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XV SNDS potencializa avanço da suinocultura no Brasil

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O XV SNDS (Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura), organizado pela ABCS (Associação Brasileira dos Criadores de Suínos), superou todas as expectativas de mobilização do setor, excelência de conteúdo e qualidade do evento entre 31 de julho e 2 de agosto no Hotel Serrano Resort em Gramado, Rio Grande do Sul. O evento reuniu cerca de 500 lideranças da suinocultura nacional e impressionou até mesmo as 22 delegações estrangeiras representadas pelo conjunto formado por debates transparentes e em alto nível, organização eficiente e união do setor que, definitivamente, demonstra saber o que quer e como vai buscar seus objetivos.
Na véspera do encerramento do evento, o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, descreveu o ressurgimento da união da suinocultura com foco em objetivos comuns. "Há males que vêm para bem, mas no auge da crise de 2012, em julho, a suinocultura mobilizou-se e passou a ser ouvida. Não só como produtores, mas como uma cadeia. É o começo de um grande caminho para o setor", disse.
O XV SNDS será entendido, no futuro, como um novo marco da evolução da suinocultura brasileira. As lideranças presentes, que juntas representam 70% do rebanho nacional; a principal agroindústria do Brasil e uma das maiores do mundo, a BRF; a maior rede varejista do país, o Grupo Pão de Açúcar; as mais importantes empresas de insumos e agentes políticos de peso reforçaram os laços e reafirmaram que o setor está no caminho certo.
O painel “Mercado e marketing para a carne suína”, por exemplo, surpreendeu e mobilizou os participantes. Além das palestras da expert Angela Hirata, Luís Madi e Raul Rego, o lançamento do Pork Day pelo diretor-executivo da ABCS, Fabiano Coser, arrancou o brado “A Carne Suína é 10” dos participantes trajados de jaquetas com as cores e o slogan da campanha. “Todos sentiram ainda mais forte a identificação com esta causa que não é apenas da ABCS mas, principalmente, de cada integrante do setor”, resumiu.
O objetivo de engajar todo o setor a literalmente “vestir a camisa” para a campanha da Semana Nacional da Carne Suína foi atingido.  O diretor de perecíveis do Grupo Pão de Açúcar, Leonardo Miyao, por exemplo, garantiu que a suinocultura brasileira “não vai se arrepender” por confiar na rede varejista para a Semana Nacional da Carne Suína, que ocorre entre 2 e 16 de outubro em todas as unidades do Extra e do Pão de Açúcar.
Houve muito mais. Os presidentes das associações estaduais filiadas à ABCS reuniram-se e alinharam prioridades e demandas para os próximo meses. Além disso, às vésperas do XV SNDS, foram realizados o III Congresso Iberoamericano de Suinocultura, organizado pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentos e Agricultura) e a ABCS de maneira inédita no Brasil, e uma assembleia geral da Oiporc (Organização Iberoamericana da Suinocultura).
O XV SNDS teve patrocínio da Bayer Saúde Animal, Ourofino, Zoetis, Vaccinar, Nutribras, BRF. Além deles, o evento também tem o apoio do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Juntos para Competir, Federação Agrícola do Rio Grande do Sul, Senar, Sebrae, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado do Rio Grande do Sul, Organização das Cooperativas Brasileiras, Secretaria de Agricultura do Estado, Associação Brasileira das Empresas de Genética de Suínos e do Banco do Brasil. 
As associações filiadas à ABCS (ACSURS, ACCS, APS, APCS, ASEMG, ACRISMAT, AGS, ASCE, ASUMAS, ASES, DFSUIN, ABS, ASUIMA, SUINSE E APECS) também apoiaram o evento.
Palestra Magna
O jornalista Merval Pereira fez uma palestra magna na abertura do XV SNDS, dia 31 de julho, sobre os desafios políticos e econômicos da América Latina. O brilhante cronista político da Rede Globo apresentou um detalhado quadro sobre os bastidores do poder em Brasília e como começaram os acordos políticos com vistas às eleições presidenciais em 2014.
“Temos pelo menos quatro candidatos competitivos: Dilma, Marina Silva, Eduardo Campos e Aécio Neves. Mas ainda pode surgir o José Serra. Acredito que, pela primeira vez nos últimos 12 anos, teremos condições de debater melhor um plano de crescimento para o Brasil, pois a dita melhora de vida para o povo se mostra frágil. As manifestações nas ruas mostram isso”, pontuou.
Agronegócio e volatilidade
O primeiro painel “O agronegócio na era da volatilidade”, realizado na manhã do 1º de agosto, contou com palestras do vice-presidente de Assuntos Corporativos da BRF, Wilson Mello; do economista e agrônomo André Pessoa; e do espanhol Miguel Higuera além de perguntas do auditório aos palestrantes.
O consultor André Pessoa abriu com a palestra “Desafios e Perspectivas do Mercado Mundial de Milho e Soja”. Agrônomo e mestre em Economia, o diretor da Agroconsult apresentou um panorama sobre a safra mundial de grãos 2013-2014, estimou faixas de preço para o milho e a soja para os próximos meses e apontou o impacto negativo dos gargalos de infraestrutura para o agronegócio brasileiro. "A desvalorização do real frente ao dólar nos livrou de uma tragédia no preço dos grãos", disse.
Por sua vez, o espanhol Miguel Angel Higuera palestrou sobre “Desafios da Indústria da Carne – Uma visão Europeia” na segunda apresentação do dia. Diretor da Anprogapor e vice-presidente de Sanidade e Bem-Estar Animal da Copa-Cocega, Higuera apresentou um quadro sobre custos e volume de produção nos diversos países da União Europeia bem como frisou a prioridade da sanidade na visão do continente sobre o setor. "Além da sanidade, o bem-estar animal não gera problemas para granjas novas. O custoso é adaptar as antigas às novas regras europeias", disse.
O vice-presidente da BRF, Wilson Mello, encerrou o painel com uma apresentação sobre as oportunidades para a indústria brasileira de carnes e os desafios do mercado internacional. Sob o ponto de vista do quinto maior player global do setor alimentício, o executivo frisou, entre outros aspectos, que a estratégia da empresa deve focar-se em mercados estáveis como Japão (aberto recentemente) e Coreia do Sul (ainda fechado) em lugar de Rússia, Ucrânia e Hong Kong. “É bom vender para todos estes mercados, mas é bem melhor vender para Japão ou Coreia do Sul. Eles permitem um planejamento muito mais interessante”, reconheceu.
Mercado e Marketing
O diretor-geral do Ital (Instituto de Tecnologia de Alimentos), Luis Madi, introduziu o tema da palestra “Brasil Food Trends: o que o brasileiro vai consumir em 2020”, que viria na sequência, sobre as tendências do consumo no mercado brasileiro nos próximos 10 anos e colocou o órgão, ligado ao Governo do Estado de São Paulo, à disposição do setor.
A palestra, enfim, foi feita pelo coordenador técnico do Ital, Raul Amaral Rego. Ele detalhou o estudo sobre as preferências do brasileiro no futuro em cinco “macrotendências”: sensorialidade e prazer, saudabilidade e bem-estar, além de conveniência e praticidade, confiabilidade e qualidade; sustentabilidade e ética. 
A seguinte apresentação foi da expert em comércio exterior, Angela Hirata. A sócia-diretora da Suriana fez a palestra “Made in Brazil” na qual detalhou a estratégia de internacionalização da marca “Havaianas”, bem como os pontos chave para posicionamento de uma marca ou produto. "Nós somos fruto da miscigenação, sabemos fazer diferente. Um empreendedor é aquele que imagina, desenvolve e realiza suas visões", destacou.
Gestão e empreendedorismo
O terceiro e último painel do XV SNDS “Estratégias corporativas em um mercado globalizado” ocorreu na manhã do dia 2 de agosto e contou com as apresentações do palestrante César Souza e do visionário Ozires Silva. 
O consultor em liderança César Souza realizou sua palestra “Você é o líder da sua vida?” na manhã do último dia do XV SNDS. Souza, um dos palestrantes mais requisitados do –Brasil, detalhou os obstáculos do atual contexto econômico e definiu o que é planejar, entre outros pontos. "Estratégia não é projeção estatística do passado e, sim, criar o futuro", definiu.
O premiado palestrante, que tem ampla experiência como executivo de grandes empresas no Brasil e no exterior, também detalhou quais devem ser os focos dos líderes no ambiente corporativo atual e deixou duas sugestões aos participantes: “Temos que pensar fora da caixa e focar em pessoas, pessoas e pessoas".
No encerramento do XV SNDS, Ozires Silva, idealizador da Embraer, ex-presidente da Petrobras e Varig e ex-ministro, apresentou a palestra "Nas asas do sonho". Ele relatou sua trajetória desde menino quando sonhava em fabricar aviões até a realização de seus sonhos e deixou um recado claro. "Precisamos insistir na educação. Ganhar uma bolsa das forças armadas para estudar engenharia aeronáutica foi o melhor presente que eu ganhei na minha vida", confessou.
Símbolo do empreendedorismo e da capacidade do Brasil, Ozires silva dedicou parte de sua audiência para frisar o potencial que cada um guarda em si para realizar grandes feitos e melhorar a vida dos demais. "Pensem grande. Vocês são melhores do que imaginam", afirmou. 
III Congresso Ibero-americano de Suinocultura 
O III Congresso Ibero-americano de Suinocultura, realizado na véspera do XV SNDS e de maneira inédita no Brasil, estreitou as relações e fixou metas entre os serviços sanitários de 22 países bem como superou a expectativa dos organizadores com a participação via web de dezenas de outras nações.
O evento, organizado pela ABCS (Associação Brasileira dos Criadores de Suínos), Oiporc e FAO, contou com apresentações sobre o status de controle sanitário da Peste Suín Clássica em 10 países ou regiões da América Latina, palestras da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) e explicações sobre a legislação da OIE sobre o tema.
O Congresso ainda contou com a apresentação do oficial principal da FAO, Tito Díaz, sobre as metas e os passos a serem seguidos pelos países e respectivos governos. Entre os pontos definidos estão um calendário de controle progressivo, a revisão dos programas em curso, a criação de uma comissão conjunta entre Oiporc-FAO-OIRSA, verificação por especialistas, o programa de educação sanitária e estudos de validação de vacinas.
Além dos 22 países representados, o evento foi acompanhado por centenas de telespectadores de outros países como Sérvia, Estados Unidos, Argentina, Bolívia, República Dominicana, El Salvador, por meio do link ao vivo disponibilizado no site do evento.

Fonte: Ass. Imprensa da ABCS

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Importância do diagnóstico para controle de diarreia em leitões de maternidade

Ajuda a determinar a etiologia da diarreia, que pode variar desde infecções bacterianas, virais ou parasitárias, até problemas metabólicos ou nutricionais.

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Fotos: Divulgação/Agroceres Multimix

Artigo escrito por Lucas Avelino Rezende, consultor de Serviços Técnicos de suínos na Agroceres Multimix

Uma das causas mais frequentes de morte de leitões na maternidade, sem dúvidas, é a diarreia neonatal, que pode ser causada por diversos fatores, incluindo infecções bacterianas, virais ou parasitárias, bem como problemas nutricionais ou ambientais.

Por ser multifatorial, a simples presença de patógenos entéricos nem sempre é suficiente para produzir doença clínica. Diante disso, é importante saber que é necessário haver uma interação hospedeiro-ambiente-patógeno. Diferenças em práticas específicas de manejo e ambiente, bem como características do animal e do rebanho, podem influenciar muito o risco de ocorrência da doença.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Alguns fatores podem contribuir para o aumento na ocorrência da diarreia pré-desmame, como: leitões de baixo peso ao nascer, baixa temperatura ambiental levando ao estresse pelo frio, higiene ruim da gaiola de parição, ingestão de leite e colostro insuficientes e o número insuficiente de tetos para a prole.

As principais causas infecciosas de diarreia em leitões na maternidade no Brasil são as Clostridioses, Colibacilose, Rotaviroses e Coccidiose. Em alguns casos, a coinfecção de dois ou mais agentes podem estar presentes e agravar o caso de diarreia.

A sobrevivência de leitões é influenciada por vários fatores, incluindo ordem de nascimento, peso ao nascer, ingestão de colostro e níveis séricos de imunoglobulina G (IgG). Esses fatores interagem de maneiras complexas para determinar a suscetibilidade do leitão a doenças e a saúde geral.

Um importante ponto para entender a dinâmica do surgimento de diarreias na maternidade é a avaliação da ingestão de colostro pelos leitões, uma vez que é essencial para a imunidade passiva dos leitões recém-nascidos, já que não há transferência de imunoglobulinas e outros componentes da imunidade materna para os leitões via transplacentária.

De modo geral, granjas com baixo peso ao nascimento ou uma grande variabilidade do tamanho dos leitões nascidos são aquelas mais desafiadas com diarreias na maternidade, porque leitões com menor peso ao nascer podem ter dificuldade em consumir colostro suficiente, resultando em níveis mais baixos de IgG e maior suscetibilidade a infecções.

O diagnóstico clínico da causa da diarreia em leitões pode ser subjetivo e propenso a erros. Fatores como estresse, condições ambientais e outros problemas de saúde subjacentes podem ser muito semelhantes aos sintomas da diarreia. Para isso, devemos desenvolver critérios de diagnóstico mais objetivos para diarreia em leitões, como: monitorar os leitões desde o nascimento, permitindo a detecção precoce da doença, incorporar testes laboratoriais (por exemplo, consistência fecal, pH e níveis de eletrólitos), realizar necropsias e exames complementares a detecção viral ou bacteriana, como histopatologia e imuno-histoquímica.

Diagnóstico

Um diagnóstico preciso ajuda a determinar a etiologia da diarreia, que pode variar desde infecções bacterianas, virais ou parasitárias, até problemas metabólicos ou nutricionais. Um dos pilares para isso é a coleta adequada de amostras. Ela permite a identificação dos agentes etiológicos, avaliação da resposta imune e a monitorização da eficácia das terapias.

A escolha do tipo de amostra dependerá do agente etiológico suspeito e dos objetivos do exame. As amostras mais comuns incluem:

  • Fezes: A coleta de fezes é o método mais simples e acessível. É importante coletar amostras frescas e representativas de diferentes animais do lote. Para suspeitas virais é importante coletar sempre de animais na fase aguda da doença, quando a eliminação viral é maior. Para casos de suspeita parasitária é importante associar o diagnostico com histopatologia, uma vez que a eliminação do Cystoisospora é intermitente.
  • Sangue: A análise do sangue permite avaliar a resposta imune, a presença de anticorpos e detectar alterações bioquímicas.
  • Conteúdo intestinal: A coleta do conteúdo intestinal é indicada para a identificação de patógenos que colonizam o intestino delgado ou grosso.
  • Tecidos: A coleta de tecidos para histopatologia é parte fundamental e complementar as análises de cultivo bacteriano e detecção viral nas fazes ou conteúdo intestinal.

A coleta de amostras deve ser realizada de forma cuidadosa para evitar a contaminação e garantir a qualidade do material. Os recipientes utilizados para a coleta das amostras devem estar limpos e esterilizados para evitar a contaminação por outros microrganismos. De modo geral, é importante que as amostras sejam bem refrigeradas e nunca congeladas, uma vez que o processo de congelamento pode inviabilizar o cultivo bacteriano.

Após a coleta das amostras, diversos métodos podem ser utilizados para o diagnóstico, dentre eles cultura que possibilita a identificação e o isolamento de bactérias, PCR que detecta a presença de DNA ou RNA de vírus, bactérias com alta especificidade, sorologia para pesquisa de anticorpos contra os agentes infecciosos, indicando uma infecção prévia ou atual e a histopatologia que permite a avaliação de lesões histológicas e a identificação de agentes infecciosos em tecidos.

A histopatologia desempenha um papel crucial no diagnóstico preciso de doenças intestinais em leitões. Através da análise microscópica de tecidos, é possível identificar lesões características de diversas doenças, auxiliando na diferenciação entre condições infecciosas, inflamatórias, neoplásicas e degenerativas.

A escolha do método de coleta de amostra e do exame laboratorial dependerá do agente etiológico suspeito, da fase da doença e dos recursos disponíveis. A correta coleta e o transporte das amostras são essenciais para garantir a qualidade dos resultados.

A interpretação correta dos resultados dos exames laboratoriais é crucial para o diagnóstico preciso e o tratamento adequado da diarreia em leitões. Ela envolve a análise dos dados obtidos, a correlação com os sinais clínicos e a consideração de outros fatores, como a idade dos animais, as condições de manejo e a história epidemiológica do plantel.

Em resumo, o diagnóstico é uma ferramenta essencial no combate à diarreia em leitões de maternidade, uma vez que permite ações direcionadas e eficazes para controlar e prevenir a doença, garantindo a saúde e o bem-estar dos animais.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: marketing.nutricao@agroceres.com.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural com Lucas Avelino Rezende
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Especialista evidencia importância de os profissionais da cadeia suinícola entenderem o que é sustentabilidade

Esses profissionais são fundamentais para a gestão do custo da indústria, pois a ração representa cerca de 70% do custo de produção.

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Fotos: Shutterstock

Na suinocultura, a sustentabilidade se tornou um dos principais desafios enfrentados pelos profissionais do setor. O médico-veterinário José Francisco Miranda, especialista em Qualidade de Alimentos, destaca que a compreensão desse conceito é fundamental para que zootecnistas e veterinários contribuam efetivamente para a produção sustentável de suínos. “É preciso entender que a sustentabilidade não é custo, mas investimento”, afirma.

Ele ressalta que, ao longo dos últimos 15 anos, a discussão sobre práticas sustentáveis ​​esteve frequentemente atrelada a um aumento nos custos, envolvendo ações como o plantio de árvores e a adequação da dieta dos animais. “Essas práticas eram vistas como um custo, o profissional precisa desmistificar essa visão. Na verdade, boas práticas de produção estão intimamente ligadas a resultados positivos”, explica.

Para Miranda, a eficiência na conversão alimentar é um exemplo claro de como sustentabilidade e produtividade caminham juntas. “Não existe produção com alta conversão alimentar que não seja sustentável. Os números de emissões são baixos quando a eficiência é alta”, ressalta.

Um ponto destacado pelo especialista é o papel dos zootecnistas e nutricionistas na cadeia produtiva. “Esses profissionais são fundamentais para a gestão do custo da indústria, pois a ração representa cerca de 70% do custo de produção. E cada vez mais eles terão um papel significativo na implantação da sustentabilidade dentro das empresas”, afirma.

O entendimento das análises de sustentabilidade e das tecnologias disponíveis é essencial. Miranda menciona, como exemplo, o uso de aditivos nutricionais, como a protease, que permite reduzir a quantidade de soja na ração. “Com isso, é possível diminuir a pegada de carbono em até 12%. No entanto, menos de 40% dos produtores no mundo utilizam essa tecnologia, o que revela uma falta de informação e confiança na eficácia desses produtos”, expõe.

Comunicação e conscientização

Para que as informações sobre sustentabilidade sejam disseminadas na suinocultura é fundamental que os profissionais comuniquem os benefícios dessas práticas não apenas entre si, mas também para a alta direção das empresas. “Os profissionais precisam trazer essa informação para a gestão, conscientes de que a sustentabilidade deve ser uma estratégia de crescimento, não apenas uma preocupação financeira”, destaca Miranda.

O especialista também ressalta a importância de uma colaboração entre academia, indústria e governo para facilitar a adoção de novas tecnologias. “Cada parte da cadeia produtiva deve contribuir para acelerar esse processo. É um esforço coletivo que envolve desde a produção até a comercialização”, enfatiza.

Compromisso do setor

Miranda acredita que o setor está comprometido com a adoção de práticas sustentáveis, embora reconheça a necessidade de discussão sobre o que é realmente necessário para essa transição. “As empresas entendem que a sustentabilidade traz benefícios não apenas para o planeta, mas também para sua própria lucratividade, mas é preciso acelerar a implementação destas práticas sustentáveis”, frisa,

Para se destacar neste cenário, Miranda enfatiza que os profissionais devem se aprofundar nas análises de sustentabilidade e na análise do ciclo de vida dos produtos. “Um bom profissional deve entender desde a produção do grão até o produto final que chega ao consumidor. Se ele se restringir a uma única área, pode perder de vista os benefícios que sua atuação pode trazer para toda a cadeia”, salienta.

A visão do especialista reforça que a sustentabilidade na suinocultura não é uma tendência passageira, mas uma necessidade imediata. “A adoção de práticas sustentáveis, aliada ao conhecimento técnico e científico, é fundamental para garantir um futuro mais responsável e eficiente para a indústria suinícola”, afirma.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Suinocultura teve ano de recuperação, mas cenário é de cautela

Conjuntura foi apresentada ao longo de reunião da Comissão Técnica de Suinocultura da Faep. Encontro também abordou segurança do trabalho em granjas de suínos.

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Foto: Divulgação/Sistema Faep

Depois de dois anos difíceis, a suinocultura paranaense iniciou um período de recuperação em 2024. As perspectivas para o fim deste ano são positivas, mas os primeiros meses de 2025 vão exigir cautela dos produtores rurais, que devem ficar de olho em alguns pontos críticos. O cenário foi apresentado em reunião da Comissão Técnica (CT) de Suinocultura do Sistema Faep, realizada na última terça-feira (19). Os apontamentos foram feitos em palestra proferida por Rafael Ribeiro de Lima Filho, assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A mesma conjuntura consta do levantamento de custos de produção do Sistema Faep, que será publicado nos próximos dias.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

O setor começou a se recuperar já em janeiro deste ano, com a retomada dos preços. Até novembro, o preço do suíno vivo no Paraná acumulou aumento de 54,4%, com a valorização se acentuando a partir de março. No atacado, o preço da carcaça especial também seguiu esse movimento. A recomposição ajudou o produtor a se refazer de um período em que a atividade trabalhou no vermelho.

Por outro lado, a valorização da carne suína também serve de alerta. Com o aumento de preços, os produtos da suinocultura perdem competitividade, principalmente em relação à carne de frango, que teve alta bem menor ao longo ano: o preço subiu 7,7%, entre janeiro e novembro. Com isso, a tendência é que o frango possa ganhar a preferência do consumidor, em razão dos preços mais vantajosos.

“Temos que nos atentar com a competitividade da carne suína em relação a outras proteínas. Com seus preços subindo bem menos, o frango se tornou mais competitividade. Isso é um ponto de atenção para a suinocultura, neste cenário”, assinalou Lima Filho.

Exportações

Foto: Claudio Neves

Com 381,6 mil matrizes, o Paraná mantém 18% do rebanho brasileiro de suínos. A produção nacional está em estabilidade nos últimos três anos, mas houve uma mudança no portifólio de exportações paranaenses. Com a recomposição de seus rebanhos, a China reduziu as importações de suínos. O país asiático – que chegou a ser o destino de 40% das vendas externas paranaenses em 2019 – vai fechar 2024 com a aquisição de 17% das exportações de suínos do Paraná.

Em contrapartida, os embarques para as Filipinas aumentaram e já respondem por 18% das vendas externas de carne suína do Estado. Entre os destinos crescentes, também aparece o Chile, como destino de 9% das exportações de produtos da suinocultura paranaense. Nesse cenário, o Paraná deve fechar o ano com um aumento de 9% no volume exportado em relação a 2023, atingindo 978 mil toneladas. Os preços, em compensação, estão 2,3% menores. “Apesar disso, as margens de preço começaram a melhorar no segundo semestre”, observou Lima Filho.

Perspectivas

Diante deste cenário, as perspectivas são positivas para este final de ano. O assessor técnico da CNA destaca fatores positivos, como o recebimento do 13º salário pelos trabalhadores, o período de férias e as festas de final de ano. Segundo Lima Filho, tudo isso provoca o aquecimento da economia e tende a aumentar o consumo de carne suína. “A demanda interna aquecida e as exportações em bons volumes devem manter os preços do suíno vivo e da carne sustentados no final deste ano, mantendo um momento positivo para o produtor”, observou o palestrante.

Para 2025, se espera um tímido crescimento de 1,2% no rebanho de suínos, com produção aumentando em 1,6%. As exportações devem crescer 3%, segundo as projeções. Apesar disso, por questões sazonais, os produtores podem esperar uma redução de consumo nos dois primeiros meses de 2025. “É um período em que as pessoas tendem a ter mais contas para pagar, como alguns impostos. Além disso, a maior concorrência da carne de frango pode impactar a demanda doméstica”, disse Lima Filho.

Além disso, o aumento nos preços registrados neste ano pode estimular o alojamento de suínos em 2025. Com isso, pode haver uma futura pressão nos preços nas granjas e nas indústrias. Ou seja, o produtor deve ficar de olho no possível aumento dos custos de produção, puxado principalmente pelo preço do milho, da mão de obra e da energia elétrica. “O cenário continua positivo para a exportação, mas o cenário para o ano que vem é de cautela. O produtor deve se planejar e traçar suas estratégias para essa conjuntura”, apontou o assessor da CNA.

Segurança do trabalho

Além disso, a reunião da CT de Suinocultura da FAEP também contou com uma palestra sobre segurança do trabalho em granjas de suínos. O engenheiro e segurança do trabalho e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sandro Andrioli Bittencourt, abordou as Normas Regulamentadoras (NRs) que visam prevenir acidentes de trabalho e garantir a segurança e o bem-estar dos trabalhadores.

Entre as normativas detalhadas na apresentação estão a NR-31 (que estabelece as regras de segurança do trabalho no setor agropecuário), a NR-33 (que diz respeito aos espaços confinados, como silos, túneis e moegas) e a NR-35 (que versa sobre trabalho em altura). Em seu catálogo de cursos, o Sistema Faep dispõe de capacitações para cada uma dessas regulamentações.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
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