Suínos Nutrição animal
Uma visão aprofundada sobre os minerais orgânicos: todos quelatos são iguais?
Quando as dietas são complementadas com uma forma mais rica de microminerais, o produtor “fornecerá” efetivamente milhares de sistemas enzimáticos dependentes de minerais e outros sistemas dependentes de minerais no animal, o que pode representar uma ampla variedade de benefícios, incluindo melhor rendimento.

A administração de microminerais de alta qualidade e altamente biodisponíveis pode ser uma estratégia difícil se não considerarmos todos os fatores. Frequentemente, o termo “quelato” tem seu uso empregado de forma genérica, contudo, temos que ter em mente que nem todos os minerais quelatados são os mesmos. Isso porque somente os quelatos específicos produzirão os resultados consistentes costumeiramente procurados, portanto é importante compreender as diferentes categorias de microminerais orgânicos e suas respectivas funções.
Os microminerais são nutrientes essenciais que controlam vários processos biológicos e vias metabólicas para crescimento, reprodução, eficiência energética, saúde e bem-estar animal divididos em duas categorias gerais de fontes de microminerais: inorgânicos e orgânicos.
Compõem a lista de minerais inorgânicos os sulfatos, óxidos, cloretos e alguns outros. Já os microminerais orgânicos são divididos dividem em duas categorias: quelatos e não quelatos.
O que é um mineral orgânico (MO)?
São formas em que o mineral está complexado ou quelatado a um ligante orgânico, tais como um aminoácido, polipeptídios, polissacárideos ou ácido orgânico. São usados em alimentos para animais a fim de fornecer maior biodisponibilidade mineral ligando os microminerais e entregando-os efetivamente às áreas de absorção no trato gastrointestinal. O termo orgânico é tomado da química orgânica onde as moléculas contém carbono, hidrogênio e oxigênio.
Classificação
Os suplementos de microminerais orgânicos são classificados de acordo com as definições publicadas pela Associação de Agentes Estadunidenses de Controle de Alimentos Balanceados (AAFCO). Quando se trata de microminerais orgânicos, os minerais definidos pela AAFCO são complexos ou quelatados. Os complexos têm definições químicas gerais, ou seja, àqueles que precisam pelo menos de uma união entre um metal e a molécula ou ligante auxiliar e àqueles que contenham mais de uma união entre o metal e o ligante. Porém, os quelatos possuem definições químicas mais específicas.
Categorias de MO de acordo com o definido pela AAFCO

O que é quelação?
Ela consiste no processo em que um íon metálico (mineral) passa a se unir ao ligante (tal como um ácido orgânico ou aminoácido) criando dessa junção uma molécula mineral/orgânica chamada de “quelato”. O mineral está protegido pelo ligante enquanto se movimenta por meio do sistema digestivo do animal e, finalmente, é absorvido pelo mesmo. E é essa estrutura quelatada que protege o mineral das interações prejudiciais advindas de outras moléculas. O método preferido para determinar a qualidade e consistência da quelação dos produtos se dá pela análise do mineral no estado sólido. Medindo a quelação é possível determinar a qualidade do produto final e verificar se a reação química mudou de forma apropriada a estrutura molecular dos diversos componentes. Esta avaliação é de suma importância a fim de comprovar que o produto não é apenas uma mistura do material de partida.

Gráfico 1 – Um método para analisar MMHAC foi desenvolvido usando FTIR. Esse método quantifica a quelação total de MMHAC mediante a somatória padrão.
Para determinar a porcentagem de metal não unido em MMHAC, o substrato é acrescentado ao produto em diferentes níveis. Posteriormente, as amostras são analisadas mediante a espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier (FTIR) e a contagem da área do pico se correlaciona com as quantidades conhecidas para gerar uma curva. Dessa forma é possível calcular a quantidade de metal não unido na amostra original.
Especialistas verificaram a quelação de MMHAC
Pesquisadores da Universidade de Missouri (Estados Unidos) realizaram a e confirmam a evidência de quelação em MMHAC Zn através de cristalografia de raios X, destacando que MMHAC Zn é denso em nutrição com 16% de Zinco quelatado e 80% de atividade de Metionina.

Ilustração Molécula MMHAC
A diferença de MMHAC
Quando as dietas são complementadas com uma forma mais rica de microminerais, o produtor “fornecerá” efetivamente milhares de sistemas enzimáticos dependentes de minerais e outros sistemas dependentes de minerais no animal, o que pode representar uma ampla variedade de benefícios, incluindo melhor rendimento.
O benefício de MMHAC está em sua estrutura molecular definida que fornece compreensão e previsibilidade de ação no animal. Biologicamente, o MMHAC oferece uma biodisponibilidade mineral superior quando comparado às outras fontes de microminerais inorgânicos e orgânicos. Os benefícios funcionais observados nos animais alimentados com MMHAC incluem máximo rendimento, imunidade otimizada, menos estresse oxidativo e melhores benefícios estruturais incluindo integridade de osso e pele, saúde intestinal e menos lesões plantares.
É essencial lembrar que todos os microminerais quelatados e os produtos que se dizem “quelatados” passem pela verificação de suas estruturas mediante métodos científicos sólidos. Essa é a única e segura forma de garantir a consistência e qualidade para atender os resultados almejados da sua produção, além de contar com um aporte biológico de microminerais para melhoraria do rendimento. As referências bibliográficas estão com o autor.
Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola e da piscicultura acesse gratuitamente a edição digital Suínos e Peixes.

Suínos
Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre
Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.
No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.
Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.
Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.
Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.
Suínos
Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro
Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.
Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.
Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton
De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.
A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.
Impacto social e ambiental
Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.
A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.
O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.
Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.
O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.
Futuro sustentável
Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”
Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”
O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.
Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.
Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
