Suínos
Uma única aplicação, dupla proteção: os avanços da vacinação combinada em suínos
Avanços científicos recentes mostram que vacinas combinadas contra Mycoplasma hyopneumoniae e PCV2d elevam a proteção dos rebanhos, reduzem perdas produtivas e simplificam o manejo sanitário na suinocultura moderna.

Artigo escrito por Equipe técnica da Ceva Saúde Animal
A suinocultura moderna enfrenta desafios sanitários que impactam diretamente a produtividade e a rentabilidade dos sistemas de produção. Entre os principais agentes envolvidos no complexo respiratório dos suínos destacam-se Mycoplasma hyopneumoniae (M. hyo), causador da pneumonia enzoótica, e o circovírus suíno tipo 2 (PCV2). A presença desses patógenos agrava os quadros clínicos, reduz ganho de peso, compromete a conversão alimentar e aumenta a suscetibilidade a infecções secundárias, elevando os custos de produção e a mortalidade.
O M. hyo é considerado o agente bacteriano mais importante do Complexo de Doenças Respiratórias dos Suínos (CDRS). Sua infecção danifica os cílios brônquicos, favorece inflamações crônicas e causa lesões pulmonares extensas, impactando a eficiência respiratória dos animais. Já o PCV2 é reconhecido como um dos vírus mais relevantes em escala global, com destaque para o genótipo d, atualmente predominante em várias regiões produtoras.
Frente a esse cenário, a vacinação consolidou-se como a ferramenta mais eficaz para mitigação dos prejuízos associados a ambos os agentes. Diversas formulações, tanto monovalentes quanto combinadas, estão disponíveis no mercado. Entretanto, os avanços mais recentes concentram-se no desenvolvimento de vacinas prontas para uso, que reúnem em uma única aplicação antígenos contra M.hyo e PCV2, com destaque para a inclusão do genótipo d, de maior relevância epidemiológica atual.
Estudos de 2025
Dois estudos recentes avaliaram a eficácia de uma vacina combinada contendo antígenos de M.hyo e PCV2d em condições experimentais. No primeiro, a formulação foi comparada a diferentes produtos comerciais já estabelecidos. Os resultados mostraram que todos os grupos vacinados apresentaram redução significativa da tosse e das lesões pulmonares associadas ao M.hyo, mas a vacina baseada em PCV2d se destacou ao induzir soroconversão mais precoce e consistente, além de promover redução quase total da viremia e da excreção viral fecal. Esse diferencial aponta não apenas para o controle clínico, mas também para a diminuição da disseminação do vírus dentro do plantel e no ambiente.
O segundo trabalho reforçou esses achados ao demonstrar que a vacina foi capaz de conferir proteção tanto precoce (duas a três semanas após a imunização) quanto duradoura, com eficácia mantida até 23 semanas pós-vacinação. Além disso, o estudo comprovou a proteção cruzada frente aos três principais genótipos de PCV2 (a, b e d), aspecto essencial considerando a variabilidade viral ainda circulante em rebanhos comerciais. Nos desafios experimentais, observou-se redução de 100 a 100.000 vezes nas cargas virais de linfonodos, tonsilas e pulmões dos animais vacinados, em comparação com controles não vacinados.
Esses resultados representam um avanço importante para o controle integrado das enfermidades respiratórias suínas. A possibilidade de, em uma única aplicação, conferir imunidade contra M.hyo e PCV2, incluindo o genótipo atualmente predominante, oferece benefícios práticos para produtores e médicos-veterinários, como redução do estresse animal, simplificação do manejo vacinal e maior segurança sanitária frente à diversidade genética do vírus.
Outros estudos
Nesse contexto, merece destaque o papel específico do M. hyo. Diferentes estudos demonstraram que a eficácia vacinal contra o agente é preservada mesmo em formulações combinadas, aspecto considerado um diferencial técnico relevante. Esse desempenho está relacionado ao uso de cepas atualizadas, cuja eficácia foi confirmada em investigações de campo e levantamentos recentes. Pesquisadores demonstraram reduções significativas na prevalência e severidade das lesões pulmonares, bem como menor necessidade de antimicrobianos, outro estudo relatou diminuição da prevalência e gravidade das lesões em animais vacinados no abate. Achados complementares entre 2021 e 2023 reforçam a consistência desses resultados, apontando benefícios adicionais nos parâmetros de desempenho produtivo.
Em paralelo, a incorporação do antígeno PCV2d em formulações combinadas representa outro marco técnico de importância, ao ampliar a abrangência da proteção frente ao genótipo atualmente predominante. A integração desses avanços reforça a vacinação estratégica contra M. hyo e PCV2 como pilar essencial na prevenção do complexo respiratório suíno, contribuindo de forma decisiva para o desempenho zootécnico e a sustentabilidade econômica da atividade.
As referências bibliográficas estão com os autores. Contato: gisele@assiscomunicacoes.com.br
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Suínos
Suinocultor bate recorde histórico de produtividade e valor na Copacol
Vanilto Ferreira alcançou 706 pontos de IEP e R$ 62,20 por animal, resultado de 15 anos de dedicação, manejo eficiente e trabalho em equipe.

Com dedicação, planejamento e foco em excelência, o suinocultor Vanilto Ferreira, da comunidade Nossa Senhora da Penha, Corbélia, conquistou o melhor resultado entre todos os integrados à atividade na Copacol, tornando-se referência no setor. No último lote de suínos entregue à Central Frimesa, ele obteve Índice de Eficiência Produtiva (IEP) de 706 pontos, o maior já alcançado por um produtor na história da suinocultura da Cooperativa. Outro recorde é o valor pago por animal, R$ 62,20. O desempenho alcançado é reflexo de um trabalho consistente, baseado em boas práticas de manejo, atenção rigorosa à sanidade e uso eficiente dos recursos produtivos.
Com 15 anos de atuação na atividade, o suinocultor se emociona ao falar do recorde. “Esse é um resultado que eu buscava há muito, e agora conseguimos chegar, isso é emocionante, é fruto de muito trabalho, da nossa dedicação aqui na granja e também da eficiente técnica, Ágatha, que nos direciona nos manejos, e dos colaboradores Orli e Sara que se dedicam no dia a dia com os suínos. Também conto com o apoio da minha esposa, Tânia, que me auxilia na administração das granjas. É um conjunto de ações que começa lá nas matrizes, genética, enfim, de todos que participam direta e indiretamente da atividade na Copacol e na Frimesa”, conta emocionado o produtor que acredita que sempre é possível produzir mais.
Eficiência técnica
Ao longo do ciclo do lote, o produtor demonstrou alto nível de controle nos indicadores zootécnicos, com ganhos expressivos em produtividade, qualidade e eficiência. O cuidado diário com os animais e a busca constante por inovação foram determinantes para alcançar resultados superiores. “Com esse resultado a gente colhe o fruto de um trabalho que começa nas Unidades de Produção de Leitões (UPLs), passa pelo produtor, pela assistência técnica, por nossas fábricas de rações, pela indústria e chega até o consumidor. Mas para que isso aconteça temos que estar bem alinhados, e foi o que aconteceu com esse lote do Vanilto”, destaca a médica veterinária Ágatha Prestes.
Exemplo inspirador
Esse destaque evidencia que a combinação de conhecimento técnico, comprometimento e gestão responsável gera impactos positivos tanto no bem-estar animal, quanto na rentabilidade. O melhor resultado geral não representa apenas uma conquista individual, mas também um exemplo inspirador para todo o setor da suinocultura. “Esse recorde é resultado de um trabalho bem alinhado entre todas as pessoas e áreas envolvidas na atividade. Essa evolução é acompanhada em muitas propriedades integradas. Vermos esse recorde tanto de valor pago quanto de IEP gera um sentimento positivo, de dever cumprido, onde o cooperado conta com a segurança da Cooperativa e a recompensa por todo o empenho”, destaca o gerente da Integração Suínos e Leite, Leonardo Dornelles.
Valorização
Além do histórico resultado no último lote de suínos, que coloca o cooperado Vanilto em posição de destaque na atividade, o ano de 2025 fecha na suinocultura da Cooperativa com expressivos resultados. Entre sobras e complementações, os cooperados receberam o valor de R$ 59 por suíno, um resultado que reforça o bom desempenho da atividade durante o ano. Feliz e motivado com o dinheiro das sobras, o suinocultor reforça a importância de trabalhar com a Cooperativa. “A Copacol é diferenciada, ela sempre tem uma reserva para nós, trabalha com os pés no chão, e isso nos dá confiança. Sempre temos um fim de ano com o dinheiro das sobras. Vou guardar um pouco desse dinheiro, fazer uma reserva e outra parte vou investir aqui na granja”, comemora o recordista.
Suínos
Vacinação combinada avança no controle dos principais desafios respiratórios da suinocultura
Estratégia que une proteção contra Mycoplasma hyopneumoniae e PCV2 em dose única reduz lesões pulmonares, melhora o desempenho dos lotes e aumenta a previsibilidade produtiva nas granjas.

A suinocultura convive há décadas com dois dos agentes mais desafiadores à saúde respiratória: Mycoplasma hyopneumoniae (M. hyo), causador da pneumonia enzoótica, e o circovírus suíno tipo 2 (PCV2), responsável por importantes perdas produtivas. A ação desses patógenos potencializa quadros respiratórios e compromete a eficiência zootécnica, tornando o controle integrado essencial.
O M. hyo é o principal agente bacteriano do Complexo de Doenças Respiratórias dos Suínos (CDRS) no Brasil. Sua infecção destrói o epitélio ciliado das vias aéreas, reduz a depuração pulmonar e favorece inflamações e infecções secundárias. “Quando o sistema respiratório é afetado, o desempenho cai rapidamente. Sem controle adequado, há piora na conversão alimentar, no ganho de peso e na uniformidade dos lotes”, explica o médico-veterinário e gerente de Marketing e Produtos da Unidade de Suínos da Ceva Saúde Animal, Felipe Betiolo.

Médico-veterinário e gerente de Marketing e Produtos da Unidade de Suínos da Ceva Saúde Animal, Felipe Betiolo: “Controlar dois agentes com uma única aplicação representa um salto em eficiência. É menos estresse para o animal, mais praticidade para o produtor e uma proteção mais completa” – Foto: Divulgação
Já o PCV2 é amplamente disseminado, com o genótipo PCV2d atualmente predominante no campo e mais resistente ao sistema imune. “O vírus evolui, e as vacinas precisam acompanhar essa evolução. Só assim garantimos proteção contínua e eficaz”, ressalta Betiolo.
Estudos recentes confirmam que a coinfecção entre M. hyo e PCV2 intensifica lesões pulmonares e aumenta a viremia. Nesse contexto, a vacinação combinada surge como uma solução estratégica, capaz de induzir imunidade simultânea contra ambos os agentes em dose única.
Trabalhos de campo, como os de Trampe etal, demonstraram que vacinas contendo antígeno PCV2d e M. hyo promovem soroconversão precoce, reduzem quase totalmente a viremia e diminuem significativamente a incidência de tosse e as lesões pulmonares. Já Krejci etal comprovou que a imunidade se estabelece entre duas e três semanas e se mantém eficaz por até 23 semanas, com proteção cruzada frente aos genótipos a, b e d.
Em granjas comerciais, os resultados são consistentes: redução de até 40% nas lesões pulmonares, menor carga viral e melhora no ganho médio diário. Esses avanços se traduzem em maior previsibilidade produtiva, menor uso de antimicrobianos e ganhos econômicos diretos. “Controlar dois agentes com uma única aplicação representa um salto em eficiência. É menos estresse para o animal, mais praticidade para o produtor e uma proteção mais completa”, salienta Betiolo.
A vacinação combinada consolida uma nova lógica sanitária na suinocultura: unir ciência, tecnologia e manejo racional para promover sistemas produtivos mais saudáveis, sustentáveis e rentáveis.
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Suínos
Paraná lidera crescimento da produção de carne suína no terceiro trimestre de 2025
Estado alcançou volume recorde de 321,9 mil toneladas entre julho e setembro com avanço nos abates aumento das exportações e maior disponibilidade interna desde 1997.

No terceiro trimestre de 2025, o Paraná registrou o maior crescimento absoluto da produção de carne suína entre os estados brasileiros na comparação com o mesmo período de 2024. As informações constam na Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e são analisadas no Boletim de Conjuntura Agropecuária, divulgado pelo Departamento de Economia Rural (Deral).
Entre julho e setembro de 2025, a produção paranaense alcançou o volume recorde de 321,94 mil toneladas, um aumento de 21,72 mil toneladas, equivalente a 7,2% em relação ao terceiro trimestre do ano anterior. No ranking nacional de crescimento absoluto, Minas Gerais aparece na segunda posição, com acréscimo de 20,13 mil toneladas (+12,9%), seguido pelo Rio Grande do Sul (+17,53 mil toneladas; +6,9%) e pelo Mato Grosso do Sul (+15,47 mil toneladas; +22,4%).
De acordo com o Boletim de Conjuntura Agropecuária, o avanço da produção no Paraná foi sustentado por um número recorde de abates no período. Ao todo, foram abatidos 3,34 milhões de suínos, o maior volume já registrado para um trimestre no Estado. Em comparação com o mesmo período de 2024, isso representa um aumento de 177,7 mil cabeças, alta de 5,6%. Nesse indicador, Minas Gerais liderou o crescimento absoluto, com mais 202,49 mil suínos abatidos (+11,8%), seguido pelo Paraná e pelo Mato Grosso do Sul, que registrou incremento de 152,07 mil cabeças (+20,4%).
No comércio exterior, o desempenho também foi expressivo. Conforme dados do Agrostat, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), analisados pelo Deral, entre julho e setembro de 2025 o Paraná destinou 19,4% de sua produção de carne suína ao mercado internacional, totalizando 62,31 mil toneladas — o maior volume exportado pelo estado em um único trimestre. Na comparação com o mesmo intervalo de 2024, as exportações cresceram 9,24 mil toneladas, avanço de 17,4%.
Com esse resultado, o Paraná ocupou a segunda colocação entre os estados que mais ampliaram as exportações de carne suína em termos absolutos no período, atrás apenas do Rio Grande do Sul, que registrou aumento de 16,79 mil toneladas (+21,3%).
Segundo o Boletim de Conjuntura Agropecuária, apesar da forte expansão das vendas externas, o crescimento da produção foi ainda mais intenso, o que levou o Estado a alcançar a maior disponibilidade interna de carne suína já registrada em um trimestre desde o início da série histórica, em 1997. O cenário reforça o papel do Paraná como um dos principais fornecedores de carne suína para o mercado interno brasileiro, ao mesmo tempo em que mantém presença relevante no comércio internacional.



