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Veterinária dá dicas de manejo obrigatório e em desuso com recém-nascidos

Juliana Cristina Rego Ribas demonstra o que é necessário e o que está ficando obsoleto no manejo de suínos nos primeiros dias de vida

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Desbastar os dentes, cortar as orelhas e castrar cirurgicamente são ações comuns que profissionais dentro das granjas executam com os leitões recém-nascidos. Mas esse tipo de prática, assim como outras, pode estar com os dias contados dentro da suinocultura moderna. Durante o Congresso Abraves (Confederação Brasileira de Médicos-Veterinários Especialistas em Suínos), que aconteceu de 17 a 19 de outubro, em Goiânia, GO, a médica-veterinária da Agroceres PIC, Juliana Cristina Rego Ribas, com mestrado em Ciência Animal, demonstrou o que é necessário e o que está ficando em desuso no manejo desses suínos nos primeiros dias de vida. “É um tema desafiador”, adiantou a profissional.

Ribas explica que “o manejo de leitões vai depender de interação de fatores, como genética, forma de manejo, nutrição e ambiente”, mas o primeiro ponto a ser observado é a matriz ainda prenha. “O manejo começa pela mãe. Deve ser uma matriz bem preparada, com aparelho mamário adequado, condição corporal ideal, que indica que ela está preparada para um bom trabalho de parto, com boa colostragem e ser boa mãe”, indica. Segundo a profissional é importante observar um ambiente sem estresse para que a porca tenha tranquilidade na hora do parto. “A maternidade precisa de boa ambiência, sem barulhos ou outra situação que cause estresse”, pontua. De acordo com a especialista, o aumento do estresse diminui a concentração de ocitocina, conhecido como o hormônio do amor, refletindo negativamente na capacidade de o animal ser uma boa mãe.

Por isso, a regra número um de Ribas é acompanhar o parto. “Tem que acompanhar o parto. Partos mais longos têm mais incidência de natimortos; cerca de 20% mais depois de cinco horas. O profissional tem que ter atenção”, comenta. Na sequência, como fundamental, orienta, é preciso limpar o leitão para garantir que respire e manter sua temperatura corporal. “Isso é inegociável”, garante.

Desinfecção de Umbigo

A desinfecção dos umbigos, apesar de necessária, ainda é negligenciada pelos profissionais, demonstrou Ribas. “A desinfecção dos umbigos é um ponto importante. Um trabalho (Connor, 2010) demonstrou que 28% dos leitões tinham contaminações pelo umbigo entre 36 e 48 horas”, citou. Isso gera associação com infecções sistêmicas, artrites e hérnias umbilicais, destaca, ressaltando ainda a higiene do material, como tesoura limpa.

Colostro

Fundamental para a vida do recém-nascido, o colostro deve ser dividido entre todos os leitões nascidos, independente se são mais fracos ou mais leves, defende a profissional. “O leitão nasce com quase nenhuma reserva energética, que é garantida pelo colostro. O colostro tem um importante papel na maturação intestinal, com absorção das imunoglobulinas entre seis a 8 horas. É necessário de 200 a 250 gramas de colostro para reduzir a mortalidade entre 6 e 7%. A porca produz de 1,5 a 3 litros de colostro e esse material tem que ser dividido entre todos”, destaca, frisando a importância “de observar leitões perdidos, direcionar para a mamada, marcar os nascidos na ordem para dividir o colostro”. “Os primeiros nascidos têm mais imunoglobulinas no sangue porque mamaram primeiro e voltaram na teta”, ressalta.

Ambiente e Manejo de Leitegada

Ribas chamou a atenção para o ambiente em que esses animais estão vivendo nos primeiros dias de vida, dando ênfase ao funcionamento do escamoteador. “O aquecimento, quando feito com escamoteador, precisa ser observado. O profissional tem que ver se está fazendo a função de escamoteador ou de vaso sanitário. Tem que ensinar o leitão a entrar (para se aquecer)”, pontuou.

Ela explica que é importante o manejo do excesso de leitegada, mas que essa tarefa deve ser executada de forma mais natural possível para evitar estresse e perda da capacidade de produção de leite. “Fazer mamada parcelada devido ao excesso de leitegada, estimular ao máximo a produção de leite, entre outros pontos de manejo, com menos estresse”, indica. Fazer esse tipo de procedimento, de acordo com a médica-veterinária, “evita 70% das mortes até o terceiro dia”.

Pontos Polêmicos

Cortar a cauda ainda é comum na suinocultura brasileira, explica a profissional, porque deixar essa ação de lado, entre outros problemas, “pode causar canibalismo e o suíno pode ter abscesso de coluna”. Em sua opinião, a mordedura de rabo envolve vários fatores, mas pode ser corrigida com manejo. “A mordedura de rabo é um problema multifatorial, como densidade, competição por alimento, deficiência de nutrientes na dieta, comportamento de imitação (vê e repete), mas existe um fator comportamental da ausência de enriquecimento. No terço final da cauda existem poucas terminações nervosas, o que estimula a mordedura. E o sangue estimula os outros animais”, comenta.

Desbaste ou corte de dentes é um método que vem entrando em desuso, segundo Ribas, por que causam muita dor e gera porta de entrada para agentes infecciosos. “Hoje muitas granjas já pararam de desbastar os dentes, pois você expõe a dentina, que é o canal do dente, e isso dói muito. O dente exposto é porta de entrada para infecções. Além disso, dente mal cortado pode piorar situações de brigas”, orienta. “O leitão briga porque a “mamadeira” está vazia. Se não, não faria”, garante.

Cortar as orelhas para identificar os leitões e seus respectivos lotes também é prática que está com os dias contados, segundo a especialista. “A mossagem, ou ‘cortar’ orelha, não se deve fazer. Alternativas são a tatuagem e o brinco”, pontua. Para Ribas, a castração cirúrgica também deve diminuir no Brasil. “Temos alternativas para a castração cirúrgica, que causa dor. O suíno apresenta vocalização diferente, aumento da frequência cardíaca e alteração em parâmetros fisiológicos”, pontua.

Mais informações você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de novembro/dezembro de 2017 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
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Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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