Avicultura Manejo
Vacinação em granjas de frangos de corte: uma prática desnecessária na avicultura brasileira
Cada vacina deve ser escolhida em função primeiramente da ou das enfermidades-alvo

Artigo escrito pela médica veterinária MSc. Aline Sousa e médico veterinário PhD. Jorge Chacón – Serviços Veterinários da Ceva Brasil
Os programas imunoprofiláticos, parte fundamental dos programas de biosseguridade, são imprescindíveis para garantir a produção de lotes sem doenças clínicas e subclínicas que afetam a viabilidade e produtividade das aves.
Os programas vacinais são desenhados baseados no nível de desafios ou pressão de infecção em cada realidade geográfica. O desenvolvimento da avicultura brasileira em termos de tecnificação e eficiência produtiva tem crescido notoriamente nas últimas décadas, convertendo-se em principal exportador de carne de frango. No país, as melhores práticas de criação têm ajudado a diminuir a pressão de patógenos, levando ao uso de programas vacinais menos carregados, com menor número de aplicações na granja.
As vacinas têm se estabelecido como um dos principais pilares para os programas de controle de doenças na avicultura. Até a década de 2000, era comum ter granjas aplicando mais de cinco vacinas no campo. A disponibilidade de vacinas aplicadas no incubatório e mais eficazes tem diminuído e até eliminado as vacinações na granja de frango de corte.
Mas, nem todas as vacinas têm a capacidade de eliminar as revacinações ou vacinações de reforço na granja. As vacinas devem ter a capacidade de parar o ciclo das doenças ou controlá-las de forma integrada, para isso, é importante não apenas proteger a ave vacinada, mas também o ambiente ou granja. Uma ave bem protegida não apenas não adoecerá, mas também não permitirá a replicação e consequente excreção do patógeno na cama.
Requerimentos da vacina ideal
Vários e efetivos produtos foram desenvolvidos durante a última década e estão disponíveis para as mais importantes enfermidades avícolas, sendo responsáveis por uma acentuada redução das perdas por doenças em aves comerciais.
Além da proteção da ave e do ambiente, uma vacina ideal deve possuir outras características específicas: facilidade de administração, custo de aquisição acessível, estabilidade do produto durante o armazenamento e após a inoculação no organismo e adequação para programas de vacinação em massa. São objetivos da vacinação: prevenir a infecção, prevenir a doença clínica e suas consequências, atenuar a doença clínica e suas consequências, reduzindo a severidade e intensidade dos sinais. Em relação à eficácia, a vacina deve induzir imunidade precoce, robusta e duradoura.
O desejo pela obtenção de um baixo custo de produção, associado ao objetivo de um produto de alta qualidade para o consumidor, foi um forte incentivo para o desenvolvimento de biológicos de alta tecnologia, aplicados a novas formas de administração nas aves, mais seguras e eficientes, durante os últimos 15 anos. Outro fator determinante foi a perda de eficácia das vacinas tradicionais e aplicações, frente a produções em larga escala, ao alto custo de mão-de-obra qualificada e à sua utilização em momentos emergenciais (in time). Os resultados das pesquisas foram alavancados pelo advento das tecnologias Complexo Imune e de DNA recombinantes, aplicadas no primeiro dia de vida por via subcutânea ou no 18º dia de incubação via In ovo ou por vacinas vivas aplicadas via spray no primeiro dia de vida no incubatório. Todas essas tecnologias precisam ser entendidas e utilizadas da forma correta para as diferentes enfermidades a que se propõem imunizar, a fim de demonstrarem seu verdadeiro benefício e efetividade.
Monitoria do processo de vacinação
As vacinas aplicadas no incubatório têm recebido boa acolhida devido às necessidades das empresas produtoras de eliminar as vacinações na granja motivados principalmente aos inúmeros erros realizados durante as vacinações na granja, dificuldade de obter mão de obra qualificada, e à menor eficácia das vacinas aplicadas de forma massal na granja. Para poder eliminar as vacinações na granja, garantindo uma boa proteção, além de ter uma boa vacina, é também importante ter um processo de vacinação eficiente, mecanizado, controlado e monitorado. Treinamento contínuo da equipe de vacinação do incubatório, revisão e manutenção permanente dos equipamentos e execução adequada que permita a aplicação da dose vacinal correta viável em quase 100% das aves é necessário. Para ter todos estes aspectos controlados, é necessário que a empresa disponha de um sistema de auditoria que verifique a eficácia do processo de vacinação.
Para eliminar as vacinações na granja de frango de corte, deve-se incluir no programa imunoprofilático, vacinas altamente eficazes. Para selecionar a melhor alternativa vacinal ou tecnologia, se faz necessário o entendimento de cada doença, de cada agente etiológico, e da sua epidemiologia. A continuação, se discutirá de forma resumida nestes aspectos.
Doença infecciosa da bursa ou Doença de Gumboro (IBD)
A IBD é uma das principais doenças a comprometer a imunocompetência em aves. Seu impacto pode variar de altas taxas de mortalidade à imunossupressão (destruição dos linfoblastos B, precursores dos plasmócitos responsáveis pela síntese de anticorpos), permitindo que outras enfermidades (Anemia infecciosa, E. coli, Bronquite infecciosa) se estabeleçam e causem alta morbidade no plantel.
O agente da IBD é um birnavirus, sem envelope, tornando-o extremamente resistente à desinfecção, aumentando sua população no ambiente do aviário – na cama, na poeira, nas penas – à medida que os lotes iam sendo criados. O vírus ingressa pela via oral e, depois de horas, chega até o órgão alvo que é a bursa.
A doença pode ser prevenida em parte pela hiperimunização das matrizes, mas os anticorpos maternais (imunidade passiva) não permitem prevenir a infecção por vírus de campo nas últimas semanas de vida da ave. Desta forma, se faz necessário a imunização da progênie, para garantir que no momento da queda dos anticorpos maternais (AcM), as aves não se infectem pelos vírus de campo (imunidade ativa).
Vacinas vivas convencionais contendo cepas invasivas (intermediária plus ou forte) foram capazes de ocupar a Bursa de Fabrícius e tornar os linfócitos B aí presentes, imunologicamente refratários a uma segunda infecção pelo IBDV. O grande problema era definir a melhor idade para a vacinação de campo.
“Durante muitos anos, utilizou-se algumas ‘fórmulas’ para estabelecer ‘qual a’ ou ‘quais as’ idades ideais para a vacinação a campo dos frangos de corte: quando muito precoce, os AcM destruiriam o antígeno vacinal; quando tardia, abriria um espaço para que os vírus de campo, capazes de ultrapassar a barreira de AcM precocemente, chegassem antes à bursa e causassem a doença”.
A Fórmula de Deventer, que ficou mais conhecida, foi muito utilizada nas décadas de 1990 e 2000. Ela contemplava o uso de mais de uma vacina de Gumboro (intermediária, plus e forte). Utilizando o cálculo de decréscimo dos AcM (meia vida), verificou-se que existiam diferenças entre os vários tipos de aves (frangos, matrizes e poedeiras).
De forma geral, após fazer o Elisa Idexx de 20 pintos de 1 a 3 dias de idade, proveniente de cada lote de matriz em produção (no caso de frangos de corte), os números eram lançados em uma planilha que “calculava” a idade em que 75% do plantel estaria em condições de receber a vacina escolhida. Caso fôssemos esperar que 90% do plantel atingisse a idade ideal, aquelas aves com AM mais baixos seriam infectadas pelo vírus de campo. Também poderíamos escolher dois ou três percentuais do lote para fazer duas ou três vacinações a campo e garantir uma melhor chance de acerto (50% – 30% – 20%, p.e.).
O mais interessante eram as observações ao final das explicações de todo o método de cálculo e utilização da fórmula:
- “A fórmula calcula a idade de ‘ultrapassagem’ dos títulos de AcM através do Elisa Idexx Standard e não deve ser usada com outros Elisas, a menos que aprovados pelo fabricante da vacina”;
- “Uma estimativa da data correta para vacinação contra Gumboro (caso a fórmula seja utilizada), é apenas uma ferramenta na escolha da idade ótima. Ela não é uma garantia. Ela não compensará uma higienização pobre, uma alta pressão de infecção no campo (vírus muito virulentos – vvIBDV – ‘ultrapassam’ a barreira dos AcM com mais altos títulos do que qualquer vacina) e má aplicação da vacina”.
Temos que lembrar que: nos anos 1990-2000, testes de Elisa tinham um alto custo no Brasil (têm até hoje, uma vez que seguem a variação do dólar); que, como hoje, os lotes de frangos são cada vez maiores, e são formados por uma mistura de progênies de vários lotes de matrizes; que matrizes não transferem AcM para a sua progênie de forma uniforme, que também sofrem os efeitos de vacinações mal realizadas, de falhas de aplicação etc. Na prática, já naquela época, a determinação do momento ideal de vacinação era uma falácia, um “desejo”, conquistado, muitas vezes, mais pela experiência do veterinário e pelas múltiplas vacinações do que pelo cálculo, que era impossível de ser feito, sequer mensalmente (sem esquecer as inúmeras integrações que ainda não eram verticalizadas e adquiriam os ovos de terceiros).
Depois da determinação da idade de vacinação, chegou a hora de realmente executar uma vacinação na água de bebida em uma granja de corte. Alguns dos fatores que interferem nesse método de vacinação (válidos até hoje):
- Treinamento (da equipe, do técnico, do integrado, do granjeiro) – rotatividade;
- Estocagem e transporte da vacina até a granja;
- Limpeza de bebedouros ou nipples (canos, reservatórios);
- Jejum hídrico (cálculo da quantidade de água a ser utilizada – consumo entre 1h e 1:30h);
- Qualidade da água (microbiológica, ajuste de pH);
- Número de doses da vacina;
- Uso de estabilizantes, declorificantes e corantes;
- Preparação da vacina;
- Temperatura da água e do ambiente;
- Estabilidade do vírus vacinal;
- Administração da vacina (tempo de consumo x ordem social x tempo de viabilidade);
- Stress das aves.
“Podemos imaginar ou calcular o número de pessoas envolvidas e treinadas para que todo esse procedimento seja feito corretamente em uma integração de 6 milhões de aves, por exemplo”.
“Pelos inúmeros motivos citados acima, é impossível conseguir uma uniformidade de vacinação via água de bebida, correta e eficaz, de maneira contínua em 100% dos lotes em qualquer sistema de produção”.
Em meados dos anos 2000, surgiram as vacinas com as tecnologias Complexo imune e vetorizadas ou recombinantes. Essas vacinas permitem que a vacinação para Gumboro e para outras enfermidades seja feita no incubatório ao 1º dia (via subcutânea) ou por volta do 18º dia – (in ovo), por sistemas automatizados que podem vacinar mais de 50.000 pintos/hora.
- Vacinas Complexo Imune
Consistem em suspensão de vírus de Gumboro (IBDV) vivo atenuado, do tipo intermediário Plus, recoberto por imunoglobulinas específicas (Imunoglobulinas Protetoras de Vírus ou VPI). Dessa forma, o vírus vacinal coberto pelas VPI fica protegido, e não é reconhecido pelo sistema imune das aves
Após a administração do Complexo imune, as VPI são catabolizadas ao mesmo tempo que os AcM, então, o vírus vacinal é liberado. A proteção da vacina, que corresponde à replicação do vírus vacinal na bursa, ocorre quando os AcM diminuem a um nível que permite a cobertura vacinal antes do lote tornar-se suscetível à infecção.
Imunizações com esse tipo de tecnologia, aliadas a cepas invasivas contra o IBDV, são capazes de proteger imunologicamente os linfócitos B presentes na bursa e, ciclo após ciclo, diminuir a pressão viral. Consequentemente, a seleção de populações virais na granja não ocorre, alcançando-se o “controle” verdadeiro da doença.
Atualmente, as matrizes de corte já vêm sendo vacinadas no incubatório com vacinas Complexo imune, eliminando as vacinas vivas feitas na recria antes da vacinação inativada. Isso significa um primer de alta qualidade, menor CV, menor custo com mão-de-obra, menos manipulação das aves, etc…
- Vacinas vetorizadas ou recombinantes para IBD
São produzidas a partir de vírus geneticamente modificado (vetor HVT, vírus da doença de Marek), cujo genoma contém o gene do vírus de Gumboro que codifica a proteína VP2 do capsídeo viral. A vacina recombinante não estimula todos os ramos do sistema imune, como as vacinas vivas, pois não existe a replicação do vírus de Gumboro (ele não está presente); apenas induz uma resposta imune de anticorpos contra o antígeno VP2, carreado pelo vírus de Marek (HVT). A proteção induzida pelas vacinas rHVT-VP2 vai aumentando aos poucos, levando alguns dias até várias semanas pós-administração.
As vacinas vetorizadas não impedem a replicação de vírus de campo nas aves. Por isso, a pressão nos aviários se mantém ou até mesmo aumenta. Muitas vezes, é preciso complementar o programa utilizando-se vacinas vivas atenuadas, para reduzir a pressão viral no campo.
A curto prazo, a imunidade induzida pelas vacinas vetorizadas para Gumboro é adequada contra vírus homólogos, mas limitada no caso de desafio precoce, como ocorre em áreas onde a pressão viral é alta. A longo prazo, o fato da imunidade ser específica para o tipo de antígeno, e não proteger igualmente contra todas as cepas virais de Gumboro, afeta negativamente a prevenção da doença.
Conclusões
Cada vacina (viva, inativada, Complexo imune, recombinante) deve ser escolhida em função primeiramente da ou das enfermidades-alvo. Cada enfermidade é causada por agentes com características intrínsecas diferentes, que devem ser bem entendidas para definir o melhor programa preventivo. Deve-se conhecer também a epidemiologia, o nível de pressão de infecção, e o nível de risco da doença para a escolha da alternativa que melhor se adeque à realidade de cada granja ou região geográfica. Uma vez tendo estas informações, o técnico deve definir os requisitos para um programa adequado.
É importante citar que, na maioria das vezes, a via de vacinação é escolhida baseando-se nos critérios humanos envolvidos (número de pessoas, custo, facilidade de aplicação) e não nos critérios técnicos (melhores condições para conservação dos títulos vacinais, alta ou baixa estabilidade fora da ave).
A avaliação da eficiência de um programa vacinal deve basear-se fundamentalmente no aspecto sanitário (não apenas na forma clínica, mas também a subclínica). Mas, como na atualidade as formas subclínicas das doenças são mais comuns e menos detectadas, a avaliação deve incluir a mensuração da produtividade dos lotes a partir de dados confiáveis.
“Devido ao tamanho dos lotes criados e aos preços dos principais insumos e do produto final, gramas de ração ou de carcaça de frango podem representar lucros ou perdas milionárias para as empresas produtoras”.
Finalmente, devemos lembrar que, qualquer que seja a forma da avaliação do programa vacinal, ele terá um custo, o maior deles, uma avaliação errônea de que tudo está indo muito bem e que não precisamos melhorar os parâmetros alcançados.
Outras notícias você encontra na edição de Aves de janeiro/fevereiro de 2020 ou online.

Avicultura
Paraná registra queda no custo do frango com redução na ração
Apesar da retração no ICPFrango e no custo total de produção, despesas com genética e sanidade avançam e mantêm pressão sobre o sistema produtivo paranaense.

O custo de produção do frango vivo no Paraná registrou nova retração em outubro de 2025, conforme dados da Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS) da Embrapa Suínos e Aves. Criado em aviários climatizados de pressão positiva, o frango vivo custou R$ 4,55/kg, redução de 1,7% em relação a setembro (R$ 4,63/kg) e de 2,8% frente a outubro de 2024 (R$ 4,68/kg).
O Índice de Custos de Produção de Frango (ICPFrango) acompanhou o movimento de queda. Em outubro, o indicador ficou em 352,48 pontos, baixa de 1,71% frente a setembro (358,61 pontos) e de 2,7% na comparação anual (362,40 pontos). No acumulado de 2025, o ICPFrango registra variação negativa de 4,90%.
A retração mensal do índice foi influenciada, principalmente, pela queda nos gastos com ração (-3,01%), item que historicamente concentra o maior peso no custo total. Também houve leve recuo nos gastos com energia elétrica, calefação e cama (-0,09%). Por outro lado, os custos relacionados à genética avançaram 1,71%, enquanto sanidade, mão de obra e transporte permaneceram estáveis.

No acumulado do ano, a movimentação é mais desigual: enquanto a ração registra expressiva redução de 10,67%, outros itens subiram, como genética (+8,71%), sanidade (+9,02%) e transporte (+1,88%). A energia elétrica acumulou baixa de 1,90%, e a mão de obra teve leve avanço de 0,05%.
A nutrição dos animais, que responde por 63,10% do ICPFrango, teve queda de 10,67% no ano e de 7,06% nos últimos 12 meses. Já a aquisição de pintinhos de um dia, item que representa 18,51% do índice, ficou 8,71% mais cara no ano e 7,16% acima do registrado nos últimos 12 meses.
No sistema produtivo típico do Paraná (aviário de 1.500 m², peso médio de 2,9 kg, mortalidade de 5,5%, conversão alimentar de 1,7 kg e 6,2 lotes/ano), a alimentação seguiu como principal componente do custo, representando 63,08% do total. Em outubro, o gasto com ração atingiu R$ 2,87/kg, queda de 3,04% sobre setembro (R$ 2,96/kg) e 7,12% inferior ao mesmo mês de 2024 (R$ 3,09/kg).
Entre os principais estados produtores de frango de corte, os custos em outubro foram de R$ 5,09/kg em Santa Catarina e R$ 5,06/kg no Rio Grande do Sul. Em ambos os casos, houve recuos mensais: 0,8% (ou R$ 0,04) em Santa Catarina e 0,6% (ou R$ 0,03) no território gaúcho.
No mercado, o preço nominal médio do frango vivo ao produtor paranaense foi de R$ 5,13/kg em outubro. O valor representa alta de 3,2% em relação a setembro, quando a cotação estava em R$ 4,97/kg, indicando que, apesar da melhora de preços ao produtor, os custos seguem pressionados por itens estratégicos, como genética e sanidade.
Avicultura
Produção de frangos em Santa Catarina alterna quedas e avanços
Dados da Cidasc mostram que, mesmo com variações mensais, o estado sustentou produção acima de 67 milhões de cabeças no último ano.

A produção mensal de frangos em Santa Catarina apresentou oscilações significativas entre outubro de 2024 e outubro de 2025, segundo dados da Cidasc. O período revela estabilidade em um patamar elevado, sempre acima de 67 milhões de cabeças, mas com movimentos de queda e retomada que refletem tanto fatores sazonais quanto ajustes de mercado.
O menor volume do período foi registrado em dezembro de 2024, com 67,1 milhões de cabeças, possivelmente influenciado pela desaceleração típica de fim de ano e por ajustes de alojamento. Logo no mês seguinte, porém, houve forte recuperação: janeiro de 2025 alcançou 79,6 milhões de cabeças.

Ao longo de 2025, o setor manteve relativa constância entre 70 e 81 milhões de cabeças, com destaque para julho, que atingiu o pico da série, 81,6 milhões, indicando aumento da demanda, seja interna ou externa, em plena metade do ano.
Outros meses também se sobressaíram, como outubro de 2024 (80,3 milhões) e maio de 2025 (80,4 milhões), reforçando que Santa Catarina segue como uma das principais forças da avicultura brasileira.
Já setembro e outubro de 2025 mostraram estabilidade, com 77,1 e 77,5 milhões de cabeças, respectivamente, sugerindo um período de acomodação do mercado após meses de forte atividade.
De forma geral, mesmo com oscilações, o setor mantém desempenho sólido, mostrando capacidade de rápida recuperação após quedas pontuais. O comportamento indica que a avicultura catarinense continua adaptável e resiliente diante das demandas do mercado nacional e internacional.
Avicultura
Setor de frango projeta crescimento e retomada da competitividade
De acordo com dados do Itaú BBA Agro, produção acima de 2024 e aumento da demanda doméstica impulsionam perspectivas positivas para o fechamento de 2025, com exportações em recuperação e espaço para ajustes de preços.

O setor avícola brasileiro encerra 2025 com sinais de recuperação e crescimento, mesmo diante dos desafios impostos pelos embargos que afetaram temporariamente as margens de lucro.
De acordo com dados do Itaú BBA Agro, a produção de frango deve fechar o ano cerca de 3% acima de 2024, enquanto o consumo aparente deve registrar aumento próximo de 5%, impulsionado por maior disponibilidade interna e retomada do mercado externo, especialmente da China.

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a competitividade do frango frente à carne bovina voltou a se fortalecer, criando espaço para ajustes de preços, condicionados à oferta doméstica. A demanda interna tende a crescer com a chegada do período de fim de ano, sustentando a valorização do produto.
Além disso, os custos de produção, especialmente da ração, seguem controlados, embora a safra de grãos 2025/26 ainda possa apresentar ajustes. No cenário geral, os números do setor podem ser considerados positivos frente às dificuldades enfrentadas, reforçando perspectivas favoráveis para os próximos meses.



