Avicultura
Uniformidade: qual o papel que os extratos vegetais podem desempenhar?
A homogeneidade dos lotes de frangas ou poedeiras é um critério importante de performance econômica.

Em todos os setores de produção animal, a uniformidade dos lotes é um critério importante. Na postura, busca-se tamanho de ovo mais homogêneo, mas acima de tudo, é um nível de desempenho em termos de taxa de postura e massa de ovos produzida que todos buscam. E por trás destes dois últimos critérios está a importância da homogeneidade.
Na verdade, para obter a melhor taxa de postura ou a maior massa de ovos produzida, cada galinha precisa ser alimentada com uma ração cuja composição nutricional corresponda às suas necessidades fisiológicas. No entanto, as necessidades fisiológicas dependem da idade fisiológica da galinha (peso vivo no caso das frangas) e não da sua idade real. Em um lote heterogêneo é difícil a melhor escolha: se adaptar a ração à maioria, pode penalizar a produção dos demais; se manter especificações nutricionais elevadas pode significar custos de produção mais elevados e um risco de exaustão para os animais mais desenvolvidos.
Além disso, quando um lote começa a mostrar sinais de heterogeneidade, muitas vezes é difícil corrigi-lo. É por isso que a uniformidade dos lotes no início da postura é um critério que precisa ser monitorado de perto.
Como contornar as variações dos extratos vegetais?
A origem dessas variações
Os extratos vegetais ainda têm a fama de serem muito variáveis. Isto ocorre, sem dúvida, porque os aditivos avaliados são de origens muito diversas, como aqueles à base de partes trituradas de plantas, óleos essenciais, oleorresinas ou mesmo simples moléculas sintéticas. Esses quatro tipos de produtos não possuem o mesmo nível de padronização, o que explica grande parte da variação de resultados a campo. Existe um produto a base de óleos essenciais padronizados e oleorresinas de especiarias.
Aumentando a sinergia e a resposta
Se a eficácia de certos princípios ativos como o carvacrol ou o timol é amplamente aceita, por que utilizar sem um ou o outro? Felizmente, a maioria dos produtos no mercado oferece uma mistura de ingredientes ativos sintéticos ou uma mistura de óleos essenciais, por vezes reforçados com as especiarias. Um deles mistura de 04 óleos essenciais e 04 oleorresinas de especiarias.
Exemplo 01: Comparação do efeito de um óleo essencial e do óleo essencial padronizado e oleorresinas de especiarias sobre a homogeneidade de galinhas
Em um recente teste em granja comercial, 02 lotes de 90.000 galinhas jovens Bovans cada foram criados em condições idênticas de 01 à 15 semanas de idade. O lote 01 recebeu um produto contendo apenas óleo essencial de orégano (500 g/t), enquanto o lote 02 recebeu 200 g/t de óleo essencial padronizado e oleorresinas de especiarias. O lote 02 apresentou mortalidade ligeiramente superior nos primeiros 7 dias (fig.02) e dessa forma afetou a sua uniformidade (fig.01). Porém, a partir da 2ª semana de tratamento, o lote 2 tornou-se mais uniforme, com menor mortalidade ao final do período avaliado. Das 03 às 15 semanas, o lote 02 foi o mais uniforme durante todo o período. Estes resultados demonstraram de forma clara a importância da formulação com uso de produtos à base de plantas.


Exemplo 02: Comparação do efeito da mistura de um Ácido Orgânico e Óleo Essencial e do óleo essencial padronizado e oleorresinas de especiarias na homogeneidade, taxa de postura e eclodibilidade de ovos de matrizes pesadas
Em um segundo teste a campo, 02 lotes de 130.000 matrizes Cobb cada foram criadas em condições similares de 17 à 35 semanas de idade. O lote 01 foi alimentado com aditivo à base de ácidos orgânicos e carvacrol (250 g/t) e o lote 02 recebeu óleo essencial padronizado e oleorresinas de especiarias (125 g/t). Durante todo o período, as reprodutoras tratadas no lote 02 apresentaram maior homogeneidade (87,2 vs. 81,5%) conforme mostra Tabela 01. Esta melhoria na homogeneidade consequentemente refletiu numa maior taxa de postura (88,6 vs. 84,4%). O óleo essencial padronizado e oleorresinas de especiarias também melhorou a eclodibilidade (77,8 vs. 76,6%). Estes resultados também confirmam a importância do uso de extratos vegetais para aumentar e homogeneizar o nível de resposta das aves. As propriedades antioxidantes também tiveram um efeito benéfico na saúde geral das reprodutoras, melhorando a viabilidade e a eclodibilidade dos ovos.
Tabela 01: Performance de matrizes pesadas

Conclusão
A homogeneidade dos lotes de frangas ou poedeiras é um critério importante de performance econômica. Este critério é multifatorial e a utilização de produtos à base de óleos essenciais pode dar uma grande contribuição para a sua melhoria. O óleo essencial padronizado e oleorresinas de especiarias, com a sua grande complexidade e inúmeras sinergias entre os óleos essenciais e as especiarias, proporciona melhores resultados e mais consistentes. A robustez do produto é um fator chave de sucesso para uma maior homogeneidade dos lotes.
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Avicultura
Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango
Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

Foto: Shutterstock
Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.
O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

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Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.
Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.
O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.
Avicultura
União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil
Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

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Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.
A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.
Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

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Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.
Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.
Avicultura
Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global
Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.
A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.
No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.
Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).
Indústria e produção de ovos
O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.
A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras
As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”
Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.
A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.
Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.
Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.




