Conectado com
VOZ DO COOP

Suínos / Peixes

Vacinação, novos manejos e densidades são necessários para evitar doenças emergentes

As doenças bacterianas e virais têm sido as principais preocupações no mundo da piscicultura, com um foco especial nas estreptococoses e na recém-descoberta Iridovirose.

Publicado em

em

Fotos: Divulgação/MSD

No cenário da aquicultura atual, a saúde dos peixes desempenha um papel crucial para a produtividade e a qualidade dos produtos finais. Recentemente, durante o 20º Seminário Estadual da Piscicultura, promovido em meados de agosto, em Maripá, PR, uma palestra abordou as principais enfermidades que afetam as tilápias e as estratégias para prevenir doenças emergentes. O palestrante convidado, André Blanch, engenheiro agrônomo e gerente nacional da Aqua-MSD, apresentou insights sobre o assunto a centenas de produtores.

Blanch destaca que nos últimos tempos as doenças bacterianas e virais têm sido as principais preocupações no mundo da piscicultura, com um foco especial nas estreptococoses e na recém-descoberta Iridovirose. “Essas enfermidades apenas afetam os peixes e têm impactos econômicos significativos para os produtores e a indústria aquícola em geral. Vale destacar que nenhuma dessas enfermidades é zoonótica”, aponta.

Engenheiro agrônomo e gerente nacional da Aqua-MSD, André Blanch

O executivo chama a atenção aos desafios que os produtores enfrentam ao lidar com essas doenças emergentes, com ênfase na necessidade de adotar novos manejos e densidades, bem como implementar vacinações para mitigar perdas e aumentar a rentabilidade. “Para assegurar a rentabilidade de suas fazendas, novos manejos e densidades são necessários, assim como as vacinações para mitigar a perda e aumentar as rentabilidades”, sustenta.

Controles

Ele reafirma que a biosseguridade e a vigilância sanitária desempenham um papel fundamental para minimizar os riscos de doenças emergentes. Outro ponto importante ressaltado pelo profissional é a importância da adaptação às mudanças climáticas e variações ambientais, considerando a utilização de antibioticoterapia para doenças bacterianas e a avaliação cuidadosa da densidade e nutrição dos peixes em diferentes estações do ano. “Ter um bom plano de prevenção, bem como um manejo adequado ajudar a conter a disseminação dessas enfermidades”, reforça.

O profissional complementa dizendo que a vacinação é uma das medidas mais eficazes para controlar a propagação das doenças, tanto entre os animais de produção quanto entre os reprodutores. “A prevenção é fundamental para evitar surtos de doenças em criações de tilápias. Sem dúvida, o melhor manejo para controle sanitário é a vacinação do plantel. É o mais rentável e seguro. Ainda, podemos contar com a biosseguridade para evitar que as enfermidades cheguem ou se espalhem no ambiente de cultivo”, recomenda.

André Blanch completa ainda dizendo que a vigilância sanitária é uma prática que vem sendo utilizada para identificar de forma macro e generalista os agentes causadores de enfermidades e suas particularidades. “É preciso atentar-se de forma mais efetiva, buscando verificar se o tamanho dos animais, fases de cultivo mais impactadas, época de ano de maior incidência, mas principalmente, se a enfermidade é de rotina ou emergente”, orienta.

Vias de transmissão

O agrônomo também pontua que a disseminação de doenças em ambientes aquícolas pode ter múltiplas causas, mas que existem duas formas principais das enfermidades se espalharem em um ambiente de produção. “Podem ser por meio de transmissão vertical (de pais para prole) e horizontal, que é entre os animais daquele mesmo lote. Em ambos os cenários, vacinação e biosseguridade são a solução mais correta para a prevenção. Por isso, temos que reforçar o conceito de vacinar não somente os animais de produção, mas também os reprodutores, garantido assim maior controle na disseminação de enfermidades”, adverte.

André Blanch alertou ainda que as doenças emergentes não estão na rotina na produção, desta forma, elas podem ser mitigadas com antibioticoterapia no caso das doenças bacterianas. “Ou seja, é possível controlar essas doenças. Outro fator a se levar em conta é densidade, manejos nesses animais e a nutrição adequada para cada fase e estação do ano que estamos, pois isso contribui para o bem-estar e a qualidade da carne do animal”, reforça.

Upgrade na produção

No que diz respeito aos avanços tecnológicos, o palestrante menciona a utilização de técnicas de diagnóstico de ponta, como análises em PCR, para um acompanhamento mais preciso e proativo da saúde dos peixes ao longo do ciclo de cultivo. “Existem hoje empresas especializadas em diagnóstico e acompanhamento sanitário em tilápias, e essas utilizam de tecnologias de ponta. Desta forma, permite que o produtor seja proativo, tenha uma excelente visão do status sanitário de sua produção ao longo do ciclo de cultivo, em diferentes épocas do ano”, aponta.

Resistência antimicrobiana

Blanch destaca a importância do uso responsável de antimicrobianos e ressalta que a aplicação consciente dessas ferramentas é fundamental para manter a saúde e a qualidade dos peixes. “É muito importante que o produtor tenha e faça o uso consciente dessa ferramenta, pois utilizando principalmente em momentos de necessidade e estrategicamente, os antimicrobianos são fortes aliados do produtor e pouco nocivos à saúde. Por isso é tão importante o acompanhamento técnico e o uso de boas práticas de manejo nas pisciculturas como pilar principal e aliado da produtividade”, adverte.

Segurança alimentar

O palestrante também frisa que a tilápia é um alimento seguro, sem registros de enfermidades com risco para o consumidor, enaltecendo que os produtores estão cada vez mais focados em boas práticas de manejo e bem-estar animal para garantir a qualidade e segurança alimentar dos produtos. “O consumo de tilápia vem crescendo ano após ano. É um alimento saboroso e prático que vem alcançando milhares de novos lares a cada ano”, sustenta.

 

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo encerram abril com movimentos distintos

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Publicado em

em

Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores.

Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril.

Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro.

Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
Continue Lendo

Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

Publicado em

em

Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
Continue Lendo

Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

Publicado em

em

Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
Continue Lendo
CBNA – Cong. Tec.

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.