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Uso de aditivo 100% natural torna a pecuária mais rentável, produtiva e sustentável

Medida pode trazer vantagens como o equilíbrio da população de microrganismos, redução de perdas metabólicas pelas vias de síntese de metano e melhora no balanço energético de ácidos graxos voláteis, originados a partir da dieta consumida

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Foto: Divulgação/Premix

A emissão de gases de efeito estufa provenientes da fermentação entérica dos ruminantes contribui para o agravamento do clima mundial e traz sérias consequências para o meio ambiente. Por este motivo, a utilização de aditivos 100% naturais na dieta desses animais pode trazer vantagens como o equilíbrio da população de microrganismos, redução de perdas metabólicas pelas vias de síntese de metano e melhora no balanço energético de ácidos graxos voláteis, originados a partir da dieta consumida.

Esse protocolo de manejo nutricional zootécnico pode tornar o sistema pecuário mais produtivo, sustentável e rentável. Atualmente, as metodologias utilizadas e aceitas para avaliação da redução de gás metano de um sistema produtivo expressam os resultados da redução total de gases brutos emitidos diretamente pelo animal ou da redução de gases relativa em função da melhoria da eficiência produtiva de manejo.

Fotos: Shutterstock

Assim, em se tratar de eficiência produtiva, os resultados da redução total de gases entéricos devem ser analisados em função da quantidade de consumo de matéria seca ingerida ou então do ganho de peso vivo do animal durante o período analisado. Portanto, quando desejamos aumentar a eficiência produtiva de maneira sustentável, é importante notar que não basta apenas reduzir a quantidade total do volume de gases entéricos emitidos para o meio ambiente, mas também avaliar os padrões de consumo de matéria seca e desempenho nos ganhos de peso vivo dos animais.

Caso contrário, seria simples reduzir a emissão de gases entéricos para o meio ambiente se o animal reduzisse também o consumo de matéria seca ou então deixasse de ganhar peso. Por este motivo, a importância da inclusão de um aditivo zootécnico de qualidade e de maneira segura para a dieta animal é reduzir as emissões de gases entéricos para o meio ambiente com o mesmo consumo de matéria seca, além de também obter aumento no ganho de peso vivo, produção de carne, leite e demais derivados. Mas, diante destes conceitos e definições, como esse processo metabólico pode ocorrer no rúmen dos animais?

Estudo

Para responder a esta dúvida, uma indústria líder de nutrição animal bovina, com sede em Ribeirão Preto (SP), em parceria com o departamento de Biotecnologia da Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto), investiu em um estudo científico, cujo objetivo foi avaliar os efeitos metabólicos do aditivo natural através da produção dos principais ácidos graxos de cadeia curta no rúmen (principal fonte de energia ruminal), e quantificar a população de microrganismos metanogênicos em animais tratados com o aditivo ao logo de 365 dias mantidos sob pastagem.

Os resultados obtidos foram comparados estatisticamente (teste ANOVA seguido de Tukey) com um grupo de animais controle, que são animais que receberam a mesma dieta e manejo que os animais do grupo tratado, porém não receberam nenhum tipo de aditivo. O aditivo zootécnico 100% natural, desenvolvido e aprimorado por esta indústria há mais de 20 anos, é composto por aminoácidos (lisina, metionina, tirosina), minerais orgânicos, probióticos, prebióticos e ácidos graxos essenciais (ômega 3 e ômega 6).

O produto foi desenvolvido para atender as necessidades atuais do mercado pecuário, que busca uma substituição aos aditivos convencionais como ionóforos e antibióticos, aumento dos índices zootécnicos, redução da emissão de gases de efeito estufa (provenientes da fermentação entérica) e fortalecimento da saúde intestinal e imunológica dos animais. Além disso, por ser um aditivo com certificação natural (orgânica), o produto oferece ao mercado pecuário segurança alimentar tanto para os animais quanto para o consumidor final, melhoria na qualidade da carne e leite produzido, além de trazer conceitos modernos e disruptivos com foco na produção sustentável e orgânica, com obtenção de derivados de elevado valor agregado.

Resultados

Os atuais resultados foram apresentados em um dos mais importantes congressos de ciência animal internacional e também comprovam e validam os dados de estudos anteriores feitos com o aditivo. A parte metabólica deste trabalho, que corresponde às análises de ácidos graxos de cadeia curta a partir de amostras do líquido ruminal coletadas ao longo do experimento, mostrou aumento médio de 15,2% (p<0,0001) em comparação com os animais do grupo controle.

Dentre os principais ácidos graxos de cadeia curta, foi verificado o aumento de 13,3% do acetato (p< 0,001); 14,7% do propionato (p=0,0003) e 18,4% do butirato (p=0,0001). A produção destes compostos é resultado de um complexo de vias metabólicas fermentativas que ocorre graças a simbiose que os bovinos fazem com grande variedade de espécies de microrganismos no rúmen, a fim de degradar todo conteúdo da dieta consumido pelos animais.

Após serem absorvidos pelas papilas ruminais, estes metabólicos serão responsáveis pela geração de energia do metabolismo bioquímico celular, pela manutenção de toda energia basal e vital dos animais, da

síntese proteica, do acúmulo de gordura e pela produção de leite. Em seguida, foram realizados ensaios de biologia molecular para quantificar a população de microrganismos metanogênicos a partir das mesmas amostras de líquido ruminal através da metodologia de PCR (Polimerase Chain Reaction) em tempo real.

O experimento permitiu avaliar com especificidade a presença dos microrganismos metanogênicos a partir da detecção do gene de interesse presente na amostra. O resultado da diferença entre as médias da quantificação relativa do grupo de animais que receberam o tratamento com o aditivo natural (0,197) e do grupo de animais que não receberam o aditivo (0,279) mostrou redução de 29,9% na população de microrganismos metanogênicos (p=0,0022). Em tese, a redução da emissão de gás metano oriunda da fermentação ruminal pode ocorrer através da redução direta da população de microrganismos metanogênicos ou, de maneira indireta, através da redução do acetato, que é o metabólico precursor da via de síntese metanogênica.

Na prática, os aditivos tradicionais como antibióticos e ionóforos, tendem a reduzir a emissão de gás metano de forma indireta pela via metanogênica, ou seja, são propensos a reduzir no rúmen a síntese de acetato e aumentar a síntese de propionato, o que não é um processo ruim. No entanto, o estudo mostrou que, ao contrário dos aditivos tradicionais, o aditivo natural aumentou a síntese dos três principais metabólicos sintetizados no rúmen (acetato, propionato e butirato) e reduziu de maneira direta a população dos microrganismos metanogênicos.

Neste caso, podemos dizer que o aditivo melhorou as vias metabólicas bioquímicas ruminais, aumentou o balanço energético do metabolismo ruminal e reduziu as perdas metabólicas pelas vias metanogênicas. Ou seja, na prática, os animais tiveram maior disponibilidade de energia para as suas funções vitais de crescimento e produção, aproveitaram melhor todo o conteúdo consumido pela dieta e também emitiram menor volume de gás metano para o meio ambiente.

Vale destacar que, no trabalho, o aditivo natural apresentou efeito prolongado com ação sobre os microrganismos ruminais ao longo dos 365 dias de tratamento. Isso indica que o produto não ofereceu resistência microbiana no ecossistema ruminal e não teve perda da ação biológica. Por este motivo, os resultados sugerem também que o produto oferece segurança e não gera riscos de contaminação da água e solo através dos dejetos dos animais lançados para o meio ambiente e em biodigestores.

Essa condição se deve ao fato de ser um aditivo natural que contribui para a redução dos riscos de evolução da resistência microbiana, que, ao longo do tempo, pode se tornar um sério problema de saúde pública por conta da perda dos efeitos biológicos dos atuais antibióticos clínicos em geral.

O mundo exige

Em definição, sustentabilidade é a atividade que visa a melhoria da qualidade e perspectivas de vida das gerações presentes sem prejudicar ou comprometer as gerações futuras. Sendo assim, trabalhar de forma sustentável apenas com o discurso de redução de metano e preservação, não paga a conta do pecuarista produtor de carne, leite e demais derivados.

Portanto, é necessário um aditivo que esteja de acordo com os conceitos, características e necessidades que o mercado atual exige. Nesta condição o aditivo natural oferece todas estas qualidades, além de associar segurança, produtividade, rentabilidade e sustentabilidade para todas as cadeias da agroindústria.

Por: Luis Eduardo Ferreira, Biomédico, doutor em Biotecnologia Analista de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação na Premix

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Fonte: Por Luis Eduardo Ferreira, biomédico, doutor em Biotecnologia e analista de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação na Premix.

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Mudanças no ciclo pecuário exigem nova abordagem da indústria de suplementação, aponta Asbram

Especialistas destacam mercado aquecido, avanço da intensificação, menor venda de suplementos e projeção de forte recuperação a partir de 2026.

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Compreender a intensidade de movimentos que vêm marcando o atual ciclo pecuário no Brasil. Para realizar os negócios de investimentos em tecnologias modernas de nutrição ao lado dos produtores de carne e leite do país. O desafio foi assumido em outubro passado, em Campo Grande (MS), durante nova reunião da Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais (Asbram). O encontro contou com três palestras, um balanço do Simpósio realizado pela entidade em setembro passado, com presença de quase 500 participantes e avaliação positiva de 98%, e a atualização dos números do painel de comercialização de suplementos minerais nos nove meses de 2025.

Foto: Divulgação

A carne bovina brasileira segue resoluta. Mercado firme, frigoríficos com estratégia mais definida, exportações recordes mesmo com queda nas vendas aos Estados Unidos, mercado interno bom, com oferta da proteína. “Está saindo mais carne do sistema para o mercado. O futuro não vai ser diferente. Deve ter preço de boi subindo e bezerro também. Com tempo de alta na arroba também, e abates em alta’, analisou o médico-veterinário e consultor Hyberville Neto, ao tratar sobre as pextactativas para o fim deste ano e ao longo de 2026.

Ele também destacou o panorama do confinamento, que pode fechar cerca de 8 milhões de cabeças. Com estratégias bem aplicadas e arroba engordada interessante pelo preço atraente do milho. “O grão merece atenção. O mercado doméstico está ganhando espaço principalmente por causa do etanol, que já abocanha 23% do que é colhido. Porém, as vendas externas não param de ajudar. O Vietnã abriu o mercado para a gente. A população de lá só come 4,4 kg por habitante ao ano e é nada menos do que 100 milhões. E o Japão pode começar a comprar ainda neste ano”, salientou.

Como a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que o mercado interno vai usar 68% da produção no ano que vem, Neto

Foto: Juliana Sessai

projeta pico de preços em 2027 e 2028. “Até R$ 420 a arroba. Não é um absurdo se olharmos o histórico. Agora, as precauções devem permanecer as mesmas para a fazenda. A baixa e a alta não duram para sempre. Não esqueça do caixa. Quem tem decide se está na compra ou na venda. Olho na economia brasileira, no consumo doméstico, milho e câmbio. Para garantir preço mínimo”, sintetizou.

“A proteína animal vive realmente um bom momento, com abates maiores de vacas e novilhas, uma reação no abate de machos, mas com carcaças mais leves. O que exige uma reflexão detalhada sobre o que vem ocorrendo com as dietas dos animais. Agora, tenho uma visão mais conservadora sobre os preços futuros”, opinou o engenheiro agrônomo e Coordenador do Rally da Pecuária, Maurício Palma Nogueira.

Ele enfatizou que mais variáveis estão sendo incluídas no ciclo pecuário e é necessário compreender níveis tecnológicos mais altos na atividade. Para ele, todos os indicadores são de alta no ciclo, exceto o abate de fêmeas. Aceleração da atividade, área de pastagens caindo, pecuária crescendo de forma sólida, frigoríficos trabalhando bem em segurar preço, e vendas externas sem precedentes, que podem passar de quatro milhões de toneladas neste ano, 22% das exportações globais. “Temos todos os modelos. O conservacionista, 9 milhões de cabeças confinadas, terminação intensiva no pasto, semiconfinamento e pasto com mineralização. São 19,3 milhões de cabeças comendo mais de 1% de peso vivo em concentrados. É uma pecuária nova, estimulante, entretanto também traz pontos de atenção. A nossa cabeça fica confusa, mesmo. Aumentou o número do envio de animais para confinamentos terceirizados. Por isso os fornecedores precisam estar conectados ao longo do ano inteiro. Muitos criadores vendem rápido para entendendo oportunidades de maximizar resultados financeiros, assim como novilha indo ao abate é menos suplemento mineral vendido”, alertou.

Foto: Divulgação

Alinhamento de estratégias do setor

A avaliação percorreu imediatamente todo o público presente à reunião. “Temos que analisar bem nossa estratégia no mercado, o profundo entendimento das necessidades do pecuarista em cada modelo de produção, para que eles tenham resultados melhores e nossas empresas cresçam e ajudem a pecuária brasileira. Melhorar o nível tecnológico é mandatório em qualquer modelo! O que muda é o que se apresenta como tecnologia em cada um. Sistemas mais ou menos intensivos em termos de dieta e de tempo, geram necessidades e análises diferentes que o atual fornecedor de nutrição deve entender se quiser ser reconhecido como relevante para o produtor”, indicou o vice-presidente da Asbram, Rodrigo Miguel.

“A Associação precisa ficar antenada com essas várias mudanças. Vivi isso na Agricultura nos últimos quarenta anos. A gente conhece o final dessa história. Um trabalho bem realizado dá resultado. Tanto que, hoje, comemos carne bovina igual a qualquer outra do mundo”, concordou a vice-presidente executiva da entidade, Elizabeth Chagas.

A nova abordagem ganhou corpo por causa dos números mais recentes das vendas de suplementos minerais. 230 mil toneladas em

Foto: Gisele Rosso

setembro, 10,29% abaixo na comparação com o mesmo mês de 2024. O retrato de 2025 é de 1,871 milhão de toneladas, 3,9% a menos do que o mesmo período do ano passado. “O volume está sendo menor no segundo semestre até porque a base de comparação, segundo semestre de 2024, está desfavorável. A perspectiva para o ano todo é alcançar 2,4 milhões de toneladas. O que vai sinalizar uma contração de 6,9%. Com 68,1 milhões de cabeças suplementadas na média. 4,2% abaixo do ano passado”, sintetizou Felippe Serigati, professor da Fundação Getúlio Vargas e coordenador do Painel de Comercialização da Asbram.

Outros pontos podem estar interferindo nessa questão. O efeito DDG (co-produto da produção de etanol de milho), mudanças na nutrição de vacas e novilhas, rebanho menor e mais leve. “O cliente está capitalizado, mas pode estar suplementando menos animais. Ou aumentou o abate de todas as categorias. E sem bezerro para vender. Não vamos esquecer que os juros altos podem estar mantendo o dinheiro do produtor mais no banco. Mas posso garantir que vai haver recuperação, e forte, em 2026 e 2027. Um rebanho menor e mais leve. Passamos por um vale, mas a recuperação pode ser forte e as empresas de suplementação viverem um novo aumento expressivo. Preparem-se para vender”, tranquilizou Nogueira.

“A ASBRAM vai seguir com nossas estatísticas e nossos debates para que ajudemos a cadeia produtiva de carne e leite a avançar cada vez mais. O painel é referência nacional do mercado de ruminantes do Brasil. É mais do que mineralização. É a fotografia da alimentação de ruminantes no Brasil. Tecnologia exige processos modernos. Para pequenos ou grandes produtores. Capturamos isso no painel”, emendou Elizabeth. “Exatamente. Vamos continuar contribuindo com as informações do painel para vendermos mais ração e aditivos. Pode ser um novo momento da nutrição animal no Brasil. Suplementos, ração, proteicos. Com uma nova visão sobre as fábricas próprias dos confinamentos, novos números. A Associação se posiciona nesse universo”, acrescentou Rodrigo Miguel.

Foto: Divulgação

E a economia vai interferir nesse processo. “Estamos desacelerando, mas seguimos crescendo. Emprego aquecido, serviços e consumo das famílias à toda, média salarial em alta. O Produto Interno Bruto tem avançado em todas as projeções. Mesmo com os juros nas alturas e a inadimplência crescendo. Sendo que a inflação não se mexe. Certamente, por causa dos gastos do governo federal crescendo sem parar. Mas todo esse caldeirão sustenta a venda de carne bovina no supermercado nos próximos meses”, opinou Felippe.

“Pensando nos próximos meses, o ajuste de rebanho, tecnologia e como vamos melhorar. Vamos escalar na nutrição dos negócios. É o trabalho básico da Asbram. Discutir o mercado, a economia brasileira e mundial, lançar materiais de apoio às indústrias e aos pecuaristas, como o Guia Prático de Gado de Corte e Leite, seguir com as campanhas mensais, falando da riqueza da suplementação de qualidade, as publicações na internet, entender o nosso negócio e alimentar de informação o exército de mais de 14 mil profissionais que possuímos para disseminar a boa nutrição dos rebanhos do Brasil”, enfatizou Fernando Penteado Cardoso.

Fonte: Assessoria Asbram
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Crise no leite escancara desigualdade tecnológica no campo

Audiência na Câmara destacou que a democratização da genética avançada pode elevar a produtividade, reduzir custos e fortalecer a renda das famílias rurais.

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Foto: Jaelson Lucas

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara dos Deputados realizou, na última semana, audiência pública para discutir a importância do melhoramento genético do gado leiteiro voltado aos pequenos produtores. O debate foi solicitado pelo deputado Rafael Simões (União-MG), que defende a ampliação do acesso a tecnologias avançadas de reprodução no campo.

Segundo o parlamentar, o melhoramento genético é um dos principais instrumentos para elevar a eficiência e a competitividade da produção de leite no país, especialmente entre agricultores familiares. “Animais com maior potencial genético produzem mais leite, garantem melhor qualidade do produto e apresentam maior resistência a doenças, além de melhor adaptação às condições de manejo. Esses fatores impactam diretamente na redução de custos e no aumento da renda das famílias rurais”, afirmou.

Deputado Rafael Simões: Com apoio técnico, linhas de crédito direcionadas e subsídios, é possível democratizar o uso da transferência de embriões, aproximando os agricultores familiares das mesmas ferramentas utilizadas por grandes propriedades”

Rafael Simões defendeu a criação de um programa específico voltado ao melhoramento genético para pequenos produtores. “Com apoio técnico, linhas de crédito direcionadas e subsídios, é possível democratizar o uso da transferência de embriões, aproximando os agricultores familiares das mesmas ferramentas utilizadas por grandes propriedades. Isso fortalece a cadeia produtiva do leite, valoriza a agricultura familiar e contribui para a sustentabilidade da atividade”, destacou.

O secretário de Agricultura Familiar e Abastecimento do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Vanderley Ziger, informou que o governo estruturou um programa nacional de melhoramento genético, instituído pela Portaria nº 28, de junho de 2025, e trabalha agora para sua efetiva implementação. “Temos a necessidade de fazer com que o programa lançado se torne concreto, e isso passa por uma grande campanha nacional que estimule, fortaleça e esclareça essa agenda. Se houver mobilização, acredito que o produtor compreenderá melhor o potencial e os benefícios da transferência de embriões”, explicou.

O diretor de Pecuária Leiteira da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Rodrigo Simões, reforçou a importância de ampliar o acesso à genética avançada. “A atividade leiteira enfrenta desafios naturais: climáticos, de preço de insumos e pela entrada de leite importado. Se conseguirmos garantir que os pequenos produtores tenham acesso à genética de ponta, esse desafio se torna muito menor, pois uma vaca ruim come o mesmo que uma vaca boa”, afirmou.

Deputado José Medeiros: “Há tempos tocamos nesse problema, que é recorrente. Precisamos agir, ou o nosso produtor de leite não vai resistir”

O deputado José Medeiros (PL-MT) também demonstrou preocupação com a crise no setor leiteiro e defendeu ações urgentes do Congresso. “Há tempos tocamos nesse problema, que é recorrente. Precisamos agir, ou o nosso produtor de leite não vai resistir. Acredito que o secretário Vanderley sai desta audiência com ideias importantes para fortalecer o programa. Estamos, inclusive, coletando assinaturas para instalar a CPI do Leite”, frisou.

Rafael Simões concluiu afirmando que continuará acompanhando o tema de perto e que pretende se reunir com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, para tratar do assunto.

Fonte: Assessoria FPA
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Congresso Internacional de Girolando premia trabalhos científicos e atrai público de sete países

Evento em Uberlândia (MG) reuniu 650 participantes e abordou inteligência artificial, genética avançada e sustentabilidade na produção leiteira.

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Com a participação de 650 pessoas de sete países, o 3º Congresso Internacional de Girolando apresentou as inovações da pecuária leiteira mundial e as tendências de mercado para o próximo ano. O evento, realizado de 12 a 14 de novembro, em Uberlândia (MG), contou com participantes do Brasil, Bolívia, Colômbia, Estados Unidos, Honduras, Panamá e de Sudão.

Fotos: Divulgação/Girolando

A inteligência artificial foi um dos temas apresentados. Segundo o pesquisador da Universidade de Wisconsin, Guilherme Rosa, estudos feitos na instituição norte-americana estão permitindo utilizar a IA para melhorar a eficiência produtiva das fazendas leiteiras, utilizando, por exemplo, imagens para identificar animais com problemas ou para selecionar aqueles de maior desempenho. Já o uso da robótica está contribuindo para otimizar a ordenha das vacas, além de solucionar problemas com mão de obra.

O Congresso ainda destacou a evolução genética dos rebanhos da raça Girolando, que nos últimos 20 anos aumentou em 100% sua produção de leite enquanto as emissões de metano caíram 40%. “Hoje, não precisa esperar o animal nascer para iniciar a seleção. É possível fazer isso ainda na fase de embriões”, diz o pesquisador da Embrapa Gado de Leite Marcos Vinicius Barbosa da Silva, que abordou o impacto da genômica na raça Girolando.

As inovações incorporadas por fazendas selecionadoras da raça foram apresentadas no evento. Uma delas é a Santa Luzia, em Passos/MG, uma das maiores produtoras de leite do Brasil, primeira fazenda a ser certificada para biosseguridade no país e que tem um trabalho pioneiro em bem-estar animal. O gestor da Santa Luzia e criador de Girolando Maurício Silveira Coelho ministrou palestra sobre boas práticas de manejo para garantir a sustentabilidade. “O bem-estar animal é um conceito indissociável do futuro da produção leiteira”, assegura o criador.

O evento, que também abordou o mercado global do leite, sucessão familiar, eficiência alimentar, gestão das propriedades, premiou os melhores trabalhos científicos sobre a raça Girolando. Concorreram mais de 40 pesquisas. O primeiro lugar ficou com Vitor Augusto Nunes, que avaliou efeitos da intensidade do ciclo reprodutivo em protocolos de IATF. O segundo colocado foi Fabrício Pilonetto, que pesquisou sobre a relação do genoma e o sistema mamário das vacas Girolando. Já o terceiro colocado foi Joseph Kaled Grajales-Cedeño, com trabalho sobre reatividade e seus efeitos na produção e qualidade do leite em vacas primíparas Girolando. As premiações foram nos valores de R$5 mil, R$3 mil e R$2mil, respectivamente.

O 3º Congresso Internacional de Girolando foi organizado pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, em parceria com o Sebrae, Fundo de Investimento do Programa de Melhoramento Genético de Girolando e Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite).

Fonte: Assessoria Girolando
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