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Você sabe como evitar prejuízos com infestação parasitária no rebanho?

Mesmo fora do pico de infestação, parasitas afetam desempenho dos bovinos. Controle eficaz exige diagnóstico técnico, escolha consciente de produtos e manejo integrado da fazenda.

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Foto: Fabiano Bastos

Mesmo fora do pico de infestação, o parasitismo em bovinos continua sendo um desafio relevante nas propriedades pecuárias. Durante o inverno, os sinais muitas vezes passam despercebidos, mas o impacto na produtividade pode ser significativo. Por isso, o controle deve ser planejado com antecedência e de forma estratégica, considerando o ciclo dos parasitas e as particularidades de cada sistema produtivo.

De acordo com o médico veterinário Gibrann Frederiko, entre novembro e abril as altas temperaturas e a umidade favorecem a proliferação de parasitas como carrapatos, mosca-dos-chifres, bicheiras e helmintos gastrointestinais que se alojam nas pastagens. No entanto, mesmo durante os meses mais secos e frios, quando a infestação costuma ser menos intensa, o problema persiste e pode impactar no desempenho dos bovinos ao longo de todo o ano. Em ambos os cenários, o parasitismo pode comprometer o desempenho dos animais, prejudicar o ganho de peso, a produção de leite, a fertilidade e a qualidade da carcaça.

Foto: Freepik

Para evitar esses prejuízos, os produtores devem estar atentos aos sinais clínicos e comportamentais nos animais, como mucosas pálidas, diarreia persistente, perda de peso, apatia, pelo opaco, coceira constante, lesões na pele e a presença visível de parasitas externos, como carrapatos, bernes ou bicheiras. “O diagnóstico pode ser confirmado com exames laboratoriais, como análises parasitológicas de fezes e hemogramas, e deve ser acompanhado de inspeções clínicas periódicas”, afirma.

Nesse contexto, o conceito de Desempenho Reprodutivo e Produtivo Baixo ajuda a identificar rebanhos com desempenho abaixo do esperado, muitas vezes como consequência direta de infestações parasitárias não controladas. A queda na taxa de ganho de peso, o aumento do intervalo entre partos e os custos elevados com tratamentos corretivos estão entre os sinais de que o problema pode estar comprometendo o resultado da fazenda.

Segundo Gibrann, o uso de vermífugos, medicamentos antiparasitários utilizados para combater vermes internos, principalmente helmintos gastrointestinais, deve ser parte de uma estratégia de controle contínua, e não apenas uma resposta pontual. “A aplicação no momento correto contribui para interromper o ciclo dos parasitas e evitar a reinfestação tanto no rebanho quanto nas pastagens. Além disso, o uso estratégico e consciente reduz o risco de resistência aos princípios ativos, problema que tem se agravado em muitas propriedades devido ao uso repetitivo e indiscriminado de medicamentos antiparasitários”, explica.

Na escolha do vermífugo, é importante considerar o tipo de parasita predominante, a fase produtiva dos animais e o momento do ciclo produtivo. O tratamento deve ser baseado em diagnóstico técnico sempre que possível, com exames como o OPG (ovos por grama de fezes) para orientar a dosagem. Também é recomendado alternar os princípios ativos ao longo do tempo para evitar a resistência e aumentar a eficácia dos tratamentos. “Ao observar a prevalência de helmintos gastrointestinais, o ideal é utilizar anti-helmínticos eficazes, como levamisois e avermectinas. Já ao identificar tristeza parasitária, a indicação é o uso de tratamentos para babesia, como imidocarb. Também é fundamental priorizar os bezerros e as vacas gestantes, que são os animais mais suscetíveis do rebanho”, explica Gibrann.

Foto: Shutterstock

Além do uso de medicamentos, o profissional reforça a importância do manejo integrado, combinando práticas que reduzem a pressão parasitária na fazenda. Entre essas práticas estão a rotação de pastagens, a alternância entre espécies forrageiras, o controle biológico com fungos antagonistas, a limpeza regular de cochos e currais, o manejo da lotação animal e a utilização de endectocidas e ectocidas. “Entre os erros mais comuns cometidos pelos produtores estão a superdosagem ou subdosagem de vermífugos, o uso contínuo de um único princípio ativo, a falta de monitoramento após o tratamento e a alta concentração de animais nas áreas de pastejo, que favorece a contaminação”, menciona.

A recomendação é que o produtor estabeleça um calendário sanitário, priorize o monitoramento constante das condições do rebanho e adote práticas preventivas. “O controle parasitário em bovinos no Brasil deve ser estratégico e adaptado à realidade de cada fazenda. O diagnóstico precoce, o uso responsável dos vermífugos e o manejo integrado são as ferramentas mais importantes para garantir a saúde do rebanho e a rentabilidade da propriedade. Pecuaristas que adotam boas práticas minimizam perdas produtivas e maximizam o lucro”, enfatiza Gibrann.

Fonte: Assessoria Nossa Lavoura

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Regeneração de pastagens e sistemas integrados ganham protagonismo na pecuária brasileira

Especialistas destacam que eficiência produtiva, solo saudável e adoção de ILPF são caminhos centrais para uma pecuária sustentável e de baixo carbono.

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Foto; Gabriel Faria

A regeneração de pastagens degradadas e a adoção de sistemas integrados de produção devem ocupar o centro da estratégia da pecuária brasileira para os próximos anos. Essa visão foi defendida por Fábio Dias, líder de Pecuária Sustentável da JBS, durante sua participação no VEJA Fórum de Agronegócio, realizado nesta segunda-feira (24), em São Paulo.

Ao participar do painel “Agricultura Sustentável: como produzir sem desmatar”, o executivo ressaltou que a eficiência produtiva e a sustentabilidade caminham juntas para garantir a perenidade do negócio. Com atuação em 20 países e relacionamento diário com centenas de milhares de produtores, a JBS enxerga a saúde da cadeia de fornecimento como prioridade. “A produção pecuária e agrícola precisa prosperar por muitos anos, não apenas por alguns. Se os produtores não forem bem, toda a cadeia não irá bem”, explicou.

Dias também analisou a mudança de paradigma no setor: se antes o foco estava exclusivamente no volume de produção, hoje a degradação e a queda de produtividade, especialmente em áreas de abertura mais antigas, impulsionaram uma nova mentalidade voltada à longevidade e à qualidade do solo.

Segundo Dias, essa agenda regenerativa é um imperativo de gestão, focada na melhoria contínua do ativo ambiental. “É fundamental garantir que a fazenda seja mantida em condições de produtividade superior a cada ano, demonstrando que a exploração pecuária de longo prazo é totalmente sustentável”, afirmou.

O executivo reforçou a singularidade do modelo brasileiro, capaz de acomodar duas ou três safras na mesma área. Nesse contexto, a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) surge como ferramenta vital. A presença animal no sistema não apenas diversifica a renda, mas eleva a biologia do solo e sua capacidade de estocagem de carbono. “Colocar animais numa área aumenta a vida do local, eleva a qualidade da terra e mantém o solo coberto durante todo o ano”, explicou Dias. De acordo com o executivo, a eficiência gerada pela ILPF, somada à redução da idade de abate dos animais, resulta em menor pressão por desmatamento e queda nas emissões entéricas, pavimentando o caminho para uma pecuária brasileira de baixo carbono.

Para acelerar a adoção dessas tecnologias e fortalecer a formalização da cadeia, a JBS estruturou um ecossistema robusto de difusão de conhecimento, assistência técnica e gerencial. O objetivo é empoderar o produtor para a tomada de decisões embasadas. “Construímos um ecossistema que difunde conhecimento e apoio aos produtores”, reforçou Dias.

Essa estratégia, operacionalizada por meio do programa Escritórios Verdes, criado em 2021, e que que oferecem assistência técnica, ambiental e gerencial gratuita, tem gerado impacto mensurável: desde então, já foram mais de 20.000 produtores apoiados, reinseridos na cadeia produtiva legal e sustentável.

O líder de Pecuária Sustentável da JBS concluiu que o potencial do Brasil em ter uma pecuária baixa em carbono é evidente, dada a capacidade de armazenagem do solo tropical e a redução da idade de abate dos animais. “Ao aumentar a produção por área, a JBS enxerga um futuro brilhante para a pecuária brasileira, onde a sustentabilidade se torna o novo padrão de eficiência e inclusão produtiva”, pontuou.

Fonte: Assessoria JBS
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Mercado do leite volta a cair em novembro e mantém pressão sobre o produtor

Demanda mais fraca e custos elevados sustentam pressão negativa sobre o preço ao produtor.

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Foto: Shutterstock

O preço médio nacional do leite ao produtor fechou novembro de 2025 em R$ 2,44 por litro, conforme o boletim Indicadores Leite e Derivados, elaborado pelo Cileite/Embrapa. O valor representa queda de 3,8% na comparação mensal e recuo de 14,8% em 12 meses, consolidando um ano de forte retração para o setor.

A análise regional mostra que todos os estados acompanhados registraram variações negativas, como em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. As barras do gráfico destacam uma tendência comum de queda, com redução próxima a 4%.

Derivados também caem

Foto: Sistema Faep

Os preços dos lácteos seguiram o mesmo movimento. O boletim indica retração de 1,0% no conjunto de “Leite e Derivados” e queda de 0,2% em outro agrupamento de produtos monitorados. Entre os itens acompanhados individualmente, o leite UHT apresentou variação negativa mais intensa, acompanhado por baixas em queijos, manteiga, creme de leite e leite condensado — todos com índices de redução destacados na coluna “Em 12 meses”.

Consumo interno não reage

O relatório também traz a evolução do ticket de compra de lácteos no varejo, mostrando oscilações ao longo de 2023, 2024 e 2025. A curva referente a 2025 revela leve recuperação no segundo semestre, mas ainda distante dos patamares observados em anos anteriores. Segundo o boletim, o consumo interno não tem acompanhado a oferta, o que contribui para a continuidade da pressão sobre os preços ao produtor.

Cenário segue desfavorável ao produtor

Com custos ainda elevados em várias regiões e baixa capacidade de repasse pela indústria, o momento permanece desafiador para a cadeia produtiva. A retração em praticamente todos os indicadores reforça o ambiente de margens apertadas e de incerteza para o início da temporada 2026.

Fonte: O Presente Rural com Cileite/Embrapa
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Mato Grosso institui Passaporte Verde e eleva padrão socioambiental da pecuária

Nova lei, que entra em vigor em 2026, estabelece critérios socioambientais e rastreabilidade completa do rebanho para atender às exigências dos mercados internacionais.

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Foto: Divulgação/Imac

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso aprovou, em duas votações, na última quarta-feira (19), o projeto de lei que institui o Programa Passaporte Verde, iniciativa que coloca o Estado na vanguarda da pecuária sustentável no Brasil. A nova legislação entra em vigor em janeiro de 2026 e estabelece critérios socioambientais para todo o monitoramento de rebanho bovino e bubalino mato-grossense, com o objetivo de atender às exigências dos mercados internacionais mais competitivos.

O Passaporte Verde, desenvolvido pelo Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) em parceria com o Governo do Estado e o setor produtivo, propõe o monitoramento socioambiental completo da cadeia da carne, desde o nascimento do animal até o abate. O programa prevê etapas de implantação para incluir propriedades de todos os portes, oferecendo suporte técnico e orientação aos produtores.

Entre os objetivos dessa política de sustentabilidade estão o desenvolvimento sustentável, a inclusão e consciência produtiva, o acesso ao mercado global, qualidade e monitoramento, incentivo de parcerias do setor privado com entidades públicas, a valorização de serviços ambientais, além do estímulo do ambiente de concorrência equitativa na cadeia produtiva.

A iniciativa reforça o compromisso de Mato Grosso com a produção responsável, rastreabilidade, transparência e conservação ambiental, critérios cada vez mais valorizados pelos importadores e consumidores globais. Países da Europa e da Ásia, por exemplo, têm adotado políticas que priorizam produtos com comprovação de origem sustentável e desmatamento zero. “Mato Grosso se consolida como pioneiro em sustentabilidade com o Passaporte Verde. Estamos mostrando ao mundo que é possível produzir mais, com responsabilidade ambiental e inclusão social. Esse programa será uma vitrine da pecuária moderna, transparente e comprometida com o futuro do planeta”, comemorou o presidente do Imac, Caio Penido.

Fonte: Assessoria Imac
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