2021, 2022, 2023 e 2024 e comparativo percentual de 2024 (de janeiro a maio) com o mesmo período do ano passado. Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da Secex.

 

As cotações do suíno vivo para abate vinham mais ou menos na mesma linha de estabilidade, com pequenas oscilações de demanda ao longo do mês, incluindo a tendência de alta nas primeiras semanas em função da entrada dos salários. Este comportamento das cotações do suíno vivo mudou em junho, podendo ser evidenciado pelos preços da Bolsa de suínos de Belo Horizonte (BSEMG) ao longo do ano, como mostra a tabela 2, a seguir.

Tabela 2 – Preço da Bolsa de suínos Belo Horizonte (BSEMG) em cada semana do ano de 2024 (R$/kg vivo). Na legenda (cores) é possível verificar o destaque para alguns movimentos relevantes do mercado de suíno vivo. Elaborado por Iuri Pinheiro Machado com dados da BSEMG.

Em resumo, analisando a tabela 2, com as cotações da BSEMG ultrapassando a barreira de R$ 7,00; bolsa em acordo (fechada) por várias semanas consecutivas, se mantendo em alta até a última semana de comercialização do mês, são indicativos suficientes para afirmar que o preço do suíno em junho mudou de patamar, para melhor. Este mesmo comportamento, de subida nas cotações pode ser observado no preço da carcaça suína em São Paulo, em junho (gráfico 2).

Gráfico 2 – Cotação da carcaça especial suína em São Paulo (SP), nos últimos 6 meses. Dados de junho/2024 até dia 21/06. Fonte: Cepea

Por outro lado, a carne bovina, com volumes de abate superiores aos do ano passado (gráfico 3), apresenta viés de queda nas cotações em junho (gráfico 4)

Gráfico 3 – Crescimento percentual mensal do abate de Bovinos (cabeças) em 2024, mês a mês, de janeiro a maio, comparado com 2023. Elaborado pelo MBagro, com dados oficiais de janeiro a março (IBGE) e extraoficiais de abril e maio (SIF e MBagro).

Gráfico 4 – Cotação do Boi gordo Cepea/B3, em arroba, nos últimos seis meses. Dados de junho/2024 até dia 21/06. Fonte: Cepea.

Este comportamento antagônico entre a carne bovina e suína em junho determinou, pelo menos até o dia 21, uma aproximação dos preços das duas carcaças (redução do spread), conforme apresentado na tabela 3, a seguir. O quilograma de carcaça bovina que chegou a valer mais que o dobro da carcaça especial suína em 2021 e 2022, em junho deste ano está com diferença próxima a 40% apenas.

Tabela 3 – Spread em porcento (R$/kg de carcaça) do boi em relação ao suíno e do suíno em relação ao frango resfriado em São Paulo em 2021, 2022, 2023 e de janeiro a junho de 2024. Elaborado por Iuri Pinheiro Machado com dados do Cepea.

Segundo o Cepea a diferença entre o preço da carcaça especial suína e o da carcaça casada bovina em junho/24 é a menor desde novembro/20, na ocasião o kg da carcaça suína ultrapassou os 13 reais.

Esta redução do spread entre as duas proteínas reforça a situação de relativa escassez de carne suína no mercado neste momento, mas pode ser um limitante para maiores altas desta proteína nas próximas semanas, se o boi não voltar a subir significativamente.

Em relação às exportações de carne suína in natura, o mês de maio manteve a tendência de queda de embarques para a China que, no acumulado do ano reduziu em quase 40% as importações da nossa carne suína, quando comparado com o mesmo período do ano passado (tabela 4). Assim, o gigante asiático, que já comprou mais da metade de nossas exportações, na soma dos primeiros cinco meses de 2024 representou somente 23,5%.

Por outro lado, as Filipinas se consolidam como o segundo maior comprador do Brasil (tabelas 5 e 6) e o México, um dos maiores importadores de carne suína do mundo, pelo segundo mês consecutivo, volta a comprar volumes expressivos de nossa carne, depois de uma suspenção de praticamente quatro meses (gráfico 5), determinada pela justiça daquele país, em função de pressão dos suinocultores mexicanos.

Tabela 4 – Volumes exportados totais e para a China de carne suína brasileira in natura (em toneladas), mês a mês, em 2021, 2022, 2023 e 2024 (de janeiro a maio) e comparativo percentual de 2024 (em destaque) com o mesmo período do ano passado. Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da Secex.

Tabela 5 – Principais destinos da carne suína brasileira in natura exportada entre Janeiro e maio de 2024, comparado com o mesmo período de 2023, com valor em dólar (FOB). Ordem estabelecida sobre volumes de 2024. Elaborado por Iuri P. Machado com dados da Secex

Tabela 6 – Principais destinos da carne suína brasileira in natura exportada em maio de 2024, com valor em dólar (FOB). Elaborado por Iuri P. Machado com dados da Secex

Gráfico 5 – Exportação mensal de carne suína brasileira in natura para o México, em 2023 e 2024, em toneladas. Destaque para os volumes totais exportados ano passado e percentual sobre o total e a suspensão dos embarques em dezembro/23, com retomada em abril. Elaborado por Iuri Pinheiro Machado com dados da Secex.

Colheita da segunda safra avança e cotações de milho se mantém em queda

Segundo o MBagro a colheita do milho safrinha no Centro-Sul do Brasil já acumula 9,1% da área colhida até dia 14 de junho, cerca de 3 pontos percentuais acima da média histórica, sendo que o Mato Grosso colheu até o momento cerca de 14% de suas áreas de safrinha. Ainda segundo o MBagro, os EUA já terminaram o plantio da safra de milho está nos estágios iniciais de desenvolvimento vegetativo e até o dia 16 de junho apresenta as melhores condições de cultivo dos últimos 4 anos, com 72% das áreas sob boas ou excelentes condições de desenvolvimento.

A Conab divulgou dia 13 de junho o nono levantamento da safra 2023/24 que, novamente, trouxe um aumento na previsão de volume de milho a ser colhido, em mais 2,5 milhões de toneladas, totalizando 114,1 milhões de toneladas a serem colhidas (tabela 7), sendo que, ainda segundo a Conab, deste total, pouco mais de 88 milhões de toneladas devem ser produzidas nesta segunda safra.

Tabela 7 – Balanço de oferta e demanda de MILHO no Brasil (em mil toneladas). Dados da safra 2022/23 atualizados em 13/06/24, sendo estoque final estimado para 31/01. Fonte: Conab

Com alta disponibilidade de milho estocado ou a ser colhido no Brasil e com a safra estadunidense se estabelecendo bem, as cotações do grão apresentaram ligeira queda em junho, até o momento (gráfico 6).

Gráfico 6 – Preço do milho (R$/SC 60kg) em Campinas (SP), nos últimos 24 meses, até dia 21/06/24. Fonte: Cepea.

O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, comemora: “Finalmente o preço do suíno vivo ultrapassou por mais de duas semanas a barreira dos R$ 7 em Mina Gerais, uma tendência de alta que se observa também nas demais praças relevantes da suinocultura. A redução da diferença de preço entre a carcaça suína e bovina dá mostras de que, mesmo com a diminuição da competitividade em preço, a demanda por carne suína tem ultrapassado a oferta e sustentado os preços. Além disso, a alta oferta doméstica e mundial de milho e a aproximação do segundo semestre, que tradicionalmente incrementa a procura por carne suína, deixa o setor mais otimista para os próximos meses”, ressalta Lopes

Fonte: Assessoria ABCS
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Suínos / Peixes

Rio Grande do Sul realiza primeiros embarques de carne suína para Filipinas

As cargas saíram nesta terça-feira (25) das plantas da Alibem de Santa Rosa e Santo Ângelo.

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Foto: Divulgação/Alibem

Pouco mais de seis meses depois da visita da missão filipina ao Rio Grande do Sul, aconteceram os primeiros embarques de carne suína para o país asiático. As cargas saíram nesta terça-feira (25) das plantas da Alibem de Santa Rosa e Santo Ângelo. A missão esteve no estado em dezembro do ano passado. Os técnicos do país conheceram o trabalho desenvolvido pelo Serviço Veterinário Oficial e visitaram propriedades e indústrias em dezembro e anunciaram a aprovação do produto gaúcho em março deste ano.

As Filipinas são um importante mercado da carne suína brasileira, afirma o presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do RS, Rogério Kerber. Segundo ele, deverá ser o segundo maior comprador em 2024, perdendo apenas para a China. Em 2023 foi o terceiro maior mercado, com mais de 126 mil toneladas de carne suína exportada. Conforme Kerber, trata-se de uma vitória possível após a conquista do status de área livre de febre aftosa sem vacinação. Se considerar aves e suínos, as duas proteínas aprovadas para a exportação do RS para as Filipinas, o volume em 2023 foi de 394 mil toneladas.

A diretora do Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura do RS, Rosane Collares, destaca que durante a visita da missão em dezembro, “as autoridades filipinas ficaram bastante satisfeitas com os controles apresentados e foram rápidas na resposta”. Ela pontua também que desde o ano passado já vieram ao Rio Grande do Sul doze missões internacionais. “Ter essa oportunidade de demonstrar a excelência do Serviço de Defesa do Rio Grande do Sul é uma grande satisfação para os servidores. Nós temos essa oportunidade de demonstrar a seriedade com que se trabalha o tema defesa.” O chefe do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura no RS, Márcio Todero, afirma que os embarques para o novo mercado são resultado da organização de toda a cadeia produtiva e que é importante para a diversificação dos mercados.

Fonte: Fundesa-RS
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Suínos / Peixes

Agroindústria enfrenta desafios ao lidar com a chegada de suínos sujos às suas instalações

Esses animais deixam as propriedades já sujos ou se sujam ou pioram sua situação durante o transporte e espera, gerando uma série de problemas que vão além da aparência. O maior deles é o risco de contaminação bacteriana, já que suínos sujos podem transportar uma variedade de bactérias patogênicas, representando sérios riscos à segurança alimentar.

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Foto: Shutterstock

A agroindústria enfrenta uma série de desafios ao lidar com a chegada de suínos sujos às suas instalações. Esses animais deixam as propriedades já sujos ou se sujam ou pioram sua situação durante o transporte e espera, gerando uma série de problemas que vão além da aparência. O maior deles é o risco de contaminação bacteriana, já que suínos sujos podem transportar uma variedade de bactérias patogênicas, representando sérios riscos à segurança alimentar.

No entanto, outros desafios podem ser adicionados a esse cenário. A presença de sujeira pode resultar em contaminação da carne com sujidade, fezes e outros materiais orgânicos. Além disso, a manipulação de suínos sujos pode criar desafios adicionais em termos de higiene e saneamento na instalação de processamento. Isso requer medidas extras para limpar e desinfetar áreas de trabalho, equipamentos e instalações para evitar a propagação de patógenos.

Gerente agropecuário da BRF, Antônio Viscondi Júnior, apresentou importantes reflexões a sobre a visão da agroindústria no carregamento e transporte de suínos para o abate durante o Encontro Regional Abraves-PR 2024 – Foto: Francieli Baumgarten

Outra questão é o impacto na eficiência do processamento. A necessidade de limpar e preparar suínos sujos para o processamento pode aumentar o tempo e os custos de mão de obra necessários para a produção de carne. Além disso, a contaminação pode levar à exclusão de lotes inteiros de carne, resultando em perdas financeiras para a empresa.

Quem chama a atenção para o tema é o gerente agropecuário da BRF, Antônio Viscondi Júnior, que apresentou importantes reflexões a sobre a visão da agroindústria no carregamento e transporte de suínos para o abate. Ele palestrou em painel realizado em março, durante o Encontro Regional Abraves-PR 2024, que aconteceu em Toledo. Para Viiscondi Júnior, esse tem sido o principal desafio nessa curta, mas crucial etapa do processo produtivo de carne suína.

Ao abordar os desafios no transporte e manejo dos suínos para o abate, Antônio identifica essa preocupação como primordial. “Hoje o maior problema da agroindústria relacionado à condição e qualidade de animais para abate é o suíno sujo. Temos controle até o carregamento. Dessa forma, 90% dos nossos problemas estão relacionados a isso”, revelou durante sua palestra para médicos veterinários.

Explorando as práticas eficazes para melhorar esse cenário, o profissional elencou uma série de medidas preventivas que são de extrema importância durante o processo, como densidade dentro do caminhão e ‘banho’ a partir de determinadas temperaturas. “Espalhar maravalha pelo percurso (até o caminhão), (observar) o alinhamento do caminhão com o carregador. Carregar os animais de acordo com a documentação (principalmente a Guia de Trânsito Animal – GTA), assim como a nota fiscal do produtor rural – hoje digital. Organizar os animais em pequenos grupos, de forma calma, e utilizar trava de segurança para não ter nenhuma surpresa ou perder os animais no caminho, fazer o alinhamento e distribuição por densidade, ou seja, o número certo de animais por baia. Molhar os animais principalmente em temperaturas acima de 15ºC e cobrir o caminhão com sombrite”, orientou.

Além disso, ele ressaltou a importância da transparência e comunicação com os parceiros que fazem o transporte. “Antes do caminhão sair da propriedade, fazemos uma breve filmagem e demonstramos para a agroindústria como os animais saíram, para garantir a qualidade e condição”, frisou.

Falhas e consequências

O profissional destacou que, embora o manejo para abate seja aparentemente simples, falhas podem resultar em sérias complicações operacionais: “É um manejo para abate simples, mas que pode acarretar em problemas no dia a dia”. Antônio aponta a necessidade de uma abordagem meticulosa em cada etapa do processo e que as perdas vão muito além de condenações e interferem no funcionamento da agroindústria. “Não é somente a questão da contaminação da parte atingida, mas sim o fluxo de produção que acaba travando muito”.

Certificações

Ele enfatiza, no entanto, que do carregamento ao abate, assim como em outras etapas do processo produtivo de carne suína, a certificação em bem-estar animal é uma condição fundamental. “Temos hoje 100% das unidades certificadas em bem-estar animal, caso contrário o negócio não seria sustentável. Temos como regra interna o atendimento às cinco liberdades dos animais e isso é quase como uma Bíblia para nós. Todos devem ser treinados e certificados. Somos certificados tanto nacionalmente como internacionalmente. Mas é claro, sempre temos como melhorar” observa Viscondi.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na suinocultura acesse a versão digital de Suínos clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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