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Workshop aborda tecnologias para produção sustentável de grãos

Transferência de tecnologias para apoiar a reconversão produtiva e o uso de boas práticas agrícolas no sistema de produção e no armazenamento de grãos foram assuntos do evento realizado em Três Marias (MG).

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Maurílio de Oliveira, Alzair Teodoro, Marco Aurélio Pimentel, Sinval Lopes, Vinícius Guimarães, Claudiano da Silva, Adair Divino da Silva, João Denilson de Oliveira, Magno Rocha, Cássia Núbia Félix, Marcelo Porto , Eugênio Pacelli - Foto: Sandro Brito

A transferência de tecnologias para apoiar a reconversão produtiva e o uso de boas práticas agrícolas no sistema de produção e no armazenamento de grãos foram assuntos do workshop realizado, na última quinta-feira (29), em Três Marias (MG). O evento, batizado de “Tecnologias para uma produção sustentável de grãos”, aconteceu na sede da Associação Comercial da cidade.

“Essas tecnologias, além de contribuírem para uma produção sustentável, agregam valor à produção, melhoram a rentabilidade e as operações de negócios e motivaram para o desenvolvimento regional”, pontuou o coordenador do evento e engenheiro agrônomo da Embrapa Milho e Sorgo, Sinval Lopes.

A iniciativa integra as ações de um projeto de cooperação técnica entre a Embrapa e a prefeitura de Três Marias e conto com o apoio da Emater Minas, da Associação Comercial, do Banco do Brasil, da Jecal Agropecuária e do Sicoob Aracoop. Participaram do evento autoridades locais e estaduais, produtores rurais, professores, técnicos e consultores de empresas públicas e privadas.

A palestra magna “Desafios na produção sustentável no mercado internacional de commodities” foi ministrada pelo coordenador do escritório da Embrapa na Europa (Labex-Europa), Vinícius Pereira Guimarães. Seu objetivo foi demonstrar uma percepção diferente do termo commodities ao explicar que o assunto faz parte da conjuntura da cidade. “Enxergar o mercado internacional de commodities pode parecer muito distante e diferente da realidade de Três Marias. Mas se a gente olhar por alguns ângulos diferentes enfrentou novas oportunidades”, destacou.

Segundo Guimarães, o Brasil está entre os maiores produtores de soja e de milho do planeta, e todos precisam estar alinhados às normas de produção de grãos para exportação, bem como mostrar que o Brasil produz de forma sustentável. Os sistemas Plantio Direto e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, a recuperação de pastagens degradas e adoção de insumos biológicos foram algumas das tecnologias citadas por Guimarães.

Em seguida, o superintendente de Desenvolvimento Agropecuário, João Denilson de Oliveira, e a assessora técnica, Karla Jorge da Silva, da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), falaram sobre os “Desafios para a implementação do Plano ABC + MG”. Eles explicaram as propostas das tecnologias preconizadas pelo Plano Agrícola de Baixa emissão de Carbono (Plano ABC) com ênfase na expansão do Sistema Plantio Direto (SPD). “As tecnologias recomendadas pelo Plano ABC + são positivas para os produtores rurais porque promovem o melhor aproveitamento da área de produção da propriedade, intensificando seu uso de forma sustentável”, disse Silva.

Os pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo Maurílio Fernandes de Oliveira e Marco Aurélio Guerra Pimentel também compartilharam seus conhecimentos no workshop. Oliveira abordou a “Necessidade de Preparo de Solo: Tomada de Decisão”, e Pimentel falou sobre os “Desafios para Conservação e Armazenagem Adequada de Grãos”.

Oliveira mostrou como fazer o preparo do solo em novas áreas com diferentes implementos e descrever os parâmetros a serem observados quando o solo compactado. O intuito da discussão foi expor a necessidade de teor de umidade do solo para entrada de máquinas, assim como as opções de implementos para a etapa de abertura de áreas. “Para fazer o diagnóstico de solo compactado possível, é preciso observar alguns parâmetros, como a resistência à penetração, acidez e alto teor de alumínio em profundidade, a mudança no valor de densidade aparente do solo e não crescimento das raízes das culturas em profundidade” , explicou o pesquisador.

Em sua palestra, Pimentel enfatizou que “os danos aos grãos são irreversíveis” e que “a qualidade dos grãos deve ser observada desde a produção até a colheita”. Para isso, é preciso escolher uma cultivar adequada e observar as épocas de plantio e de colheita. Algumas ferramentas disponíveis para ajudar o produtor são o Zoneamento Agrícola de Riscos Climáticos (Zarc) o aplicativo Plantio Certo. Outros detalhes que devem ser bem planejados são o sistema de produção e o tipo de controle fitossanitário.

Para finalizar o workshop, na palestra “Otimização e Inovação na Armazenagem de Grãos”, o gerente de Negócios da Precon Pré-fabricados e da AgriTech Everseed, Lucas Castanheira, abordou como sua empresa trabalha com soluções para garantir a qualidade do grão na pós- colheita.

Cuidados após a colheita

O pesquisador Marco Aurélio Pimentel discorreu sobre os cuidados em cada etapa após a colheita, desde a recepção, classificação, limpeza e acomodação, até as estratégias para proteção e detecção de insetos-pragas, fungos e micotoxinas. Confira as dicas:

  • Na recepção deve evitar guardar o produto na moega, por períodos prolongados, e se possível segregar os grãos pelo teor de umidade
  • A etapa de classificação geralmente pode gerar pontos de dúvidas, e conflitos, quando pode haver discordância até quanto a ajustes aplicados pelo teor de umidade, impurezas, sujidades e outras classes de defeitos
  • Os produtores devem ficar atentos às normas de classificação protegidas pelo Mapa como base para o mercado. E no caso da soja, atenção à revisão da norma de classificação, que estabelece percentual máximo de umidade de 13%, em razão de uma demanda da China, que é o maior mercado da soja nacional.
  • A retirada dos quebrados e de impurezas deve ser realizada, dentro dos níveis aceitáveis, para favorecer a qualidade dos grãos em período de duração prolongada.
  • A proteção dos grãos contra os insetos deve ser realizada utilizando inseticidas registrados e seguindo as orientações dos fabricantes, caso contrário podemos contaminar os grãos com resíduos acima dos limites permitidos pela legislação nacional ou dos limites impostos pelos importadores ou processadoras.
  • Resíduos acima dos limites permitidos ou uso de inseticidas sem registro para grãos armazenados podem gerar restrições às exportações nacionais. A Embrapa disponibiliza publicações com orientações para uso correto destes produtos.

Desenvolvimento rural e parcerias

O workshop contorna a presença de representantes das empresas parceiras do projeto. O prefeito municipal de Três Marias, Adair Divino da Silva, enfatizou que os eventos favorecem a construção de parcerias. “Vivemos em um mundo totalmente globalizado e precisamos acompanhar o desenvolvimento das tecnologias. Quero registrar a importância deste trabalho com a Embrapa e com a Emater, duas instituições que criaram para que fortaleceram cada vez mais o nosso município em todos os sentidos, incluindo a agropecuária e a indústria”, salientou.

“O agronegócio brasileiro é cultural, social, econômico e ambiental, e esse tipo de projeto é fundamental para trabalharmos juntos e ampliarmos o desenvolvimento rural e urbano do nosso País”, afirmou Sinval Lopes, coordenador do evento.

“Nosso objetivo é trazer novos conhecimentos, promover o intercâmbio entre os diversos parceiros e produtores, para viabilizar a implantação de uma agricultura mais tecnificada”, completou Magno Rocha, técnico extensionista da Emater de Três Marias.

O presidente da Associação Comercial, Claudiano Alves da Silva, mencionou o evento realizado pela equipe, no início do ano, na fazenda de Alzair Teodoro . “Ali foi constatado que temos condições para desenvolver ainda mais o agronegócio na região de Três Marias”, acrescentou Silva.

A gerente-geral do Banco do Brasil, Cássia Núbia Félix, lembrou que até pouco tempo atrás havia em Três Marias apenas a agropecuária de corte e o plantio de eucalipto. “Estive presente desde a primeira reunião, em 2020, na secretaria municipal, junto com os produtores rurais, quando vi de perto esse projeto nascer. Provamos que é possível, com a ajuda de parceiros e com a presença efetiva da Embrapa, mostramos grandes resultados com a implantação de lavouras, fortalecendo a economia da região. A importância dos produtores rurais em consolidar uma atividade sustentável para o desenvolvimento do município é fundamental para a diversificação econômica de Três Marias”, recordou.

Para o produtor rural André Benício Zuconi, a realização de capacitações é essencial. “Outros workshops com mais conteúdos, podem ser organizados, para que mais pessoas possam participar”, sugeriu.

Em sua fazenda, uma área de 150 hectares é dedicada ao cultivo de grãos de milho e de soja. A produção é destinada ao mercado interno ou externo, dependendo do ano agrícola.

Fonte: Embrapa Milho e Sorgo

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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