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Avicultura

Vai construir seu aviário? Não perca as dicas com especialista em ambiência e galpões

O Presente Rural entrevista o especialista em ambiência José Luis Januário, que fala tudo o que o produtor precisa saber na hora de construir um aviário

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O Presente Rural entrevista o especialista em ambiência José Luis Januário, que fala tudo o que o produtor precisa saber na hora de construir um aviário. Atuando pela Cobb, ele conhece esse tipo de estrutura em vários países, destaca a eficiência do Brasil e acredita em galpões cada vez mais fechados, com autonomia interna em relação ao clima externo.

O Presente Rural (OP Rural) – O que é primordial saber antes de construir um galpão avícola?

José Luis Januário (JLJ) – A primeira condição básica para pensarmos na evolução e desenvolvimento das nossas granjas seria instalar as aves em galpões mais adequados para oferecer condições ambientais favoráveis para elas. Isso contribuirá para que estas aves expressem seu potencial genético de maneira cada vez mais eficiente e mantenham a sua alta performance produtiva, para qual foram selecionadas.

OP Rural – O que produtores, técnicos e indústria esperam quando um galpão é construído?

JLJ – Produtores precisam agregar valor às suas propriedades, e estando em regiões próximas às integradoras, aproveitam a oportunidade e querem as orientações técnicas para construir da melhor forma possível seus aviários. Os técnicos estão cada vez mais preparados para orientar os amigos produtores sobre as formas de criação, procedimentos técnicos. Isso fica ainda melhor se as trocas de informações e exigências técnicas já forem empregadas desde o projeto inicial de construção das granjas.

As indústrias, nos projetos de aumento e adequação das integrações, fazem o fomento de construções de novas granjas ou ampliação de granjas já existentes e, por meio dos técnicos e expansionistas, orientam os produtores e estes também buscam informações de processos construtivos para decidir a melhor forma de construir suas granjas.  

OP Rural – Quais são os modelos/sistemas de galpões para aves usados hoje no Brasil?

JLJ – Hoje, os modelos construtivos mais comuns são feitos de estruturas metálicas ou pré-moldadas entre colunas e estrutura de telhados. As superfícies laterais estão entre galpões de cortinas, parede de alvenaria ou de placas de isolamento térmico. Estas últimas condições são utilizadas nos galpões de pressão estática negativa, com exaustores e entrada de ar do lado oposto. O que diferem dos galpões abertos, convencionais, chamados de pressão positiva, com ventiladores e nebulizadores internos.

As superfícies de telhado, com menores custos e que são mais comuns, estão nos galpões de telhas de fibrocimento ou numa escala de melhor isolamento e melhor reflexão da radiação solar, as telhas térmicas de fibrocimento, as telhas galvanizadas com alumínio, que também têm capacidade reflexiva maior do que a fibrocimento comum. Todos estes tipos de telhados requerem instalação de forro de cortina interna.

Já em alguns projetos de matrizes e frangos de corte, já é comum os galpões com as telhas isotérmicas, com camadas de aço galvanizado e alumínio, e um interno de material isolante como EPS, poliuretano ou poliisocianurato.

OP Rural – Quais as diferenças entre os principais modelos de galpões com relação a custos, manutenção e tecnologia empregada?

JLJ – As diferenças entre os galpões de projetos de hoje giram em torno da seguinte questão: se o galpão será de pressão negativa, tipo túnel, com melhores materiais isolantes, exaustores, entrada de ar com equipamentos evaporativos, janelas de entrada de ar para ventilação mínima (inlets), cortinas duplas na lateral, ou parede de alvenaria, que possuem custos construtivos mais altos.

Para efeito de comparação, um aviário para frango de corte mais equipados ficaria em torno de R$ 350 por metro quadrado de construção. Seguindo a comparação com os aviários convencionais, de pressão positiva, que teria custo mais baixo que este, o valor seria em torno de R$ 250 por metro quadrado, por exemplo.

Claro que, quanto mais estruturas, como por exemplo, estes galpões de telhas isotérmicas, com painéis evaporativos, inlets, maiores os custos de construção.

OP Rural – Existe um galpão avícola ideal para cada região? Por que?

JLJ – De maneira geral não deveríamos ter diferenças na construção entre as regiões, pois os aviários devem ter uma certa autonomia interna em relação ao clima externo. Contudo, sabemos da extensão territorial de muitos países, como o Brasil, onde temos invernos úmidos no Sul, verões chuvosos no Sudeste, altíssimas temperaturas no Norte e Nordeste, com umidades altas, e às vezes, períodos de extrema estiagem. Internamente, as aves precisam crescer, ganhar peso, converter ração e energia em crescimento, necessitam produzir ovos, estar sempre em conforto, sentindo bem-estar.

A avicultura em todo o mundo começou com tecnologia tímida e simples, com galpões convencionais, muitas vezes sem ventiladores, sem aspersores e densidade baixa.  A genética vai evoluindo e entregando aves cada vez mais eficientes, mais exigentes de boas instalações. Começamos, assim, a sombrear os galpões com árvores, construir com orientação Leste-Oeste, com beirais maiores, galpões mais altos, etc.

Na década de 80, apareceram os galpões fechados, mais isolados do meio externo, e surgiram os inlets na Europa, exaustores, galpões mistos entre inlets e túnel, com entradas frontais e pressão negativa. E, quando eles ficam mais modernos, temos mais chances de manter uma densidade maior em relação aos galpões convencionais, que são mais caros, mas oferecem melhores resultados zootécnicos.

Pelas várias regiões deste país continental, até países menores, mas com grandes diferenças de altitude e de clima, vemos muitos bons resultados em estruturas simples e muitos bons resultados também em galpões melhores, tipo túnel com melhores estruturas e isolamentos.

OP Rural – Qual é o melhor galpão hoje no Brasil?

JLJ – O melhor galpão é aquele que dá bons resultados ao produtor e à sua integração. Mas claro, cada vez mais, vemos que os melhores resultados das integradoras ocorrem em galpões tipo túnel, com boa velocidade de vento para promover uma perda de calor por convecção sobre as aves, com telhas térmicas, seja fibrocimento com material reflexivo, seja com aço galvanizado e alumínio, ou seja, material isolante em “sanduíche” embutido na telha.

O galpão ideal seria pequeno, com largura menor, bem mais fácil de ventilar e retirar calor ou de aquecer no caso de aves jovens. Mas, num país de grandes dimensões, sendo um dos maiores produtores do mundo, a produção em escala exigiu decisões de aumentar a largura e comprimento. Fazemos os galpões de 150 metros por 16 de largura, o que é, para nós, uma das melhores configurações, com excelente aproveitamento dos equipamentos, densidade, ventilação e manejo.

OP Rural – Em outros países produtores, quais modelos são usados? Há muitas diferenças com os modelos do Brasil?

JLJ – Em países em desenvolvimento de tecnologias como as nossas, a grande maioria ainda são galpões simples, convencionais, de cortinas, estrutura de madeira ou alvenaria, telhados de diversos tipos, até palha de palmeiras, telas sombreadas, telhados de cortinas pintadas, etc. Em outros países e regiões onde se tem mais tecnologia, como Estados Unidos, Europa e Ásia, os galpões são construídos com materiais mais isolantes, especialmente no telhado. Americanos e canadenses utilizam muita madeira para as colunas do telhado e faces internas dos aviários. Nos telhados e laterais externas, chapas de aço galvanizado com alumínio. Eles preenchem as paredes e espaços entre forros plásticos, utilizam uma camada de pelo menos 10 centímetros ou mais de lã de vidro, lã de rocha ou celulose picada.

Na Ásia, Austrália, Meio Oriente e entre outros, são utilizadas placas de material isolante, como também já ocorre aqui na América do Sul.

O telhado dos aviários americanos, por exemplo, são construídos com valor “R” mínimo de 20, que é um coeficiente de troca térmica de uma superfície. Um galpão com telha de fibrocimento tem valor “R” de 1 para fazermos um comparativo aqui. Em outras palavras, se estiver um calor de 40° C externo, sol forte contra o telhado, no galpão de telhado “R 20”, ficaremos com temperaturas abaixo de 30° C, internamente. Já nos telhados de fibrocimento de “R 1”, poderemos ter temperaturas ao redor de 37° C, internamente. Ou seja, o telhado com material mais isolante traria um enorme benefício para os equipamentos internos, que trabalham menos, e um maior conforto às aves.

OP Rural – Dentro de um galpão existe muita “tecnologia embarcada”. Cite as principais e porque elas são necessárias.

JLJ – Os provedores de equipamentos, cada vez mais, disponibilizam tecnologias nacionais e internacionais para a composição das estruturas, desde equipamento quanto materiais para as obras, para a construção.

OP Rural – Quais as novidades e tendências para esse tipo de edificação?

JLJ – Na verdade, as tecnologias que hoje utilizamos aqui, nos países em expansão de equipamentos e granjas, foram importadas ou copiadas dos americanos e europeus. Europeus começaram a fechar seus galpões, isolá-los melhor do meio externo, na década de 70, quando criaram os inlets ou janelas laterais de entrada de ar. Muitos galpões, até hoje, naquela região, possuem apenas exaustores de ventilação mínima e as entradas de ar são 100% feitas por inlets.

Americanos pegaram um pouco do modelo de galpões de inlets e criaram o túnel conjugado com os inlets. Foi quando começaram a surgir os galpões de ventilação mínima com inlets, transição, com inlets apenas, e transição com compensação da cortina, ventilação túnel, com exaustores de um lado e entradas de ar com paredes de resfriamento do outro lado.

OP Rural – Quais são as exigências das aves, em suas várias fases, quando estão alojadas?

JLJ – Galpões com aves fechadas dentro, quando elas são jovens, necessitam de isolamento de superfícies do aviário para que tenham conforto e condições de se manterem aquecidas. Em contrapartida, galpões de aves mais adultas, em produção ou ganhando peso e tamanho, necessitam de vento, resfriamento, perda de calor.

Sabemos que, quando as aves estão em produção, apenas uma delas gera em torno de 60 btu´s de calor, e este calor deve sair de perto delas. Imagine um galpão com 35.000 frangos, são 2,1 milhões de btu´s de calor gerado. Se fosse econômico instalarmos aparelhos de ar condicionado nesta granja, teríamos que colocar 58 aparelhos com capacidade de 36 mil btu´s, cada um.

OP Rural – Determinados galpões podem reduzir a entrada de patógenos? Como?

JLJ – Além de promover uma melhor condição ambiental para as aves, os galpões mais fechados e mais isolados limitam mais o acesso de poeira em suspensão, assim como os patógenos que viriam com esta poeira. Eles também controlam a entrada das pessoas, que passam a entrar por uma única porta, ficando mais fácil desinfetar calçados etc. Além disto, as paredes de resfriamento, o cooling, tornam-se barreiras de acesso do ar. É possível também colocar uma tela nas entradas de ar, no cooling e inlets, e filtrar ainda mais o ar que entra, o que evitaria a entrada, inclusive, de insetos. Existem provedores que fazem equipamentos de refrigeração, como grandes trocadores de calor, que possuem filtros de última geração para evitar entrada de patógenos, como vírus, por exemplo. Já existem galpões de quarentena de animais importados feitos assim aqui no Brasil. 

OP Rural – Quais as exigências futuras das aves?

JLJ – As empresas de genéticas desenvolvem suas aves cada vez mais eficientes em ganho de peso. É um melhoramento animal feito de maneira simples, mas com muita tecnologia, equipamentos, manejo e critérios de seleção dos melhores indivíduos de cada grupo. Claro que, com isto, há geração de calor de uma ave adulta ou em plena produção, já para as aves jovens, a necessidade de manter o calor corporal, a tecnologia, os novos conceitos de manejo e ventilação e ambiência, vem muito bem interligados para ajudar estas aves de alta performance expressarem seus maiores ganhos. 

OP Rural – Como serão os galpões do futuro?

JLJ – Galpões do futuro já estão espalhados pelo mundo, sejam eles simples, convencionais, mas manejados de maneira eficiente já nos dão bons frutos, ou galpões mais tecnificados.

Mas se queremos mais, uma diferenciação de desempenho, manter a densidade de alojamento, teremos que evoluir para estes galpões mais fechados, com boa velocidade de vento, telhados com materiais com maior poder isolante. Devemos ter uma boa orientação de construção, com telhados com beirais, isolamento de estruturas para a ventilação de pressão negativa, com bons e econômicos exaustores, cooling bem dimensionado para diminuir a temperatura de ingresso do ar, inlets bem manejados para acondicionar a entrada do ar sempre segmentado pela parte superior dos aviários, sem velocidade de vento sobre os pintinhos e aves jovens, diminuindo drasticamente a umidade do ar externo, mantendo a cama seca.    

As superfícies bem isoladas, como telhados e paredes, têm função muito importante para manter as condições ideias internas, independentes das condições extremas do lado de fora.

Será que um dia poderemos instalar equipamentos de ar condicionado, por exemplo, de custo mais baixo, competitivos, que consumiriam pouca energia? Por que não sonhar de maneira não utópica? A energia mais barata ou equipamentos alimentados por fontes alternativas de energia, como algumas granjas com células fotovoltaicas que já temos por aqui também. Uma refrigeração condicionada conjugada com exaustores de túnel para retirar os gases e calor, isto sim tem que evoluir mais.

Mais informações você encontra na edição de Aves de abril/maio de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Avicultura

Vendas externas de carne de frango voltam a crescer em março

No balanço do primeiro trimestre de 2024, as vendas externas totalizam 1,2 milhão de toneladas, 7,2% menos que no mesmo período do ano passado.

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As exportações brasileiras de carne de frango voltaram a crescer em março, depois de dois meses em queda.

Segundo dados da Secex analisados pelo Cepea, foram embarcadas 418,1 mil toneladas (entre produtos in natura e industrializados), volume 5,2% maior que o de fevereiro/24, mas 18,7% inferior ao de março/23.

No balanço do primeiro trimestre de 2024, as vendas externas totalizam 1,2 milhão de toneladas, 7,2% menos que no mesmo período do ano passado.

À China – ainda maior parceira comercial do Brasil –, os envios caíram 7,4% entre fevereiro e março, passando para 38 mil toneladas.

Apesar disso, pesquisadores do Cepea apontam que o setor avícola nacional está confiante, tendo em vista que oito novas plantas frigoríficas foram habilitadas para exportar à China.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Avicultura Saúde intestinal e saúde óssea

Impacto sobre a rentabilidade e qualidade das carcaças de frangos de corte

Dentre as afecções que podem comprometer a saúde intestinal dos bezerros está a Colibacilose, que tem como agente etiológico a bactéria Escherichia coli.

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A saúde intestinal e a saúde óssea estão em conexão por mecanismos que envolvem, principalmente, a microbioma intestinal e a comunicação com as células ósseas. O equilíbrio e estabilidade da microbiota intestinal influencia diretamente a homeostase óssea. “Um dos mecanismos que vem sendo estudado é o papel da microbiota sobre a regulação da homeostase do sistema imune intestinal. Alterações na composição da microbiota intestinal podem ativar o sistema imunológico da mucosa, resultando em inflamação crônica e lesões na mucosa intestinal”, explica a doutora Jovanir Inês Müller Fernandes, durante a Conexão Novus, evento realizado em 07 de março, em Cascavel, no Paraná.

Conforme salienta a palestrante, a ativação do sistema imunológico pode levar a produção de citocinas pró-inflamatórias e alteração na população de células imunes que são importantes para manter a homeostase orgânica e controlar os processos inflamatórios decorrentes, mas simultaneamente pode reduzir os processos anabólicos como a formação óssea. “Isso porque os precursores osteoclásticos derivam da linhagem monócito/macrófago, células de origem imunitária” frisa.

Consequentemente, o sistema imunológico medeia efeitos poderosos na renovação óssea. “As células T ativadas e as células B secretam fatores pró-osteoclastogênicos, incluindo o ativador do receptor de fator nuclear kappa B (NF-kB), o ligante do receptor ativador do fator nuclear kappa B (RANKL), interleucina (IL) -17A e fator de necrose tumoral (TNF-α), promovendo perda óssea em estados inflamatórios”, detalha a professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Problemas

Além disso, doutora Jovanir também ressalta que o intenso crescimento em reduzido tempo das atuais linhagens de frangos de corte resulta em sobrecarga sobre um sistema ósseo em mineralização. Ela frisa ainda que o centro de gravidade dos frangos tem sido deslocado para frente, em comparação com seus ancestrais, o que afeta a maneira como o frango se locomove e resulta em pressão adicional em seus quadris e pernas, afetando principalmente três pontos de choque: a quarta vértebra toráxica e as epífises proximais da tíbia e do fêmur. “Nesses locais são produzidas lesões mecânicas e microfraturas, e tensões nas cartilagens imaturas, especialmente na parte proximal dos ossos. As lesões mecânicas danificam e rompem os vasos sanguíneos que chegam até a placa de crescimento e, como consequência, as bactérias que circulam no sangue conseguem chegar às microfaturas e colonizá-las, iniciando as inflamações sépticas”, relata.

O aumento do consumo de água e a produção de excretas que são depositadas na cama, associado a uma menor digestibilidade da dieta, segundo a médica veterinária, resultam em aumento da umidade e produção de amônia. “Camas úmidas aumentam a riqueza e diversidade da microbiota patogênica, que pode alterar o microbioma da ave e desencadear a disbiose intestinal, pode favorecer a translocação bacteriana pelas lesões de podermatite e afetar a mucosa respiratória pelo aumento da produção de amônia que, consequentemente, resulta em desafios à mucosa respiratória e aumento da sinalização imunológica por citocinas e moléculas inflamatórias” enfatiza a profissional.

lém desses fatores, doutora Jovanir explica que a identificação de cepas bacterianas e virais mais patogênicas e virulentas, que eram consideradas comensais, podem estar envolvidas na ocorrência e agravamento dos problemas locomotores e artrites, a exemplo dos isolamentos já feitos no Brasil de cepas patogênicas de Enterococcus faecalis. “O surgimento dessas cepas pode estar relacionado com a pressão de seleção de microrganismos resistentes pelo uso sem critérios de antibióticos terapêuticos e o manejo inadequado nos aviários”, elucida.

Segundo a médica-veterinária, devido a dor e a dificuldade locomotora, as aves passam a ficar mais tempo sentadas, o que compromete ainda mais a circulação sanguínea nas áreas de crescimento ósseo, contribuindo com a isquemia e necrose. “Isso também contribui para a ocorrência de pododermatite, dermatites e celulites. Importante ainda destacar que esses distúrbios podem resultar em alterações da angulação dos ossos longos e contribuir para o rompimento de ligamentos e tendões, bem como a ocorrência de artrites assépticas. Nesse sentido, é fundamental a manutenção de um microbioma ideal para modular o remodelamento ósseo das aves” adverte.

Importância do microbioma intestinal nos ossos

“Pesquisadores mostram que a comunicação entre microbioma e homeostase óssea garante a ação dos osteoblastos maior que a ação dos osteoclastos, com isso, garantindo boa remodelação óssea. Ou seja, forma mais osso sólido do que se rarefaz’, complementa Jovanir Fernandes.

Além disso, ela informa que a composição da microbiota do intestino impacta na absorção dos nutrientes, promovendo aumento de assimilação de cálcio, magnésio e fósforo – vitais na saúde óssea. “Durante o processo de fermentação, os micróbios intestinais produzem numerosos compostos bioativos, que são importantes para a saúde óssea, como vitaminas do complexo B e vitamina K. As bactérias intestinais produzem também ácidos graxos de cadeia curta (ácido butírico), importantes na regulação dos osteocitos e massa óssea”, ressalta.

Os estudos, de acordo com a palestrante, indicam que esses ácidos graxos inibem a reabsorção óssea através da regulação da diferenciação dos osteoclastos e estimulam a mineralização óssea. “Age também ativando células Treg (potencializadoras de células tronco nos ossos). Hormônios produzidos no intestino pela presença de bactérias boas desempenham um papel importante na homeostase e metabolismo ósseo”, aponta.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse a versão digital de Avicultura de Corte e Postura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Avicultura

Um calo que precisa ser tratado

Os prejuízos financeiros decorrentes de doenças de pele e distúrbios ósseos não podem ser subestimados.

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Ao longo dos anos, temos testemunhado um aumento preocupante nos problemas relacionados à integridade dermatológica e óssea das aves, representando um desafio substancial para todos os envolvidos na cadeia de produção avícola. Desde os prejuízos econômicos até as preocupações com o bem-estar animal, os efeitos desses problemas são profundos e generalizados.

Os prejuízos financeiros decorrentes de doenças de pele e distúrbios ósseos não podem ser subestimados. Além do custo direto da perda de aves e da redução da eficiência produtiva, há também os impactos indiretos, como os gastos com tratamentos veterinários, a diminuição da qualidade dos produtos e a reputação negativa da atividade. Esses problemas afetam não apenas a rentabilidade das operações avícolas, mas também a sustentabilidade de toda a indústria.

É imperativo adotar uma abordagem proativa e colaborativa para enfrentar esses desafios. A pesquisa científica desempenha um papel fundamental na identificação das causas e no desenvolvimento de soluções eficazes.

Devemos investir em estudos que ampliem nosso entendimento sobre os mecanismos que afetam a saúde da pele e dos ossos das aves, bem como em tecnologias inovadoras que possam mitigar esses problemas.

Além disso, o manejo adequado das instalações avícolas e a implementação de práticas de manejo baseadas em evidências são essenciais para promover a saúde e o bem-estar das aves. Isso inclui garantir condições de alojamento adequadas e fornecer uma dieta balanceada e adaptada às necessidades nutricionais das aves.

É importante que todos os atores do setor avícola se unam em um esforço conjunto para enfrentar os desafios relacionados à saúde da pele e dos ossos das aves. Somente através da colaboração entre produtores, pesquisadores, veterinários e profissionais do setor poderemos desenvolver e implementar as soluções necessárias para resolução desses problemas.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse a versão digital de Avicultura de Corte e Postura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Giuliano De Luca, jornalista e editor-chefe do Jornal O Presente Rural
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