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Chuvas irregulares comprometem lavouras de milho
Previsão do Clima Tempo indica chuvas para todo o país
As chuvas ocorridas nesse último final de semana sobre a região Sul foram bastante irregulares e em volumes baixos, e muitas localidades nem registraram chuvas. Tal condição deixa os solos com níveis muito baixos de umidade e, sobretudo, mantém as condições bastante preocupantes para o desenvolvimento das lavouras.
A semana começa com tempo seco no centro-sul gaúcho, mas as pancadas de chuva retornam a partir da quarta-feira (20) e podem ser fortes. Apesar dos mapas de previsão continuarem sinalizando chuvas para o Sul, essas ainda continuarão sendo irregulares. De uma certa forma, não será de todo ruim, já que muitas áreas continuarão sendo beneficiadas, mas é fato que essa ausência de chuvas regulares já vem comprometendo o pleno desenvolvimento das lavouras, principalmente a de milho. No entanto, ao longo dessa semana, as lavouras de soja devem ficar sob estresse hídrico e, consequentemente, pode haver perda de produtividade em ambas as culturas.
Infelizmente, esse bolsão de água fria na metade leste do Oceano Pacífico mantém os corredores de umidade voltados ao norte do país, fazendo com que as frentes frias passem rapidamente sobre a região Sul e provoquem chuvas rápidas, de baixa intensidade e bastante irregulares. Ainda é muito cedo para prever que a região Sul, em especial a do Rio Grande do Sul, terá quebras significativas em suas lavouras, mas já se pode descartar que não será uma safra tão espetacular como foram as últimas quatro.
Mesmo com toda essa preocupação em dezembro, os mapas de previsão de chuva continuam sinalizando um mês de janeiro com volumes acima da média para toda a região Sul, o que irá trazer boas perspectivas de produtividade para a Região, em especial para a cultura da soja, que nesse mês estará em plena fase de florescimento e enchimento de grãos.
Para a região Sudeste, a semana será marcada pela ocorrência de pancadas de chuva, principalmente no final de tarde e à noite. As temperaturas continuarão altas, mas com a passagem de frentes frias associadas a áreas de instabilidade, as temperaturas máximas não deverão ser tão altas como foram nessa última semana. Além disso, com a ocorrência de chuvas mais regulares sobre as regiões produtoras de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, as condições ao desenvolvimento das lavouras se manterão favoráveis. Isso deve manter boas perspectivas para a produção para essa safra 2017/18. Além disso, os mapas de previsão de chuvas mantêm um janeiro com chuvas dentro da média para toda a região Sudeste, sendo que apenas no norte de Minas Gerais é que poderá ter alguns períodos de chuvas bem mais irregulares e até mesmo algumas ausências, principalmente durante a segunda quinzena do mês.
No Centro-Oeste, as chuvas intermitentes que vem ocorrendo, principalmente sobre o Mato Grosso, tem impossibilitado a realização dos tratos culturais, principalmente as aplicações de defensivos agrícolas e também o plantio do algodão safra. Essa condição já traz muita apreensão a diversos produtores, uma vez que tais condições meteorológicas, além de atrapalharem a realização dos trabalhos de campo, também prejudicam o desenvolvimento das lavouras, uma vez que mantém o tempo nublado e os índices de taxas de radiação solar muito baixos. Isso ocasiona taxas fotossintéticas baixas e, consequentemente, baixos índices de acumulo de matéria seca.
A perspectiva é de que as chuvas voltem a ocorrer em todas as regiões produtoras do Mato Grosso, Goiás e em boa parte do Mato Grosso do Sul na forma de pancadas, muito provavelmente diárias, mas não mais uma condição de invernada. Isso irá possibilitar a plena retomada das atividades de campo e, sobretudo, o plantio do algodão. Além disso, o mês de janeiro deve ter chuvas dentro da média para toda a região, o que irá permitir que os níveis de umidade do solo se mantenham adequados ao desenvolvimento das lavouras, bem como possibilitem a realização da colheita da soja e posterior plantio das lavouras de segunda safra.
No Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia, as condições para a segunda quinzena de dezembro ainda continuarão sendo de pancadas de chuvas, horas mais intensas e generalizadas e num outro momento, irregulares. Mas mesmo assim, os mapas de previsão continuam sinalizando chuva para toda a região, o que manterá as condições extremamente favoráveis ao desenvolvimento das lavouras, não sendo observado para esse período, nenhuma grande anomalia que possa prejudicar o pleno desenvolvimento das plantas e consequentemente resultar numa redução em seus potenciais produtivos.
Além disso, a primeira quinzena de janeiro continuará sendo marcada pelas chuvas regulares e em bons volumes, mantendo assim, boas condições ao desenvolvimento das lavouras. Porém, ao longo da segunda quinzena de janeiro, há grandes possibilidades de que venha a ocorrer um veranico – o que é de tradição na região, mas na primeira quinzena de fevereiro já há previsões de retorno das chuvas, o que manterá as condições bastante favoráveis ao desenvolvimento das lavouras. Porém, como será um ano onde a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) demora uma pouco mais para se estabelecer sobre a região, algumas microrregiões poderão ter alguns problemas de ausência de chuvas entre a segunda quinzena de janeiro e a primeira de fevereiro.
Desse modo, apesar da ausência de chuvas no Sul, não vejo ainda nenhuma grande preocupação para com a safra de grãos, de café e de cana-de-açúcar ainda para a safra 2017/18. Porém, os índices de produtividade/produção não serão iguais aos registrados na safra 2016/17, quando o clima se mostrou excepcional em todas as regiões produtoras do País. No entanto, não terá quebras como vistas em anos como 2012 e 2013 no Brasil – pelo contrário, será uma safra com índices de produtividade dentro da média para todas as culturas, devido exclusivamente, por essa oscilação nos regimes de chuvas – horas numa determinada região do País e num outro período em outra parte. O que irá determinar índices bons, regulares ou até mesmo ruins de produtividade, será o período que essas intempéries climáticas ocorrerem associadas à fase fenológica da cultura.
Fonte: ClimaTempo
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Depois de quatro meses de alta, preço do suíno vivo estabiliza
Veja um panorama completo do mercado de suínos em setembro de 2024!
Desde que as cotações do suíno começaram a subir de forma consistente, em maio deste ano, o setor se perguntava qual seria o teto. Depois de mais de 20% de aumento no preço do suíno vivo, tanto na Bolsa de Belo Horizonte/MG (tabela 1), quanto nas principais praças de comercialização do Brasil (gráfico 1), atingiu-se o maior patamar do ano em meados de agosto/24, se mantendo relativamente estável desde então.
A cotação da carcaça suína na Grande São Paulo, ultrapassou a marca dos R$ 13,00 em setembro/24 (gráfico 2), algo que só ocorreu em novembro de 2020 (gráfico 3)
Certamente, uma das explicações para o preço do suíno atingir este teto momentâneo é a competitividade em relação às outras proteínas, com o preço da carcaça suína se aproximando da bovina e se afastando da de frango (tabela 2). Na referida tabela observa-se que a menor competitividade em preço no ano foi atingida em agosto/24 e nas primeiras semanas de setembro/24.
O IBGE publicou em 05 de setembro os dados completos de abate do segundo trimestre/24, reforçando, no acumulado do 1° semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, a estabilidade na produção e disponibilidade interna das carnes de frango e suína e destacando a alta oferta de carne bovina (tabela 3). Na referida tabela a projeção de consumo per capita nos primeiros 6 meses do ano representa um aumento de 6,5% no consumo somado das três carnes, sendo quase praticamente todo este incremento se deve somente à carne bovina. Ou seja, o brasileiro está comendo 6 kg a mais de carne bovina no ano, sem diminuir o consumo das demais carnes.
Analisando exclusivamente o mercado de carne suína, se por um lado houve estabilização da produção, com crescimento insignificante do abate no 1° semestre em relação ao mesmo período do ano passado e retração em relação ao segundo semestre de 2023 (tabela 4 e 5), as exportações no acumulado do ano, até agosto/24, continuam superando os volumes do ano passado (tabela 6), com quase 5% a mais de embarques de carne suína in natura, sendo que, pela primeira vez na história, dois meses consecutivos (julho e agosto/24) ultrapassaram a marca de 100 mil toneladas de carne in natura exportadas.
O mercado chinês e Hong Kong continuam em retração, enquanto Filipinas, Chile, Singapura, Japão, México e Coreia do Sul mais que compensam esta queda (tabelas 7 e 8), seguindo o tão esperado processo de pulverização das exportações.
A pergunta do momento é: “será que o último trimestre apresentará um novo patamar de preço, acima do que estamos vendo neste 3° trimestre?”
Ainda é cedo para responder a esta pergunta de forma categórica, mas, se analisarmos o histórico dos últimos 9 anos (gráfico 4), sempre o preço médio do suíno no 4° trimestre supera o preço médio do terceiro trimestre.
Resta saber se os demais fatores contribuirão para que esta alta se repita no final de 2024. Exportações de carne suína em bom ritmo e carcaça bovina em alta (melhorando a competitividade da carne suína) são favoráveis à concretização deste novo ciclo de elevação de preço no fim de ano, mas é a relação oferta e procura da carne suína o maior determinante. Como não se espera crescimento expressivo da produção de suínos nos próximos meses e o mercado consumidor doméstico, com desemprego em baixa e a entrada do 13° salário, deve manter o viés de alta, especialmente nos meses de novembro e dezembro.
Milho sobe após a colheita, mas relação de troca está muito favorável ao suinocultor
O custo dos principais insumos, principalmente o milho (gráfico 5), cuja segunda safra se encerrou, teve alta nas últimas semanas, mas não na mesma intensidade da alta do preço do suíno. Da mesma forma, o farelo de soja tem se mantido estável. Este comportamento do mercado resultou em um momento de melhor relação de troca do suíno com o mix de milho e farelo de soja (gráfico 6).
Segundo o levantamento mensal de custos da Embrapa, cruzando com dados de preço do suíno do CEPEA (tabela 9), o mês de agosto foi o melhor dos últimos anos em termos de margens financeiras para o produtor nos três estados do Sul.
Ainda é cedo para projetar a safra 2024/25. O plantio do milho 1ª safra (verão) já foi iniciado nos estados ao Sul. Segundo a consultoria MBagro, por enquanto há pouca informação disponível. O plantio da soja, embora já autorizado para início de setembro, avança a partir de meados do mês. O clima mostra precipitações no Brasil restritas aos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Amazonas, mas com baixos acumulados. No restante do país o tempo seco e com temperaturas acima da média prevalece, mas está dentro do calendário normal. Segundo a mesma consultoria até o momento não há comprometimento da safra verão ou perspectiva de que o plantio da segunda safra fique fora da janela ideal.
Considerações finais
Para Marcelo Lopes, presidente da ABCS, “Com o mercado externo e doméstico aquecidos, a suinocultura brasileira consolida margens positivas e se prepara para o período historicamente mais favorável, o último trimestre. Todas as atenções ficam por conta do plantio da safra 2024/25 que, conforme o clima pode colocar pressão sobre os custos de produção”, finaliza.
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Centro de inteligência e mercado em aquicultura chega aos cinco anos
Iniciativa da Embrapa e de parceiros reúne dados e informações do setor.
Neste mês de setembro, o Centro de Inteligência e Mercado em Aquicultura (CIAqui), coordenado pela Embrapa, completa cinco anos. Num mesmo espaço digital (https://www.embrapa.br/cim-centro-de-inteligencia-e-mercado-em-aquicultura), os usuários podem acessar diferentes tipos de dados e informações dessa cadeia produtiva de valor que cresce a cada ano. Mesmo ainda longe de transformar todo o seu potencial aquícola em realidade, o Brasil vem aprimorando a atividade. Disponibilizar conteúdos de maneira organizada e constante ajuda no crescimento da aquicultura nacional.
Manoel Pedroza é pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) na área de economia aquícola e coordena o centro, que vem evoluindo com o tempo. “Ao longo desses cinco anos, o CIAqui incorporou novos painéis de dados, tais como cotações de alevinos e filés de peixe, infomapas, custos de produção de tilápia e novos dados de produção. Além disso, passou por mudanças no seu design, o tornando mais funcional. Atualmente, o centro conta com uma média de 1.500 acessos por mês, por pessoas de todo o Brasil e também do exterior”, explica.
Um dos principais produtos disponibilizados é o Informe de Comércio Exterior da Piscicultura, editado a cada trimestre. Desde 2020, ele divulga números e outros conteúdos sobre as movimentações do Brasil na venda e na compra de produtos do setor, com natural destaque para a tilápia, principal espécie tanto na produção como na exportação nacionais. A próxima edição do boletim (de número 19) sairá em outubro, compreendendo o terceiro trimestre de 2024. Segundo Manoel, o informativo é “utilizado por diversos atores da cadeia produtiva. Os
dados de exportações apresentados também podem ser acessados de forma interativa por meio dos painéis do CIAqui”.
Uma das pessoas que costuma acessar o centro é Rui Donizete Teixeira, chefe de divisão do Departamento de Indústria do Pescado (DIP) do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). “Geralmente, tem sido utilizado como consulta para auxiliar em levantamento estatístico de
balança comercial do pescado. Com os dados obtidos, tenho feito comparação com outras fontes de informações, gerando material para auxiliar nas políticas públicas do departamento”, relata.
Confiabilidade e melhorias – Rui elogia a iniciativa de construção do CIAqui: “a base para se fazer gestão pública e governança de uma cadeia produtiva inicia com informações confiáveis. Portanto, a consulta a um site confiável, como o CIAqui, oriundo de uma instituição conceituada e de referência como a Embrapa, nos tranquiliza quanto aos dados disponibilizados”.
Entre os tipos de conteúdos disponíveis, estão a produção nacional por ano, cotações e custos de produção. Para os próximos meses, uma novidade está sendo preparada: “em breve, lançaremos um aplicativo voltado especificamente para dados de comércio exterior da
piscicultura. Além disso, pretendemos implementar novas parcerias com instituições e empresas visando a levantar e disponibilizar novos ndados e estudos. A implementação da versão em inglês é outra melhoria prevista para o CIAqui”, adianta Manoel.
Os parceiros da Embrapa nesse trabalho são o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), as secretarias estaduais da Agricultura e Pecuária (Seagro) e da Aquicultura e Pesca (Sepea) do Tocantins, além dos ministérios da Pesca e Aquicultura (MPA) e da Agricultura e
Pecuária (Mapa).
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Frísia é uma das maiores organizações do Brasil
Informação foi apresentada na edição especial Valor 1.000, elaborado pelo jornal Valor Econômico.
A Frísia, com presença nos estados do Paraná e Tocantins, é uma das maiores organizações do Brasil. A cooperativa está na posição 198 de 1.000 empresas ranqueadas na edição especial Valor 1.000, elaborada pelo jornal Valor Econômico. Já na região Sul, a Frísia está alocada na 40ª posição.
O faturamento da cooperativa em 2023, ano de análise da edição, foi de R$ 6,45 bilhões. Ano passado, a Frísia produziu 334,7 milhões de litros de leite, crescimento de quase 7% sobre o período anterior.
A produtividade média diária dos cooperados saltou de 3.342 litros para 3.680 litros. Em relação a grãos, as unidades operacionais do Paraná e Tocantins receberam, em conjunto, mais de um milhão de toneladas, sendo 818.066 toneladas no Paraná e 186.143 toneladas no Tocantins.
O caderno especial tem a parceria do Serasa Experian e do Centro de Estudos em Finanças da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGVcef).
A análise é baseada em dados contábeis e financeiros públicos ou fornecidos pelas empresas para avaliar os diferentes aspectos de negócios.