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Zearalenona e seus metabólitos: interferência negativa sobre o sistema reprodutivo de fêmeas bovinas

Adoção de boas práticas pode minimizar a contaminação, porém a utilização de métodos incorretos de preparo e fornecimento podem proporcionar a sua ocorrência

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Arquivo/OP Rural

Artigo escrito por Mateus Morgan, gerente de Produtos da Nuscience/Agrifirm

Nos últimos anos a atividade leiteira vem passando por mudanças e introduzindo novas tecnologias de forma acentuada e positiva dentro da cadeia do leite. Com a intensificação da pecuária leiteira nos diferentes sistemas de criação, o aporte nutricional foi incorporado com dietas mais elaboradas, visando explorar ao máximo o potencial zootécnico e elevar os índices reprodutivos principalmente em novilhas.

Na nutrição, a utilização de volumosos conservados ganhou muito espaço, principalmente na forma de silagem. A silagem de milho, principal volumoso usado juntamente com a inclusão de concentrado na dieta, é o principal risco de exposição dos animais a um grupo de micotoxinas. No entanto, a qualidade das dietas fornecidas e a suscetibilidade à contaminação por Zaeralenona (ZEA) favorece a intoxicação pela exposição diária. Na tabela 01 podemos verificar os níveis de contaminação para bovinos de leite.

A ZEA é produzida por diversas espécies de fungo do gênero Fusarium ssp. e está amplamente presente nas dietas de animais de produção como os bovinos. A formação da ZEA ocorre ainda na lavoura, mas também durante o processamento e armazenamento. A adoção de boas práticas pode minimizar a contaminação, porém a utilização de métodos incorretos de preparo e fornecimento podem proporcionar a sua ocorrência. A zearalenona contamina rações, feno, pré secado, silagem, gramíneas e forrageiras de pastoreio.

Esta micotoxina está relacionada principalmente às condições ambientais que são determinadas pela variação entre umidade, temperatura, oxigênio e pH. A ocorrência da ZEA é favorecida em temperaturas ambientais na faixa de 15°C e umidade relativa superior a 25%. Oscilações térmicas favorecem o crescimento fúngico em temperaturas mais altas, enquanto metabolismo para produção da toxina é desencadeado em temperaturas mais baixas.

A partir da ingestão da ZEA, os ruminantes iniciam a biotransformação a nível de rúmen, intestino delgado (duodeno) e fígado, onde, a partir destes órgãos são formados os metabólitos; α-Zearalenol (α-ZEL), β-Zearalenol (β-ZEL), α-Zearalanol (α-ZAL), β-Zearalanol (β-ZAL) e Zearalanona (ZAE).

Ruminantes têm maior resistência aos efeitos deletérios da ZEA do que outros animais de criação. Os bovinos convertem ZEA predominantemente em β-ZEL e α-ZEL, porém este último é considerado o metabólito mais estrogênico e com maior toxicidade. A estrutura da ZEA e seus metabólitos é semelhante aos estrógenos naturais, por isso causa alterações funcionais e morfológicas nos órgãos reprodutivos.

Consequências 

Como consequência da exposição a ZEA e seus metabólitos, a sintomatologia clínica varia de acordo com a categoria e o estado produtivo, afetando principalmente as fêmeas bovinas jovens. Grande parte da ocorrência desta micotoxicose são pela forma subaguda e comprometimento do sistema imune com suscetibilidade a doenças secundárias causadas pelo desequilíbrio hormonal.

A interferência negativa da zearalenona e seus metabólitos sobre o sistema reprodutivo induzindo a sinais de hiperestrogenismo em fêmeas bovinas tem sido objetivo e muitas pesquisas. A eficiência reprodutiva pode ser comprometida pela redução de fertilidade e consequentemente pode haver retorno ao cio com intervalos irregulares, bem com a formação e cistos ovarianos e redução nas taxas de prenhez.

Fêmeas bovinas podem apresentar secreção vaginal, edema de glândula mamária, vulva e útero, além de prolapso uterino, vaginal e de reto. A ovulação, a implantação e a gestação poderão ser comprometidas com a morte embrionária e aborto, bem como redução na produção de leite.

Tratamento

Para diagnóstico diferencial desta micotoxicose, devemos acompanhar os sinais clínicos, desempenho reprodutivo do rebanho, achados epidemiológicos de contaminação e análises de micotoxina nos alimentos.

O tratamento é paliativo, a recuperação das funções reprodutivas e a regressão dos sinais clínicos geralmente ocorre entre 1-4 semanas após a suspensão completa da ZEA na alimentação. É essencial qualificar e quantificar o tipo de micotoxina, monitorar a exposição e indicar estratégias para redução da contaminação, como o uso de um eficiente aditivo adsorvente de micotoxina (AAM) nas dietas.

Os AAM devem ser capazes de adsorver as micotoxinas no trato gastrointestinal, evitando a absorção e distribuição no organismo, imediatamente eliminando-as do organismo.  A ocorrência de micotoxicose em animais de produção pode ser evitada com o uso de AAM nas dietas, mas nem todos são eficazes em reduzir os efeitos deletérios provocado pelas micotoxinas.

Estudo

Levando em consideração a problemática da ZEA na dieta de bovinos de leite que tem em sua grande parte a silagem de milho, realizamos juntamente com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Embryolab, Lamic e Samitec uma avaliação in vivo desafiando novilhas de corte com idade média de 2 anos de idade. O objetivo desta pesquisa foi avaliar se o Aditivo Adsorvente de Micotoxinas (AAM) à base de bentonita modificada reduziria o efeito negativo de dietas contaminadas com 5.000ppb (5mg/kg) de ZEA sob aspectos clínicos, a ciclicidade, e a taxa de concepção das novilhas submetidas a protocolo de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF).

Podemos verificar o número de folículos e biomarcadores sorológicos (β-ZAL), demonstrando a eficácia do produto avaliado nos desafios da ZEA. Após 42 dias do período experimental, as novilhas foram submetidas ao Protocolo de IATF. Foi realizado diagnóstico de gestação por ultrassonografia 30 dias após a Inseminação Artificial (IF).

Embasado nos resultados citados nesta avaliação In Vivo, o uso de AAM com eficácia comprovada nos permite garantir aos produtores e técnicos que o produto previne perdas reprodutivas dentro de rebanhos leiteiros. Deve ser uma prática regular dos produtores de leite a prevenção das micotoxinas, pois desta forma mantemos a rentabilidade dentro da atividade alcançando os resultados.

Outras informações você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de março/abril de 2019.

Fonte: O Presente Rural

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Boletim do leite de novembro

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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