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Antecipação de dessecação da soja reduz massa e quantidade de óleo no grão

A aplicação de dessecante em diferentes estágios fenológicos da soja afeta a qualidade dos grãos. Dessecar a soja no estágio R5.5 resulta em uma massa de mil grãos até 26% menor do que no estágio R7.1. A dessecação antecipada pode diminuir o teor de óleo em até quatro pontos percentuais. O momento da dessecação também impacta nas características físicas dos grãos, com melhor qualidade quando dessecados nos estágios recomendados. 

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Época da dessecação influencia na produtividade e na qualidade da soja - Foto: Gabriel Faria

A antecipação da dessecação das lavouras de soja é uma prática usada por produtores para homogeneizar as plantas, para fugir de períodos chuvosos na colheita ou mesmo para antecipar a semeadura da segunda safra. Uma pesquisa realizada pela Embrapa em Mato Grosso avaliou a dessecação em diferentes momentos da cultura e mostrou que a operação fora do período recomendado reduz a massa dos grãos e a quantidade de óleo. Os resultados dessa pesquisa foram divulgados em um Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento com título de “Épocas de dessecação influenciam na qualidade de grãos e do óleo de soja”. A publicação tem como autores, além dos pesquisadores da Embrapa Sílvia Campos Botelho e Edison Ramos Júnior, o professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Fernando Mendes Botelho, e o engenheiro agrícola e ambiental, Pedro Alexandre Schopf. Os experimentos foram parte da dissertação de mestrado de Pedro Schopf.

De acordo com a pesquisa realizada no campo experimental da Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop (MT), a dessecação no início da formação e enchimento dos grãos (estádio fenológico R5.5) representou uma massa de mil grãos entre 26% e 19% menor do que a massa de mil grãos de uma lavoura dessecada no início da maturação (R7.1 e R7.3) nas duas cultivares avaliadas. Extrapolando os dados para uma lavoura com produtividade média de 60 sacas por hectare (ha), essa diferença representa redução de produção entre 15 e 11 sacas por hectare.

O que são os estádios da soja?
As fases de crescimento e reprodução das plantas de soja são divididas em estádios fenológicos. Na fase vegetativa os estádios são classificados em V1, V2 e V3, conforme o número de folhas e/ou trifólios.

A partir da abertura da primeira flor, é iniciada a fase reprodutiva, com divisão das fases da planta entre os estádios R1 e R9, que é a maturação plena, com todas as vagens com coloração madura.

Perdas de massa dos grãos

As perdas de massa podem ocorrer também com a dessecação feita após o estádio R7 ou com a colheita sem dessecação, em R9. Nesses casos os valores são menores, com 4% a 6% de redução, o que representaria duas a três sacas a menos por hectare em um cenário de produtividade média de 60 sacas/ha. A pesquisa encontrou, no entanto, uma situação de colheita em R9 cuja massa de mil grãos foi estatisticamente igual ao resultado da lavoura dessecada em R7.

Antecipação reduziu teor de óleo
Outra característica avaliada foi o teor dos constituintes dos grãos. A diferença mais significativa se deu na quantidade de óleo, com relação direta entre a antecipação da dessecação e o menor teor de óleo.

“Uma inferência que fizemos desse trabalho é que o óleo parece ser o último constituinte a ser sintetizado na soja. Nas parcelas dessecadas nos primeiros estádios estudados, a quantidade de óleo foi mais baixa, devido à interrupção do processo fotossintético pela planta. Parece não ter havido tempo para a planta sintetizar todo o óleo”, sugere a pesquisadora da Embrapa Sílvia Campos.

Os dados mostraram que a amostra dessecada em R5.5 teve teores de óleo de 21,86% em uma cultivar IPRO analisada e de 22,24% em uma cultivar convencional. Nos estádios R7, o teor de óleo ficou entre 25,67% e 24,26%, na cultivar convencional, e entre 23,62% e 23,94%, na cultivar transgênica.

A pesquisa também avaliou as avarias nos grãos colhidos nas lavouras com diferentes pontos de dessecação. Os dados demonstraram menor presença de grãos verdes conforme o avanço nos estádios de maturação. As amostras analisadas tiveram baixo índice de grãos ardidos ou mofados. Já a quantidade de quebrados teve aumento não linear, mas que pôde ser verificado conforme o avanço no tempo de dessecação.

A pesquisadora ressalta, no entanto, que esses critérios podem estar associados às condições climáticas no período entre dessecação e colheita e também à regulagem de máquinas.

“A antecipação da dessecação pode aumentar o teor de grãos verdes. Eles por si só podem não ser um problema, mas, se somados aos ardidos, quebrados e mofados, podem levar a descontos na hora da entrega no armazém”, alerta Campos.

Outra análise feita para avaliar a qualidade dos grãos foi a condutividade elétrica da solução de exsudatos. O teste é feito mergulhando amostras de soja por 24 horas na água, tempo em que são liberadas substâncias conhecidas como exsudatos. Maior presença de exsudatos na solução é confirmada pela maior condutividade elétrica e indica redução na qualidade dos grãos. Nesse teste, a soja dessecada entre R6 e R7.3 obteve os melhores desempenhos.

Dessecação como estratégia
A dessecação da lavoura de soja não é uma operação obrigatória, mas é adotada por quase todos os agricultores de Mato Grosso. De acordo com o pesquisador da Embrapa Soja Edison Ramos Jr., o tamanho das áreas colhidas e a estratégia de produção das fazendas justificam o uso da dessecação.

Um dos fatores relevantes, explica, é evitar problemas com plantas daninhas na colheita. Com a queda das folhas da soja no fim do ciclo, aumenta a incidência de luz no solo, possibilitando o crescimento de plantas que podem atrapalhar a colheita.

Outro ponto é a homogeneização da lavoura, para que a colheita seja feita. “Nem sempre a cultura chega à maturidade de colheita no mesmo período. Tem sempre plantas mais verdes e com folhas. Isso ocorre por diversos motivos. Germinação não homogênea, problema de semente, cultivar, diferença de fertilidade do solo”, observa.

O escalonamento da colheita é outro fato de grande relevância, sobretudo considerando que o uso de cultivares mais precoces resulta na colheita no período de maior concentração de chuvas em Mato Grosso, que são os meses de janeiro e fevereiro. “A dessecação permite o escalonamento para colheita da área toda. O produtor verifica a previsão do tempo e a disponibilidade de maquinário e planeja a dessecação. Dessecando você tem a certeza de que dali a cinco, sete dias você pode entrar com máquina para colher”, comenta Ramos Jr.

Há ainda o uso da dessecação como forma de reduzir o ciclo da soja, possibilitando antecipar a colheita e, consequentemente, antecipar a semeadura da cultura de segunda safra.

O pesquisador lembra que, embora a pesquisa tenha indicado uma redução pequena na produtividade nas condições avaliadas, quando a dessecação é feita com a planta muito verde, o tempo para que a lavoura esteja pronta para ser colhida é maior do que quando a operação é feita no momento recomendado.  “Dessecando na época correta, em cinco dias já se pode colher. Com a planta verde demora mais de dez dias, a não ser que se use uma dose maior do herbicida. Se seguir as recomendações, dessecar com a soja madurando, é mais prático e resolve o problema do produtor”, avalia o pesquisador.

Fonte: Assessoria Embrapa Soja

Notícias Show Rural Coopavel 2025

IDR – Paraná abre inscrições à Feira da Agroindústria Familiar

São 40 vagas a quem quer expor na feira de agroindústrias e outras cinco para agroindústrias de pequeno porte com indicação da Susaf/PR.

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Foto: Gilson Abreu

Há vários fatores que fazem do Show Rural Coopavel um dos maiores e mais organizados eventos técnicos da agropecuária do planeta. Um deles é a diversidade de experimentos, de lançamentos e de novidades e também a sua abrangência. A agricultura familiar está presente com força e a meta é de gradualmente ampliar ainda mais a participação dela no evento técnico que recebe, anualmente, produtores rurais das mais diferentes regiões do Brasil e também do exterior.

Os interessados em participar de dois eventos com foco em agricultura familiar, as feiras da Agroindústria e do Artesanato, precisam se apressar. As inscrições aos expositores desses dois eventos estão abertas apenas até no fim de outubro. Os regulamentos e inscrições estão disponíveis no site do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná no www.idrparana.pr.gov.br .

São 40 vagas a quem quer expor na feira de agroindústrias (inscrições terminam no dia 28) e outras cinco para agroindústrias de pequeno porte com indicação da Susaf/PR (Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte). Já para a Feira de Artesanato, com inscrições até 25 de outubro, não há limite de vagas.

Importância

O presidente da Coopavel e do Show Rural, Dilvo Grolli, informa que é importante para o evento contar com a presença de produtores rurais da agricultura familiar. O Paraná, de acordo com ele, tem cerca de 460 mil propriedades agropecuárias e pelo menos 72% delas são pequenas. “Isso demonstra a força desse segmento. Muitos dos oito mil cooperados da Coopavel são minis e pequenos produtores rurais. Assim, temos um compromisso de primeira hora com essas pessoas que, de forma tão dedicada, cultivam a terra e produzem alimentos para saciar a fome de parcela significativa da população mundial”, ressalta Dilvo.

“Essa é uma oportunidade ímpar para todos os agroempreendedores divulgar a sua marca e também comercializar os seus produtos, dessa forma agregando valor, e esse é um bom momento também para o produtor fomentar os seus negócios”, destaca o técnico do IDR-Paraná que está à frente da coordenação da Feira de Agroindústria do Show Rural Coopavel, Alcedir Biesdorf. A finalidade dos dois eventos, conforme Alcedir, é divulgar, fomentar a produção e ampliar os canais de comercialização de produtos de agroindústrias rurais do Paraná e de artesanatos regionais.

As feiras da Agroindústria e do Artesanato, tradicionalmente realizadas no Show Rural Coopavel, são organizadas por extensionistas do IDR-PR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná) da região de Cascavel. As feiras têm como parceiros a Adamop (Associação das Primeiras-Damas do Oeste do Paraná), a Prefeitura de Cascavel, a Fetaep e a organizadora do evento técnico destinado ao agronegócio.

O Show Rural

A 37ª edição do Show Rural Coopavel será realizada de 10 a 14 de fevereiro de 2025, em Cascavel, no Oeste do Paraná. O evento, reconhecidamente um dos maiores do mundo em inovações para a agropecuária, acontece em uma área de 720 mil metros quadrados. Na edição mais recente, em fevereiro de 2024, ela recebeu quase 400 mil pessoas em apenas cinco dias e a movimentação em vendas pelos expositores superou a cada dos R$ 6,1 bilhões.

Fonte: Assessoria Coopavel
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Com 237 mil trabalhadores, Paraná é o 2º estado que mais emprega na indústria de alimentos

Estado só fica atrás de São Paulo, que tem 437 mil empregados formais e supera Minas Gerais (220 mil), Santa Catarina (150 mil), Rio Grande do Sul (147 mil) e Goiás (100 mil). Entre os diferentes segmentos da indústria alimentícia, a produção de carnes é a que mais emprega no Estado, com 129.408 trabalhadores com carteira assinada.

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Foto : Jonathan Campos/AEN

Foto: José Fernando Ogura/Arquivo AEN

O Paraná é o segundo estado que mais emprega pessoas na indústria de produção de alimentos no Brasil. Ao todo, são 237.004 trabalhadores contratados por indústrias do setor em todo o Estado. Com isso, o Paraná só fica atrás de São Paulo, que tem 437 mil empregados formais, e supera estados como Minas Gerais (220 mil), Santa Catarina (150 mil), Rio Grande do Sul (147 mil) e Goiás (100 mil).

Os dados são referentes ao total de pessoas com carteira assinada em 2023 de acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), levantados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).

Os dados da Rais apontam que o Paraná tem 758.454 pessoas contratadas com carteira assinada no setor industrial, o que significa que aproximadamente um terço dos empregados das indústrias paranaenses trabalham diretamente com a produção de alimentos.

Foto: José Fernando Ogura/Arquivo AEN

Entre os diferentes segmentos da indústria alimentícia, a produção de carnes é a que mais emprega no Estado, com 129.408 trabalhadores com carteira assinada. Na sequência estão a fabricação de amiláceos e alimentos para animais (25.308), a produção de açúcar (17.555) e produção de laticínios (13.174).

Estabelecimentos – O Paraná tem 5.599 estabelecimentos industriais que produzem alimentos. Eles estão distribuídos por 364 municípios do Estado, mostrando a capilaridade da atividade por todas as regiões paranaenses.

De acordo com o diretor-presidente do Ipardes, Jorge Callado, a alta prevalência de estabelecimentos e empregos nas indústrias de alimentos ajuda no desenvolvimento econômico do Estado e a reduzir as desigualdades regionais. “Com a contribuição da indústria de alimentos e de várias outras atividades, temos observado um processo de desconcentração econômica no Paraná, com o avanço do interior”, disse.

Foto : Jonathan Campos/AEN

Os dados ainda mostram que grande parte dos empregos da indústria de alimentos se concentra em fábricas que tem 500 ou mais funcionários. Ao todo, 145.631 trabalhadores têm vínculo com empresas deste porte no Estado, o que representa 61% de toda a força de trabalho do setor industrial de alimentos.

40.554 funcionários trabalham em empresas de 100 a 499 empregados, outros 30.058 trabalhadores têm vínculo com fábricas de 20 a 99 funcionários, e 20.761 pessoas estão empregadas em empresas com até 19 contratados.

Brasil – Em todo o país, 1.868.818 pessoas estão contratadas no segmento industrial de alimentos, segundo o levantamento. Este número representa 21% do total de pessoas empregadas na indústria em geral no Brasil. Os dados mostram que 612.258 estão empregados em indústrias de fabricação de carne e 278.510 pessoas são contratadas por empresas que fabricam e refinam açúcar.

Fonte: AEN-PR
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ABMRA é reconhecida por sua atuação na comunicação do agronegócio

No ano em que completou 45 anos, Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro é vencedora da categoria “Comunicação e Marketing” do Prêmio Líderes do Agronegócio 2024.

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ABMRA também renovou a parceria para organizar os painéis sobre a comunicação e marketing no agro no GAFFFF 2025 - Foto: Divulgação/ABMRA

Na abertura do 16º Congresso de Marketing do Agro ABMRA, realizado em 19 de setembro, o diretor geral do Sistema Senar, Daniel Carrara, apontou a ABMRA como a associação indicada para organizar a comunicação do setor. “Nós precisamos ter uma constância, as campanhas são necessárias, são importantes, mas cada instituição e cada empresa tem interesse em falar com um determinado público e passar uma determinada mensagem e está muito disperso. Cada um está fazendo o seu papel e é importante, mas, mais do que isso, eu acho que a ABMRA pode ser a organizadora: quais mensagens iremos transmitir? Cabe à ABMRA organizar o que cada associação e cada empresa deverá fazer e tudo de uma forma organizada e continuada.”, disse Carrara.

O trabalho que a ABMRA vem desenvolvendo no último ano também está sendo reconhecido pelo mercado. Prova disso é que a Associação é a vencedora da categoria “Comunicação e Marketing” do Prêmio Líderes do Agronegócio 2024, promovido pelo Grupo Mídia. Essa iniciativa reconhece as indústrias e associações que mais se destacaram nos 12 meses que antecedem a premiação. A escolha dos Líderes do Agronegócio é feita com base em dois parâmetros de igual importância: votação realizada pelo site oficial da premiação, através de voto popular, e pesquisa de mercado realizada pelo Conselho Editorial do Grupo Mídia.

E, na safra de boas notícias, a ABMRA acaba de renovar a parceria com a Datagro e participará como apoiadora do GAFFFF 2025, que acontecerá nos dias 29 e 30 de maio, fazendo a curadoria e a organização dos painéis que abordarão o marketing e a comunicação no agro.

A final do 2º Concurso Jornalístico ABMRA acontecerá no GAFFFF 2025. O comunicado do vencedor ou vencedora acontecerá no palco do evento, com a entrega do prêmio sendo realizada por um dos grandes nomes da música sertaneja que fará um dos shows previstos para a nova edição. “A parceria com a ABMRA carrega consigo uma oportunidade de mostrar que o GAFFFF além de unir o campo com a cidade, conecta pessoas com propósito de buscar soluções para desafios enfrentados pela humanidade para se desenvolver socioeconomicamente e preservar o meio ambiente”, declara o diretor de Eventos e Educação da Datagro, Luiz Felipe Nastari.

Fonte: Assessoria ABMRA
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