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Suínos / Peixes Ingredientes alternativos

Utilização de DDG de milho na suinocultura: uma abordagem prática

´É importante que o produtor converse com o nutricionista responsável pelas dietas da granja para estudar as melhores possibilidades de inclusão do DDG ou DDGS, uma vez que, além das características nutricionais dos produtos, é essencial levar em consideração as fases de produção e o preço dos ingredientes, em relação ao milho e ao farelo de soja, para que seja possível trabalhar com redução de custos numa dieta totalmente balanceada para a realidade da granja.

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Fotos: Divulgação/Agroceres

A busca por ingredientes alternativos na alimentação dos suínos, visando redução dos custos das dietas, é constante, tendo em vista que atualmente a alimentação representa cerca de 80% dos custos de produção. Há alguns anos o DDG (sigla em inglês para grãos secos e destilados) e o DDGS (grão secos destilados com solúveis) vêm ganhando espaço e se mostrando promissores, com bons resultados a campo. Esses ingredientes são coprodutos obtidos a partir da produção de etanol de milho, mais especificamente após a fermentação do amido de milho pelas enzimas e leveduras utilizadas para produzir o etanol e o dióxido de carbono (Figura 1).

Figura 1 – Processo do etanol de milho, DDG e DDGS.

Resumidamente, o DDG pode ser obtido de duas formas: com a incorporação dos solúveis (DDGS) e com a retirada da fibra (DDG), tendo maior concentração de amido e proteína, sendo esse segundo mais indicado para suínos. Esses coprodutos apresentam concentração de proteína, lipídeo e fibra, três a quatro vezes maior que o milho. Em termos práticos de produção, para cada tonelada de milho processado são produzidos 420 litros de etanol e 300 kg de DDG ou DDGS, sendo que a produção no Brasil deve passar dos dois milhões de toneladas em 2021/22. O estado do Mato Grosso tem se destacado na produção de etanol de milho e do DDG e DDGS, possuindo quatro grandes unidades produtoras localizadas nos municípios de Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso e Sinop.

Oportunidade 

A utilização do DDG na dieta de suínos representa uma boa oportunidade na busca por redução de custos, especialmente nos locais próximos às usinas produtoras, principalmente por ser uma fonte considerável de proteína, podendo substituir, em parte, o farelo de soja na dieta dos suínos, no caso mais específico do DDG; e das fêmeas em reprodução, no caso do DDGS; entrando como substituto parcial do milho. Nos Estados Unidos, o DDG é utilizado desde o ano 2000, sendo mais recente sua utilização no Brasil.

Basicamente, existem dois tipos de DDG aplicáveis à nutrição dos suínos, sendo o DDG padrão, com um menor teor de proteína (23 a 28%), porém maior teor de fibra bruta, sendo mais indicado para porcas na reprodução; e o DDG de alta proteína ou HP (high protein), apresentando teores de 38 a 51% de proteína bruta, sendo mais indicado para as fases de recria e terminação, em substituição ao farelo de soja da dieta. Normalmente, o DDG apresenta média de 30% de proteína, 10% de gordura e 40% de fibra em detergente neutro. Além do teor de proteína, o DDG apresenta também um alto valor energético (Tabela 1), níveis interessantes de aminoácidos e concentração de fósforo que varia de 0,57 a 0,85% na matéria seca, com disponibilidade de até 68%.

Tabela 1 – Valores de energia metabolizável do DDGS para suínos

Contudo, atualmente no Brasil, o maior entrave para a utilização do DDG tem sido a grande variação na composição nutricional. É importante ressaltar que os valores nutricionais do ingrediente costumam variar entre fornecedores, devido às características da matéria-prima utilizada e das diferenças entre os processos durante a produção do etanol de milho, especificamente no que diz respeito à digestibilidade dos nutrientes, principalmente em relação à lisina.

Esse efeito é menor no DDG que no DDGS, uma vez que a adição dos solúveis aumenta a probabilidade da ocorrência das reações de Mayllard, que diminui a digestibilidade da lisina. Uma forma prática de analisar a concentração de aminoácidos no DDG é a sua coloração. Amostras mais claras tendem a apresentar maiores teores de aminoácidos do que amostras de coloração mais escura. Isso ocorre porque durante o processo de secagem do DDG, o superaquecimento da massa pode levar à desnaturação proteica, sendo a lisina o aminoácido mais afetado, seguido do triptofano e da metionina. De forma resumida, há uma correlação direta da intensidade da cor com o teor de aminoácidos.

Outro fator de atenção e cuidado na utilização é a concentração de micotoxinas, que pode ser até três vezes maior em relação ao milho e depende se o grão destinado para a produção do etanol já estiver contaminado, uma vez que as micotoxinas não são destruídas durante o processamento. Como de praxe, é importante que haja uma boa armazenagem desses grãos para evitar a contaminação e/ou proliferação dos fungos. As principais micotoxinas encontradas no DDG são a fumonisina e o deoxinivalenol (DON). Por isso é essencial conhecer o fornecedor e, sempre que possível, realizar as análises bromatológicas em laboratórios homologados, garantindo, assim, a seleção do melhor fornecedor e resultando na compra do melhor ingrediente possível para cada realidade (Tabela 2).

Tabela 2 – Compilado de valores médios, máximos e mínimos da composição química do DDG. Fonte: Adaptado de ESALQLab.

A utilização do DDG e DDGS na suinocultura vem sendo estudada e adotada há alguns anos. Em 2007 um pesquisador utilizou até 30% de inclusão na dieta de leitões com duas a três semanas pós-desmame e não encontrou impactos negativos sobre o desempenho dos animais. Já em 2008 outro estudioso não observou diferenças em leitões recém desmamados, trabalhando com 10% de inclusão. De toda forma, é necessário ter cuidado com a utilização de altas inclusões do ingrediente de forma precoce, a fim de evitar perda de desempenho com redução do ganho de peso diário, como observado por outra pesquisa (Tabela 3).

Tabela 3 – Inclusões máximas de DDG segundo autores

Henrique Grecco, consultor de serviços técnicos de suínos

Para fêmeas em gestação e lactação, as inclusões recomendadas variam de 50% a 30%, sem afetar negativamente o desempenho. O DDG de boa qualidade pode ser utilizado em até 30% da dieta de suínos em recria e terminação, sem alterações no desempenho e características de carcaça e até 50% para porcas em gestação. Inclusões de até 30% das dietas de suínos em terminação não apresentou prejuízos sobre o desempenho e características de carcaça. O mesmo foi encontrado por outro estudioso, em 2021, trabalhando com níveis de 10 a 30% de inclusão do ingrediente. Porém, deve-se tomar cuidado com inclusões acima das recomendadas, pois devido à maior concentração de gordura em relação ao milho e farelo de soja, tem-se o risco de alterar algumas características da carcaça, principalmente no que diz respeito à rigidez do toucinho.

Como recomendação geral, é importante que o produtor converse com o nutricionista responsável pelas dietas da granja para estudar as melhores possibilidades de inclusão do DDG ou DDGS, uma vez que, além das características nutricionais dos produtos, é essencial levar em consideração as fases de produção e o preço dos ingredientes, em relação ao milho e ao farelo de soja, para que seja possível trabalhar com redução de custos numa dieta totalmente balanceada para a realidade da granja. Vale ressaltar, novamente, a importância das análises bromatológicas, a fim de se obter o ingrediente desejado.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato via: cristiano.araujo@agroceres.com

Fonte: Por Henrique Grecco, consultor de serviços técnicos de suínos

Suínos / Peixes

Marcos Sipp celebra 30 anos dedicados à suinocultura

Atual gerente das UPLs da Coopavel conquistou recentemente o 1º lugar na categoria Sustentabilidade no Programa Open Farm AWARDS.

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Fotos: Arquivo pessoal

Em uma trajetória marcada por dedicação e paixão pelo campo, Marcos Jovani Sipp, atual gerente das Unidades de Produção de Leitões (UPLs) da Coopavel Cooperativa Agroindustrial, reflete sobre suas três décadas de contribuição para o setor. “Parece que foi ontem, mas já se passaram 30 anos”, recorda.

Técnico em Agropecuária e Administrador, Sipp iniciou sua carreira profissional em 28 de março de 1994 como extensionista na suinocultura da BRF. Esses anos foram repletos de aprendizado e conquistas para Marcos, que destaca: “Como extensionista tive a oportunidade de conhecer, aprender e levar muita informação para a tomada de decisão dos produtores por onde passei, sempre com muita dedicação, competência, inconformismo e resiliência”, enfatiza.

Ao longo de sua carreira, o profissional acumulou diversos prêmios, sendo o mais recente o 1º lugar na categoria Sustentabilidade em um projeto da Estação de Tratamento de Efluente (ETE) no Programa Open Farm AWARDS, no qual a Coopavel concorreu com outros cinco projetos.

O técnico em Agropecuária ressalta a importância da gratidão e da reflexão sobre os erros e acertos que moldaram sua trajetória. “Carrego na bagagem muita história boa para contar. De acertos e erros que nos fazem corrigir rapidamente o rumo que deve ser seguido, com muita gratidão a Deus, que sempre me acompanha a cada passo. Sei que ainda tem muito a ser feito”, pontua.

Entre os desafios da atual função que exerce na Coopavel, Sipp diz que estão planejar, executar e desenvolver novos talentos, destacando a importância de profissionais com capacidade de organização, planejamento e entrega de resultados superiores. “Sinto-me realizado, vitorioso e muito feliz com as conquistas alcançadas e com as vitórias que ainda estão por vir. Aprendi que sozinho vou mais rápido, mas que juntos vamos mais longe. Com essa reflexão, gostaria de deixar registrado o meu agradecimento a cada um que fez parte dessa história, sejam produtores, empresas parceiras, amigos e, em especial, ao presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, pela confiança. Agradeço também à minha família e aos meus colegas de trabalho e parceiros da cadeia produtiva”, ressalta.

 

Fonte: O Presente Rural
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Suínos / Peixes

Peixes têm quantidade limitada para captura em 2024

Cotas foram limitadas por dois ministérios

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Foto: Adriano Gambarini/OPAN/Agência Brasil

Quatro espécies de peixes muito consumidos na culinária brasileira tiveram cotas de pesca estabelecidas para este ano de 2024. Os limites de captura valem para as espécies albacora-branca (Thunnus alalunga), albacora-bandolim (Thunnus obesus), espadarte (Xiphias gladius) e tubarão-azul (Prionace glauca), tanto em águas nacionais, quanto internacionais, inclusive na Zona Econômica Exclusiva (ZEE), que é a região de responsabilidade ambiental do Brasil e que vai até 200 milhas além da costa, onde embarcações brasileiras têm direito prioritário para pesca.

Para a espécie albacora-branca, também conhecida como atum branco ou voador, o limite é de 3.040 toneladas e para o albacora-bandolim, também conhecido por atum-cachorro ou patudo, é permitida a captura de até 5.639 toneladas.

Espadarte

A cota para pesca do espadarte foi limitada em 2.839 toneladas no Atlântico Sul (abaixo do paralelo 5ºN) e em 45 toneladas no Atlântico Norte (acima do paralelo 5ºN). Já o tubarão-azul, conhecido popularmente como cação, teve a captura autorizada este ano em até 3.481 toneladas.

As cotas foram determinadas por portaria conjunta dos Ministérios da Pesca e Aquicultura e Meio Ambiente e Mudança Climática, publicada nesta quarta-feira (27), no Diário Oficial da União. A medida tem como objetivo a sustentabilidade no uso dos recursos pesqueiros e atende à Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca.

Fonte: Agência Brasil
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Suínos / Peixes

Semana Nacional da Carne Suína 2024 na era da personalização: tem para todo mundo, tem para você!

De 4 a 19 de junho a 12ª edição da SNCS levará a diversidade da carne suína para as maiores e melhores redes de varejo do Brasil

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Foto: Divulgação/Assessoria ABCS

De 4 a 19 de junho, prepare-se para mais uma edição da Semana Nacional da Carne Suína (SNCS), a maior vitrine e case de sucesso da proteína no varejo brasileiro. Em um mundo onde a diversidade crescente apresenta um mar de escolhas individuais cada dia maior, a décima segunda edição da SNCS emerge nas maiores e melhores redes de varejo do país não apenas como uma data comercial, mas como uma celebração da diversidade e da personalização. Reconhecendo cada preferência, cada necessidade e cada desejo dos consumidores, sem esquecer que as diferenças não mais afastam, mas sim agregam.

A SNCS é a maior estratégia de incentivo às vendas e ao consumo de carne suína no Brasil, uma iniciativa premiada com resultados comprovados que agrega valor à proteína suína e traz ganhos financeiros para toda a suinocultura brasileira, com o apoio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (FNDS). Desde sua primeira edição, a campanha vem arrecadando crescimento e foi essencial para a conquista dos 20,68 kg per capita de 2023, totalizando um crescimento de mais de 50% no período de 12 anos.

É por isso que a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) se inspira em um insight verdadeiro para o tema deste ano: existe diversidade no prato, mas também união na mesa. “Reconhecemos que cada um de nós tem suas próprias preferências e restrições. E seja você um mestre do churrasco buscando a peça perfeita, alguém procurando opções saudáveis e econômicas, ou um chef de cozinha inovador à procura de ingredientes para aquela receita especial, a carne suína tem uma opção para você”, explica o presidente da ABCS, Marcelo Lopes.

Saudabilidade, Sabor e Economia: esses são os pilares que sustentam a paixão pela carne suína. Mais do que uma escolha econômica, ela é uma fonte de nutrição saborosa adaptável a um estilo de vida saudável, a um cotidiano prático e a momentos inesquecíveis. A carne suína incorpora tecnologia e consciência ambiental, refletindo o compromisso da suinocultura brasileira em promover melhorias contínuas para garantir mais saúde, menos desperdício e práticas sustentáveis.

Este ano, é hora de redescobrir a carne suína. Porque sabemos que, independentemente da preferência, ela tem algo para todos. Para Maria e João. Para o churrasqueiro e para o chef premiado. Para todas as receitas e necessidades. Para cada geração, à sua maneira. Afinal, a carne suína é para todos. Há opções para quem tem pouco tempo, para o forno e para a airfryer, para todas as necessidades. Para quem busca economia, para quem procura uma opção mais saudável, para aquela receita especial. Para o churrasco, para os conectados e, é claro, para você! Por isso, nada mais claro do que dizer este ano: Semana Nacional da Carne Suína. Tem para todo mundo. Tem para você.

A diretora de marketing da ABCS, Lívia Machado, e também especialista em comportamento do consumidor aponta que a SNCS deste ano está ainda mais conectada com o conceito do consumidor ao centro e da necessidade de propor, a cada interação, uma experiência única que retrate os benefícios da carne suína para todas as gerações. “Estamos cada vez mais dentro da era do “e”, deixando o conceito do “ou” para trás. Lidamos constantemente com as mudanças e os conflitos de interesse geracionais e dentro deste contexto, temos o desafio de promover a carne suína de forma interessante e que cative a atenção das pessoas. A SNCS de 2024 está em consonância com tudo isso”.

O compromisso da ABCS é garantir que a carne suína não apenas satisfaça paladares diversos, mas também contribua para um mundo melhor. Isso inclui uma comunicação mais personalizada, sem perder o senso de comunidade. Varejo, produtores e consumidores unidos para celebrar tradições e criar novas memórias em torno da mesa, onde a carne suína é a grande anfitriã.

Fonte: Assessoria ABCS
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SABSA 2024

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