Bovinos / Grãos / Máquinas
Uso de aditivo 100% natural torna a pecuária mais rentável, produtiva e sustentável
Medida pode trazer vantagens como o equilíbrio da população de microrganismos, redução de perdas metabólicas pelas vias de síntese de metano e melhora no balanço energético de ácidos graxos voláteis, originados a partir da dieta consumida
A emissão de gases de efeito estufa provenientes da fermentação entérica dos ruminantes contribui para o agravamento do clima mundial e traz sérias consequências para o meio ambiente. Por este motivo, a utilização de aditivos 100% naturais na dieta desses animais pode trazer vantagens como o equilíbrio da população de microrganismos, redução de perdas metabólicas pelas vias de síntese de metano e melhora no balanço energético de ácidos graxos voláteis, originados a partir da dieta consumida.
Esse protocolo de manejo nutricional zootécnico pode tornar o sistema pecuário mais produtivo, sustentável e rentável. Atualmente, as metodologias utilizadas e aceitas para avaliação da redução de gás metano de um sistema produtivo expressam os resultados da redução total de gases brutos emitidos diretamente pelo animal ou da redução de gases relativa em função da melhoria da eficiência produtiva de manejo.
Assim, em se tratar de eficiência produtiva, os resultados da redução total de gases entéricos devem ser analisados em função da quantidade de consumo de matéria seca ingerida ou então do ganho de peso vivo do animal durante o período analisado. Portanto, quando desejamos aumentar a eficiência produtiva de maneira sustentável, é importante notar que não basta apenas reduzir a quantidade total do volume de gases entéricos emitidos para o meio ambiente, mas também avaliar os padrões de consumo de matéria seca e desempenho nos ganhos de peso vivo dos animais.
Caso contrário, seria simples reduzir a emissão de gases entéricos para o meio ambiente se o animal reduzisse também o consumo de matéria seca ou então deixasse de ganhar peso. Por este motivo, a importância da inclusão de um aditivo zootécnico de qualidade e de maneira segura para a dieta animal é reduzir as emissões de gases entéricos para o meio ambiente com o mesmo consumo de matéria seca, além de também obter aumento no ganho de peso vivo, produção de carne, leite e demais derivados. Mas, diante destes conceitos e definições, como esse processo metabólico pode ocorrer no rúmen dos animais?
Estudo
Para responder a esta dúvida, uma indústria líder de nutrição animal bovina, com sede em Ribeirão Preto (SP), em parceria com o departamento de Biotecnologia da Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto), investiu em um estudo científico, cujo objetivo foi avaliar os efeitos metabólicos do aditivo natural através da produção dos principais ácidos graxos de cadeia curta no rúmen (principal fonte de energia ruminal), e quantificar a população de microrganismos metanogênicos em animais tratados com o aditivo ao logo de 365 dias mantidos sob pastagem.
Os resultados obtidos foram comparados estatisticamente (teste ANOVA seguido de Tukey) com um grupo de animais controle, que são animais que receberam a mesma dieta e manejo que os animais do grupo tratado, porém não receberam nenhum tipo de aditivo. O aditivo zootécnico 100% natural, desenvolvido e aprimorado por esta indústria há mais de 20 anos, é composto por aminoácidos (lisina, metionina, tirosina), minerais orgânicos, probióticos, prebióticos e ácidos graxos essenciais (ômega 3 e ômega 6).
O produto foi desenvolvido para atender as necessidades atuais do mercado pecuário, que busca uma substituição aos aditivos convencionais como ionóforos e antibióticos, aumento dos índices zootécnicos, redução da emissão de gases de efeito estufa (provenientes da fermentação entérica) e fortalecimento da saúde intestinal e imunológica dos animais. Além disso, por ser um aditivo com certificação natural (orgânica), o produto oferece ao mercado pecuário segurança alimentar tanto para os animais quanto para o consumidor final, melhoria na qualidade da carne e leite produzido, além de trazer conceitos modernos e disruptivos com foco na produção sustentável e orgânica, com obtenção de derivados de elevado valor agregado.
Resultados
Os atuais resultados foram apresentados em um dos mais importantes congressos de ciência animal internacional e também comprovam e validam os dados de estudos anteriores feitos com o aditivo. A parte metabólica deste trabalho, que corresponde às análises de ácidos graxos de cadeia curta a partir de amostras do líquido ruminal coletadas ao longo do experimento, mostrou aumento médio de 15,2% (p<0,0001) em comparação com os animais do grupo controle.
Dentre os principais ácidos graxos de cadeia curta, foi verificado o aumento de 13,3% do acetato (p< 0,001); 14,7% do propionato (p=0,0003) e 18,4% do butirato (p=0,0001). A produção destes compostos é resultado de um complexo de vias metabólicas fermentativas que ocorre graças a simbiose que os bovinos fazem com grande variedade de espécies de microrganismos no rúmen, a fim de degradar todo conteúdo da dieta consumido pelos animais.
Após serem absorvidos pelas papilas ruminais, estes metabólicos serão responsáveis pela geração de energia do metabolismo bioquímico celular, pela manutenção de toda energia basal e vital dos animais, da
síntese proteica, do acúmulo de gordura e pela produção de leite. Em seguida, foram realizados ensaios de biologia molecular para quantificar a população de microrganismos metanogênicos a partir das mesmas amostras de líquido ruminal através da metodologia de PCR (Polimerase Chain Reaction) em tempo real.
O experimento permitiu avaliar com especificidade a presença dos microrganismos metanogênicos a partir da detecção do gene de interesse presente na amostra. O resultado da diferença entre as médias da quantificação relativa do grupo de animais que receberam o tratamento com o aditivo natural (0,197) e do grupo de animais que não receberam o aditivo (0,279) mostrou redução de 29,9% na população de microrganismos metanogênicos (p=0,0022). Em tese, a redução da emissão de gás metano oriunda da fermentação ruminal pode ocorrer através da redução direta da população de microrganismos metanogênicos ou, de maneira indireta, através da redução do acetato, que é o metabólico precursor da via de síntese metanogênica.
Na prática, os aditivos tradicionais como antibióticos e ionóforos, tendem a reduzir a emissão de gás metano de forma indireta pela via metanogênica, ou seja, são propensos a reduzir no rúmen a síntese de acetato e aumentar a síntese de propionato, o que não é um processo ruim. No entanto, o estudo mostrou que, ao contrário dos aditivos tradicionais, o aditivo natural aumentou a síntese dos três principais metabólicos sintetizados no rúmen (acetato, propionato e butirato) e reduziu de maneira direta a população dos microrganismos metanogênicos.
Neste caso, podemos dizer que o aditivo melhorou as vias metabólicas bioquímicas ruminais, aumentou o balanço energético do metabolismo ruminal e reduziu as perdas metabólicas pelas vias metanogênicas. Ou seja, na prática, os animais tiveram maior disponibilidade de energia para as suas funções vitais de crescimento e produção, aproveitaram melhor todo o conteúdo consumido pela dieta e também emitiram menor volume de gás metano para o meio ambiente.
Vale destacar que, no trabalho, o aditivo natural apresentou efeito prolongado com ação sobre os microrganismos ruminais ao longo dos 365 dias de tratamento. Isso indica que o produto não ofereceu resistência microbiana no ecossistema ruminal e não teve perda da ação biológica. Por este motivo, os resultados sugerem também que o produto oferece segurança e não gera riscos de contaminação da água e solo através dos dejetos dos animais lançados para o meio ambiente e em biodigestores.
Essa condição se deve ao fato de ser um aditivo natural que contribui para a redução dos riscos de evolução da resistência microbiana, que, ao longo do tempo, pode se tornar um sério problema de saúde pública por conta da perda dos efeitos biológicos dos atuais antibióticos clínicos em geral.
O mundo exige
Em definição, sustentabilidade é a atividade que visa a melhoria da qualidade e perspectivas de vida das gerações presentes sem prejudicar ou comprometer as gerações futuras. Sendo assim, trabalhar de forma sustentável apenas com o discurso de redução de metano e preservação, não paga a conta do pecuarista produtor de carne, leite e demais derivados.
Portanto, é necessário um aditivo que esteja de acordo com os conceitos, características e necessidades que o mercado atual exige. Nesta condição o aditivo natural oferece todas estas qualidades, além de associar segurança, produtividade, rentabilidade e sustentabilidade para todas as cadeias da agroindústria.
Por: Luis Eduardo Ferreira, Biomédico, doutor em Biotecnologia Analista de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação na Premix
Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura de leite e na produção de grãos acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas, clique aqui. Boa leitura!
Bovinos / Grãos / Máquinas
Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
Bovinos / Grãos / Máquinas
Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran