Conectado com

Suínos Nutrição

Zearalenona: a vilã na granja de reprodução

Adoção de tecnologia é uma medida preventiva para um desafio cujo diagnóstico e adoção de medidas corretivas imediatas nem sempre são possíveis

Publicado em

em

Divulgação

Artigo escrito por Mara Costa, TSM Suínos KASA

Na busca pelo maior número de desmamados/fêmea/ano, o máximo desempenho reprodutivo das matrizes é essencial. Qual é o impacto neste parâmetro, planejamento da granja e dano econômico se em um lote de fêmeas, a taxa de parto cai ou elas apresentarem anestro? Quando esse dano é verificado?

Esses são apenas alguns dos sinais observados na contaminação por zearalenona. É importante mencionar que não é possível verificar por quanto tempo e qual o nível de contaminação ao qual as fêmeas foram submetidas, a menos que o monitoramento de micotoxinas já seja uma análise implementada na rotina da granja.

O uso de adsorvente de micotoxinas, principalmente nas fases reprodutivas, se torna item essencial para que rentabilidade na produção seja alcançada. A adoção dessa tecnologia é uma medida preventiva para um desafio cujo diagnóstico e adoção de medidas corretivas imediatas nem sempre são possíveis.

Como evitar as micotoxinas e seus efeitos?

As micotoxinas são resultantes do metabolismo secundário de fungos, que contaminam os grãos. O crescimento fúngico depende de diversos fatores como umidade, temperatura, presença de oxigênio, contaminação por microrganismos e outros.

O controle deve ser composto pela prevenção da contaminação e crescimento fúngico e inativação dos compostos tóxicos produzidos por estes: as micotoxinas. Práticas com objetivo de melhorar a conservação dos grãos durante o armazenamento podem ser eficazes, diminuindo o risco de contaminação por fungos e, consequentemente, a formação de micotoxinas.

Os adsorventes têm o papel de evitar que as micotoxinas sejam absorvidas no sistema gastrointestinal dos animais. São inúmeros os produtos disponíveis no mercado, entretanto, nem todos têm ou apresentam os resultados que comprovam eficácia. A composição dos adsorventes atuais são as mais variadas, porém, o adsorvente deve:

  • Ser estável durante o processo de fabricação e estocagem;
  • Atuar apenas na micotoxina, sem interação com demais compostos da ração;
  • Apresentar eficiência nos diferentes pHs do sistema digestivo;
  • Ser específico para a micotoxina que causa o dano na fase ou categoria que busca prevenção do dano.

Por que ser específico para zearalenona?

Ao escolher o adsorvente, em muitos casos, o custo do produto é o único critério avaliado. Entretanto, na fase reprodutiva, é recomendável que a eficiência do produto seja avaliada, já que os danos reprodutivos têm alto impacto na rentabilidade e é para a categoria de animais de maior valor dentro do sistema de produção.

O suíno é considerado a espécie mais suscetível à zearalenona, sendo produzida por fungos do gênero Fusarium, contaminante natural do trigo e o milho em diversas regiões.

No suíno a  zearalenona causa a síndrome do hiperestrogenismo, clinicamente conhecido como vulvovaginite. Os sinais e gravidade dependem da concentração de toxina na ração, período de ingestão e idade do animal. Os animais mais jovens, no caso, as leitoas, são os mais sensíveis.

Os sinais de contaminação após a ingestão são os mais variados e aparecem após 1 a 4 semanas. Os mais perceptíveis na granja são a recusa de alimento, que se deve ao sabor desagradável causado pela contaminação fúngica (essa contaminação ainda pode diminuir o valor nutricional do alimento, principalmente energia, que é consumida pelo fungo). Na maternidade verifica-se hiperestrogenismo (avermelhamento e aumento de volume da vulva) em leitoas que nasceram de matrizes intoxicadas.

Entretanto, o grande prejuízo se deve a anomalias no ciclo estral e os sinais podem ser: infertilidade, pseudogestação, sinais de estro permanente, reabsorção embrionária, diminuição na taxa de parto, redução no número de nascidos, edema de glândula mamária, prolapso retal e vaginal, canibalismo pela inquetação dos animais. Esses todos também são sinais de contaminação por zearalenona.

Como os sinais podem levar duas semanas após a ingestão da ração contaminada para aparecerem e a ração já pode ter acabado e outro lote iniciado, a análise do alimento e da matéria-prima vai auxiliar no monitoramento e controle, e nem sempre na intervenção curativa. Por isso o uso de uma ação preventiva de controle é fundamental. A zearalenona, pela estrutura química complexa, é uma micotoxina que exige um adsorvente com alta capacidade de ligação para ter ação.

Para alcançar as metas relacionadas à reproduçãoe garantir rentabilidade na atividade, o uso de um adsorvente com potente ação para zearalenona é fundamental.

Qual escolher?

Dentre a variedade de adsorventes presentes no mercado, verificar os que tem atuação específica para zearalenona é fundamental para se utilizar na fase de reprodução. Um componente orgânico que merece destaque é a Leonardita. Extraída de uma camada específica do solo, é segura e não absorvida pelo sistema digestivo do animal. Sua composição é complexa em relação às cargas polares, promovendo potente ação na ligação com a zearalenona, uma micotoxina complexa que nem todos os compostos presentes em adsorventes conseguem ter ação.

Esse componente, não digestível, garante ao produto: estabilidade no processo de fabricação e armazenamento, estabilidade no sistema digestivo animal com a não absorção dos compostos e alta especificidade na desativação da zearalenona.

Em avaliação in vitro, um adsorvente a base de leonardita apresentou adsorção em pH 3 e pH7, adsorção média de 94,3% e 93,9%, respectivamente para zearalenona.

Em avaliações com leitoas, categoria mais sensível à zearalenona, foram comparado os grupos: NC – dieta controle sem contaminação por zearalenona; PC – dieta controle com contaminação de 1 ppm de zearalenona; TS1 – dieta controle com contaminação de 1 ppm de zearalenona + 0,1% de produto composto de leonardita; TS2– dieta controle com contaminação de 1 ppm de zearalenona + 0,2%de produto composto de leonarditae TS3 – dieta controle com contaminação de 1 ppm de zearalenona + 0,3 %de produto composto de leonardita.

Aos 42 dias de avaliação foi comparada a performance dos animais através do ganho de peso diário (GPD). O grupo positivo apresentou menor GPD em relação ao grupo negativo, e o uso do produto permitiu que os animais tivessem GPD não diferente ao grupo com contaminação negativa, apesar de consumirem ração com 1 ppm de zearalenona. O uso do produto em até 3 kg/T de ração não diminui a performance das leitoas, indicando que não há interação dele com demais componentes da dieta.

Ao avaliar a excreção de zearalenonanas fezes (Figura 1), o resultado é expresso na porcentagem da quantidade de zearalenona nas fezes sobre a quantidade consumida. No grupo CP houve excreção de 35% e 36% de zearalenona, respectivamente nos dias 21 e 42 de avaliação. Nos demais grupos, o adsorvente a base de leonardita aumentou significativamente (p<0,05) a excreção de zearalenona nas fezes, se mostrando eficaz na ligação com a micotoxina e evitando que esta seja absorvida pelo animal.

Conclusão

  • Micotoxina é um desafio sempre atual, o controle deve ser composto pela prevenção da contaminação e crescimento fúngico nos cereais e inativação das micotoxinas nas dietas dos animais;
  • Suínos são a espécie mais suscetível à zearalenona. Entretanto, a gravidade dos sintomas depende da concentração da toxina no alimento, período de consumo e idade dos animais, sendo as leitoas a categoria mais sensível;
  • A contaminação por zearalenona em matrizes provoca falhas reprodutivas impactando negativamente a rentabilidade no sistema de produção;
  • A diversidade dos sinais e o período em que os mesmos aparecem após o consumo do alimento contaminado dificultam o diagnóstico e a adoção de medidas curativas, sendo primordial o uso de medida preventiva na ração: os adsorventes;
  • Pela complexidade da estrutura química da zearalenona é necessário o uso de um adsorvente específico para essa toxina;
  • O adsorvente deve ser seguro na fabricação do alimento, estocagem e no sistema digestivo animal, não pode ser digerido e não deve interagir com demais compostos da ração. A ação deve ser específica à zearalenona, excretando esta via fezes no animal;
  • O composto orgânico leonarditatem alta especificidade com a zearalenona. Em avaliações “in vitro” demonstra elevado adsorção em pH 3 e pH7. Em avaliações “in vivo”, seu uso não compromete a performance animal e promove alta excreção da zearalenona nas fezes, comprovando ser eficaz no controle de zearalenona.

Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de maio/junho de 2021 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

Publicado em

em

Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
Continue Lendo

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
Continue Lendo

Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.