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Uso do Dicamba é discutido na Câmara Setorial da Soja
Além da possibilidade de haver a utilização do herbicida hormonal na atual safra, que contará pela primeira vez com uma variedade de soja tolerante ao agrotóxico, outra preocupação do setor produtivo é com a escassez de insumos agrícolas e defensivos químicos e fertilizantes.
A possibilidade de haver a utilização do herbicida hormonal Dicamba na atual safra, que contará pela primeira vez com uma variedade de soja tolerante ao agrotóxico, motivou a realização de uma reunião extraordinária da Câmara Setorial da Soja na quarta-feira (27). A reunião foi convocada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR), a pedido da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja/RS).
“A Secretaria está atenta às reivindicações do setor produtivo e, desde 2019, já publicou várias Instruções Normativas regulamentando o uso dos defensivos no Estado. Esta reunião na Câmara vem para dar voz, vez e oportunidade para que todos os representantes do setor possam se manifestar numa discussão técnica sobre a utilização do Dicamba e o fornecimento de insumos e fertilizantes no Rio Grande do Sul”, disse o secretário adjunto Luiz Fernando Rodriguez no início da reunião.
O vice-presidente da Aprosoja/RS, Luís Fernando Fucks, manifestou a preocupação da entidade sobre a utilização do Dicamba nesta safra no Estado. “Em visita técnica nos Estados Unidos, em 2018, foi observado que o Dicamba tem um grau de volatilidade muito alto, causando injúria na soja e se estendendo em múltiplas direções, devido à deriva. O temor da Aprosoja é que não temos cobertura de seguro para essa questão”, detalhou.
O gerente técnico de soja para a América Latina da Bayer, Matheus Palhano, esclareceu que, desde 2018, a formulação do produto passou por alterações para evitar a volatilidade em até 85%. “Glifosato continua sendo o produto principal para o manejo da lavoura de soja. O Dicamba atua no pré-plantio para áreas que realmente necessitem deste produto, para controle de buva, corda-de-viola e caruru. É uma utilização pontual, em situações específicas”, destacou.
Para o vice-presidente da Farsul, Elmar Konrad, é preciso observar e ter cautela sobre o uso do Dicamba no Estado. “Mas não creio que a quantidade de lavouras de soja que o utilize será representativa esta safra”, avaliou. Esta percepção foi confirmada por um levantamento apresentado pelo chefe da Divisão de Insumos e Serviços Agropecuários da SEAPDR, Rafael Lima. De janeiro a setembro de 2021, foram comercializados 30.948 litros de Dicamba no Rio Grande do Sul, a 469 usuários distintos. A maior parte das aquisições foi de menos de 100 litros do produto. “A nosso ver, o produtor ainda está testando sua eficácia no manejo da lavoura”, pontuou Rafael.
Com os dados levantados, a Divisão fez um monitoramento com os produtores sobre a aplicação do Dicamba. “A bula do produto indica categoria de gotas extremamente grossas ou ultra grossas para sua aplicação, o que necessita de pontas específicas. No nosso monitoramento, identificamos que os produtores não estão sendo orientados sobre a ponta adequada para a aplicação do produto”, alertou. Outra questão identificada pelo levantamento foi a falta de conhecimento do próprio responsável técnico sobre o produto: receitas agronômicas indicavam o uso do Dicamba para combater ervas daninhas que contam com outros princípios ativos à disposição no mercado.
Sobre este assunto, a Câmara Setorial determinou os seguintes encaminhamentos: solicitação para que a Bayer conduza mais estudos sobre o uso do Dicamba no Brasil, junto à Embrapa ou outras entidades de pesquisa; atualização das bulas com informações sobre as pontas de aplicação homologadas; necessidade de ampliar capacitação de produtores e aplicadores; inserção do uso do Dicamba como pauta da próxima reunião da Câmara Setorial Nacional da Soja; e encaminhamento de ofício aos conselhos profissionais dos responsáveis técnicos por prescreverem esse tipo de produto, para que promovam treinamentos entre seus associados.
Conjuntura da distribuição de insumos e fertilizantes
Outro ponto de preocupação para o setor produtivo, o temor de escassez de insumos agrícolas, como defensivos químicos e fertilizantes, foi a segunda pauta de reunião proposta pela Aprosoja/RS. “Até conseguimos lidar com a falta desses insumos no início do plantio, mas não no período de desenvolvimento vegetativo até a floração, quando precisamos principalmente dos fungicidas e inseticidas”, alertou Fucks.
A diretora da divisão de defensivos químicos da Croplife Brasil, Andreza Martinez, explicou que a escassez se deve ao panorama mundial de pandemia e restrições energéticas enfrentadas pelos setores industriais e de mineração na China. “É um problema sistêmico e global. E mesmo o mercado de defensivos químicos no Brasil, mais de 60% dos componentes são importados, majoritariamente da China”, detalhou.
Como encaminhamento, ficou definido levar à Câmara Setorial nacional a discussão sobre a reativação das indústrias nacionais de insumos e fertilizantes, de forma a reduzir a dependência dos produtos importados.
Vazio sanitário para a safra 2022/2023
O chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal, Ricardo Felicetti, apresentou uma proposta de vazio sanitário a ser cumprido a partir da safra 2022/2023. Os integrantes da Câmara Setorial vão sugerir modificações até a próxima reunião, marcada para início de dezembro, quando o calendário deve ser finalizado, para ser encaminhado ao Ministério da Agricultura até 31 de dezembro.
Participaram da reunião representantes das seguintes entidades: Aprosoja/RS, Andav, Aenda, Associação dos Engenheiros Agrônomos do Noroeste do Rio Grande do Sul (Aenorgs), Bayer, CropLife Brasil, Emater/RS-Ascar, Famurs, Farsul, Fecoagro, Ministério da Agricultura, Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Sicredi.
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Preços do suíno vivo sobem na segunda quinzena, mas médias mensais têm comportamentos distintos
Nas primeiras semanas de março, a disponibilidade de animais acima da demanda pressionou os valores tanto do vivo como da proteína. Já na segunda parte do mês, com a oferta mais “ajustada” em relação à procura, os preços subiram um pouco.
Após caírem na primeira metade de março, os preços do suíno vivo e da carne suína avançam nesta segunda quinzena.
Ainda assim, segundo pesquisadores do Cepea, enquanto em algumas regiões o recente movimento de alta garante aumento na média de março frente à de fevereiro, em outras, a desvalorização mais intensa na primeira quinzena resulta em baixa na média mensal.
Nas primeiras semanas de março, a disponibilidade de animais acima da demanda pressionou os valores tanto do vivo como da proteína.
Já na segunda parte do mês, com a oferta mais “ajustada” em relação à procura, os preços subiram um pouco.
No entanto, nos últimos dias, compradores estiveram mais afastados das aquisições de novos lotes de animais. Segundo agentes consultados pela Equipe de Proteína Animal/Cepea, esse movimento está atrelado ao período da Quaresma, quando a demanda por carne de peixe cresce em detrimento da de carnes vermelhas.
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Fraca demanda pressiona cotações do frango em março
Queda se deve principalmente à demanda enfraquecida pela carne e à consequente baixa liquidez observada ao longo do mês.
Os preços médios da maioria dos produtos de origem avícola estão encerrando março abaixo dos registrados em fevereiro.
Segundo pesquisadores do Cepea, a queda se deve principalmente à demanda enfraquecida pela carne e à consequente baixa liquidez observada ao longo do mês.
Já no mercado de pintainho de corte, a procura aquecida pelo animal tem impulsionado os valores.
De acordo com agentes consultados pelo Cepea, o movimento altista pode estar ligado ao interesse da indústria em aumentar o alojamento de frango, sobretudo para atender à demanda externa pela proteína brasileira – vale lembrar que as exportações de carne de frango estão em forte ritmo.
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Em reunião com diretorias da Aiba e Abapa, presidente da Coelba anuncia intenções para solucionar déficit de energia elétrica no Oeste baiano
O déficit de energia elétrica é um problema constante e uma realidade que contribui para travar o progresso na região, e a união dos produtores e associações de classe, mostra o empenho do setor em se mobilizar e buscar soluções.
Em atendimento às solicitações apresentadas por agricultores em reunião prévia ocorrida em (06) de fevereiro, quando esteve no Oeste da Bahia e ouviu as demandas de energia elétrica, o diretor presidente da Coelba Neoenergia, Thiago Freire Guth, retornou à região, e na última terça-feira (26), reuniu-se com as diretorias da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), na sede da Coelba em Barreiras.
Como ficou acordado, ainda no final de fevereiro, uma comitiva de consultores da Coelba realizou visitas técnicas a propriedades rurais do Oeste baiano para diagnosticar as principais carências energéticas da região, a partir do qual foram realizados estudos de viabilidade com emissão de parecer técnico.
Durante a reunião, o diretor presidente da Coelba, juntamente com os superintendentes, de Área Técnica, Tiago Martins, e de Expansão de Obras, Anapaula Nobre, fizeram a apresentação do novo plano de investimentos da Coelba para o Oeste da Bahia nos próximos quatro anos. “Temos demandas que não foram atendidas no decorrer dos anos, mas a atual gestão da Coelba vem sendo mais participativa aqui na região. Um momento importante para debater e atualizar os próximos passos da companhia, em termos de investimento, aqui no oeste baiano, e tenho certeza, que daqui para frente, com mais transparência e participação da Coelba. O que ouvimos hoje é que as coisas realmente vão começar a sair do papel para prática, e que as demandas da região e do agronegócio serão atendidas”, avalia o vice-presidente da Aiba, Moisés Schmidt.
O déficit de energia elétrica é um problema constante e uma realidade que contribui para travar o progresso na região, e a união dos produtores e associações de classe, mostra o empenho do setor em se mobilizar e buscar soluções. “É a segunda vez que o presidente da Coelba vem ao oeste, trazendo respostas e anunciando esses investimentos, e nós esperamos que isso venha atender ao produtor, tanto na quantidade necessária, e também na qualidade, que é fundamental”, complementa o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi.
O diretor presidente, Thiago Freire agradeceu a oportunidade e anunciou as intenções da companhia. “É uma região pujante, e do ponto de vista de desenvolvimento do agronegócio, existe uma necessidade energética urgente. A empresa está alocando os recursos necessários para, nos próximos quatro anos, aumentar cerca de 70% da capacidade de energia elétrica da região”, pontuou Guth que ainda falou de parcerias. “É um desafio também em fazer um trabalho conjunto e trazer novas linhas de transmissão e subestações da rede básica, fora do escopo da energia Coelba, uma questão mais de infraestrutura de alta tensão. Propomos fazer esse trabalho em parceria com associações locais, e ouvirmos a necessidade dos clientes e trabalhar juntos, para resolver os problemas que são comuns, tanto para associações e para o desenvolvimento da região, quanto para a própria energia”, complementou o diretor presidente, que ainda confirmou a divulgação de um cronograma da Coelba, sugerido pelos produtores rurais, para acompanhamento das ações e investimentos da companhia na região.
O segundo vice-presidente da Aiba, Seiji Mizote, os diretores, financeiro, Helio Hopp, executivo, Alan Malinski, o gerente de Infraestrutura, Luiz Stahlke participaram do momento, que também foi prestigiado pelos ex-presidentes e conselheiros, João Carlos Jacobsen, Júlio Busato, Celestino Zanela, os produtores rurais Luiz Pradella, Ildo Rambo, Elisa Zanela, e a vice-presidente da Abapa, Alessandra Zanotto. Representando a Coelba Neoenergia ainda estiveram presentes superintendentes, supervisores e engenheiros.