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Suínos / Peixes

Universidade incentiva exploração do potencial produtivo de pescados

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O potencial de Marechal Cândido Rondon e da região Oeste paranaense para produção de pescados é acima da média de muitas outras regiões, mas precisa ser explorado. A opinião é do professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) campus de Marechal Cândido Rondon, Nilton Garcia Marengoni, que é coordenador do Grupo de Estudos em Tilapicultura (GET). “Existe um potencial fantástico de produção na região, porém faltam incentivos”, frisa.
Ele aponta que o fato de se tratar de uma área lindeira ao Lago de Itaipu favorece os municípios da região. No entanto, Marengoni lembra que hoje não existe liberação para o cultivo de tilápia no reservatório por não se tratar de uma espécie nativa. “Caso venha a ser liberado o cultivo de tilápia no reservatório, será possível triplicar a nossa produção, que atualmente é feita exclusivamente em viveiros”, calcula o docente.
Do ponto de vista dele, a proibição desse tipo de cultivo não se sustenta, bastando observar que existe produção de tilápia em rios como Tietê, Iguaçu e Paranapanema. “Claro que é preciso fazer um estudo de impacto e avaliação, mas é uma ironia não permitir. Por que não colocar tanques-rede para tilápias em Itaipu?”, indaga Marengoni.
Além disso, ele constata que também existem viveiros que não estão sendo aproveitados para produzir.
O profissional lembra que a cadeia produtiva da região dispõe de frigoríficos para o processamento de pescados. “O que falta é incentivo para os produtores, principalmente com assistência técnica, capacitação, mão de obra especializada, insumos e outros fatores da cadeia produtiva”, aponta Marengoni.
O impacto econômico de se fomentar a produção de tilápia na região, de acordo com o professor, seria considerável. Em nível rural, a tilapicultura poderia representar um significativo aumento da renda dos produtores. “Se for feita dentro dos critérios que a cadeia exige, essa produção compete com outras, inclusive com retorno maior do que a suinocultura e a avicultura”, explana, lembrando que a alternativa ainda favoreceria a fixação dos produtores em suas propriedades lindeiras.
A cadeia produtiva ainda geraria riqueza e renda a partir de mão de obra, fixação de fábrica de ração, transporte, transformação do produto, indústria e comercialização, enumera. “Também poderiam ser contratados zootecnistas formados pela universidade. Então, existe um potencial econômico enorme que hoje não está sendo explorado, seja por questões políticas ou ambientais”, lamenta Marengoni.
Indústria
O secretário de Indústria, Comércio e Turismo de Marechal Cândido Rondon, Guido Herpich, também acredita no potencial de produção do município e da microrregião. Segundo ele, existe interesse de muitos produtores de ampliarem a produção ou entrarem para a atividade de criação de tilápias. Por esse motivo, ele confia que o ideal seria ter um frigorífico de peixes no município. “Temos uma região rica em água e uma indústria seria importante para fechar o ciclo produtivo”, pondera.
Conforme o secretário, hoje existe uma certa quantidade de produtores integrados, mas há uma fila de espera de aproximadamente 150 produtores interessados em produzir ou aumentar a produção, sendo que a perspectiva é de que esse número poderia ultrapassar 250 caso houvesse uma unidade de processamento no município. “A atividade poderia representar uma renda extra para os produtores, pois é mecanizada e que requer menos mão de obra”, evidencia Herpich.
Uma das iniciativas do Poder Público visando o aumento da produção local, aponta, foi a solicitação de um novo maquinário junto ao governo federal. “Já estamos buscando conseguir, junto ao Ministério da Pesca, uma retroescavadeira hidráulica para que possam ser abertos tanques para criação de tilápia”, revela.
Consumo
Segundo o professor da Unioeste, no Brasil são produzidas em média 150 mil toneladas de pescado por ano, sendo que na região Sul não fica sequer 30% desse volume.
O consumo de pescados na região é muito abaixo do indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), aponta Marengoni. “O recomendado é o consumo per capita de 12 quilos de pescado por ano, mas no Brasil se consome em torno de oito. Já na região Sul a média é de quatro a cinco quilos”, detalha, lembrando que o sulista praticamente não come peixe uma vez por semana, enquanto deveria comer ao menos duas vezes no período.
O baixo consumo, na visão do docente, se deve a três fatores: ao desconhecimento das propriedades benéficas do pescado; à falta de conhecimento de como explorar o pescado na hora do preparo; e pelo alto custo do alimento. “Hoje o preço é elevado devido à falta de eficiência da cadeia produtiva, se for compara à cadeia do suíno e de aves”, supõe Marengoni.
Muito além de consumir um filé ou um peixe frito, o professor destaca que é preciso levar informação ao consumidor para que este saiba preparar pescado na forma de pratos mais elaborados como sushi, sashimi, lasanha, quibe, moqueca, almôndega, peixe recheado, pirão, hambúrguer, entre outros.

Curso
de Tecnologia do Pescado incentiva o consumo

O
Grupo de Estudos em Tilapicultura, que pertence ao curso de Zootecnia, do
Centro de Ciências Agrárias da Unioeste, campus de Marechal Cândido Rondon,
está desenvolvendo, neste mês, o Curso de Tecnologia do Pescado, sob
coordenação do professor Nilton Garcia Marengoni. O objetivo é promover o
incentivo ao consumo de pescado entre acadêmicos.

O
curso de capacitação é realizado em parceria com o Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural (Senar), prefeitura e sindicato. Durante a programação, 45
acadêmicos estão aprendendo a elaboração de produtos à base de tilápia.

Conforme
o professor, os peixes são produzidos pelos alunos no Núcleo de Estação
Experimental, localizado na Linha Guará, sendo que na finalização da cadeia
produtiva ocorre o processamento de peixe, elaboração de pratos e degustação.

O
espaço de criação conta com quatro tanques onde os peixes são produzidos. “São
viveiros pequenos, mas com alta densidade de produção”, afirma Marengoni. Em
uma safra é produzida, aproximadamente, uma tonelada de pescado, em uma área de
0,2 hectare de lâmina d’água. “É uma unidade demonstrativa com alta densidade
de estocagem. Conseguimos produzir em média dez toneladas por hectare”, detalha
o docente.

A
partir da capacitação, a intenção é que os acadêmicos se tornem multiplicadores
de conhecimento, especialmente de preparo de alimentos. “As pessoas capacitadas
a partir deste curso poderão transformar as ideias para o setor agropecuário,
para a indústria agrofamiliar, levando as dicas de como elaborar corretamente,
questões de higiene e manipulação para o incentivo ao consumo”, salienta
Marengoni.

Aproveitamento

De
acordo com o coordenador do projeto, da tilápia somente 35% resultam em filé
nobre, enquanto aproximadamente 65% são resíduos. No entanto, existem
alternativas de aproveitamento máximo do pescado.

Conforme
o professor, com o couro é feito um tipo de torresmo ou chip muito saboroso. Já
com a carcaça é possível fazer molhos para lasanha, almôndega ou pirão. “Na
carcaça há cerca de 10% a 12% de carne que pode ser aproveitada, desfiando-a
para usos diversos”, informa Marengoni.

A
partir destas técnicas, somente não são aproveitados da tilápia as vísceras,
olhos e escamas. “Nas indústrias a carcaça muitas vezes é destinada à
fabricação de farinha de resíduo de filetagem de tilápia, que pode ser usada na
ração para aves e suínos”, acrescenta.

 De
peixe a filé

O
papel do Senar envolve o repasse de boas práticas de manipulação do pescado aos
participantes do curso. As aulas estão sendo ministradas pela instrutora do
Senar, Zeli da Conceição Ferreira de Oliveira. Durante a capacitação foram
repassadas práticas de pré-abate, técnica de abate, higiene, filetagem e
preparos de pratos diversos à base de peixe. As aulas estão sendo ministradas
na cozinha industrial do Centro Municipal de Ensino Profissionalizante (Cemep).

Durante
a capacitação, os acadêmicos foram orientados sobre o processo de
insensibilização do pescado a partir do resfriamento, visando reduzir a
sensibilidade do animal para a hora do abate. “A melhor opção, em nível de
frigorífico, é o choque elétrico, técnica que é utilizada principalmente na
cadeia produtiva de atum e salmão”, explica o professor Marengoni.

Antes
do abate, Zeli recomendou a realização de uma massagem sobre o olho da tilápia,
o que contribui para acalmá-la. Então, foi ensinada a técnica de abate a partir
do rompimento da artéria aorta. Em seguida, a instrutora indicou fazer a
sangria e evisceração. “É importante fazer de forma correta para evitar
contaminação”, apontou a instrutora. O próximo passo foi a retirada dos olhos
do pescado. “Nas linhas de produção, esse processo é todo feito sob água
corrente”, lembrou o docente da Unioeste.

Na
sequência, a representante do Senar demonstrou como deve ser feito o corte das
nadadeiras, utilizando uma tesoura apropriada. Após, foi feita a retirada das
escamas, na direção da cabeça para a cauda do pescado, com todo o cuidado para
não estragar o couro. “Com ele dá para fazer bolsas, calçados ou chips”,
lembrou Zeli.

Depois,
a instrutora demonstrou como é feita a filetagem. “Se ficar um buraquinho na
carcaça pode ter um espinho no filé”, alertou. Em geral, é feito ainda um
pequeno corte em “v” no meio da parte mais grossa do filé para retirar os
espinhos que encontram-se nessa região. Pronto, aí está um filé fresco.
“Lembrando que o filé não deve ser congelado diretamente quando está em
temperatura ambiente. Ele precisa ser resfriado antes de ser congelado, para
não perder qualidade, além de garantir a segurança alimentar, por se tratar de
um alimento perecível”, orienta.

Fonte: O Presente

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Suínos / Peixes

Levantamento da Acsurs estima quantidade de matrizes suínas no Rio Grande do Sul 

Resultado indica um aumento de 5% em comparação com o ano de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com o objetivo de mapear melhor a produção suinícola, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realizou novamente o levantamento da quantidade de matrizes suínas no estado gaúcho.

As informações de suinocultores independentes, suinocultores independentes com parceria agropecuária entre produtores, cooperativas e agroindústrias foram coletadas pela equipe da entidade, que neste ano aperfeiçoou a metodologia de pesquisa.

Através do levantamento, estima-se que no Rio Grande do Sul existam 388.923 matrizes suínas em todos os sistemas de produção. Em comparação com o ano de 2023, o rebanho teve um aumento de 5%.

O presidente da entidade, Valdecir Luis Folador, analisa cenário de forma positiva, mesmo com a instabilidade no mercado registrada ainda no ano passado. “Em 2023, tivemos suinocultores independentes e cooperativas que encerraram suas produções. Apesar disso, a produção foi absorvida por outros sistemas e ampliada em outras regiões produtoras, principalmente nos municípios de Seberi, Três Passos, Frederico Westphalen e Santa Rosa”, explica.

O levantamento, assim como outros dados do setor coletados pela entidade, está disponível aqui.

Fonte: Assessoria Acsurs
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Suínos / Peixes

Preços maiores na primeira quinzena reduzem competitividade da carne suína

Impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Os preços médios da carne suína no atacado da Grande São Paulo subiram comparando-se a primeira quinzena de abril com o mês anterior

Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

Já para as proteínas concorrentes (bovina e de frango), o movimento foi de queda em igual comparativo. Como resultado, levantamento do Cepea apontou redução na competitividade da carne suína frente às substitutas.

Ressalta-se, contudo, que, neste começo de segunda quinzena, as vendas da proteína suína vêm diminuindo, enfraquecendo os valores.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Pesquisadores adaptam técnica que acelera o crescimento do tambaqui

Por meio de um equipamento de pressão, é possível gerar um par a mais de cromossomos no peixe, gerando animais triploides e favorecendo o seu crescimento. Técnica foi adaptada de versões empregadas em criações de truta e salmão no exterior. Método gera animais inférteis, o que possibilita criações em regiões em que o tambaqui é exótico, uma vez que eventuais escapes não impactarão a fauna aquática local no longo prazo.

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Além do crescimento mais rápido e do peso maior do tambaqui, a esterilidade provocada pela técnica de produção de peixes triploides é uma vantagem para a disseminação da piscicultura nativa - Foto: Siglia Souza

A Embrapa Pesca e Aquicultura (TO) estuda uma técnica capaz de deixar o tambaqui (Colossoma macropomum) aproximadamente 20% maior e mais pesado. A técnica consiste em gerar, por meio de aplicação de pressão nos ovos fertilizados, peixes com três conjuntos de cromossomos (triploides) – em condições naturais são dois conjuntos – para deixar o peixe infértil. Com isso, ele cresce e engorda mais rápido do que em condições normais. A pesquisa faz parte da tese de doutorado de Aldessandro Costa do Amaral, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), sob a orientação da pesquisadora Fernanda Loureiro de Almeida O´Sullivan.

Além do crescimento mais rápido, a esterilidade provocada pela técnica de produção de peixes triploides é uma vantagem para a disseminação da piscicultura nativa. “Quando você tem um peixe estéril, abre a possibilidade de regularização de seu cultivo em uma região onde ele seja exótico”, ressalta a pesquisadora. Isso porque, em caso de escape para a natureza, os animais estéreis não ofereceriam risco de se reproduzir em regiões das quais eles não fazem parte como, por exemplo, a Bacia do Prata, no Pantanal. “Assim, você expande os locais em que a espécie pode ser cultivada, mediante a regularização da atividade”, destaca a cientista.

A tecnologia já é empregada no exterior em peixes como salmão e truta, e o maior desafio era adaptá-la para o tambaqui, a segunda espécie mais produzida no Brasil. “Nas pisciculturas de truta na Escócia, o peixe cultivado tem que ser obrigatoriamente triploide, para não desovar. Como essas espécies são criadas em gaiolas no mar, precisam ser estéreis para não se reproduzir, o que causaria uma contaminação genética na população natural. Por isso é uma obrigação que todos os peixes sejam triploides”, explica a pesquisadora, acrescentando que a técnica em si não é nova; a novidade está na aplicação em peixes nativos brasileiros. “É uma tecnologia antiga, relativamente simples e de grande efeito na aquicultura, que estamos adaptando para o tambaqui.”

Equipamento de pressão para a indução de poliploidia de cromossômica em peixes – Foto: Jefferson Christofoletti/Embrapa

Equipamento importado
A pesquisa faz parte do projeto Aquavitae, o maior consórcio científico já realizado para estudar a aquicultura no Atlântico e no interior dos continentes banhados por esse oceano. Por meio do Aquavitae, a Embrapa utilizou de 2019 até 2023, para os primeiros testes dessa técnica, um equipamento de pressão próprio para a indução de poliploidia de cromossômica em peixes. A empresa norueguesa Nofima cedeu o equipamento para os experimentos na Embrapa Pesca e Aquicultura. Trata-se de aparelho de grande porte que opera de forma automática, bastando regular a pressão e o tempo desejados. A máquina é inédita no Brasil. “O aparelho que mais se assemelha pertence à Universidade de Santa Catarina, porém, a aplicação da pressão é manual”, conta a pesquisadora.

Como é a técnica utilizada?
O´Sullivan explica que a pesquisa buscou definir três parâmetros cruciais para induzir à triploidia. Primeiro, o tempo após a fecundação do ovo em que se deve iniciar o choque de pressão. Depois, foi preciso definir a intensidade da pressão a ser aplicada para o tambaqui, e, por fim, a equipe teve que descobrir a duração ideal da pressão. “Tivemos que identificar esses três parâmetros para o tambaqui ao longo do projeto”, explica a cientista.

Para realizar a técnica, são utilizados um milhão de ovos recém fertilizados, que vão para a máquina de pressão. Em seguida ao choque de pressão, os ovos vão para as incubadoras comumente usadas e o manejo é igual à larvicultura tradicional e à alevinagem. A quantidade de ração também é a mesma por biomassa; apenas os peixes começam a crescer mais. A pesquisadora conta que o protocolo para obtenção de 100% de triploides levou cinco anos para ser alcançado, após vários testes-piloto.

À esquerda, animais convencionais e, à direita, peixes submetidos ao processo de indução de poliploidia. Ambos originários da mesma desova e de idades idênticas.

Em seis meses, 20% maior
Durante a pesquisa, que avaliou o ciclo de crescimento e engorda do tambaqui triploide durante seis meses, observou-se que o peixe ficou 20% maior e mais pesado que os irmãos que não tinham passado pelo choque de pressão (usados como controle). O próximo passo da pesquisa é fazer uma avaliação durante o ciclo completo de crescimento da espécie, que dura 12 meses. “Produzimos um novo lote de triploides que deixaremos crescer até chegarem a um quilo. Se o resultado for o mesmo que tivemos com o peixe de seis meses, eles vão chegar a um quilo em menos de 12 meses”, calcula a pesquisadora, acrescentando que também estão sendo avaliadas a sobrevivência larval e a ocorrência de deformidades nesses peixes.

Outra característica que preocupa os pesquisadores são as consequências da triploidia no sistema imunológico destes peixes. Resultados preliminares indicam que o tambaqui triploide pode ter uma resistência reduzida a condições desafiadoras, como alteração da temperatura da água. Por isso, segundo a pesquisadora, antes que a tecnologia seja repassada para o setor produtivo, serão realizados estudos para a validação completa da técnica de produção de tambaquis triploides. “O primeiro passo era conseguir obter um protocolo que nos desse 100% de triploidia em tambaqui. Ficamos muito felizes e esperançosos de termos alcançado esse objetivo. Agora, outros estudos vão avaliar as vantagens e possíveis desvantagens dessa técnica na produção da espécie”, conclui Fernanda O’Sullivan.

Produção de tilápia usa outra técnica
Embora a infertilidade dos peixes seja uma vantagem para o crescimento do animal e para a expansão a novas regiões de produção, a triploidia não é indicada para a tilápia (Oreochromis niloticus), a espécie mais produzida no Brasil. Segundo a pesquisadora, há para a tilápia uma técnica mais econômica, que promove a criação do monosexo do macho pelo tratamento com hormônio para esse fim.

“A tilápia também tem protocolo de triploidia desde 1980, mas não estão mais usando, pois fica mais barato fazer a masculinização pela ração”, ressalta O´Sullivan. Ao contrário do tambaqui, em que as fêmeas são maiores do que os machos, na tilápia, os machos é que são maiores. Assim, foram desenvolvidas técnicas para masculinizar as larvas da tilápia. Ainda, para se fazer a triploidia, os ovos devem ser fertilizados in vitro, ou seja, artificialmente. E a produção de larvas de tilápias hoje se baseia na reprodução natural dos casais e coletas dos ovos já em desenvolvimento.

No caso da criação de monosexo da tilápia, quando os alevinos começam a comer, é oferecida ração com metiltestosterona. Isso faz com que todos os peixes se tornem machos. Com a produção exclusiva de machos, além de acelerar o crescimento, evita-se problemas de reprodução desenfreada da espécie, que é exótica no Brasil.

A pesquisadora ressalta que a técnica do monosexo nada tem a ver com a triploidia. “A técnica empregada no peixe triploide está ligada ao crescimento e à esterilidade. A esterilidade é muito importante, porque é uma característica que o monosexo não tem. Os peixes são do mesmo sexo, porém são férteis”. Ela conta que a Embrapa já está pesquisando produzir monosexo de tambaqui feminino, também pelo uso da ração – no caso, acrescida de estradiol.

Fonte: Assessoria Embrapa Pesca e Aquicultura
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