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Uso de compostos bioativos microencapsulados sobre o sistema antioxidante de alevinos submetidos à reversão sexual

Os efeitos benéficos ao sistema imune são de grande importância para o desempenho dos animais, visto que há um grande gasto energético do organismo quando é necessário lançar mão das atividades antioxidantes endógenas.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

A suplementação de substâncias com o potencial de melhorar a imunidade se torna de extrema importância devido a intensificação da produção animal. As moléculas com potencial antioxidante têm ação direta e indireta no sistema imunológico, uma vez que, atuam combatendo o estresse fisiológico e aquele causado por agentes externos como, microrganismos patogênicos e toxinas que possam vir da água ou alimento. O sistema imune dos animais tem forte influência nos parâmetros zootécnicos e sanitários da produção animal. Nesse sentido, os compostos bioativos extraídos de plantas são alternativas eficientes em aumentar a capacidade antioxidante endógena, e em combinação com ácidos orgânicos se tornam excelentes antimicrobianos que proporcionam a proteção contra patógenos e aumentam a qualidade intestinal possibilitando melhores respostas zootécnicas.

No caso da psicultura a intensificação da criação acompanha as necessidades do mercado em fornecer proteína de qualidade. A tilápia (Oreochromis niloticus) é uma das principais espécies no sistema de produção brasileiro sendo fundamental a otimização dos resultados de desempenho. Nesse sentido, a inversão sexual desses animais visa otimizar a produção, porém pode influenciar no estresse oxidativo e impactar negativamente no sistema imune e consequentemente em performance. Com isso, o objetivo de desenvolver esse estudo foi avaliar um blend sinérgico de compostos bioativos e ácidos orgânicos microencapsulados sobre os parâmetros antioxidantes e resposta imune de alevinos invertidos sexualmente.

Metodologia

O experimento foi conduzido no Laboratório de Aquacultura da Universidade Estadual de Maringá e aprovado pelo Comitê de Ética no Uso de Animais. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado, arranjado em esquema fatorial (2X2), envolvendo inversão sexual e suplementação com microencapsulados. Foram utilizados 480 alevinos com 60 dias de vida e peso inicial aproximado de 3,08 g, divididos em quatro tratamentos: NI – animais não invertidos e não suplementados com o microencapsulado; I – animais invertidos e não suplementados com o microencapsulado; NI+M – animais não invertidos e suplementados com o microencapsulado e I+M – animais invertidos e suplementados com o microencapsulado.

Cada grupo experimental foi distribuído em seis tanques de 100 L, com 20 alevinos/tanque, totalizando em 24 tanques experimentais e 120 alevinos por grupo experimental. Os animais passaram por uma adaptação de cinco dias e período experimental de trinta dias. A dosagem do produto microencapsulado foi de 100 g/t misturada a dieta base (trigo, milho moído, farelo de soja, farinha de vísceras de frango, gérmen de milho desengordurado, farinha de carne, cloreto de sódio, DL-metionina, L-lisina, vitaminas A, D3, E, K3, B1, B2, B3, B6, B7, B9, B12, C, ácido pantatênico, colina, cobalto, sulfato de cobre, BHA, BHT, ácido propiônico, hidróxido de amônia.

Foram avaliados os parâmetros de atividade enzimática SOD (superóxido dismutase) e CAT (Catalase) seguindo metodologia descrita por Aebi e Bradford. Além disso, a capacidade antioxidante pela metodologia do radical DPPH (2,2-diphenyl-1-picryl-hydrazyl) seguindo metodologia descrita por Williams. Para as análises estatísticas os dados foram testados para normalidade pelo teste Shapiro-Wilk, posteriormente foram submetidos a Anova e teste de Tukey para avaliar as diferenças entre médias (P<0,05). As análises foram realizadas através do software SAS.

Resultados e discussão

Em relação a análise de resposta antioxidante podemos observar maiores respostas nos grupos contendo a suplementação do blend de compostos bioativos e ácidos orgânicos microencapsulados, tendo a maior capacidade antioxidante do tratamento com animais invertidos sexualmente e suplementados com o blend (P<0,05; Figura 1).

Figura 1. Efeito em eliminar o radical DPPH (2,2-diphenyl-1-picryl-hydrazyl) entre os grupos experimentais. NI – animais não invertidos e não suplementados com o microencapsulado; I – animais invertidos e não suplementados com o microencapsulado; NI+M – animais não invertidos e suplementados com o microencapsulado e I+M – animais invertidos e suplementados com o microencapsulado. Diferentes letras acima das barras representam diferenças significativas entre os tratamentos pelo teste de Tukey (P<0,05).

Foram observadas diferenças significativas para as enzimas antioxidantes endógenas SOD e CAT (P<0,05; Figura 2). Os tratamentos que receberam adição do microencapsulado na dieta apresentaram atividade reduzida em comparação com os tratamentos sem a suplementação. Os compostos bioativos são moléculas que tem ação antioxidante, pois promovem a capacidade de sequestrar radicais livres reduzindo os efeitos negativos do estresse oxidativo no organismo do animal. Nesse estudo, observamos maior capacidade de neutralizar o radical DPPH dos tratamentos contendo a suplementação do microencapsulado na dieta, o que promoveu menor atividade antioxidante enzimática, isso porque os animais suplementados não precisaram ativar o sistema antioxidante endógeno devido aos compostos presentes no microencapsulado que foram suficientes para proteção contra esses radicais. O estresse oxidativo pode reduzir a resposta imunitária, uma vez que, quando os radicais livres são formados no organismo animal danificam as células do corpo.

A nível intestinal encontramos grandes quantidades de células do sistema imune que podem ser afetadas e com isso causar efeitos negativos ao sistema imunológico. Nesse sentido, proteger as células do organismo pelo uso de substâncias antioxidantes com função biológica promove a proteção ao metabolismo do animal.

Figura 2. Atividade enzimática da superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT) entre os grupos experimentais. NI – animais não invertidos e não suplementados com o microencapsulado; I – animais invertidos e não suplementados com o microencapsulado; NI+M – animais não invertidos e suplementados com o microencapsulado e I+M – animais invertidos e suplementados com o microencapsulado. Diferentes letras acima das barras representam diferenças significativas entre os tratamentos pelo teste de Tukey (P<0,05).

Os efeitos benéficos ao sistema imune são de grande importância para o desempenho dos animais, visto que há um grande gasto energético do organismo quando é necessário lançar mão das atividades antioxidantes endógenas. Com isso, quando promovemos a proteção dessa atividade biológica o corpo poderá utilizar essa energia para maiores ganhos de peso e eficiência alimentar, além de beneficiar o status sanitário, reduzindo a mortalidade dos animais.

Conclusões

A suplementação de compostos bioativos com ácidos orgânicos microencapsulados são ferramentas importantes para aumentar a resposta antioxidante e consequentemente melhorar as funções imunológicas de alevinos submetidos ou não à inversão sexual.

A pesquisa científica aplicada ao sistema de produção animal se tornou de extrema importância, devido à alta demanda de proteína de qualidade. No entanto, desenvolver estudos simulando as condições de campo é desafiador. Com isso, a abertura de instalações comerciais bem como parcerias industriais são pontes que devem ser estreitadas, a fim de desenvolver tecnologias de relevância ao mercado da piscicultura. Como resultado, teremos o desenvolvimento de tecnologias mais aderentes às necessidades dos produtores e capazes de atender a demanda de um consumidor cada vez mais exigente por um alimento seguro e saudável.

As referências bibliográficas estão com os autores. Contato: marketing@safeeds.com.br.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor da piscicultura brasileira acesse a versão digital de Aquicultura, que pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: Por Mariana Ornaghi, doutora em Zootecnia e coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento na Safeeds Nutrição Animal.

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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