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Vale do Ivaí estuda ampliar potencial agrícola com apoio do governo em várias áreas
O trabalho pela agricultura regional envolve a estrutura das estradas, apoio técnico, turismo rural, reconhecimento da sanidade e investimentos. Nesta semana ocorre em Rosário do Ivaí a 1ª Agrotécnica, organizada pelo IDR-Paraná, Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) e a prefeitura.

Com boas práticas agrícolas, parcerias e apoio do governo, agricultores da região do Vale do Ivaí podem ampliar sua comercialização. O assunto foi debatido nesta quarta-feira (31) na 1ª Agrotécnica, organizada pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná), Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) e Prefeitura Municipal de Rosário do Ivaí. O evento continua nesta quinta-feira (01).
Além da exposição de produtos de agroindústrias locais, empresas da região apresentaram tecnologias para o meio rural. Técnicos do Sistema Estadual de Agricultura (Seagri) debateram com os produtores temas como manejo de solos e água, energia renovável, comercialização, gestão da propriedade rural e regularização de agroindústrias.
“É importante nos reunirmos para trocar ideias e mostrar chances de potencializar a agricultura regional”, afirmou a chefe do núcleo regional da Seab em Ivaiporã, Vitoria Holzmann.
Em uma conversa com estudantes da Casa Familiar Rural e agricultores familiares, o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, destacou que as boas práticas na agroindústria são o segredo do sucesso. Uma das possibilidades é aderir ao Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf/PR), iniciativa que possibilita a ampliação do território de comercialização a agroindústrias que atenderem requisitos técnicos e sanitários.
“Fazer bem feito, com apoio de profissionais habilitados, assegura a chance de vender bem”, disse o secretário.
Expansão e vocação
A região do Vale do Ivaí já tem boas iniciativas nesse sentido. Neste ano o Consórcio CID Centro, que inclui 30 cidades, se tornou o primeiro dessa natureza a aderir ao Susaf/PR. Com isso, ele pode indicar agroindústrias de sua área de abrangência que cumprirem as normas higiênico-sanitárias para vender os produtos para todo o Paraná.
No ano passado o frigorífico de tilápias Mais Fish, de São João do Ivaí, recebeu a chancela Sisbi-POA (Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal). A partir daí os produtos que já eram comercializados nos 30 municípios que compõem a área do Cid Centro podem atender mercados em todo o Brasil.
Outra iniciativa que mostra o potencial de crescimento das agroindústrias está em Rio Branco do Ivaí. Produtores do Rancho Zulian estão investindo na construção de uma queijaria e pretendem ampliar a comercialização. Para o médico veterinário da Seab em Ivaiporã, Carlos Eduardo dos Santos, que atende a família, esses exemplos mostram como as boas práticas e o apoio do governo têm feito a diferença na região. “Queremos mostrar para outros agricultores que eles também podem pensar projetos assim”, disse.
Rosário do Ivaí é conhecida como a Capital da Uva Niágara e a região do Vale do Ivaí, como um todo, tem no turismo rural um de seus carros-chefe, com atrativos naturais e agroindústrias. Segundo o prefeito Ilton Kuroda, agora estuda-se a criação de uma cooperativa. “Já produzimos bem, mas queremos melhorar a comercialização. Nosso objetivo com a Agrotécnica era trazer mais conhecimento para os agricultores, até por conta da demanda”, afirmou. A cidade tem aproximadamente 900 produtores rurais.
Para o diretor-presidente do IDR-Paraná, Natalino Avance de Souza, essas parcerias têm o poder de marcar a história dos municípios. “A assistência técnica do Instituto está à disposição para colaborar com a agricultura familiar, o turismo e a produção local”, complementou.
Estrutura
O trabalho pela agricultura regional também envolve a estrutura das estradas. A equipe do governo estadual visitou uma estrada rural no município de Grandes Rios, na mesma região, que teve cinco quilômetros pavimentados com pedras irregulares por meio do programa Estradas da Integração, da Seab. Os recursos somam R$ 1,46 milhão e estão sendo beneficiadas diretamente cerca de produtores de sete comunidades.
Na ocasião foi confirmada a pavimentação de mais cinco quilômetros em Grandes Rios. Ortigara destacou o compromisso e o olhar especial do governo para o desenvolvimento da estrutura rural dos municípios. “É uma parceria que construímos lá atrás e que já deu muitos resultados, como essa estrada tão importante para a comunidade, para a produção, para uma vida melhor”, completou.
O prefeito de Grandes Rios, Antonio Ribeiro da Silva, enalteceu o trabalho em conjunto com o governo estadual. “É um momento de alegria”, arrematou.

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STF suspende julgamento da Moratória da Soja e mantém paralisação nacional de processos
Com pedido de vista de Dias Toffoli, segue válida a liminar de Flávio Dino que congelou ações na Justiça e no Cade, enquanto especialistas destacam impacto do caso na segurança jurídica do agro.

O Supremo Tribunal Federal suspendeu o julgamento que analisava a liminar concedida pelo ministro Flávio Dino que determinou a suspensão nacional de todos os processos que discutem a validade da Moratória da Soja na Justiça e no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Até o momento, há quatro votos para confirmar a paralisação das ações. A análise ocorre no plenário virtual desde a última sexta-feira (14) e estava prevista para terminar na próxima terça-feira (25). O pedido de vista foi do ministro Dias Toffoli, e até que o processo volte à pauta a medida segue válida.
O advogado Frederico Favacho afirma que é positiva a decisão de Flávio Dino, por reconhecer que a Moratória da Soja é legal. “Esse é o ponto mais importante de toda a controvérsia”, entende.
A Moratória da Soja é um acordo voluntário entre tradings que comercializam grãos, no qual se comprometem a não comprar soja de áreas desmatadas na Amazônia após julho de 2008. O STF julga uma ação ajuízada pelo PcdoB, PSOL, PV e Rede. As legendas pedem a suspensão de lei do estado de Mato Grosso que proíbe a concessão de benefícios fiscais para empresa que assinaram o acordo.
Em dezembro do ano passado, Flávio Dino atendeu ao pedido dos partidos e suspendeu a lei de forma liminar. Em abril deste ano, ele reconsiderou a decisão, estabelecendo que a norma passaria a valer a partir de 1º de janeiro de 2026.
Em 05 de novembro, Flavio Dino determinou a suspensão nacional de todos os processos, inclusive os que investigam possível formação de cartel no Cade. Afirmou não considerar adequado, em respeito ao princípio da segurança jurídica, permitir que o debate sobre a Moratória da Soja prossiga nas instâncias ordinárias jurisdicionais ou administrativas, diante da possibilidade de serem proferidas decisões conflitantes e em desacordo com o entendimento a ser fixado pelo STF. “No mesmo voto, Flávio Dino também reconhece o direito de os entes federativos estabelecerem as regras para concessão dos benefícios fiscais, o que, na prática, implicaria em os Estados poderem retirar os benefícios das empresas signatárias, o que continua sendo discutível na esfera infraconstitucional em relação a forma, razoabilidade e outros quesitos”, diz Favacho, complementando: “De toda forma, isso vem num momento importante, quando o mundo todo está de olhos voltados para as boas práticas ambientais do agronegócio brasileiro”.
Notícias Com mais de 200 casos no anoA Agência de
Paraná reforça ações contra a raiva após avanço de casos em animais de produção
Órgãos estaduais discutem ações conjuntas, reforçam controle de morcegos hematófagos e recomendam vacinação em todo o território paranaense.

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) promoveu uma ação de combate e prevenção contra a raiva durante a 21ª Expovale nesta semana em Ivaiporã, município do Vale do Ivaí. A primeira oficina sobre o impacto da raiva no contexto da Saúde Única foi uma atividade respaldada pelo Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros, que é executado pela agência no Estado. Na ocasião, foram abordados assuntos como o monitoramento de abrigos de morcegos hematófagos e investigação de casos suspeitos.
Considerada uma das doenças de maior importância em Saúde Pública, a raiva permanece como uma das zoonoses mais letais, com grandes impactos econômicos, sociais e sanitários. Quando abordada à ótica da Saúde Única, que engloba a saúde humana, a saúde animal e o meio ambiente, o controle depende de uma atuação integrada entre diversos setores públicos.
O chefe do Departamento de Saúde Animal, da Adapar, Rafael Gonçalves Dias, alerta sobre a ameaça da zoonose e chama atenção sobre os números da doença no Estado. “O vírus da raiva é transmitido por um tipo de morcego hematófago e pode ser letal para os animas e para os humanos”, explica. “Os casos comprovados da doença em herbívoros no Paraná durante o último ano chegaram a 258. Em 2025, foram investigados mais de 400, destes, 218 casos confirmados até agora”.
A doença circula tanto em territórios urbanos, onde cães e gatos são os principais transmissores, quanto no em ambientes rurais, territórios em que os morcegos hematófagos são os principais reservatórios e responsáveis pela transmissão aos animais de produção. Diante desse cenário, foi realizada a oficina, unindo o órgão de defesa agropecuária do Estado do Paraná e a 22ª Regional de Saúde.
Durante a oficina, a Adapar falou sobre o grupo de animais de produção que é mais afetado pela doença, composto por bovinos, equinos, pequenos ruminantes e suínos e trouxe para discussão ações cruciais para o controle e prevenção da raiva, atuando diretamente no ciclo rural.
Prevenção
A autarquia realiza o cadastramento e o monitoramento dos abrigos de morcegos hematófagos – controle da espécie Desmodus rotundus –, investiga casos suspeitos em herbívoros com coleta de material e executa ações em focos de raiva. Além disso, são desenvolvidas atividades de educação sanitária, como a identificação dos morcegos hematófagos, o reconhecimento dos sinais clínicos da doença nos animais e como realizar a notificação.
Também foi apresentado o recente foco de raiva registrado em um bovino no município de Pitanga, na região Central do Estado, e as medidas adotadas pela agência.
Vacinação
A vacina contra a raiva tem baixo custo, pode ser aplicada pelo próprio produtor e deve ser dada anualmente. A vacinação preventiva é a melhor forma de combate direto. Uma vez que o animal apresenta sinais clínicos não há tratamento. Atualmente, a vacinação é obrigatória em 30 municípios do Oeste, conforme a portaria nº 368/2025 da Adapar.
A escolha dos municípios levou em conta a quantidade de focos registrados nos últimos anos, a proximidade com o Parque Nacional do Iguaçu, a ocorrência de áreas compartilhadas de transmissão e o elevado número de pessoas que precisaram de tratamento após contato com animais suspeitos. A obrigatoriedade abrange apenas 30 municípios, mas a vacinação é aconselhada em todo o território paranaense.
Ambiente urbano
Ao discutir sobre a raiva no contexto urbano, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), órgão responsável pela vigilância epidemiológica em humanos, cumpriu o papel de elucidar dúvidas e falar sobre as ações de monitoramento de casos suspeitos em humanos e em animais domésticos. Além disso, também foram informadas as formas corretas de tratamento pós-exposição e a importância das campanhas educativas e de sensibilização da população.
Na prática, são as equipes das secretarias municipais e estaduais que acolhem a população quando há mordeduras ou possível exposição, garantindo que o tratamento seja iniciado a tempo de salvar vidas. Mesmo sendo uma doença de fácil prevenção a raiva continua avançando por falta de cuidado da população. A atuação conjunta entre saúde humana, defesa agropecuária e meio ambiente, somada à vacinação animal e à informação da sociedade é uma forma eficaz de combater a enfermidade.
Expovale
A Expovale é uma exposição agropecuária e industrial da cidade, considerada a maior feira da região do Vale do Ivaí. O foco da exposição é na realização de negócios, promoção da inovação e fortalecimento produtivo. A edição de 2025 foi realizada entre 14 e 19 de novembro. Além de shows, o evento comemorou os 64 anos do município.
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Código georreferenciado traz mudanças na forma de identificar propriedades rurais
Ferramenta aumenta precisão logística, facilita fiscalização e organiza dados territoriais em todo o país.

A Câmara dos Deputados deu mais um passo na modernização da gestão territorial do campo. A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) aprovou, na terça-feira (18), o parecer do relator, deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), ao Projeto de Lei 2.898/2021, de autoria do deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES).
A proposta altera a Lei 6.538/1978, que dispõe sobre os serviços postais, para assegurar a designação de um código de georreferenciamento às propriedades rurais e agroindustriais em todo o país.
O objetivo do texto é facilitar a identificação e localização dessas áreas, ampliar a precisão logística, garantir maior segurança jurídica e permitir avanços na integração de dados territoriais.
O projeto já havia sido aprovado anteriormente na Comissão de Agricultura (CAPADR) e na Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação (CCTI). Na CCJC, cabia apenas o exame de admissibilidade, etapa necessária para atestar constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa da matéria.
Ao apresentar seu voto, Delegado Paulo Bilynskyj, integrante da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), destacou que o texto é enxuto e juridicamente sólido. “Trata-se de um projeto simples, claro e bem articulado. Não há qualquer ofensa a direitos ou garantias constitucionais, tampouco afronta à legislação vigente. Do ponto de vista jurídico e técnico, o PL é absolutamente adequado”, afirmou o relator.
Ele reforçou ainda que a proposta segue os parâmetros da Lei Complementar 95/1998, que orienta a elaboração legislativa. “A alteração é objetiva e não cria redundâncias ou conflitos. Mantém-se fiel à estrutura normativa e contribui para o aperfeiçoamento da legislação”, completou.
Modernização do campo
O deputado Evair Vieira de Melo, coordenador de Direito de Propriedade da FPA, celebrou o avanço da proposta, destacando que a iniciativa atende a uma demanda crescente da agricultura brasileira por precisão, rastreabilidade e segurança territorial. “O georreferenciamento é hoje uma ferramenta indispensável. Ele fortalece a gestão das propriedades rurais, melhora o acesso a serviços e políticas públicas e coloca o Brasil na rota da agricultura de precisão”, elencou o autor do projeto.
Segundo Evair, a medida também contribui para o ordenamento territorial e para a eficiência dos serviços postais e logísticos no meio rural. “Cada propriedade poderá ter um código definido, o que facilita desde entregas até ações de fiscalização, crédito e assistência técnica. É um avanço simples, mas de enorme impacto para o produtor rural”, completou.



