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Suínos / Peixes Suinocultura

Um novo olhar sobre a coccidiose suína

A doença é um dos grandes desafios enfrentados pelos suinocultores de todo o mundo. Apesar de ser de grande conhecimento, muitas vezes está presente mesmo sem trazer sinais clínicos muito evidentes, apresentando-se de maneira subclínica.

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Arquivo/OP Rural/Divulgação/Ourofino
Por Andrea Panzardi, especialista técnica em Biológicos Suínos da Ourofino, e Marcela Aparecida Copati da Silva, graduanda em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Lavras

A coccidiose é um dos grandes desafios enfrentados pelos suinocultores de todo o mundo. Apesar de ser uma doença já de grande conhecimento, muitas vezes está presente mesmo sem trazer sinais clínicos muito evidentes, apresentando-se de maneira subclínica. Por este motivo, em muitos casos acaba sendo negligenciada quando comparada a outros desafios entéricos, os quais geram um senso de urgência maior, em função de grande parte deles levarem a quadros de desidratação e, em alguns casos, à óbito.

Por sua vez, a coccidiose, quando não associada a outros agentes, causa, somente, redução de desempenho, sendo considerada como um dos desafios de maior impacto econômico na produção de suínos.

Causada pelo protozoário intracelular Cystoisospora suis, é uma enfermidade que acomete principalmente leitões de 5 a 15 dias de idade, que podem apresentar diarreia fétida, amarela a acinzentada, cremosa a pastosa.

A dispersão desse parasita para o ambiente ocorre muito rapidamente, considerando o período pré-patente de cerca de 3-5 dias, e o período de esporulação que ocorre, em média, em 12 horas.

A sintomatologia típica normalmente é visualizada nos leitões lactentes. Contudo, mesmo sem os sinais clínicos, os leitões desmamados ainda podem liberar oocistos para o ambiente, contribuindo para a disseminação do agente na granja, já que a principal forma de infecção se dá por meio da ingestão destas estruturas presentes no ambiente.

Por serem muito resistentes, os oocistos podem permanecer durante meses ou até anos viáveis em matéria orgânica, resto de alimentos, entre outros, fazendo com que leitegadas possam ser infectadas por oocistos remanescentes de leitegadas anteriores.

A característica do agente, aliada à constante redução de mão de obra e manejos nas granjas, fez com que a coccidiose voltasse a ganhar importância, entretanto, em um momento mais tardio. Esta dinâmica modificou em decorrência do uso preventivo do produto na primeira semana de vida, fazendo com que o agente se adaptasse e encontrasse oportunidade, principalmente ambiental, em um momento mais tardio.

Este alto desafio tardio observado em granjas, explica, em parte, que além de um controle pelo fornecimento preventivo do toltrazuril, há concomitantemente a necessidade de controle por meio de limpeza e desinfeção adequados, a qual sabemos ser falha em grande parte das granjas, permitindo que os animais não se reinfectem. Isto é importante, uma vez que se sabe que dentro da população de leitões há uma distribuição de proteção, havendo animais já com quadros diarreicos, leitões mais fracos e aqueles de fato que ficam protegidos.

Portanto, é importante que no momento da administração do medicamento seja feita uma “leitura” do ambiente, no sentido de observar se o lote a ser administrado o produto está desafiado por algum outro agente, se há um maior percentual de filhos de leitoas/marrãs, se a granja pratica um manejo adequado de limpeza e desinfecção e se fazem vazio sanitário.

Todas essas informações passam a ser muito importantes, no sentido de avaliar uma granja com baixo, médio ou alto desafio e assim definindo adequações de protocolo. Entretanto nada disso adianta, caso a qualidade do ambiente relacionado à limpeza e desinfecção não seja melhorada.

Em decorrência disso, é importante destacar que existem desinfetantes com maior ou menor grau de eficácia frente aos coccídios. Mais recentemente foi observado que produtos à base de clorocresol (p-chloro-m-cresol), da classe dos fenólicos sintéticos, menos tóxicos que os fenóis, se mostraram eficazes contra Cystoisospora suis, enquanto desinfetantes liberadores de oxigênio e à base de amônia quaternária e glutaraldeído foram pouco efetivos.

Coletas realizadas nos últimos anos, tem demonstrado um perfil mais tardio de desafio, com a presença do Cystoisospora suis em maior proporção em fezes de leitões com idade média de 12 a 21 dias (Tabela 1). Isto evidencia que leitões mesmo tratados preventivamente com toltrazuril, acabam se reinfectando e desenvolvendo a coccidiose em função da alta pressão de infecção do ambiente. Na tabela abaixo (Tabela 1), é possível verificar um aumento expressivo do desafio de coccidiose nas segunda (2ª) e terceira (3ª) semanas de lactação. Isto corrobora com o descrito acima, demonstrando que os leitões estão se reinfectando em função de uma alta pressão de infecção no ambiente.Esta manifestação entérica mais tardia também vem sendo observada em outros países. Um estudo recentemente publicado detalhou a ocorrência de diarreia e excreção de oocistos em 230 leitegadas oriundas de 23 granjas situadas na Bélgica e Holanda. Na primeira coleta (12 dias de vida), 7,0% das amostras com diarreia, 16,1% continham oocistos, enquanto na segunda (16 dias de vida), 8,7% das amostras com diarreia, 26,5% continham oocistos.

Outro estudo demonstrou situações semelhantes em 49 granjas situadas na Áustria, República Tcheca, Alemanha e Espanha, onde foram coletadas duas amostras de fezes de 603 leitegadas, na segunda (2ª) e terceira (3ª) semanas de vida. A diarreia foi em 53,1% das granjas, em pelo menos uma das amostras. Neste estudo 71,4% das granjas e 50,1% das leitegadas foram positivas para o C. suis.

É possível concluir que apesar da coccidiose ser um desafio extremamente antigo e atualmente pouco comentado, ele ainda está muito presente e causando muitos prejuízos econômicos. Sendo assim, é importante sempre a realização de monitoramentos, bem como a adoção de boas práticas de produção, principalmente, relacionadas à manejos de limpeza e desinfecção bem como de ambiência para um melhor controle deste desafio.

Fonte: Ourofino

Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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Suínos / Peixes

Brasil detém 32% do mercado global de cortes congelados de carne suína

Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná divulgou, na quinta-feira (25), o Boletim de Conjuntura Agropecuária, trazendo um panorama abrangente dos setores agrícolas e pecuários referente à semana de 19 a 25 de abril. Entre os destaques, além de ampliar as informações sobre a safra de grãos, o documento traz dados sobre a produção mundial, nacional e estadual de tangerinas.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a produção global de tangerinas atingiu a marca de 44,2 milhões de toneladas em 2022, espalhadas por uma área de 3,3 milhões de hectares em 68 países. A China, indiscutivelmente, lidera nesse cenário, com uma contribuição de 61,5% para as colheitas mundiais e dominando 73,1% da área de cultivo da espécie. O Brasil, por sua vez, figura como o quinto maior produtor, com uma fatia de 2,5% das quantidades totais.

No contexto nacional, o Paraná se destaca, ocupando o quarto lugar no ranking de produção de tangerinas. Cerro Azul, situado no Vale do Ribeira, emerge como o principal centro produtor do país, respondendo por 9,2% da produção e 8,4% do Valor Bruto de Produção (VBP) nacional dessa fruta. Não é apenas Cerro Azul que se destaca, mas outros 1.357 municípios brasileiros também estão envolvidos na exploração desse cítrico.

Cortes congelados de carne suína

Além das tangerinas, o boletim também aborda a exportação de cortes congelados de carne suína, um mercado no qual o Brasil assume uma posição de liderança inegável. Detentor de cerca de 32% do mercado global desses produtos, o país exportou aproximadamente 1,08 bilhão de toneladas, gerando uma receita de US$ 2,6 bilhões. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com uma participação de 29%, seguidos pela União Europeia (23%) e pelo Canadá (15%).

No cenário interno, Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

 

Fonte: Com informações da AEN-PR
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