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Notícias Diarreia Viral Bovina (BVD)

Como a Europa está tentando erradicar a doença

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Assessoria

Por Fernando Dambrós, médico-veterinário e gerente de produtos de grandes animais da Boehringer Ingelheim Saúde Animal

A BVD (diarreia viral bovina) é atualmente uma das doenças mais devastadoras na pecuária de corte e leite, visto que além dos problemas causados pelo próprio vírus, possui potencial imunossupressor, provocando o nascimento de bezerros fracos ou doentes, aumento dos problemas respiratórios e baixo desempenho reprodutivo no rebanho. O diagnóstico da doença pode ser realizado a partir de testes de amostras em tanques de leite, soro ou fragmento de orelha. Os dados a seguir mostram a soroprevalência (exposição ao vírus) para BVD em países importantes: Reino Unido: 90% a 95%; Irlanda: 98%; Alemanha: 60%; França: 60%; Itália: 62%; Espanha: 80%. No Brasil, os valores chegam a 73% em algumas áreas (Brito et al., 2014).

Os animais afetados mostram sintomas diferentes e, em muitos casos, há uma lacuna entre a exposição ao vírus e a manifestação dos sinais clínicos. Um dos fatores de extrema importância para a perpetuação e a alta prevalência global é a formação dos PI (persistentemente infectados). Eles são gerados quando fêmeas prenhas são infectadas entre 40 e 120 dias de gestação. O bezerro que está sendo gerado nascerá imunotolerante e capaz de disseminar o vírus ao longo de toda a sua vida.

Dados de vigilância¹ sugerem que os níveis de animais PI nos rebanhos em toda a Europa são: Reino Unido: 0,4-0,8%; Irlanda: 0,6%; Alemanha: 0,3%; França: 1%; Itália: 1%; Espanha: 1%; Brazil: 1,5% (Instituto Biológico, 2017).

Um aspecto interessante descrito em uma pesquisa² realizada na Europa, avaliando os dados da década de 1970 até o momento, é que a BVD é endêmica em todos os países onde nenhum controle sistemático foi iniciado. Sob tais condições, aproximadamente 50% de todos os rebanhos têm animais PI e 90% de todos os animais sofrem exposição ao vírus durante sua vida.

Um fator importante a ser considerado é que os países nórdicos começaram a erradicar a BVD há cerca de 10 anos, usando uma combinação de triagem, identificação de PIs e subsequente abate, além de medidas de biossegurança. Os países nórdicos agora são classificados como livres de BVD.

A Suíça iniciou um programa de erradicação em 2006. As infecções por BVD estavam causando perdas significativas para o rebanho nacional, com cerca de 58% dos animais positivos para exposição ao vírus e taxa de PIs de 0,64%³. O programa teve foco na identificação e eliminação de animais PI, começando com testes em amostras de leite, suportados posteriormente com teste de fragmento de orelha. Em 2008, todos os bovinos na Suíça tiveram que ser testados e, entre 2009-2011, todos os bezerros foram testados. A fase atual compreende testes obrigatórios de vigilância para anticorpos com identificação através de marcas auriculares.

Na Alemanha, a legislação de 2009 declarou que um programa de controle e erradicação funcionaria a partir de 2011, coletando fragmento auricular em todos os recém-nascidos e teste dos animais comercializados4.

Já na Irlanda, um programa nacional voluntário foi iniciado em janeiro de 2012 com o objetivo de identificar e remover PIs. Foram utilizados testes de fragmento de orelha e cerca de 10.000 rebanhos foram testados. Em janeiro de 2013, houve a transição para uma fase obrigatória, quando se tornou ilegal transportar animais nascidos após 1º de janeiro de 2013, a menos que estes apresentassem resultado negativo. Todos os bezerros abortados, natimortos e mortos também devem ser testados4.

A Áustria executou diferentes programas regionais desde a década de 1990, mas com sucesso variável. A legislação de 2004 estipulou que os animais PI devem ser eliminados do rebanho. A triagem anual em testes de tanque de leite e testes pontuais suportados por uma base de dados nacional e o reconhecimento de rebanhos livres de BVD demonstrou taxa de PI de 0,06% 5.

A Escócia lançou um programa subsidiado de triagem obrigatória em 2011, que se tornou obrigatório em 2012, com participação de 92% do rebanho nacional. O programa combina a eliminação de animais PIs do rebanho, com medidas de biossegurança e um banco de dados de todas as ações4.

França, Bélgica e Inglaterra estão atualmente preparando e planejando programas de controle e erradicação da BVD.

Associada a técnicas de diagnóstico e biossegurança, a utilização de vacinas de tecnologia exclusiva acelera o controle e erradicação da BVD nos rebanhos. Com a redução dos impactos negativos da BVD é possível produzir mais carne e mais leite por hectare por ano, aumentando a produtividade de pecuária.

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Poder de compra do suíno diminui em relação ao milho

Mudança de cenário se deve às recentes e intensas valorizações do cereal no mercado doméstico. 

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Foto: Jonathan Campos

Após avançar por oito meses consecutivos, o poder de compra de suinocultores paulistas caiu frente ao milho em outubro, conforme apontam levantamentos do Cepea.

Segundo este Centro de Pesquisas, a mudança de cenário se deve às recentes e intensas valorizações do cereal no mercado doméstico.

Na parcial deste mês (até o dia 22), o suíno vivo é negociado à média de R$ 8,97/kg na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), tímido aumento de 0,3% em relação a setembro, indicando um equilíbrio entre oferta e demanda.

No mercado de milho, segundo explica a Equipe Grãos/Cepea, mesmo diante do avanço da semeadura da safra verão e de previsões indicando chuvas na maior parte das regiões produtoras, os preços sobem impulsionados pela retração vendedora e pela necessidade de parte dos compradores recompor os estoques.

O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) registra média de R$ 67,40/saca de 60 kg na parcial de outubro, forte alta de 7,7% frente a setembro.

Fonte: Assessoria Cepea
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Embrapa será homenageada no Universo Pecuária

Palestra inaugural será feita pelo pesquisador da Embrapa Gado de Corte Roberto Giolo, com o tema “A Pecuária e o Planeta: da produção sustentável à neutralidade climática”.

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Foto: Divulgação

O Universo Pecuária, que vem se consolidando como um dos principais eventos voltados para a bovinocultura de corte da região Sul e que será realizado entre os dias 29 de outubro e 03 de novembro, em Lavras do Sul (RS), vai destacar a atuação da Embrapa nessa edição. No dia da abertura (29), a diretora de Administração, Selma Beltrão vai receber uma homenagem dos organizadores pelos 50 anos da empresa. Também na abertura, a palestra inaugural será feita pelo pesquisador da Embrapa Gado de Corte Roberto Giolo, com o tema “A Pecuária e o Planeta: da produção sustentável à neutralidade climática”. Participam da feira as unidade da Embrapa: Clima Temperado (Pelotas-RS), Gado de Corte (Campo Grande-MS), Pecuária Sul (Bagé-RS) e Trigo (Passo Fundo-RS)

Durante a feira, a Embrapa Pecuária Sul vai lançar o EstriboSim, uma inovadora ferramenta digital destinada a auxiliar pecuaristas e técnicos no planejamento forrageiro, com foco na cultivar BRS Estribo de capim-sudão. Idealizado pelo pesquisador Vinícius Lampert, esse software web, feito em parceria com a Lotus Web Systems, faz uma análise bioeconômica da utilização da cultivar de capim-sudão BRS Estribo, calculando cenários de lucro operacional efetivo potencial por hectare e gerando laudos personalizados que auxiliam na implementação das melhores práticas de manejo pelo produtor.

Já no dia 31, pesquisadores da Embrapa participam do Seminário Duas Safras – Etapa Campanha. Danilo Sant’Anna (Pecuária Sul) e Walkyria Bueno Scivittaro (Clima Temperado) serão palestrantes do painel Construção do Solo em Sistemas Integrados Lavoura-Pecuária. Daniel Montardo (Pecuária Sul) será o moderador do segundo painel do seminário, A Importância da Qualidade de Sementes Forrageiras, que terá Gustavo Silva (Pecuária Sul) como um dos palestrantes.

No parque do Sindicato Rural de Lavras do Sul, onde acontece o evento, foi montada uma vitrine tecnológica com cultivares de forrageiras desenvolvidas pela Embrapa. Foram instaladas parcelas para apresentar ao público as cultivares de trevo-branco BRS URS Entrevero, trevo-persa BRS Resteveiro, cornichão BRS Posteiro, azevém BRS Integração, azevém BRS Ponteio e azevém BRS Estações. Os visitantes poderão observar as características de cada planta, e conversar com os pesquisadores sobre consorciações forrageiras e as formas de aproveitar todo o potencial destas cultivares.

No estande da Embrapa serão divulgadas tecnologias voltadas para a pecuária. Em relação ao planejamento forrageiro serão destacadas soluções como as cultivares de forrageiras desenvolvidas e adaptadas à região, inclusive para a produção de silagem, e o Sistema Pasto sobre Pasto, que se refere ao uso de mais de uma espécie forrageira na mesma área e ao mesmo tempo, com ciclos e características complementares de produção. Também serão destacadas as provas de desempenho de bovinos de corte que são realizadas pela Embrapa Pecuária Sul em parceria com as associações de raças: Prova de Avaliação a Campo (PAC), Prova de Eficiência Alimentar (PEA) e Prova de Emissão de Gases (PEG). A Embrapa Clima Temperado também terá tecnologias voltadas para a pecuária no estande, com o atendimento do analista Sergio Bender.

A Embrapa participa ainda de outras atividades. No dia 03, domingo, a pesquisadora Magda Benavides vai apresentar, no estande da empresa, o projeto para a utilização de lã ovina para a fabricação de agromantas, que estão sendo testadas para a proteção de mudas de árvores frutíferas.

Fonte: Assessoria Embrapa
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Brasil reforça cooperação agrícola no BRICS com participação do Mapa

Entre os principais temas debatidos estão a segurança alimentar, as mudanças climáticas e as alternativas para o uso de moedas locais no comércio internacional.

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Fotos: Divulgação/Mapa

Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está sendo representado na 16ª Cúpula do BRICS, que ocorre em Kazan, na Rússia, pelo Secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, como parte da delegação brasileira liderada pelo Chanceler Mauro Vieira. O evento, presidido pela Rússia, reúne líderes de países como China, Índia, Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e África do Sul, com a participação remota do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Entre os principais temas discutidos na cúpula estão a segurança alimentar, as mudanças climáticas e as alternativas para o uso de moedas locais no comércio internacional, refletindo as prioridades dos países do BRICS. Sob a orientação do Ministro Carlos Fávaro, o Mapa tem trabalhado para reforçar a posição do Brasil como um dos principais fornecedores globais de alimentos, destacando a importância da cooperação multilateral no enfrentamento dos desafios relacionados à segurança alimentar, às mudanças climáticas e à energia.

A delegação do Ministério da Agricultura também conta com a presença do Diretor de Promoção Comercial e Investimentos, Marcel Moreira, e do Adido Agrícola na Rússia, Marco Túlio Santiago.

De acordo com Luis Rua, a recente expansão das adidâncias agrícolas reforça ainda mais o papel do Brasil no BRICS, especialmente diante das crescentes demandas por segurança alimentar e sustentabilidade. “O Brasil agora terá adidos agrícolas em todos os países do BRICS, tanto nos membros fundadores quanto nos novos integrantes, o que amplia nossa capacidade de negociação e cooperação. Esses profissionais são fundamentais para promover uma agenda agrícola robusta, facilitar o intercâmbio de tecnologias e boas práticas e alinhar os interesses do Brasil com os dos nossos parceiros estratégicos”, destacou o secretário de Comércio e Relações Internacionais.

Fonte: Assessoria Mapa
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