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Utilização de ácidos orgânicos na conservação de alimentos para vacas leiteiras

Coletivamente estes dados indicam que a utilização de ácidos orgânicos no processo de ensilagem é uma estratégia eficaz na produção de silagem

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Arquivo/OP Rural

Artigo escrito por Leandro F.  Greco, PhD e gerente de Serviços Técnicos da Kemin do Brasil

Em um sistema de produção de leite a produção de forragem é uma atividade de extrema importância. Produzir alimento em grande quantidade e de boa qualidade é fundamental para o sucesso da atividade. No Brasil, as silagens são utilizadas em larga escala, seja em sistemas de confinamento total, onde comumente é a principal fonte de alimento volumoso, ou em sistemas de pastejo, onde é utilizada como fonte suplementar na entressafra da produção de forragem.

O processo de ensilagem é uma técnica antiga que vem sendo praticada por mais de 3 mil anos, porém só ganhou notoriedade nas décadas finais do século 19, quando diversos pontos do processo foram melhorados. Dia-a-dia o processo de ensilagem evolui, desde seleção de híbridos mais produtivos, resistentes a pragas e doenças, evoluções nas máquinas colhedeiras e aditivos que atuam na otimização e/ou controle dos processos de fermentação do material ensilado.

Dentre os aditivos podemos destacar os químicos e os bacterianos, também comumente conhecidos como inoculantes. Neste texto os aditivos químicos terão foco evidenciado. Na classificação dos aditivos químicos temos os ácidos orgânicos como o ácido propiônico e o benzoico, por exemplo, que são utilizados na conservação de forragens pelo potente efeito antimicótico, prevenindo o crescimento de fungos e leveduras indesejáveis, melhorando a estabilidade aeróbica da silagem e reduzindo perdas do material ensilado durante os processos de fermentação. Pesquisas demonstraram que a mistura de dois ou mais ácidos orgânicos foram mais eficientes em controlar o crescimento de uma maior variedade de fungos e cepas de leveduras comparado com um único ácido sozinho. Por essa razão sempre que possível a utilização de um mix de ácidos orgânicos é recomendada.

Um estudo recente realizado em uma fundação de pesquisa no Brasil utilizou uma mistura de ácidos orgânicos (acético, benzoico e propiônico) comparados com tratamento controle sem aditivos na silagem de milho. Os pesquisadores relataram que a contagem de levedura foi 10 vezes menor na silagem tratada com ácidos orgânicos, 96 horas após a abertura do silo, comparado com o tratamento controle, comprovando a eficácia dos ácidos orgânicos na produção de silagem de qualidade.

Produzir e fornecer forragem de qualidade é fundamental, porém a tarefa não para aí. A ração total – TMR (do inglês Total Mixed Rations) como conhecemos atualmente é uma invenção dos últimos 100 anos. A utilização de TMR veio em substituição de sistemas mais tradicionais onde a forragem era fornecida separadamente dos alimentos concentrados. A racionalidade do uso da TMR é fazer com que cada bocado seja um alimento completo, nutricionalmente balanceado para todas as vacas. Os desafios associados com a alimentação das vacas com essa dieta nutricionalmente completa é que também estamos fornecendo uma dieta completa para microrganismos benéficos e não-benéficos, incluindo os fungos e leveduras selvagens presentes nas forragens. Todo organismo vivo gera calor no processo de respiração, o que é mais evidenciado nos meses de verão, onde altas temperaturas favorecem o crescimento de fungos e leveduras. Quando estes organismos crescem e se multiplicam, eles geram calor, causando aquecimento do alimento fornecido no cocho e perdas, prejudicando sistematicamente a ingestão de alimento pelas vacas.

Para prevenir o aquecimento da TMR três processos são fundamentais: O primeiro é fornecer uma silagem de qualidade com baixa contagem de microrganismos não desejáveis. O segundo passo é o correto manejo do silo, retirando material suficiente para prevenir a entrada de oxigênio nas camadas subsequentes. O ideal preconizado é a retirada 20-30 cm na face do silo todos os dias. O terceiro passo é adicionar um mix de ácidos orgânicos na TMR que irão controlar o crescimento de fungos e leveduras indesejáveis, diminuindo assim o aquecimento da TMR.

Um estudo brasileiro apresentado na reunião do dairy science nos Estados Unidos, em 2019, comparou a utilização ou não de um mix ácidos orgânicos na TMR. Quando a TMR foi tratada com ácidos orgânicos observou-se uma menor contagem de bactérias aeróbias, leveduras e fungos filamentosos, 24 horas após o fornecimento. Neste estudo também foi observado uma menor temperatura média nas primeiras 24 horas, bem como menor pH no mesmo período.

Coletivamente estes dados indicam que a utilização de ácidos orgânicos no processo de ensilagem é uma estratégia eficaz na produção de silagem. Garantindo qualidade nutricional e microbiológica para fornecimento aos animais. Além disso, o tratamento da TMR com mix de ácidos orgânicos previne o crescimento de microrganismos indesejáveis, retardando o aquecimento do alimento e consequentes perdas. Potencialmente garantindo alimentos mais frescos por mais tempo no cocho, estimulando, dessa forma, um maior consumo das vacas.

Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de março/abril de 2020 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas

Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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