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Vacinação reprodutiva aumenta fertilidade e reduz perdas econômicas no rebanho
Proteger os animais contra doenças reprodutivas garante maior taxa de prenhez, saúde animal, segurança sanitária e rentabilidade para a pecuária.

A imunização do rebanho é um dos pilares da sanidade animal, sobretudo no que se refere à reprodução. Doenças reprodutivas podem comprometer a fertilidade, causar abortos e afetar diretamente a produtividade da fazenda.
Para evitar esse cenário, o médico-veterinário Gibrann Frederiko orienta que a vacinação adequada é indispensável para manter a saúde dos animais e prevenir surtos que possam comprometer toda a criação. “A vacinação reprodutiva é considerada uma etapa essencial no manejo sanitário do rebanho pois previne doenças que afetam diretamente a fertilidade, como brucelose, IBR e leptospirose, além de garantir a saúde do rebanho, evitando perdas econômicas significativas por falhas reprodutivas”, explica, acrescentando que, os riscos de não vacinar o rebanho contra doenças reprodutivas incluem redução de fertilidade, transmissão de doenças, risco à saúde pública e perdas econômicas.

Fotos: Shutterstock
“A não vacinação acarreta maior incidência de abortos, reabsorções embrionárias e baixa taxa de prenhez; acentua a disseminação de doenças venéreas como campilobacteriose e trichomoniose; e resulta em queda na produtividade (carne e leite), atraso na reprodução e aumento dos custos com tratamentos de doenças. Além disso, vale lembrar que algumas doenças, como a brucelose, são zoonoses e representam riscos para os humanos”, complementa Frederiko.
Entre as vacinas reprodutivas indispensáveis para garantir bons índices de prenhez, o veterinário destaca a contra brucelose (B19) e as vacinas polivalentes que previnem leptospirose, campilobacteriose e a rinotraqueíte Infecciosa Bovina (IBR, BVD). “Essas vacinas promovem maior segurança sanitária, reduzindo a ocorrência de doenças reprodutivas, garantem mais nascimentos saudáveis e maior eficiência reprodutiva, impactam na longevidade produtiva das matrizes e touros reprodutores e reduzem os custos com tratamentos, abortos e perdas gestacionais, melhorando a rentabilidade da atividade pecuária”, pontua.
De acordo com Frederiko, o momento ideal para iniciar a vacinação em novilhas contra brucelose deve ser (em fêmeas) entre três a oito meses de idade, pois é uma exigência sanitária obrigatória. “Pode ser complementada em algumas áreas com RB-51 para reforço em vacas adultas”, expõe o veterinário.
Outras vacinas reprodutivas, como contra leptospirose, campilobacteriose e IBR, podem ser introduzidas a partir dos seis meses de idade ou conforme orientação veterinária, com reforços antes da estação de monta ou inseminação artificial, dependendo da vacina e do manejo da propriedade. Já para os machos, Frederiko aconselha a aplicação da IBR, Leptospirose e Campilobacteriose. “Vacinação anual ou semestral para touros reprodutores, protegendo a fertilidade e prevenindo doenças venéreas”, orienta.
É importante lembrar que o sucesso da vacinação reprodutiva depende da regularidade do manejo e do correto acompanhamento técnico de um médico veterinário. Além disso, o registro e controle detalhado das vacinações ajudam a melhorar a gestão sanitária da propriedade e a evitar prejuízos futuros.

Nesse contexto, é relevante que o produtor considere, ao montar um protocolo vacinal reprodutivo com o apoio de um médico veterinário, quais são as condições regionais, verificando a prevalência de doenças reprodutivas na região; qual é o tipo de sistema de produção, para poder adequar o protocolo ao sistema intensivo ou extensivo da propriedade; qual é a fase produtiva dos animais, para poder implementar protocolos específicos para novilhas, vacas prenhes, touros e bezerros, acompanhar o calendário da fazenda, integrando o plano vacinal com a estação de monta ou os ciclos produtivos; e adquirir vacinas confiáveis, de produtos registrados no Ministério da Agricultura, e, ademais, manter o armazenamento em condições adequadas.
Além da vacinação, Frederiko recomenda outras práticas que devem acompanhar o manejo sanitário reprodutivo: exames reprodutivos periódicos; manejo nutricional adequado, controle de parasitas e pragas e higiene e manejo de acasalamento. “A implementação de calendário de vermifugação e controle de ectoparasitas é o básico que todo produtor deve se atentar. Nos exames, é importante realizar avaliação andrológica de touros e diagnóstico precoce de gestação em fêmeas. Já o manejo adequado garante aporte de energia, proteína, minerais (como fósforo e selênio) e vitaminas essenciais para a reprodução; enquanto a higiene e manejo de acasalamento são relevantes para prevenir infecções ao adotar boas práticas de inseminação artificial e evitar contato entre rebanhos desconhecidos”, detalha o profissional.

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Brasil e Reino Unido avançam em diálogo sobre agro de baixo carbono na COP30
Fávaro apresenta o Caminho Verde Brasil e discute novas parcerias para financiar recuperação ambiental e ampliar práticas sustentáveis no campo.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniu nesta quarta-feira (19) com a ministra da Natureza do Reino Unido, Mary Creagh, durante a COP30, em Belém. O encontro teve como foco a apresentação das práticas sustentáveis adotadas pelo setor agropecuário brasileiro, reconhecidas internacionalmente por aliarem produtividade e conservação ambiental.
Fávaro destacou as iniciativas do Caminho Verde Brasil, programa que visa impulsionar a recuperação ambiental e o aumento da produtividade por meio da restauração de áreas degradadas e da promoção de tecnologias sustentáveis no campo.
Segundo o ministro, a estratégia tem ampliado a competitividade do agro brasileiro, com acesso a mercados mais exigentes, ao mesmo tempo em que contribui para metas climáticas.
A agenda também incluiu discussões sobre mecanismos de financiamento voltados a ampliar projetos de sustentabilidade no setor. As autoridades avaliaram oportunidades de cooperação entre Brasil e Reino Unido para apoiar ações de recuperação ambiental, inovação e produção de baixo carbono na agricultura.
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Oferta robusta pressiona preços do trigo no mercado brasileiro
Levantamento do Cepea aponta desvalorização influenciada pela ampla oferta interna, expectativas de safra recorde no mundo e competitividade do produto importado.

Levantamento do Cepea mostra que os preços do trigo seguem enfraquecidos. A pressão sobre os valores vem sobretudo da oferta nacional, mas também das boas expectativas quanto à produtividade desta temporada.
Além disso, pesquisadores do Cepea indicam que o dólar em desvalorização aumenta a competitividade do trigo importado, o que leva o comprador a tentar negociar o trigo nacional a valores ainda menores.

Foto: Shutterstock
Em termos globais, a produção mundial de trigo deve crescer 3,5% e atingir volume recorde de 828,89 milhões de toneladas na safra 2025/26, segundo apontam dados divulgados pelo USDA neste mês.
Na Argentina, a Bolsa de Cereales reajustou sua projeção de produção para 24 milhões de toneladas, também um recorde.
Pesquisadores do Cepea ressaltam que esse cenário evidencia a ampla oferta externa e a possibilidade de o Brasil importar maiores volumes da Argentina, fatores que devem pesar sobre os preços mundiais e, consequentemente, nacionais.
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Instabilidade climática atrasa plantio da safra de verão 2025/26
Semeadura avança lentamente no Centro-Oeste e Sudeste devido à má distribuição das chuvas e períodos secos, segundo dados do Itaú BBA Agro.

O avanço do plantio da safra de verão 2025/26 tem sido afetado por condições climáticas instáveis em diversas regiões do país. De acordo com dados do Itaú BBA Agro, os estados do Centro-Oeste e Sudeste registraram os maiores atrasos, reflexo da combinação entre pancadas de chuva isoladas, má distribuição das precipitações e períodos prolongados de estiagem. O cenário manteve os níveis de umidade do solo abaixo do ideal, dificultando o ritmo da semeadura até o início de novembro.
Enquanto isso, outras regiões apresentaram desempenho distinto. As chuvas mais intensas ficaram concentradas entre Norte e Sul do Brasil, com destaque para o centro-oeste do Paraná, oeste de Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul, onde os volumes superaram 150 mm somente em outubro. Nessas áreas, o armazenamento hídrico mais elevado favoreceu o avanço do plantio, embora episódios de granizo e temporais tenham provocado prejuízos em algumas lavouras. A colheita do trigo também sofreu atrasos e, em determinados pontos, perdas de qualidade.

Foto: José Fernando Ogura
No Centro-Oeste, a distribuição das chuvas variou significativamente ao longo de outubro. Regiões como o noroeste e o centro de Mato Grosso, além do sul de Mato Grosso do Sul, receberam volumes acima de 120 mm, enquanto outras áreas não ultrapassaram os 90 mm. Somente no início de novembro o padrão começou a mostrar maior regularidade.
No Sudeste, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo registraram precipitações que ajudaram a recompor a umidade do solo. Minas Gerais, por outro lado, enfrentou acumulados abaixo da média — especialmente no Cerrado Mineiro, onde outubro terminou com menos de 40 mm de chuva. Com a retomada das precipitações em novembro, ocorreu uma nova florada do café, embora os efeitos da estiagem prolongada continuem gerando preocupação entre produtores.
O comportamento irregular das chuvas segue como fator determinante para o ritmo da safra e mantém o setor em alerta para os próximos meses.



