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Uso de vacinas autógenas como estratégia de controle sanitário em granjas

Além disso, permitem a redução do uso de antimicrobianos e auxiliam na redução dos prejuízos econômicos decorrentes dos problemas sanitários

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Foto: Shutterstock

A vacinação é uma prática rotineira na indústria veterinária e certamente é o meio mais seguro, barato e eficaz no combate às principais doenças. Porém, tendo em vista que as vacinas comerciais muitas vezes não proporcionam imunidade específica para todos os patógenos (incluindo sorotipos/subtipos/genótipos), as vacinas autógenas são uma alternativa que oferece proteção homóloga contra os antígenos presentes em uma propriedade específica. Além disso, permitem a redução do uso de antimicrobianos e auxiliam na redução dos prejuízos econômicos decorrentes dos problemas sanitários.

Tanto as vacinas autógenas quanto as vacinas industriais são produzidas com a mesma finalidade: proteção do rebanho contra os patógenos que causam prejuízos econômicos às propriedades. Dentre as principais diferenças está a composição vacinal – onde a vacina autógena flexibiliza os antígenos de acordo com a identificação laboratorial, – e que devem ser periodicamente isolados afim de manter sempre atualizada a formulação vacinal de acordo com os desafios de campo.

Enquanto as vacinas industriais usam cepas padrão em sua maioria produzidas em outros países, as vacinas autógenas usam cepas específicas com o mesmo agente que está causando a doença infectocontagiosa na propriedade. Para vacinas bacterianas, em que a variabilidade de sorotipos é muito grande, (caso do Actinobacillus pleuropneumoniae, Streptococcus suis, e Glaesserella parasuis),  o uso da(s) cepa(s) correta(s) é crucial para o controle e prevenção da(s) doença(s).

Atualmente, alguns laboratórios brasileiros licenciados pelo Mapa produzem apenas vacinas autógenas com bacterinas contra agentes como o Actinobacillus pleuropneumoniae, Glaesserella parasuis, Streptococcus suis, Salmonella spp. dentre outros, enquanto que outras empresas produzem além destas, vacinas virais contra influenza A e rotavírus A, dentre outras.

 

O segredo do sucesso

As vacinas autógenas são “relacionadas ao fabricante”, pois cada laboratório utiliza diferentes protocolos, doses de antígenos, tipos e concentrações de adjuvantes, entre outras variáveis ​​introduzidas durante o processo de fabricação. Os adjuvantes são componentes-chave de uma vacina, pois têm o poder de modular a eficácia da vacina, a força e a duração da resposta imune induzida pela mesma e devem ser eleitos de acordo com o tipo de agente e resposta imune necessária (celular ou humoral). Podemos dizer que a melhor vacina é a vacina melhor produzida.

Um programa de vacinação para a suinocultura deve iniciar com a avaliação dos riscos de doenças em um rebanho particular. Um programa único de vacinação, padrão para muitos e diferentes patógenos, não é indicado para todos os rebanhos. Uma revisão cuidadosa dos agentes causadores de doenças endêmicas e o risco de introdução externa de agentes também deve ser realizado e garantido antes mesmo da recomendação de um programa de vacinação. Desta forma, a importância de se realizar um levantamento completo dos principais agentes infecciosos que predominam na propriedade é um diferencial. Isto é realizado iniciando por uma visita técnica profunda com avaliações clínicas, colheita de material para análises laboratoriais, avaliações de frigoríficos e análises dos índices zootécnicos.

E neste contexto, se aplica o uso das vacinas autógenas que podem ser recomendadas para atender a situações especificas ou mesmo emergentes, com composições exclusivas para os clientes. Além disso, o efeito da imunidade materna e a idade dos suínos devem ser considerados ao se estabelecer um programa vacinal.

A relação é geralmente linear: quanto mais jovem o suíno, pior a resposta imunológica e, quanto mais velho o suíno, melhor a resposta, haja vista que seu sistema imunológico está totalmente formado após os 30 dias de vida. Por outro lado, quanto mais jovem, maior a proteção pela imunidade colostral e, quanto mais velho, mais suscetível a doenças devido à queda desta imunidade materna.

Medidas de manejo, como minimizar a exposição dos leitões aos patógenos (utilizando sistemas “all in/all out”) e um bom programa de biosseguridade (que inclui a vacinação) podem auxiliar no controle das doenças. Nos rebanhos onde estas ferramentas não são praticadas na íntegra, um programa vacinal mais agressivo e associado a outras formas de controle deve ser utilizado.

Em geral, vacinas autógenas, que são produtos inativados, requerem duas doses com intervalo de pelo menos duas semanas para obtenção de uma resposta completa.  Diferenças de resultados de proteção e duração da imunidade irão depender do processo produtivo de cada vacina e do adjuvante utilizado para amplificar a resposta imune, da idade dos leitões vacinados e do ambiente que irá desafiar os animais.

O uso de vacinas autógenas para uma variedade de bactérias e vírus é uma prática mundial muito comum. E estas são aplicadas simultaneamente com outras vacinas industriais comumente recomendadas combinando diferentes produtos que atendam às necessidades dos clientes.

O acompanhamento do seu uso a campo como rotina permite identificar rapidamente também diferentes agentes infecciosos que possam ter sido introduzidos e que estejam causando perdas produtivas. Sendo assim, novas formulações são indicadas baseadas na ciência do diagnóstico laboratorial. A identificação de fatores de virulência a partir de técnicas modernas, bem como a interpretação dos resultados completos laboratoriais obtidos, é fundamental na indicação adequada de uma composição vacinal que atenda ao desafio sanitário de cada cliente.

Diferentes combinações podem ser utilizadas nos programas vacinais. Programas vacinais contemplam vacinação nas matrizes e nos leitões para a maioria das doenças.

No caso da vacina de influenza a situação é mais complexa. Iniciar com um monitoramento amplo das granjas para identificar os principais subtipos de vírus circulantes é parte do sucesso da vacina. O isolamento viral é uma técnica que demanda no mínimo 30 dias, pois todas as etapas devem ser acompanhadas de confirmação molecular para garantir a presença do vírus e do subtipo envolvido. Isolamentos mistos, com mais de um subtipo, têm sido regularmente identificados, o que exige o uso de técnicas de clonagem para a separação das distintas amostras identificadas dentro da amostra original.

Devido à complexidade do trabalho, a vacina de influenza é uma vacina que demanda um tempo maior no diagnóstico laboratorial. No caso de influenza A, a vacinação de matrizes seguida de revacinações em todo o rebanho no mínimo duas vezes ao ano é o programa mais usado mundialmente. A vacinação em leitões deve ser seriamente considerada dependendo das avaliações laboratoriais, clínicas, de frigorifico e zootécnicas.

As vacinas autógenas têm um tempo de produção médio de 40 a 60 dias, considerando as inúmeras etapas de fabricação, controles de qualidade e boas práticas que devem ser respeitadas durante todo o processo produtivo.

Por se tratar de um processo totalmente customizado que envolve, além do produto, um serviço de consultoria, a escolha do fornecedor é importante e deve levar em consideração a experiência e excelência da equipe de campo, do laboratório de diagnóstico, de produção e controle de qualidade, bem como o uso de métodos padronizados e técnicas internacionais de referência que são aplicadas durante a execução das atividades. O time envolvido no negócio de vacinas autógenas deve atuar em sintonia para obtenção dos melhores resultados de eficácia a campo. Falhas em qualquer um destes processos irá resultar em falhas vacinais.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na suinocultura acesse a versão digital de Suínos clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: Médicas veterinárias Adrienny Reis e Eva Hunka

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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
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Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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