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Avicultura

Uma visão além do banimento

Enquanto alguns ainda sustentavam o movimento de resistência às novas exigências, outros viram no problema uma oportunidade de agregar mais ao seu negócio e se diferenciar

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Artigo escrito por Vladimir Fay da Silva, gerente de contas da América do Sul da Zinpro Performance Minerals

Agora complicou de vez… Já proibiram o Cloranfenicol e a Avoparcina, dessa vez perdemos também o Olaquindox. Como se já não bastasse a proibição da Furazolidona que muito nos ajudava na limpeza das galinhas, agora possivelmente seremos invadidos pelas clostridioses, sem falar na retirada da inócua Violeta Genciana que nos colocará à mercê dos fungos e suas toxinas. A verdade é que nos dias de hoje, somos reféns da área médica e dos ecologistas europeus.

Há aproximadamente 20 anos eram frequentes muitas discussões em reuniões técnicas como essas dentro das empresas. Alguns imbuídos de um espírito nacionalista, outros profetizando o apocalipse e outros simplesmente repetindo o que ouviam ou proferindo um clássico: “isso não vai dar nada”.

Na primeira metade dos anos 90, os aditivos não antibióticos “suavam sangue” para se contrapor à eficiência dos promotores e rações medicamentosas tipo “lanche”, a exemplo de suínos. Com custo/benefício questionável, essas novidades foram prontamente descartadas do arsenal dos técnicos de campo, que como sempre vivenciam pressões de desafios de todas as ordens.

Ao contrário da área de reprodutoras com a consolidação da tecnologia da Exclusão Competitiva, na produção de frangos de corte, ainda iria levar um tempo até se difundirem a campo os conceitos de controles microbianos sem antibióticos.

Passadas décadas, muitas palestras, visitas de técnicos europeus e viajantes brasileiros de vanguarda, entrada de aditivos e novas tecnologias, a avicultura não somente ultrapassou esses desafios e paradigmas iniciais, como também reduziu aos poucos o uso indiscriminado da antibioticoterapia, superando todas as expectativas de melhoras, nos entregando nesse período mais de 200 pontos de IEP.

Hoje falamos “à boca pequena”, aos mais jovens incrédulos, que um dia tivemos metas de conversões alimentares menor do que peso ao abate.

Além da evolução constante e superação dos desafios, também novas tecnologias foram sendo adicionadas ao modelo contemporâneo de criação, o que possibilitou a modernização dos processos e o alcance de performances surpreendentes como citado anteriormente, propiciando para que o tema banimento de antibióticos (que na verdade nunca saiu de cena) se tornasse uma realidade muito mais próxima e factível do que no milênio passado.

Enquanto alguns ainda sustentavam o movimento de resistência às novas exigências, outros viram no problema uma oportunidade de agregar mais ao seu negócio e se diferenciar, tentando entender quais os desafios de sua região e iniciar seus ensaios a campo de maneira profissional, tentando entender o potencial dos produtos, mensurando as perdas possíveis e os ajustes necessários para suportar as adversidades. Essas empresas hoje já têm implantado em seus sistemas de produção linhas livres do uso de antibióticos.

Devido a isso e incutidos dentro de uma indústria de alta performance, sempre carente de inovações e orientado por tendências de mercado, acabamos tendo hoje uma oferta de produtos inovadores como nunca visto antes, mas isso não quer dizer que como técnicos devamos concordar com a máxima que existirá mercado para todos, e sim apenas para os que têm capacidade de agregar valor ao sistema e atender às exigências de saúde alimentar. 

Serve como exemplo casos como o da empresa que realizou testes de performance com mais 14 produtos de mesma categoria, gerando resultados positivos em apenas três. Isso deixa claro a variabilidade na qualidade e no potencial dos aditivos que temos disponíveis hoje no mercado, ao mesmo tempo que sinaliza que nossos critérios de triagem devem estar mais apurados do que no passado para a escolha de um produto adequado.

Se antes da restrição dos antibióticos necessitávamos ter um bom domínio sobre Farmacologia, Microbiologia e Imunologia, após o possível banimento, áreas do conhecimento como a Toxicologia, Enzimologia e Biologia Molecular certamente serão exigidas para um bom profissional poder ter a habilidade necessária para entender os mecanismos de ação e ter o real poder de decisão e assertividade.

Critérios

Cada categoria de aditivos apresenta particularidades que devem ser entendidas e atendidas, contudo em geral para a escolha de um bom produto, alguns critérios mais generalistas devem ser considerados como:

Qualidade de Mistura – Independente de uso em pré-misturas prontas ou manejadas diretamente das fábricas de rações, ou o tamanho de partícula, ou a dosagem e grau de processamento das rações, a fluidez e perfeita capacidade de mistura devem ser consideradas, pois sabemos que o mais importante é que tenhamos uma uniformidade de dosagem do primeiro ao último comedouro dentro do aviário. Mecanismos de rastreabilidade (marcadores, recuperação ou outros) são muito relevantes nessa avaliação.

Solubilidade – Alguns produtos, dependendo de sua configuração química, se insolubilizam (independente se hidro ou lipossolúvel), limitando sua ação no ambiente ao qual se propõe. Produtos insolúveis em água terão em muito ou totalmente sua absorção comprometida após ingestão pelo animal, da mesma maneira que dosagens acima do recomendado podem saturar o meio, gerando precipitação e erros de dosagens mesmo em temperaturas mais elevadas. Produtos com propostas para uso em água devem atender a critérios específicos para essa via, correlacionados ao pH, palatabilidade, inativação de ou por outros aditivos.

Tamanho – Tanto para distribuição na ração quanto após ingestão o peso da partícula deve ser considerado tanto se o objetivo for a absorção ou permanência na luz intestinal. Se o produto necessitar absorção pelos canais proteicos da membrana celular, por exemplo, tendo muito acima de 300 Daltons, não terá sucesso, se mantendo na luz intestinal e sendo excretada ou adsorvida por outras moléculas com poder antinutricional. Não podemos esquecer do limitante de tempo de trânsito que pode comprometer se necessitar de uma degradação muito maior que 3 a 4:00 antes da absorção.

Estabilidade –  O produto deve manter estabilidade tanto em premix, quanto na ração independente da apresentação (farelada, peletizada e/ou extrusada), resistindo a temperatura/tempo de processamento, e/ou mesmo na presença de outros aditivos, fatores antinutricionais ou modificadores do pH. Após ingestão, o desejável é que tenhamos a mesma estabilidade do produto, estando integro no local de atuação. Degradação, quelação, dessorção ou mesmo quebra de ligações químicas e a perda da constante de estabilidade são exemplos de inativação de produtos e comprometimento de resultados.

Ausência de Contaminantes – Controles de dioxinas, furanos, micotoxinas, microorganismos não desejáveis, outros antibióticos, metais pesados, PCB’s são exemplos de contaminantes que obrigatoriamente devem ser observados na busca de um produto inócuo.

Comprovações In-Vivo – Muito produtos não antibióticos têm um forte embasamento conceitual, contudo não conseguem apresentar resultados com repetibilidade, principalmente in-vivo. Isso é fundamental, pois a partir daí teremos a geração da grandeza do valor para cálculo de viabilidade econômica.

Antigos e Recorrentes Aspectos

Da mesma maneira que ocorreu na Europa em 2000, com o banimento dos antibióticos, também poderemos ter uma piora sugerida em torno de 70 gramas na conversão alimentar, apesar disso, estamos mais evoluídos no manejo de produtos “alternativos” que naquela época.

Não podemos esquecer que favoravelmente teremos ganhos inerentes à nossa atividade, como por exemplo através da genética, que já sinaliza uma melhora em torno de 20 a 30 gramas e com 3 a 4 gramas de ganho de peso diário (GPD). Em condições experimentais, inimagináveis 99 gramas de GPD já foram alcançados.

Quando pensamos em ganho potencial, são muitas as pessoas que subestimam, por exemplo, a real oportunidade que temos por trás de um adequado vazio sanitário. Contudo, existem estudos sobre esse tema que comprovam a ocorrência de variáveis complexas e determinantes na boa performance dos lotes, como as agressões diretas e destrutivas da amônia no aparelho respiratório e da própria microbiologia do ambiente, exigindo mais do sistema imune do pintinho (já demandado pelos programas vacinais e estresse durante nascimento e alojamento.

Isso tanto é verdade que alguns programas de modelagem já contemplam, e com alto peso, esse período e apresentam cenários, como por exemplo, mudanças de sete dias para mais ou menos no vazio, que acabam correspondendo a 30 gramas de melhora ou piora na conversão alimentar no lote ao abate, além de uma drástica variação na mortalidade e no peso final.

Qualquer nutricionista sabe quanto custa em investimento nas dietas, a obtenção de uma melhora em 30 gramas na conversão alimentar.

Em alguns casos, alterações no período do vazio sanitário são flagrados a campo pelos técnicos como uma discreta disbacteriose ou conjuntivite, ou em maior grau num aumento da ocorrência de coccidiose e finalmente em perdas por condenações, demonstrando que erros na logística de alojamento podem ir muito além do que imaginamos. Nesse caso, segue a máxima que o desempenho do frango é uma corrida contra o tempo, que é mínimo, mas com perdas maximizadas.

Outro tema interessante e que gera uma boa discussão é a densidade de alojamento, ao contrário do item anterior, é mais entendida quando se pensa em logística de produção e capacidade de alojamento. Todos sabemos que o adensamento gera uma carga microbiana maior e lesões contaminadas (como arranhões em animais com empenamento incompleto) com um relevante impacto no aproveitamento de lotes griller, e mesmo em aves maiores com perdas consideráveis no abatedouro.

Contudo, dependendo do objetivo em questão (custo na plataforma, pagamento de integrado, financiamentos por parte da empresa, rendimento de abatedouro e atendimento ao mix de venda), podemos gerar diversos cenários e mensuração das perdas.

Outro tema recorrente, a granulometria das dietas vai muito além do atendimento às necessidades anátomo-fisiológicas do animal, acarretando no adequado mecanismo de trituração do alimento, maior poder secretório e desenvolvimento das musculaturas lisas de todo o trato digestivo, repercutindo em cavidades como o pró-ventrículo e moela com melhor desenvolvimento e tônus, e posteriormente em um intestino mais pesado e com tempo de trânsito e digestibilidade do alimento melhorado, finalizando em fezes mais firmes e digeridas.

Sabe-se que com uma adequação do aparato digestório do animal temos a redução do pH como fator redutor de patógenos, e se pensarmos a nível de processo temos que lembrar que temperaturas de peletização por exemplo acima de 80o C, com retenção de 40 segundos e com umidade acima de 15% reduzem praticamente a totalidade de enterobactérias.

Contudo é verdade também muitas melhorias que poderíamos esperar não dependem somente de convencimento e procedimento, mas também investimentos. Ambiência é um desses casos que podem nos levar facilmente a má economia de 30 a 40 g no consumo de ração.

Novos Aspectos

Exclusão competitiva, ocupação de sítios de adesão, adsorção de bactérias patogênicas, imunoestimulação, produção de bacteriocinas, enzimologia, alterações de pH luminal e fitoterapia são alguns dos muitos mecanismos e ferramentas de controle microbiológico que surgiram no período após o início da redução do uso dos antibióticos e da era dos antibiogramas. Atualmente observamos mecanismos de imunomodulação (e estudo dos processos inflamatórios em geral) que surgiram timidamente com o uso de moléculas que promoviam ações anti-inflamatórias, à semelhança da Bacitracina, contendo com isso as cascatas do sistema imune e o custo metabólico pelo consumo de aminoácidos e outros nutrientes.

O conhecimento da biologia molecular, por exemplo, nos demonstra que  moléculas que atuam na mecânica intestinal, reforçando proteínas (descobertas na década de 90) promovem a oclusão das células como os enterócitos, num mecanismo já bem conhecido em casos de Síndrome do Intestino Permeável na Doença de Chron.

Hipertermia, nesses e em outros quadros, produz o aumento da permeabilidade, disfunção da barreira intestinal e suas consequências, podendo ir desde o livre acesso ao ambiente interno de agentes microbianos, toxinas e diversos alérgenos até a ativação do sistema imune e seus custos ao animal.

Períodos de calor (ou mesmo o processo febril) extremo são frequentes em nossas criações. Com isso observamos em aves a redução da resistência intestinal, associada a retirada de alimento no período pré-abate, propiciando a redução da elasticidade intestinal, rompimento sob tensionamento do maquinário em plantas de abate, e contaminação de carcaças com conteúdo oriundo de todo o trato digestivo.

Sabemos que qualquer aditivo, com ação microbiológica direta ou mesmo nutricional, pode desencadear algum mecanismo que leve à preservação da integridade intestinal, com isso fatalmente irá ter alguma repercussão no aproveitamento dos nutrientes, podendo ser medido indiretamente através de conversão alimentar (corrigida para determinado peso ou idade).

Além disso ele poderá promover não somente a saúde intestinal, mas a tendência à manutenção de tecidos e órgãos menos contaminados, com a redução da presença de patógenos (como Salmonella ou E. coli, por exemplo). Esse é um ponto a ser considerado de altíssima relevância na criação de aves, tanto em plantas de abate quanto em plantéis de reprodutoras.

Independente de qualquer detalhamento sobre composição, mecanismo de ação, inocuidade, características macro e microscópicas, e finalmente efeitos, mesmo que positivos numérica ou estatisticamente sobre o desempenho dos plantéis, o fator determinante para implantação na atividade é o cálculo do retorno sobre o investimento no momento, baseado em estudo criterioso de números robustos, confiáveis e que reproduzam fielmente a condição da companhia.

Finalmente entendemos que devemos tomar decisões num cenário analítico e de contestação, onde desvios de manejo básicos e que antes eram corriqueiramente aceitos, devem ser revistos e realmente mensurados. Apesar disso, pelo que vimos no passado tecnologias que naquele momento se apresentavam inviáveis ou pouco atrativas, nos dias atuais se apresentam como ferramentas de oportunidade e geração de bons ganhos para qualquer empresa.  

Aceitar apenas um percentual de 40% de peletes a campo, alterações de vazio sanitário sem critério, densidades elevadas sem mensuração de perdas para atender ao mix de produção e uso de aditivos ou qualquer produto sem avaliação do real retorno econômico faz com que o banimento dos antibióticos não seja colocado em uma página passada e seja sempre relembrado, principalmente pelos reativos.

Temos que estar sempre atualizados e abertos para tentar buscar a oportunidade onde hoje o que estamos vendo é apenas mais um novo desafio.

Mais informações você encontra na edição de Aves de junho/julho de 2017.

Fonte: O Presente Rural

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Avicultura

Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura

Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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Avicultura

Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026

Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

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O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.

Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.

Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.

Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.

Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro Itaú BBA
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