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Vacinas vivas atenuadas recombinantes são mais promissoras contra PSA

Dentre as vacinas experimentais, aquelas baseadas no uso de cepas atenuadas constituem as candidatas mais bem-sucedidas. A atenuação de vírus virulento foi conseguida pela exclusão de genes da PSA associados à virulência em suínos por meio de manipulação genética.

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Foto: Shutterstock

Com notificação em mais de 50 países de cinco continentes, a Peste Suína Africana (PSA) vem se alastrando, causando perdas econômicas significativas na suinocultura e uma escassez na disponibilidade da proteína animal nos países afetados, gerando grande preocupação em autoridades, organizações governamentais públicas e privadas e do setor suinícola mundial. Altamente contagiosa, a doença é causada pelo vírus da família Asfarviridae, que afeta exclusivamente animais da espécie suína, não acometendo seres humanos.

Presidente da Sociedade Europeia de Virologia Veterinária e diretor do laboratório de referência para a PSA da OIE, José Manuel Sánchez-Vizcaíno: “Candidatos a vacinas racionalmente desenhados e desenvolvidos por manipulação genética são as alternativas mais promissoras” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

Embora tenham sido realizados estudos desde 1960 e diversos ensaios clínicos estejam em andamento no mundo desde então, ainda não há vacinas comerciais disponíveis para prevenir a PSA, de modo que o controle da doença se dá basicamente pelo abate dos animais afetados.

Entre janeiro de 2020 e abril de 2022, mais de 1,1 milhão de casos em suínos foram notificados em 35 países, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Diante do atual cenário, cientistas intensificaram pesquisas para o desenvolvimento de vacinas experimentais a fim de melhorar o manejo epidemiológico da doença. Em junho, o Vietnã anunciou a primeira vacina do mundo contra a PSA, com eficácia por seis meses. Criado em parceria com pesquisadores dos Estados Unidos, o imunizante deverá estar disponível inicialmente apenas no mercado vietnamita.

O tema foi amplamente debatido na sessão sobre “Peste Suína Africana: inovações para controlar” durante o Pré-Congresso do IPVS2022, evento que deu o start ao encontro mundial do setor suinícola, em junho, na cidade do Rio de Janeiro, RJ.

Estudos avançam nos Estados Unidos

De acordo com o presidente da Sociedade Europeia de Virologia Veterinária e diretor do laboratório de referência para a Peste Suína Africana da Organização Mundial para Saúde Animal (OIE), José Manuel Sánchez-Vizcaíno, que também é professor doutor pela Universidade Complutense de Madrid, na Espanha, dentre as vacinas experimentais, aquelas baseadas no uso de cepas atenuadas constituem as candidatas mais bem-sucedidas. “Embora as abordagens para o desenvolvimento de cepas atenuadas da PSA tenham considerado o uso de isolados naturalmente atenuados, bem como aqueles obtidos por adaptação para crescer em culturas celulares, os candidatos a vacinas racionalmente desenhados e desenvolvidos por manipulação genética são as alternativas mais promissoras”, evidenciou.

A atenuação de vírus virulento foi conseguida pela exclusão de genes da PSA associados à virulência em suínos por meio de manipulação genética. A partir desta abordagem, vários candidatos a vacinas recombinantes experimentais foram desenvolvidos a partir de estudos feitos com o vírus de alta virulência genótipo II encontrado nos suínos contaminados na Geórgia, em 2007, denominado PSA-G.

Diferentes tentativas para desenvolver candidatos a vacinas recombinantes vivas atenuadas induzindo proteção contra o vírus da PSA encontrado na Geórgia estão sendo realizadas no laboratório do Centro de Doenças Animais de Plum Island, nos Estados Unidos, conduzidas por Manuel Borca, doutor em Microbiologia e cientista líder do programa “Medidas de controle para combate de doenças em suínos em animais estrangeiros”, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Os resultados obtidos até o momento foram apresentados no Pré-Congresso do IPVS2022 pelo especialista José Manuel Sánchez-Vizcaíno.

No estudo, Borca descreve que até o momento, apenas 15 genes da PSA foram identificados como determinantes de virulência, dos quais nove demonstraram produzir atenuação na PSA-G, o que demonstra que podem ser usados ​​para desenvolver uma cepa atenuada capaz de induzir proteção contra o desafio com o isolado de campo responsável pelo atual cenário da doença que afeta a Eurásia.

Borca menciona na pesquisa que a mutação de genes de vírus mesmo altamente conservados mostrou ter diferentes consequências em termos de virulência do vírus, dependendo da cepa considerada. “Esses fatores tornam a identificação e a caracterização de novos determinantes genéticos de virulência uma questão essencial para a produção racional da próxima geração de candidatos a vacinas vivas atenuadas para proteger suínos contra a atual cepa pandêmica de PSA”, evidenciou.

Experimentos

Na primeira tentativa de desenvolver uma cepa atenuada viva baseada no vírus isolado PSA-G foi a deleção do gene 9GL, o qual produziu atenuação do fenótipo virulento PSA-G quando usado em doses relativamente baixas (menos de 103 HAD50), mas mostrou virulência residual em dose mais alta.

Conforme dados expostos aos congressistas do IPVS2022, José Manuel explicou que independentemente do resíduo de virulência, quando usado em dose subletal (a 103 HAD50 ou menos), o PSA-G-9GL induziu uma proteção eficaz contra o desafio com a PSA-G, tanto aos 21 quanto aos 28 dias. “O PSA-G-9GL foi um dos primeiros vírus atenuados recombinantes relatados para induzir proteção contra o vírus isolado da Geórgia epidemiologicamente importante”, pontuou.

Entretanto, José Manuel expôs, em sua apresentação, que para aumentar o perfil de segurança da PSA-G-9GL o estudo conduzido por Borca promoveu a combinação da deleção do gene 9GL com a deleção adicional do gene UK, dando origem ao PSA-G-9GL/UK, um vírus que abriga deleções de ambos os genes, e que apresentou um fenótipo drasticamente mais atenuado do que o parental PSA-G-9GL. Com isso, os suínos inoculados com até 106 HAD50 de PSA-G-9GL permaneceram clinicamente normais e foram efetivamente protegidos contra o desafio com 103 HAD50 do vírus isolado da Geórgia.

A pesquisa também evidenciou que a atenuação da PSA virulento foi alcançada pela exclusão de seis genes pertencentes aos grupos MGF360 e MGF505 do genoma do PSA-G altamente virulento. “Os suínos inoculados com até 104 HAD50 do vírus recombinante resultante PSA-G-MGF permaneceram saudáveis, sem sinais da doença e, quando desafiados com a cepa parental virulenta PSA-G não foram observados sinais da doença, embora uma proporção desses animais abrigava o vírus de desafio”, descreve Borca.

Outro vírus recombinante de deleção de gene único com capacidade de vacina foi desenvolvido pela mutação do gene I177L do genoma da PSA-G virulento. O vírus recombinante sem o gene PSA-G-I177L apresenta uma drástica diminuição da virulência quando inoculado em suínos. “Os animais que receberam até 106 HAD50 permaneceram clinicamente normais e foram completamente protegidos contra o desafio com vírus PSA-G aos 28 dias, inclusive aqueles que receberam apenas 102 HAD50 de PSA-G-I177L”, apontou o estudo.

Por sua vez, os animais vacinados com doses de 104 HAD50 ou superiores de PSA-G-I177L desenvolveram imunidade estéril contra o vírus de desafio. No entanto, descreve a pesquisa, que a eficácia do PSA-G-I177L também foi testada usando como vírus de desafio um isolado de campo altamente virulento do Vietnã, denominado TTKN/ASFV/DN/2019. O experimento induziu proteção contra o desafio TTKN/ASFV/DN/2019 com eficácia semelhante à cepa encontrada na Geórgia em ensaios clínicos conduzidos em paralelo usando suínos com antecedentes genéticos europeus (Yorkshire/Landrace crossbread) e vietnamita (Mong cai).

Administrada por via oronasal para explorar seu potencial uso como vacina oral, os animais inoculados oronasalmente com a PSA-G-I177L e desafiados 28 dias depois com o vírus isolado virulento de PSA-G foram protegidos, não apresentando sinais clínicos associados à PSA. “Uma modificação do PSA-G-I177L foi obtida adaptando o vírus para crescer em uma linhagem de células suínas estabelecida, como forma de facilitar sua produção em escala industrial”, relata José Manuel.

Em outro desafio realizado com o vírus adaptado PSA-G-I177L/LVR em suínos domésticos demonstrou a manutenção do mesmo nível de atenuação, características imunogênicas e eficácia protetora do PSA-G-I177L. Outro experimento, desta vez com a mutação do gene PSA A137R, também demonstrou atenuar o vírus PSA-G.

Por fim, o estudo mostrou que todos os animais inoculados com PSA-G-A137R foram protegidos quando desafiados com a cepa parental virulenta PSA-G, sem mostrar evidência de replicação do vírus de desafio.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola e da piscicultura acesse gratuitamente a edição digital Suínos e Peixes.

Fonte: O Presente Rural

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Suinocultura teve ano de recuperação, mas cenário é de cautela

Conjuntura foi apresentada ao longo de reunião da Comissão Técnica de Suinocultura da Faep. Encontro também abordou segurança do trabalho em granjas de suínos.

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Foto: Divulgação/Sistema Faep

Depois de dois anos difíceis, a suinocultura paranaense iniciou um período de recuperação em 2024. As perspectivas para o fim deste ano são positivas, mas os primeiros meses de 2025 vão exigir cautela dos produtores rurais, que devem ficar de olho em alguns pontos críticos. O cenário foi apresentado em reunião da Comissão Técnica (CT) de Suinocultura do Sistema Faep, realizada na última terça-feira (19). Os apontamentos foram feitos em palestra proferida por Rafael Ribeiro de Lima Filho, assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A mesma conjuntura consta do levantamento de custos de produção do Sistema Faep, que será publicado nos próximos dias.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

O setor começou a se recuperar já em janeiro deste ano, com a retomada dos preços. Até novembro, o preço do suíno vivo no Paraná acumulou aumento de 54,4%, com a valorização se acentuando a partir de março. No atacado, o preço da carcaça especial também seguiu esse movimento. A recomposição ajudou o produtor a se refazer de um período em que a atividade trabalhou no vermelho.

Por outro lado, a valorização da carne suína também serve de alerta. Com o aumento de preços, os produtos da suinocultura perdem competitividade, principalmente em relação à carne de frango, que teve alta bem menor ao longo ano: o preço subiu 7,7%, entre janeiro e novembro. Com isso, a tendência é que o frango possa ganhar a preferência do consumidor, em razão dos preços mais vantajosos.

“Temos que nos atentar com a competitividade da carne suína em relação a outras proteínas. Com seus preços subindo bem menos, o frango se tornou mais competitividade. Isso é um ponto de atenção para a suinocultura, neste cenário”, assinalou Lima Filho.

Exportações

Foto: Claudio Neves

Com 381,6 mil matrizes, o Paraná mantém 18% do rebanho brasileiro de suínos. A produção nacional está em estabilidade nos últimos três anos, mas houve uma mudança no portifólio de exportações paranaenses. Com a recomposição de seus rebanhos, a China reduziu as importações de suínos. O país asiático – que chegou a ser o destino de 40% das vendas externas paranaenses em 2019 – vai fechar 2024 com a aquisição de 17% das exportações de suínos do Paraná.

Em contrapartida, os embarques para as Filipinas aumentaram e já respondem por 18% das vendas externas de carne suína do Estado. Entre os destinos crescentes, também aparece o Chile, como destino de 9% das exportações de produtos da suinocultura paranaense. Nesse cenário, o Paraná deve fechar o ano com um aumento de 9% no volume exportado em relação a 2023, atingindo 978 mil toneladas. Os preços, em compensação, estão 2,3% menores. “Apesar disso, as margens de preço começaram a melhorar no segundo semestre”, observou Lima Filho.

Perspectivas

Diante deste cenário, as perspectivas são positivas para este final de ano. O assessor técnico da CNA destaca fatores positivos, como o recebimento do 13º salário pelos trabalhadores, o período de férias e as festas de final de ano. Segundo Lima Filho, tudo isso provoca o aquecimento da economia e tende a aumentar o consumo de carne suína. “A demanda interna aquecida e as exportações em bons volumes devem manter os preços do suíno vivo e da carne sustentados no final deste ano, mantendo um momento positivo para o produtor”, observou o palestrante.

Para 2025, se espera um tímido crescimento de 1,2% no rebanho de suínos, com produção aumentando em 1,6%. As exportações devem crescer 3%, segundo as projeções. Apesar disso, por questões sazonais, os produtores podem esperar uma redução de consumo nos dois primeiros meses de 2025. “É um período em que as pessoas tendem a ter mais contas para pagar, como alguns impostos. Além disso, a maior concorrência da carne de frango pode impactar a demanda doméstica”, disse Lima Filho.

Além disso, o aumento nos preços registrados neste ano pode estimular o alojamento de suínos em 2025. Com isso, pode haver uma futura pressão nos preços nas granjas e nas indústrias. Ou seja, o produtor deve ficar de olho no possível aumento dos custos de produção, puxado principalmente pelo preço do milho, da mão de obra e da energia elétrica. “O cenário continua positivo para a exportação, mas o cenário para o ano que vem é de cautela. O produtor deve se planejar e traçar suas estratégias para essa conjuntura”, apontou o assessor da CNA.

Segurança do trabalho

Além disso, a reunião da CT de Suinocultura da FAEP também contou com uma palestra sobre segurança do trabalho em granjas de suínos. O engenheiro e segurança do trabalho e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sandro Andrioli Bittencourt, abordou as Normas Regulamentadoras (NRs) que visam prevenir acidentes de trabalho e garantir a segurança e o bem-estar dos trabalhadores.

Entre as normativas detalhadas na apresentação estão a NR-31 (que estabelece as regras de segurança do trabalho no setor agropecuário), a NR-33 (que diz respeito aos espaços confinados, como silos, túneis e moegas) e a NR-35 (que versa sobre trabalho em altura). Em seu catálogo de cursos, o Sistema Faep dispõe de capacitações para cada uma dessas regulamentações.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
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Cooperado da Coopavel vence Prêmio Orgulho da Terra na categoria suínos

Adriano e a esposa, Claudiane, administram um sítio de cinco hectares em Toledo. Na propriedade, duas granjas abrigam 1.620 cabeças de suínos.

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Fotos: Divulgação/Coopavel

O cooperado Adriano Trenkel, da Coopavel, foi o grande vencedor na categoria Suinocultura do Prêmio Orgulho da Terra promovido pelo programa RIC Rural, da RIC TV no Paraná. A cerimônia de anúncio e entrega das premiações ocorreu no último dia 12 de novembro, durante uma prestigiada celebração do setor pecuário em Curitiba. A Coopavel foi destaque também na categoria Avicultura, com a vitória do cooperado Jacenir da Silva, de Três Barras do Paraná.

Cooperado da Coopavel, Adriano Trenkel

Adriano e a esposa, Claudiane, administram um sítio de cinco hectares em Toledo. Na propriedade, duas granjas abrigam 1.620 cabeças de suínos. A produção, realizada com foco na qualidade e bem-estar animal, inclui cuidados rigorosos com alimentação, sanidade, manejo, ventilação e ambiência. Adriano destaca que gostar do que faz e seguir as orientações dos técnicos da Coopavel são diferenciais para alcançar os resultados desejados. “Estamos muito felizes e orgulhosos com esse título”, afirma Adriano.

Willian Stein é o técnico da Coopavel que atende a propriedade dos Trenkel e enaltece o empenho do casal: “São produtores rurais exemplares, sempre presentes nos treinamentos oferecidos pela cooperativa e atentos às recomendações passadas. Essa dedicação reflete diretamente na qualidade dos suínos entregues no frigorífico e nos resultados do trabalho do casal”, afirma Willian.

Empenho coletivo

O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, parabeniza Adriano, Claudiane, suinocultores e técnicos da cooperativa pelos resultados no Orgulho da Terra. “A organização e o cuidado nas propriedades rurais refletem diretamente nos excelentes resultados obtidos, fortalecendo um movimento de grande sucesso em todo o mundo. A suinocultura da Coopavel é referência em eficiência e qualidade e estamos todos muito satisfeitos com isso”, declara Dilvo.
A pequena propriedade dos Trenkel vai além da suinocultura. O casal é adepto da diversificação de culturas, prática sustentável capaz de melhorar significativamente a renda gerada na atividade rural. Adriano investiu em uma usina de energia solar, adota práticas sustentáveis, como o uso de dejetos no pasto, eliminando quase totalmente a utilização de químicos, melhorando assim a alimentação do seu plantel de bovinos. A produção de feno também contribui para fortalecer a renda familiar.

VBP

A produção agropecuária e a cadeia do agronegócio fazem de Toledo o município com maior Valor Bruto de Produção do Paraná e um dos raros no País a contar com mais de 400 quilômetros de estradas rurais pavimentadas, facilitando assim o escoamento das riquezas do campo. O VBP de Toledo é de aproximadamente R$ 4,6 bilhões, consolidando o município como o maior produtor agropecuário do Estado. Toledo lidera especialmente na suinocultura, com um VBP de R$ 1,8 bilhão, e na avicultura, com cerca de R$ 1 bilhão.

Fonte: Assessoria Coopavel
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Práticas sustentáveis e eficiência energética guiam produção de suínos da Coopavel

Uma das principais iniciativas adotadas nas unidades de produção de suínos é o uso de sistemas de biodigestores para o tratamento dos dejetos.

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Fotos: Divulgação/Coopavel

Com desafios crescentes relacionados à eficiência no uso de recursos, à redução de emissões de gases de efeito estufa e ao manejo adequado de resíduos, a cadeia suinícola brasileira tem dado exemplo ao implementar práticas sustentáveis que, além de preservar o ambiente também melhora a imagem do produtor e atende às exigências de consumidores e mercados cada vez mais preocupados com a origem e o impacto dos alimentos que consomem.

Entre as maiores cooperativas agroindustriais do Brasil e uma das poucas que dominam todas as etapas da produção de suínos, a Coopavel é um belo exemplo de como a sustentabilidade na suinocultura é possível e rentável ao investir em soluções ao longo da cadeia produtiva que conciliam crescimento econômico e respeito ao meio ambiente.

Uma das principais iniciativas adotadas nas unidades de produção de suínos é o uso de sistemas de biodigestores para o tratamento dos dejetos. Esse processo resulta na geração de biogás, que é capturado e convertido em energia elétrica. “Essa energia oriunda do processo de tratamento dos dejetos é considerada limpa e renovável, o que contribui para reduzirmos de maneira significativa as emissões de GEE na atmosfera”, aponta o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli.

Além da produção de energia, o sistema de biodigestores gera biofertilizantes, que são utilizados na fertilização do solo e na adubação de florestas de eucalipto, reaproveitamento que beneficia tanto a agricultura quanto o meio ambiente.

A Coopavel também foca na melhoria contínua da dieta dos suínos, o que contribui para reduzir a liberação de gases como amônia. “A eficiência alimentar diminui as concentrações de gases nocivos nos dejetos, colaborando para a mitigação dos impactos ambientais da atividade suinícola”, salienta Grolli, enfatizando que essa abordagem faz parte de um plano mais amplo da cooperativa, que inclui o uso de tecnologias avançadas nas unidades industriais para o tratamento de resíduos e efluentes, alinhando a produção com a missão de produzir alimentos sustentáveis.

Uso eficiente de energia

O uso eficiente de energia é outro pilar das ações sustentáveis da Coopavel. Nas unidades de produção e processamento de suínos, a geração de energia renovável e o reuso de água fazem parte da rotina. “Investimos na reutilização de parte do efluente tratado em algumas atividades específicas dentro da granja, como limpeza de pisos e canaletas, desta forma conseguimos reduzir a extração de água subterrânea”, afirma Grolli.

Práticas sustentáveis na UPL

Foto: Shutterstock

Para garantir a melhoria contínua, a Coopavel realiza o monitoramento regular das emissões de GEE em sua Unidade de Produção de Leitões (UPL), utilizando os dados para nortear ações de melhorias no processo produtivo. Somado a isso, está em andamento um projeto de expansão do sistema de tratamento de dejetos na UPL, que inclui a ampliação da capacidade de produção de biogás. “Nosso objetivo é sempre melhorar a qualidade do efluente final e ampliar a capacidade da usina para produção de biogás”, expõe o presidente.

Integração de boas práticas ambientais

Além de cumprir todas as exigências ambientais impostas pelos órgãos reguladores e atender aos mercados nacional e internacionais, a cooperativa busca continuamente aprimorar seus processos, trazendo práticas ainda mais sustentáveis. “O objetivo não é apenas garantir a conservação dos recursos naturais, mas também promover a geração de renda e riqueza para toda a cadeia produtiva”, salienta.

Grolli frisa que a Coopavel reconhece a necessidade crescente de aumentar a produção de alimentos para atender ao crescimento populacional global. No entanto, ressalta que esse aumento deve ser realizado de forma sustentável, uma vez que o planeta possui limites em sua capacidade de suporte e exploração de recursos naturais. Por essa razão, a adoção de práticas cada vez mais eficientes e sustentáveis precisa acompanhar, e até mesmo antecipar, o aumento da produção. “Esse equilíbrio é essencial para garantir que as demandas alimentares da população mundial sejam atendidas, ao mesmo tempo em que se preserva a qualidade de vida na Terra”, evidencia.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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