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Suínos / Peixes Saúde Animal

Vacinas autógenas: programas vacinais exclusivos garantem precisão na suinocultura

Desafio é ter conhecimento amplo da patogenia destas doenças de forma que isto seja a base para o sucesso do desenvolvimento da imunidade

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Arquivo/OP Rural

 Por Adrienny Reis, gerente de operações industriais da Sanphar/Ipeve

Porque é importante vacinar os suínos? Quais as principais vacinas?

Há quase 100 anos, os cientistas descobriram que os animais desenvolvem imunidade contra doenças quando expostos a agentes infecciosos, sejam inativados ou vivos modificados, desde que não produzam doenças, levando ao desenvolvimento de inúmeras vacinas de sucesso nos anos 1900. Entretanto, foi identificado que nem sempre funciona desta forma para todas as doenças. Às vezes, um animal pode ter uma resposta sorológica, com produção de anticorpos e mesmo assim desenvolver a doença. Existem doenças para os quais os anticorpos circulantes não são protetores e existem vacinas também que não induzem anticorpos contra os antígenos importantes do patógeno.

O desafio é ter conhecimento amplo da patogenia destas doenças de forma que isto seja   a base para o sucesso do desenvolvimento da imunidade e, consequentemente, das vacinas. Para a suinocultura atual, há vacinas vivas, inativadas, toxoides, produzidas por engenharia genética ou recombinantes, para diferentes agentes infecciosos.

A maioria é vacina inativada e poucas são vacinas vivas para a suinocultura. As vacinas vivas induzem, na sua maioria, imunidade celular consistente e prolongada, produzem um pico de imunidade rápido, resposta de anticorpos IgM, IgG e IgA, necessitam de baixa dose antigênica e não necessitam de adjuvantes, porém possuem riscos de estabilidade e segurança.

As vacinas inativadas, em geral, são seguras, estáveis ao armazenamento, produzem boa imunidade humoral, imunidade celular pobre e a resposta de anticorpos é essencialmente do tipo IgG.  É claro que o uso de substâncias como adjuvantes potencializam a resposta imunológica das vacinas inativadas, amplificando o nível e concentração de anticorpos e duração da imunidade, além de induzir a imunidade celular. As vacinas autógenas se enquadram no capítulo das vacinas inativadas.

O que são vacinas autógenas?

São vacinas bacterianas ou virais inativadas, produzidas especificamente para um cliente ou propriedade adjacente (integrada ou que faz divisa física), para determinada(s) enfermidade(s) identificada(s) por meio de exames laboratoriais. Representam uma ferramenta estratégica muito importante para ser utilizada na produção animal, principalmente devido à diversidade genética de sorotipos, sorovares e subtipos dos diferentes agentes patogênicos que afetam os animais em sistema de produção. Além disso, podem rapidamente atender a surtos de doenças novas, emergenciais, onde não existe disponibilidade de vacinas comerciais.

Como fazer a coleta do material e fazer os exames laboratoriais para saber quais são os desafios da propriedade?

Quando o proprietário está diante de algum desafio sanitário, ele contata o laboratório para uma visita presencial, que deve ser programada. Os animais com quadro clínico da doença não medicados previamente, são selecionados, eutanasiados e submetidos a necropsia e colheita de material para exames laboratoriais. Estes testes devem envolver não somente os exames microbiológicos de rotina, como também histopatologias, métodos moleculares, antibiogramas/MICs e imunohistoquímica, que complementem o diagnóstico laboratorial.

A partir destes resultados é proposto um programa preventivo – que também deve ser complementado com outras medidas – que somado ao programa vacinal auxilie no controle dos problemas.

Quais são os benefícios dessas vacinas?

No mercado de suínos, as vacinas autógenas são bastante populares, têm aceitação positiva, considerando que os animais apenas serão vacinados para doenças presentes no rebanho, dispensando vacinar contra outros agentes que porventura não tenham sido identificados nas propriedades. Além disso, muitas destas vacinas não possuem similar nas vacinas comerciais que possam substituí-las no mercado, por se tratar de produtos específicos de composição única para cada produtor. O conceito é conhecido e bem aceito pelo mercado, pois é a solução técnica mais adequada a cada caso.

A lei permite que os laboratórios que produzem vacinas autógenas possuam licença para produção e boas práticas de produção (BPF), conforme regulamentação do Ministério da Agricultura (Mapa). O controle de qualidade é padronizado e segue a legislação vigente. Além disso, a eficácia dos produtos ainda é acompanhada a campo, por meio de visitas técnicas e análise dos resultados zootécnicos obtidos.

Entendemos que é um mercado crescente, em constante evolução, uma vez que os agentes patogênicos também seguem evoluindo e novas cepas emergindo em todas as espécies animais. Por exemplo, temos a diversidade de sorotipos: 18 relatados do Actinobacillus pleuropneumoniae e 15 sorotipos do Haemphilus (glasserella) parasuis, além de um enorme número de genótipos e assim por diante. Desta forma, podemos acompanhar esta evolução rapidamente, oferendo serviços e produtos para cada situação sanitária. É um produto desenvolvido especificamente para prevenção de doenças que estão acometendo determinado rebanho.

As pesquisas devem acompanhar os problemas a campo, desenvolvendo métodos de diagnóstico específico, diagnóstico diferencial e técnicas para identificação e seleção de patógenos identificados nos rebanhos. A partir de uma análise acurada, novas técnicas de produção têm sido estudadas para atender às demandas dos produtores, associando antígenos na mesma vacina, sem perder a qualidade do produto final.

Qual a eficácia em relação a outras vacinas?

Vários fatores podem influenciar no sucesso das vacinas, sendo assim os resultados de eficácia se iniciam com um bom trabalho de campo, com a eleição da melhor composição vacinal e antígenos utilizados, monitoria por meio de visitas técnicas, acompanhamento do processo vacinal e posterior análise dos resultados zootécnicos.  As vacinas autógenas são apenas parte de um pacote de serviços técnicos que a empresa fornece aos produtores.

As vacinas em geral, produzidas no Brasil em estabelecimentos licenciados, devem ser efetivas e seguras. Entretanto, efetividade é um termo relativo. Não significa que a vacina seja capaz de induzir imunidade completa em todas as condições que podem ser encontradas no campo. Isto poderia ser pouco realístico, já que o sistema imunológico não é capaz de proteção potente sob condições adversas.

As vacinas de forma geral são testadas sob condições experimentais controladas. O grupo vacinado deve ter significativamente menos doença que o grupo não vacinado. Este teste é tipicamente feito em animais saudáveis, não estressados, sob boas condições e com exposição controlada a um agente infeccioso. As vacinas podem ser menos efetivas quando utilizadas em animais que estão sob estresse ou submetidos a outras doenças infecciosas concomitantes ou expostos a altas doses de agentes infecciosos devido à superpopulação ou condições sanitárias ruins.

É importante lembrar que para a maioria das doenças a relação entre o agente infeccioso e o hospedeiro é suficientemente complicada para que a vacinação não tenha a máxima proteção esperada. A vacina pode aumentar a resistência dos animais às doenças, mas esta resistência pode ser sobrecarregada, caso as boas práticas de manejo não sejam seguidas.

Elas são mais caras? Qual é o custo/benefício?

As vacinas autógenas têm preço competitivo de mercado, considerando que sua produção envolve desde visita a campo, exames laboratoriais (serviços), monitoria a campo até o produto final. É um produto direcionado, personalizado, exclusivo para cada produtor. O custo/ benefício para o produtor é exatamente ter um produto produzido para as condições sanitárias de cada granja, deixando de conter outros antígenos desnecessários, muitas vezes para sua a realidade.

Como é o processo de produção das vacinas autógenas?

A produção das vacinas é feita a partir de microrganismos isolados e identificados em animais de determinada propriedade. O processo é rápido e eficaz. Após a realização do diagnóstico laboratorial completo, que pode levar em torno de 15 dias, a composição vacinal é estudada juntamente com o veterinário responsável pela propriedade. Uma vez definido com o veterinário responsável da granja a melhor formulação vacinal para seu plantel, a solicitação para a produção do lote vacinal é feita ao Ministério da Agricultura.

Qual é o nível de segurança comparado a outras vacinas?

As vacinas autógenas no Brasil seguem a legislação IN 31, de 20 de maio de 2003, do Mapa, que regula produção, controle e comercialização e a IN 13, de boas práticas de fabricação, além de outras legislações auxiliares.

Na legislação específica para vacinas autógenas, o controle de qualidade é realizado em todas as partidas do produto final e realizado a partir de provas de esterilidade em meios de cultura específicos para fungos, bactérias e mycoplamas e também provas de segurança em camundongos ou cobaias. Tais provas de segurança são similares aos que são realizadas pelos Estados Unidos, conforme o Code of Federal Regulations (CFR). Somente após conclusão e aprovação nos testes mencionados, as partidas das vacinas autógenas poderão ser liberadas para comercialização.

Qual a relação dessas vacinas com a biosseguridade das propriedades?

As vacinas autógenas são produtos inativados, ou seja, sem a presença de antígenos vivos. Sendo assim, não oferecem riscos biológicos às propriedades. Certamente que dentro da composição de um programa sanitário outras ferramentas, como programa de biosseguridade e medicamentoso devem fazer parte deste controle.

Qual é a escala de utilização no Brasil e no mundo? Explique.

Vários países produzem vacinas autógenas e legislações específicas que regulam produção, uso e comercialização. Nos Estados Unidos, Canadá e vários países da Europa, por exemplo, são adeptos ao uso de vacinas autógenas, inclusive em grandes sistemas de produção. As principais vacinas autógenas produzidas nestes países são para PRRS, Influenza, Mycoplasmas, Streptococcus, Haemophilus e bacterianas combinadas em geral.

Atualmente, cerca de 10 laboratórios nos Estados Unidos produzem exclusivamente vacinas autógenas bacterianas e virais, enquanto outros produzem tanto autógenas como comerciais. A participação no mercado é bem variável entre países. No Brasil, seu uso é mais popular na suinocultura comparado às demais espécies.

Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de julho/agosto de 2020 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Pesquisadores adaptam técnica que acelera o crescimento do tambaqui

Por meio de um equipamento de pressão, é possível gerar um par a mais de cromossomos no peixe, gerando animais triploides e favorecendo o seu crescimento. Técnica foi adaptada de versões empregadas em criações de truta e salmão no exterior. Método gera animais inférteis, o que possibilita criações em regiões em que o tambaqui é exótico, uma vez que eventuais escapes não impactarão a fauna aquática local no longo prazo.

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Além do crescimento mais rápido e do peso maior do tambaqui, a esterilidade provocada pela técnica de produção de peixes triploides é uma vantagem para a disseminação da piscicultura nativa - Foto: Siglia Souza

A Embrapa Pesca e Aquicultura (TO) estuda uma técnica capaz de deixar o tambaqui (Colossoma macropomum) aproximadamente 20% maior e mais pesado. A técnica consiste em gerar, por meio de aplicação de pressão nos ovos fertilizados, peixes com três conjuntos de cromossomos (triploides) – em condições naturais são dois conjuntos – para deixar o peixe infértil. Com isso, ele cresce e engorda mais rápido do que em condições normais. A pesquisa faz parte da tese de doutorado de Aldessandro Costa do Amaral, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), sob a orientação da pesquisadora Fernanda Loureiro de Almeida O´Sullivan.

Além do crescimento mais rápido, a esterilidade provocada pela técnica de produção de peixes triploides é uma vantagem para a disseminação da piscicultura nativa. “Quando você tem um peixe estéril, abre a possibilidade de regularização de seu cultivo em uma região onde ele seja exótico”, ressalta a pesquisadora. Isso porque, em caso de escape para a natureza, os animais estéreis não ofereceriam risco de se reproduzir em regiões das quais eles não fazem parte como, por exemplo, a Bacia do Prata, no Pantanal. “Assim, você expande os locais em que a espécie pode ser cultivada, mediante a regularização da atividade”, destaca a cientista.

A tecnologia já é empregada no exterior em peixes como salmão e truta, e o maior desafio era adaptá-la para o tambaqui, a segunda espécie mais produzida no Brasil. “Nas pisciculturas de truta na Escócia, o peixe cultivado tem que ser obrigatoriamente triploide, para não desovar. Como essas espécies são criadas em gaiolas no mar, precisam ser estéreis para não se reproduzir, o que causaria uma contaminação genética na população natural. Por isso é uma obrigação que todos os peixes sejam triploides”, explica a pesquisadora, acrescentando que a técnica em si não é nova; a novidade está na aplicação em peixes nativos brasileiros. “É uma tecnologia antiga, relativamente simples e de grande efeito na aquicultura, que estamos adaptando para o tambaqui.”

Equipamento de pressão para a indução de poliploidia de cromossômica em peixes – Foto: Jefferson Christofoletti/Embrapa

Equipamento importado
A pesquisa faz parte do projeto Aquavitae, o maior consórcio científico já realizado para estudar a aquicultura no Atlântico e no interior dos continentes banhados por esse oceano. Por meio do Aquavitae, a Embrapa utilizou de 2019 até 2023, para os primeiros testes dessa técnica, um equipamento de pressão próprio para a indução de poliploidia de cromossômica em peixes. A empresa norueguesa Nofima cedeu o equipamento para os experimentos na Embrapa Pesca e Aquicultura. Trata-se de aparelho de grande porte que opera de forma automática, bastando regular a pressão e o tempo desejados. A máquina é inédita no Brasil. “O aparelho que mais se assemelha pertence à Universidade de Santa Catarina, porém, a aplicação da pressão é manual”, conta a pesquisadora.

Como é a técnica utilizada?
O´Sullivan explica que a pesquisa buscou definir três parâmetros cruciais para induzir à triploidia. Primeiro, o tempo após a fecundação do ovo em que se deve iniciar o choque de pressão. Depois, foi preciso definir a intensidade da pressão a ser aplicada para o tambaqui, e, por fim, a equipe teve que descobrir a duração ideal da pressão. “Tivemos que identificar esses três parâmetros para o tambaqui ao longo do projeto”, explica a cientista.

Para realizar a técnica, são utilizados um milhão de ovos recém fertilizados, que vão para a máquina de pressão. Em seguida ao choque de pressão, os ovos vão para as incubadoras comumente usadas e o manejo é igual à larvicultura tradicional e à alevinagem. A quantidade de ração também é a mesma por biomassa; apenas os peixes começam a crescer mais. A pesquisadora conta que o protocolo para obtenção de 100% de triploides levou cinco anos para ser alcançado, após vários testes-piloto.

À esquerda, animais convencionais e, à direita, peixes submetidos ao processo de indução de poliploidia. Ambos originários da mesma desova e de idades idênticas.

Em seis meses, 20% maior
Durante a pesquisa, que avaliou o ciclo de crescimento e engorda do tambaqui triploide durante seis meses, observou-se que o peixe ficou 20% maior e mais pesado que os irmãos que não tinham passado pelo choque de pressão (usados como controle). O próximo passo da pesquisa é fazer uma avaliação durante o ciclo completo de crescimento da espécie, que dura 12 meses. “Produzimos um novo lote de triploides que deixaremos crescer até chegarem a um quilo. Se o resultado for o mesmo que tivemos com o peixe de seis meses, eles vão chegar a um quilo em menos de 12 meses”, calcula a pesquisadora, acrescentando que também estão sendo avaliadas a sobrevivência larval e a ocorrência de deformidades nesses peixes.

Outra característica que preocupa os pesquisadores são as consequências da triploidia no sistema imunológico destes peixes. Resultados preliminares indicam que o tambaqui triploide pode ter uma resistência reduzida a condições desafiadoras, como alteração da temperatura da água. Por isso, segundo a pesquisadora, antes que a tecnologia seja repassada para o setor produtivo, serão realizados estudos para a validação completa da técnica de produção de tambaquis triploides. “O primeiro passo era conseguir obter um protocolo que nos desse 100% de triploidia em tambaqui. Ficamos muito felizes e esperançosos de termos alcançado esse objetivo. Agora, outros estudos vão avaliar as vantagens e possíveis desvantagens dessa técnica na produção da espécie”, conclui Fernanda O’Sullivan.

Produção de tilápia usa outra técnica
Embora a infertilidade dos peixes seja uma vantagem para o crescimento do animal e para a expansão a novas regiões de produção, a triploidia não é indicada para a tilápia (Oreochromis niloticus), a espécie mais produzida no Brasil. Segundo a pesquisadora, há para a tilápia uma técnica mais econômica, que promove a criação do monosexo do macho pelo tratamento com hormônio para esse fim.

“A tilápia também tem protocolo de triploidia desde 1980, mas não estão mais usando, pois fica mais barato fazer a masculinização pela ração”, ressalta O´Sullivan. Ao contrário do tambaqui, em que as fêmeas são maiores do que os machos, na tilápia, os machos é que são maiores. Assim, foram desenvolvidas técnicas para masculinizar as larvas da tilápia. Ainda, para se fazer a triploidia, os ovos devem ser fertilizados in vitro, ou seja, artificialmente. E a produção de larvas de tilápias hoje se baseia na reprodução natural dos casais e coletas dos ovos já em desenvolvimento.

No caso da criação de monosexo da tilápia, quando os alevinos começam a comer, é oferecida ração com metiltestosterona. Isso faz com que todos os peixes se tornem machos. Com a produção exclusiva de machos, além de acelerar o crescimento, evita-se problemas de reprodução desenfreada da espécie, que é exótica no Brasil.

A pesquisadora ressalta que a técnica do monosexo nada tem a ver com a triploidia. “A técnica empregada no peixe triploide está ligada ao crescimento e à esterilidade. A esterilidade é muito importante, porque é uma característica que o monosexo não tem. Os peixes são do mesmo sexo, porém são férteis”. Ela conta que a Embrapa já está pesquisando produzir monosexo de tambaqui feminino, também pelo uso da ração – no caso, acrescida de estradiol.

Fonte: Assessoria Embrapa Pesca e Aquicultura
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Suínos / Peixes

Exportações de carne suína são as menores desde fevereiro de 2023

Retração no volume exportado se deve à menor demanda de importantes parceiros do Brasil na Ásia, como China, Hong Kong e Singapura.

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Foto: Shutterstock

As exportações brasileiras de carne suína caíram fortemente em março, registrando o menor resultado, tanto em volume como em receita, desde fevereiro de 2023.

De acordo com dados da Secex compilados e analisados pelo Cepea, foram embarcadas 90,7 mil toneladas (produtos in natura e processados), queda de 6,3% em relação a fevereiro de 2024 e de 14,3% sobre março de 2023.

Segundo pesquisadores do Cepea, a retração no volume exportado se deve à menor demanda de importantes parceiros do Brasil na Ásia, como China, Hong Kong e Singapura.

Ainda assim, no primeiro trimestre de 2024, o total escoado somou 286 mil toneladas, 5,3% acima do embarcado nos três primeiros meses do ano passado e um recorde para o período, considerando-se a série histórica da Secex, iniciada em 1997.

Quanto à receita, o montante arrecadado em março deste ano, de R$ 953,2 milhões, ficou 6% abaixo do registrado no mês anterior e 25,9% inferior ao de março/23. No balanço trimestral, exportadores brasileiros receberam R$ 2,9 bilhões, queda de 11,8% frente ao mesmo intervalo do ano passado.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Notícias

Paraná ganha associação de produtores de peixes para ampliar potencial produtivo

Paraná Peixe terá sede em Toledo, no Oeste do Estado. Ela foi criada no 21º Seminário Estadual de Aquicultura, um dos eventos na ExpoLondrina. A formação da entidade contou com apoio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), que atuou na mediação e coordenação dos trabalhos.

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Foto: Gisele Barão/E-Paraná Comunicação

A piscicultura paranaense deve ganhar reforço na organização da cadeia e ampliação do potencial produtivo com uma nova associação de produtores. A assembleia de constituição da Peixe Paraná aconteceu na última terça-feira (09) durante o 21º Seminário Estadual de Aquicultura, na ExpoLondrina, no Norte do Estado.

Foto: Jaelson Lucas/AEN

A formação da entidade contou com apoio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), que atuou na mediação e coordenação dos trabalhos.

O Paraná é líder nacional na produção de pescados. Em 2023 foram produzidas aproximadamente 200 mil toneladas. “Eu acredito que, pela organização, pelas iniciativas, sejam grandes ou pequenas, essa atividade vai ter um sucesso muito maior do que já está tendo. A gente vai ganhar mais eficiência na produção”, disse o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.

A presidente em exercício do IDR-Paraná, Vânia Moda Cirino, falou sobre a relevância do trabalho desenvolvido em prol do setor. “Esse é um evento de grande importância, principalmente para a agricultura familiar. Nós queremos multiplicar essa produção. Todos os técnicos do Instituto têm se dedicado em levar conhecimento, tecnologia e planejamento para a atividade”, disse.Ela lembrou ainda que o IDR-Paraná lançou no ano passado, no Show Rural Coopavel, em Cascavel, o aplicativo “Venda seu peixe”, que visa facilitar a comercialização.

Com sede em Toledo, no Oeste, a associação está aproveitando a ExpoLondrina para cadastrar produtores da região interessados, mas ao longo do ano a diretoria deve buscar novas adesões no Estado.

Segundo o presidente da Peixe Paraná, Valério Angelozi, o principal objetivo da associação é conseguir mais representatividade. “É para a gente se fortalecer e buscar apoio para as demandas do setor. A aquicultura é uma das grandes forças impulsionadoras da economia do Estado”, disse.

Foto: Divulgação/AEN

Na avaliação dele, a piscicultura está passando por um bom momento no Paraná. “A demanda por proteínas saudáveis vem aumentando em todas as regiões, e isso tem proporcionado uma lucratividade muito boa”, afirmou.

Representando o Ministério da Aquicultura e Pesca na abertura do evento, Jackson Luiz da Cruz Pineli destacou o bom desempenho do Paraná no cenário nacional e explicou as políticas públicas federais voltadas ao setor. “Nós queremos ser parceiros de vocês”, disse.

Seminário

O Seminário Estadual de Aquicultura foi organizado pela Sociedade Rural do Paraná e Sistema Estadual de Agricultura e pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Ao longo do dia, a programação contou com palestras sobre sanidade, gestão, sistemas de informação, nutrição, manejo e melhoramento genético.

Fonte: AEN-PR
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