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Variedade de capim guandu reduz custos de pecuaristas com suplementação

Em experimentos, animais alimentados com esse capim apresentaram desempenho superior em comparação aos que receberam a suplementação

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Pecuaristas paulistas que alimentaram o rebanho com o capim Guandu BRS Mandarim não precisaram empregar sal proteinado nem ração para os animais durante o período de inverno, época em que a suplementação é necessária. Em experimentos realizados no interior de São Paulo, animais alimentados com esse capim apresentaram desempenho superior em comparação aos que receberam a suplementação e a forrageira ainda permitiu aumentar a taxa de lotação animal no pasto.

Fazendas que testaram a variedade também confirmaram os bons resultados, como a do bovinocultor José Francisco Soares, no município de São Carlos (SP), que há dois invernos deixou o confinamento dos animais. Soares, que trabalha com engorda de gado de corte, plantou a leguminosa desenvolvida pela Embrapa Pecuária Sudeste em uma das áreas mais degradadas do sítio. A experiência deu certo e, hoje, dos dez hectares da Estância São Rafael, quatro estão com a cultivar.

Segundo Soares, com a implantação do BRS Mandarim consorciado, a pastagem melhorou e ele não precisa utilizar ração ou sal proteinado para os animais. Desde o inverno de 2017, o gado alimenta-se do guandu e de sal mineral comum.

A economia para ele e para os outros produtores que optaram pela leguminosa é considerável. De acordo com a pesquisadora Patrícia Perondi Anchão Oliveira, comparando o guandu com a pastagem recuperada e considerando que as duas produzam a mesma quantidade de carne por hectare, o aumento de custo para inserir a BRS Mandarim seria de R$ 210 anuais por hectare e a redução de despesas na alimentação animal somaria R$ 867,00 por hectare ao ano. Ou seja, o produtor teria um saldo positivo de R$ 657,00 por hectare a cada ano. No aumento de custos ela considera as sementes e horas máquina para plantio e uma roçada anual. Na redução das despesas está contabilizada a economia com ureia, hora máquina para espalhar o fertilizante e suplemento mineral proteinado.

A falta de pasto fazia o produtor tratar do gado no cocho durante o período de seca. Agora, os 50 animais da propriedade ficam na pastagem o ano inteiro. “Uma das coisas mais econômicas é isso aqui”, enfatiza o produtor ao apontar o pasto com BRS Mandarim.

O investimento inicial foi de R$ 2 mil para o plantio do guandu em uma área de 1,5 hectare. “Coloquei sete bezerros de oito arrobas. Após um ano, pesaram 18 arrobas, sem gasto com mão de obra e ração”, contou. Ele ainda frisou que foi a única maneira que encontrou para gastar menos e ter mais lucro.

A tecnologia também está agradando técnicos e pecuaristas que participam do Bifequali Transferência de tecnologia para pecuária de corte, programa da Embrapa de capacitação continuada de técnicos que atuam em propriedades de gado de corte.

De acordo com o coordenador do programa, Adilson Malagutti, o guandu respondeu muito bem às expectativas dos técnicos e produtores. “Eles estão satisfeitos com o retorno positivo da tecnologia. O BRS Mandarim serve de alimento na época da seca, que é justamente a mais desafiadora para o oferecimento de forragem aos animais. A solução casa com oferta de material de bom valor nutritivo, alto teor de proteína, a um custo baixo e com manejo simples”, explica Malagutti.

A fazenda Dois Rios, no oeste do estado de São Paulo, implantou o guandu BRS Mandarim em fevereiro de 2017 em consórcio com pastagem. O engenheiro-agrônomo Rubens Paulossi Junior, responsável pela produção, plantou 24 hectares de guandu com capim marandu em uma área rotacionada de 68 hectares. A propriedade participa do programa Bifequali TT.

A finalidade da fazenda, do Grupo HS Agropecuária, é a cria de bezerro de corte. Os resultados econômicos com a utilização do guandu ainda não foram contabilizados. No entanto, como na propriedade há dois lotes de matrizes separados em pastos rotacionados, Paulossi relata que, visualmente, as vacas que estão no BRS Mandarim têm um escore corporal superior, mesmo tendo bezerro mais velho ao pé. Outro dado relevante é em relação à lotação por hectare, que saiu de 2,54 unidade animal (UA) por hectare para 3,57 UA.

O técnico diz que o Grupo HS Agropecuária teve um custo de R$175,00 por hectare no primeiro ano com a implantação da tecnologia. “Mas como vamos utilizar o guandu em três invernos, o custo real foi de R$58,33/ha/ano”, salienta Paulossi.

Alimentação do gado no inverno

Durante o período seco, os produtores sofrem com pouca disponibilidade de forragem e baixa qualidade da pastagem, comprometendo o desempenho animal. Para evitar o efeito sanfona, boi gordo no verão e magro no inverno, muitos utilizam o sistema de confinamento, no qual os bovinos recebem ração no cocho. No entanto, o custo é alto com aquisição de suplementação e necessidade de mão de obra.

A cultivar guandu BRS Mandarim em consórcio com braquiária, além de recuperar a pastagem degradada, proporciona aumento no ganho de peso individual e na lotação animal, como ocorreu nas propriedades São Rafael e Dois Rios.

Resultados do Mandarim superiores ao da suplementação

Em experimentos realizados na Embrapa Pecuária Sudeste, novilhas mantidas em pastagem consorciada com Guandu BRS Mandarim ganharam 450 gramas de peso vivo ao dia. O estudo foi realizado comparando-se com dois outros sistemas: animais pastejando em pasto degradado e em pastagem adubada. A diferença maior foi em relação à área degradada, onde os bovinos ganharam por volta de 250 gramas por dia. Na adubada, o ganho foi de 300 gramas ao dia. De acordo com a pesquisadora Patrícia, essa diferença no peso é bastante significativa, já que os animais que permaneceram na integração com guandu não foram suplementados. Nas outras duas áreas foi necessário utilizar suplementação mineral proteinada, a um custo adicional e desempenho inferior.

O aumento da lotação animal também chama a atenção. No consórcio com guandu, foi possível manter até 3,5 novilhas por hectare. Na pastagem degradada, de 1,5 a duas novilhas por hectare; e, na recuperada, três. “Como consequência do aumento do ganho de peso e da lotação animal, tivemos maior quantidade de carne produzida por hectare. Foi possível chegar a mais de 20 arrobas por hectare com a tecnologia do Guandu BRS Mandarim. Na área degradada não conseguimos sequer cinco arrobas por hectare”, destacou a pesquisadora.

Uma Unidade Demonstrativa (UD) com guandu BRS Mandarim também foi instalada no centro de pesquisa, em janeiro de 2016. Em junho daquele ano, novilhas da raça Canchim foram colocadas na área. De acordo com a engenheira agrônoma Lívia Mendes de Castro, as observações indicaram aumento significativo do peso desses animais durante o período seco. As fêmeas entraram na área com guandu com peso médio de 265 quilos. Em dezembro de 2016, o peso médio foi de 403 quilos. A lotação animal também passou de 1,5 UA/ha a 2,2 UA/ha.

Em junho de 2017, a UD recebeu machos da raça Nelore. Eles entraram com 249 quilos, em média. Seis meses depois, a média foi de 320 quilos. Um ganho de peso bastante expressivo. Em relação à lotação animal, foi de 2,3 UA para 3 UA. 

Lívia destacou que, no caso dos nelores, outro lote da mesma categoria e idade, mas mantido em pastejo em uma área de braquiária e recebendo suplementação de sal proteinado, não obteve bons resultados comparando-se com os bovinos que se alimentaram do guandu na seca. Os animais entraram com peso médio de 246 quilos em junho de 2017 e em dezembro estavam com 251 quilos, em média. Ou seja, apenas mantiveram o peso, sem aumento significativo.

Desde junho de 2018, as observações estão sendo realizadas com novilhas de leite na Unidade Demonstrativa com guandu. A expectativa em relação ao ganho de peso é a mesma dos dois anos anteriores.

Fonte: Pecuária Sudeste

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Investidores dos Estados Unidos conhecem Programa de Conversão de Pastagens do Brasil 

Delegação participou de um dos maiores eventos do cenário mundial de investimentos do agronegócio.

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O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) marcou presença no Global AgInvesting New York, um dos mais importantes eventos do cenário mundial de investimentos no agro, que reúne fundos, bancos e empresas que atuam no setor. O evento ocorreu entre os dias 15 e 17 de abril, no Sheraton New York Times Square, nos Estados Unidos.

A comitiva do Mapa contou com a participação do secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais, Julio Ramos, do diretor de Promoção Comercial e Investimentos, Marcel Moreira, e da adida agrícola junto à Embaixada do Brasil em Washington, Ana Lúcia Viana.

Fotos: Divulgação/Mapa

Na oportunidade, foi apresentado o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD), que tem por objetivo incorporar 40 milhões de hectares de pastagens degradadas aos sistemas produtivos brasileiros de alimentos, biocombustíveis e florestas de alta produtividade, através da adoção de tecnologias de produção sustentáveis.

Durante os três dias do evento, os representantes do Mapa se reuniram com diversos investidores interessados no PNCPD.

“Com esse programa, pretendemos não apenas dobrar a produção brasileira nos próximos dez anos, mas também converter pastagens degradadas em áreas produtivas diversificadas. O objetivo é atender às metas nacionais de redução do desmatamento e recuperação da vegetação nativa, fortalecendo a segurança alimentar mundial e a resiliência climática”, ressaltou Marcel Moreira.

De acordo com os representantes do Ministério, a presença brasileira potencializou ainda a promoção dos benefícios do programa, que incluem a segurança alimentar global, a conservação das florestas nativas brasileiras, a fixação de carbono, além da geração de renda e emprego para o Brasil.

“Foi uma ótima oportunidade para o Brasil dialogar com fundos privados, bancos estrangeiros e grandes empresas interessadas em investir em nosso país, reconhecendo o nosso potencial para o desenvolvimento sustentável mundial. Representando o ministro Carlos Fávaro e o secretário Roberto Perosa, deixamos o encontro com grandes perspectivas e oportunidades. É o Brasil sendo protagonista mais uma vez uma vez em programas de sustentabilidade e geração de emprego, desempenhando um importante papel no combate à insegurança alimentar mundial”, comentou Julio Ramos.

Fonte: Assessoria Mapa
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Poder de compra do avicultor cresce frente ao milho, mas cai em relação ao farelo

Os preços do cereal estão caindo com mais intensidade em relação ao frango vivo, comparando-se as médias da parcial de abril com as observadas em março.

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Foto: Guilherme Viana

O poder de compra de avicultores paulistas vem crescendo frente ao milho.

Isso porque, segundo pesquisas do Cepea, os preços do cereal estão caindo com mais intensidade em relação ao frango vivo, comparando-se as médias da parcial de abril com as observadas em março.

Já no caso do farelo de soja, outro importante insumo da alimentação do setor, o poder de compra de avicultores está menor – os valores do derivado registram pequena queda mensal.

Para o frango vivo, pesquisadores do Cepea indicam que a pressão sobre as cotações vem das fracas vendas internas da carne.

Muitos compradores estão um pouco mais afastados da aquisição de novos lotes de animais, evitando formar estoques elevados da proteína.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Notícias Rio Grande do Sul

Sindilat apoia decreto de proteção da cadeia láctea

O decreto do Governo do Estado limita a utilização de benefícios fiscais por empresas que adquirem leite em pó ou queijo importados

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Foto: O Presente Rural

O Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) apoia o decreto do Governo do Estado que limita a utilização de benefícios fiscais por empresas que adquirem leite em pó ou queijo importados. “Qualquer medida que valorize o produtor e o leite do produtor gaúcho é bem-vinda para as indústrias de laticínio do Rio Grande do Sul”, indica o presidente do Sindilat, Guilherme Portella. O decreto deve ser publicado nesta sexta-feira (19/04) no Diário Oficial do Estado e passa a vigorar a partir de 2025.

O presidente do Sindilat salienta que a medida não representa prejuízo para a indústria leiteira, uma vez que quase a totalidade do leite em pó e derivados lácteos que vêm do Uruguai e Argentina são adquiridos por indústrias transformadoras. “Mais de 80% do leite em pó e derivados lácteos que entram para reprocessamento no Brasil vêm via empresas que fazem produtos como chocolates, sorvetes e biscoitos, por exemplo. A indústria de laticínios não importa leite em pó de fora”, destaca.

 

 

Fonte: Assessoria
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