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Uma Expointer diferente: saiba como serão os protocolos sanitários dentro da maior feira agropecuária da América Latina
Evento ocorrerá no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, de 4 a 12 de setembro

Depois de se reinventar para oferecer uma edição totalmente digital durante a pandemia de Covid-19 em 2020, a Expointer passa por mais uma transformação: neste ano contará com a presença do público, limitado a 15 mil visitantes por dia, e com rigorosos protocolos de saúde para garantir a segurança de visitantes e trabalhadores. O evento ocorrerá no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, de 4 a 12 de setembro.
Para possibilitar essa participação, a organização da feira contou com estudos do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), da Secretaria da Saúde, que definiu protocolos sanitários específicos para diversos setores da Expointer.
O cuidado começa na bilheteria, que será on-line para evitar contato e aglomerações com filas. Os ingressos serão vendidos pela internet, antecipadamente, mediante o preenchimento de um formulário elaborado pelo Cevs. No momento da compra do bilhete, a pessoa vai responder um questionário informando o seu estado de saúde e se comprometendo a cumprir os protocolos sanitários. Os portões de acesso ao parque ficarão abertos das 8h às 19h30.
O uso de máscara será obrigatório. Dentro do parque, haverá dispensers de álcool gel e lavatórios de mãos em pontos estratégicos. Além disso, 150 monitores treinados pela Secretaria da Saúde farão abordagens educativas sobre a prevenção contra a Covid-19, orientarão sobre uso da máscara e ajudarão a verificar o cumprimento das regras sanitárias.
Não será obrigatório estar vacinado contra o coronavírus para participar do evento. No entanto, projeções do governo do Estado indicam que todos os adultos terão recebido pelo menos a primeira dose da vacina até a semana da feira. Os visitantes também não precisarão apresentar teste negativo para a Covid-19. Por outro lado, o público interno (expositores, copromotores, trabalhadores em geral), que estará presente durante os nove dias de Expointer, deverá providenciar o exame e apresentar o resultado negativo ou não detectável para Covid, no primeiro dia de acesso ao parque.
Estarão proibidas as seguintes atividades dentro do Parque: eventos como happy hour, coquetéis, entre outros; oferta de produtos para degustação; excursões; parque de diversões; qualquer tipo de shows, atividades promocionais ou ações que possam gerar aglomeração de pessoas; música alta que prejudique a comunicação entre clientes; danças, bailes e a permanência de pessoas em pé em ambientes fechados.
A secretária da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR), Silvana Covatti, ressalta que esta Expointer vai oportunizar um ambiente seguro e controlado para que produtores rurais, empresas e visitantes transmitam à sociedade a importância do agro gaúcho e do cuidado com a vida das pessoas. “Mesmo durante a pandemia, nosso agronegócio se fortaleceu e atendeu as necessidades de alimentação da população rural e urbana. Com alimentos de qualidade, também promovemos saúde”, comenta.
A secretária da Saúde, Arita Bergmann, destaca o caráter colaborativo desta feira, onde os próprios visitantes irão contribuir com a segurança do evento. “Se os visitantes se cuidarem e seguirem as regras, irão se sentir protegidos e fazer sua parte para o sucesso da maior feira agropecuária do Estado”, afirma. A diretora do Cevs, Cynthia Molina Bastos, acrescenta que o objetivo da vigilância é que a Expointer seja um espaço de vivência e experiência em saúde. “Que seja uma intervenção simples e inovadora com perspectiva de esclarecer e informar de forma prática e concreta”, pontua Cynthia.
Processo de triagem
Todas as pessoas passarão por triagem cada vez que acessarem o Parque Assis Brasil. Haverá verificação de temperatura e orientação quanto ao uso da máscara e demais regras sanitárias. Só será autorizada a entrada de quem estiver com boas condições de saúde.
Cercamento eletrônico
Para controlar a circulação de pessoas em áreas do parque que costumam ser bastante demandadas pelos visitantes, haverá monitoramento em tempo real de quatro espaços: Pavilhão da Agricultura Familiar, Pavilhão do Comércio, Pavilhão Internacional e Boulevard e imediações. Caso o número limite de pessoas seja alcançado nestas áreas “sensíveis”, as catracas serão bloqueadas até que se reduza a circulação. O controle será feito por tecnologia, com software e telas de monitoramento disponibilizados por empresa contratada.
Alimentação
O comércio de alimentos e bebidas será realizado exclusivamente em espaços locados junto à organização do Parque e em local sinalizado e específico, ficando proibido o comércio ambulante. O público não poderá consumir alimentos ou bebidas quando em movimento na praça de alimentação, nos pavilhões e nas áreas de circulação do parque – o consumo só será permitido em locais próprios e devidamente sinalizados para este fim.
Os restaurantes das agroindústrias familiares, dentro do Pavilhão da Agricultura Familiar, deverão seguir os mesmos regramentos previstos para os demais serviços de alimentação. Os restaurantes deverão ter separação física do restante do pavilhão, com distanciamento compatível e suficiente para não promover a formação de filas. As bancas que comercializarem alimentos e bebidas para consumo imediato, como sucos, pastéis, entre outros, deverão orientar os clientes a consumirem os produtos nas mesas e espaços exclusivos para consumo de alimentos e bebidas, podendo ser no próprio espaço dos restaurantes.
Os serviços de alimentação deverão obedecer aos seguintes regramentos:
- Disponibilizar talheres higienizados e de forma individual.
- Organizar a disposição das mesas de modo a assegurar distanciamento mínimo de dois metros entre cada uma, evitando que ocorra aglomeração e diminuindo o cruzamento entre os clientes e trabalhadores.
- As cozinhas e demais espaços de trabalho deverão respeitar o distanciamento mínimo de um metro entre os trabalhadores e a lotação máxima permitida.
- Operação de sistema de buffet deve possuir protetor salivar, servido por funcionário(s), que devem realizar a lavagem prévia das mãos com água e sabão ou com utilização de álcool 70% ou sanitizante similar, mantendo distanciamento entre clientes e com uso de máscara de maneira adequada.
- Apenas clientes sentados e em grupos de até cinco pessoas. Vedada a permanência de clientes em pé durante o consumo de alimentos ou bebidas.
- Evitar o uso de toalhas de tecido nas mesas ou outro material que dificulte a limpeza e, não sendo possível, realizar a troca após cada utilização.
- Fixar, em local visível ao público e aos colaboradores, informativos com o teto máximo de ocupação e orientações sobre a necessidade de higienização das mãos, uso obrigatório de máscara, distanciamento entre as pessoas, ventilação e limpeza dos ambientes.
Leilões e premiações
Os leilões e as premiações deverão ocorrer, preferencialmente, de forma on-line. Quando ocorrerem de forma presencial, haverá restrição de público conforme metragem e características das áreas: se o ambiente é ventilado, espaço de circulação, entre outros aspectos.
Não serão permitidos coquetéis, degustações e ofertas de alimentos e bebidas durante os leilões e premiações, exceto quando ocorrerem em restaurantes, com público exclusivamente sentado e obedecendo todas as regras estipuladas para os serviços de alimentação.
Palestras e treinamentos
Podem ser realizados de forma on-line (preferencialmente), presencial ou híbrida. Quando realizados de forma presencial, devem respeitar as seguintes normas:
- Distanciamento mínimo de 1,5 metro entre os assentos.
- Somente pessoas sentadas, exceto palestrantes e apresentadores.
- Respeitar o teto máximo permitido do ambiente, considerando uma pessoa a
cada quatro metros quadrados. - Palestrantes e apresentadores não poderão retirar a máscara.
- Microfones deverão ser higienizados antes do uso e nas trocas a cada palestrante ou interlocutor, e devem ser utilizados, preferencialmente, com algum tipo de proteção de barreira física ou ensacados.
- Intervalo mínimo de 30 minutos entre as programações, a fim de permitir adequada troca de ar e higienização do ambiente.
- Manter o ambiente com ventilação natural suficiente.

Notícias
Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



