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Suínos / Peixes Suinocultura

Uma nova geração de aditivos comprometida com a integridade intestinal

Composto de ativos demonstrou melhora na conversão alimentar e no peso vivo dos leitões pós desmame

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Arquivo/OP Rural

Artigo escrito por Giovani Marco Stingelin, mestre em Medicina Veterinária, doutorando em Clínica Médica de Animais de Produção e gerente Técnico Suínos e Aves da Farmabase Saúde Animal

A manutenção da integridade intestinal é determinante para garantir o sucesso da produtividade. Fatores estressantes como desmame, mudança de dieta, transferência do lote, mistura de animais, alta densidade, estresse calórico e desafios sanitários causam inflamação na mucosa intestinal e perda da resistência transepitelial das junções de oclusão (tight junctions).

Nos últimos anos alguns pesquisadores desenvolveram uma nova geração de aditivos direcionados para a proteção da integridade intestinal de suínos e aves. Há dezenas de produtos comerciais no mercado que prometem resultados extraordinários, é necessário avaliar quais deles têm ciência em seu desenvolvimento e realmente possuem evidência científica nos seus resultados.

Os pesquisadores e doutores Andrea Piva e Ester Grilli da Universidade de Bologna na Itália estudaram diversas combinações entre moléculas e diferentes dosagens buscando a proteção da integridade intestinal. Após uma série de estudos criaram um composto de ácidos orgânicos (ácido cítrico 25%, e ácido sórbico 16,7%) associados a compostos naturais idênticos e puros de timol (1,7%) e de vanilina (1%) microencapsulados por triglicerídeos, mostrando o conceito de liberação gradativa dos ativos ao longo do trato gastrointestinal. A eficiência do processo de microencapsulamento em microesfera é demonstrada nos estudos de recuperação do ácido sórbico ao longo do trato gastrointestinal.

Essa combinação de aditivos em microesfera recebeu aprovação da EFSA (autoridade europeia de segurança alimentar) e do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) como melhorador de desempenho não antibiótico pelos excelentes resultados encontrados a campo e pelas diversas publicações científicas realizadas.

O composto de ativos demonstrou melhora na conversão alimentar e no peso vivo dos leitões pós desmame, quando comparado à dieta controle, em nove diferentes estudos.

Em uma grande agroindústria brasileira, em uma granja situada em Videira-SC, uma avaliação de desempenho foi realizada em animais na fase de creche comparando um grupo controle sem o uso do aditivo e um grupo tratado com a inclusão do aditivo na dieta. Ambos os grupos foram alojados ao mesmo tempo e na mesma sala de creche e o programa de antimicrobianos das rações foi mantido. Pelos relatos das pessoas que manejaram o experimento, notou-se aumento do consumo médio diário de ração no grupo tratado (606,4 gramas) comparado ao grupo controle (578 gramas). O ganho de peso diário do grupo tratado foi maior (442,10 gramas) quando comparado ao grupo controle (434 gramas), consequentemente, o peso final na saída de creche foi maior para o grupo tratado (24,52 Kg) quando comparado ao grupo controle (23,81 Kg). O grupo que recebeu o aditivo na dieta foi 710 gramas mais pesado no descreche devido seu maior consumo médio diário de ração. A conversão alimentar do grupo tratado foi ligeiramente melhor do que o grupo controle, o que mostra que a combinação dos ativos protegeu a integridade intestinal dos leitões, estimulou o consumo de ração e promoveu melhora do desempenho zootécnico da granja.

Nessa mesma agroindústria catarinense, uma nova avaliação está sendo conduzida também na fase de crescimento e terminação, afim de evidenciar o ganho acumulativo do uso do aditivo ao longo da vida do animal, ou seja, espera-se um ganho de  peso diário e um peso final na idade de abate muito superior para os animais tratados.

Em outro estudo realizado com a mesma combinação de ativos, porém, avaliando o desempenho dos animais alimentados com o aditivo desde o desmame até o abate aos 154 dias de idade e comparando com o grupo controle que não recebeu o melhorador de desempenho na ração, notou-se um melhor ganho de peso durante toda fase e um peso vivo final 5,6 Kg superior para os animais que receberam o aditivo na ração.

O mecanismo de proteção da integridade intestinal criada pela associação desses ativos ocorre devido ao aumento da resistência das junções de oclusão. Essas junções são responsáveis por controlar a difusão de macromoléculas entre os compartimentos celulares (enterócitos), selar as membranas plasmáticas das células vizinhas e formar uma barreira permeável e seletiva nos tecidos epiteliais. O uso dessa tecnologia diminui a permeabilidade da membrana para moléculas grandes, aumenta a resistência transepitelial, reduz o transporte de íons através da membrana e por fim,  melhora a absorção dos nutrientes.

Outra linha de pesquisa com essa tecnologia, conseguiu demonstrar in vivo a ação desse melhorador de desempenho na redução de enterobactérias patogênicas como Salmonella sp., Clostridium sp. e E. coli na porção distal do trato gastrointestinal de suínos, impactando de forma positiva na microbiota e na saúde intestinal.

Conclusões

O avanço das pesquisas com aditivos eubióticos é uma tendência mundial. Há produtos comerciais que surgiram oriundos dos resultados dessas pesquisas e quando posicionados de forma correta e nas dosagens adequadas aos desafios de campo, podem contribuir positivamente para a saúde intestinal dos animais, melhorar a absorção de nutrientes e consequentemente gerar retorno financeiro sobre o investimento.

Esses produtos jamais poderão substituir o uso dos antimicrobianos terapêuticos no controle das enfermidades. O discurso de alguns técnicos sobre o uso dessas ferramentas substituindo fármacos terapêuticos é tecnicamente irresponsável. Como citado, o mecanismo de ação mais relevante dessas moléculas é promover a melhora da integridade da membrana intestinal, consequentemente, os animais adoecerão menos e o uso de tratamentos terapêuticos pode ser menor. Essa combinação de ativos microencapsulados também pode ser associada a melhoradores de desempenho liberados para uso pelo MAPA como a enramicina ou o halquinol para efeito sinérgico e aditivo no controle de enterobactérias patogênicas em suínos e aves, melhorando o desempenho zootécnico dos lotes.

Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de outubro/novembro de 2019 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Brasil conquista dois novos mercados para pescados na Índia

Agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

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Foto: Shutterstock

A missão do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, à Índia em novembro do ano passado segue gerando resultados positivos para o Brasil. Após encontros com Shri Parshottam Rupala, ministro da Pesca, Pecuária e Lácteos da Índia e Kamala V Rao, CEO da Autoridade de Segurança dos Alimentos da Índia, o Brasil obteve, na última sexta-feira (19), a confirmação da abertura de dois novos mercados: pescado de cultivo (aquacultura) e pescado de captura (pesca extrativa).

O anúncio se soma a expansões recentes da pauta agrícola do Brasil para o país asiático. Nos últimos 12 meses, o governo indiano autorizou a importação de açaí em pó e de suco de açaí brasileiros.

Em 2023, a Índia foi o 12º principal destino das exportações agrícolas brasileiras, com vendas de US$ 2,9 bilhões. Açúcar e óleo de soja estiveram entre os produtos mais comercializados.

Segundo o Agrostat (Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro), nos três primeiros meses deste ano, o Brasil exportou mais de 12 mil toneladas de pescado para cerca de 90 países, gerando receitas de US$ 193 milhões. Esse valor mostra um aumento de mais de 160% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando as vendas foram de US$ 74 milhões.

“Seguimos comprometidos em ampliar a presença dos produtos agrícolas brasileiros nas prateleiras do mundo. Essa estratégia não apenas abre mais oportunidades internacionais para nossos produtos e demonstra a confiança no nosso sistema de controle sanitário, mas também fortalece a economia interna. Com as recentes aberturas comerciais estamos gerando mais empregos e elevando a renda dos produtores brasileiros”, ressaltou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa.

Com estes novos mercados, o agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

Fonte: Assessoria Mapa
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Suínos / Peixes

Peste Suína Clássica no Piauí acende alerta

ACCS pede atenção máxima na segurança sanitária dentro e fora das granjas

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Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi - Foto e texto: Assessoria

A situação da peste suína clássica (PSC) no Piauí é motivo de preocupação para a indústria de suinocultura. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) registrou focos da doença em uma criação de porcos no estado, e as investigações estão em andamento para identificar ligações epidemiológicas. O Piauí não faz parte da zona livre de PSC do Brasil, o que significa que há restrições de circulação de animais e produtos entre essa zona e a zona livre da doença.

Conforme informações preliminares, 60 animais foram considerados suscetíveis à doença, com 24 casos confirmados, 14 mortes e três suínos abatidos. É importante ressaltar que a região Sul do Brasil, onde está concentrada a produção comercial de suínos, é considerada livre da doença. Portanto, não há risco para o consumo e exportações da proteína suína, apesar da ocorrência no Piauí.

 

Posicionamento da ACCS

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, expressou preocupação com a situação. Ele destacou que o Piauí já registrou vários casos de PSC, resultando no sacrifício de mais de 4.300 suínos. Com uma população de suínos próxima a dois milhões de cabeças e mais de 90 mil propriedades, a preocupação é compreensível.

Uma portaria de 2018 estabelece cuidados rigorosos para quem transporta suínos para fora do estado, incluindo a necessidade de comprovar a aptidão sanitária do caminhão e minimizar os riscos de contaminação.

Losivanio também ressaltou que a preocupação não se limita aos caminhões que transportam suínos diretamente. Muitos caminhões, especialmente os relacionados ao agronegócio, transportam produtos diversos e podem não seguir os mesmos protocolos de biossegurança. Portanto, é essencial que os produtores mantenham um controle rigoroso dentro de suas propriedades rurais para evitar problemas em Santa Catarina.

A suinocultura enfrentou três anos de crise na atividade, e preservar a condição sanitária é fundamental para o setor. “A Associação Catarinense de Criadores de Suínos pede que todos os produtores tomem as medidas necessárias para evitar a entrada de pessoas não autorizadas em suas propriedades e aquel a que forem fazer assistência em visitas técnicas, usem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para minimizar os riscos de contaminação. Assim, a suinocultura poderá continuar prosperando no estado, com a esperança de uma situação mais favorável no futuro”, reitera Losivanio.

Fonte: ACCS
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Suínos / Peixes

Levantamento da Acsurs estima quantidade de matrizes suínas no Rio Grande do Sul 

Resultado indica um aumento de 5% em comparação com o ano de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com o objetivo de mapear melhor a produção suinícola, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realizou novamente o levantamento da quantidade de matrizes suínas no estado gaúcho.

As informações de suinocultores independentes, suinocultores independentes com parceria agropecuária entre produtores, cooperativas e agroindústrias foram coletadas pela equipe da entidade, que neste ano aperfeiçoou a metodologia de pesquisa.

Através do levantamento, estima-se que no Rio Grande do Sul existam 388.923 matrizes suínas em todos os sistemas de produção. Em comparação com o ano de 2023, o rebanho teve um aumento de 5%.

O presidente da entidade, Valdecir Luis Folador, analisa cenário de forma positiva, mesmo com a instabilidade no mercado registrada ainda no ano passado. “Em 2023, tivemos suinocultores independentes e cooperativas que encerraram suas produções. Apesar disso, a produção foi absorvida por outros sistemas e ampliada em outras regiões produtoras, principalmente nos municípios de Seberi, Três Passos, Frederico Westphalen e Santa Rosa”, explica.

O levantamento, assim como outros dados do setor coletados pela entidade, está disponível aqui.

Fonte: Assessoria Acsurs
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