Avicultura
Um gigante amparado em biosseguridade
Livre das principais doenças que acometem todos os outros grandes produtores no mundo, Brasil mantém status sanitário quase impecável e conquista mercados pela segurança que a indústria oferece
A avicultura brasileira gera quatro milhões de empregos diretos e indiretos no campo e nas cidades, é responsável por 15 em cada 100 frangos produzidos em todo o planeta e movimenta mais de US$ 7 bilhões em exportações. Em 2017, a indústria avícola deve crescer cerca de 3%, tanto na produção, que deve romper a barreira das 13 milhões de toneladas, quanto em vendas externas, que se encaminham para alcançar 4,38 milhões de toneladas, destinadas a mais de 160 países.
Em 40 anos, a avicultura brasileira deixou o papel de figurante para assumir – com os Estados Unidos – o protagonismo no contexto mundial. Nessas quatro décadas, o Brasil exportou 60 milhões de toneladas, enchendo de qualidade mais de 2,4 milhões de contêineres para 203 países. Essa movimentação rendeu ao Brasil US$ 94 bilhões em receitas.
Esses são alguns números que o diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ariel Antônio Mendes, expôs durante sua apresentação sobre a produção animal e sua importância econômica, durante o Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (Siavs), que acontece de 29 a 31 de agosto, em São Paulo, SP. Uma das características que sustentam tais números, na opinião de Ariel Mendes, é a diferenciada biosseguridade que o país goza. Livre das principais doenças que acometem todos os outros grandes produtores no mundo, o Brasil mantém um status sanitário quase impecável e conquista mercados pela segurança que a indústria do frango brasileiro oferece.
“A avicultura gera quatro milhões de empregos diretos e indiretos, mais que setores como o automotivo. No Brasil, 95% da produção é no sistema integrado, que gera renda para o produtor, empregos em pequenas cidades, o que é bem significativo, e retorna para essas cidades impostos e outras receitas para as prefeituras”, pontua. “As exportações de frango só perdem para o setor de minério e o complexo soja. Até o fim do ano, deve movimentar mais de US$ 7 bilhões em vendas externas. Por essa importância econômica é que muito importante manter a sanidade. Somos o maior exportador basicamente em função de sanidade. Não temos doenças como Influenza Aviária (IA) e Newcastle. No caso de IA, somos o único país entre grandes produtores que nunca teve um caso”, comenta.
Em 2015, os Estados Unidos perderam US$ 3,3 bilhões e sacrificaram mais de 50 milhões de aves por conta dos casos de IA, conforme a ABPA. Só em exportações, foram US$ 400 milhões em prejuízos. Entre os impactos mais recentes pelo mundo, segundo Mendes, os Emirados Árabes fecharam o mercado para Áustria e Hungria e a África do Sul também acenou para a suspensão das compras. A Influenza ainda custou caro no Japão, que teve de eliminar 310 mil frangos e 16 mil patos, e para a Ucrânia, que perdeu o mercado da União Europeia. “A biosseguridade em muitos dos nossos concorrentes deixa muito a desejar. Biosseguridade é um grande diferencial do Brasil e é a chave para o sucesso de nossa avicultura”, cita.
Outros Fatores
Para ele, porém, outros fatores fazem do Brasil excelência em produção avícola. “Chegamos a todos esses países pela sanidade, mas também por outras questões de competitividade, como custo de produção mais barato, estrutura de produção de grãos, clima favorável que facilita a produção, mão de obra, vocação para produzir. Diferente do granjeiro americano, que olha o aviário de manhã e só volta para dar uma olhada à noite, o produtor brasileiro dorme com o pintinho se for preciso. A melhor avicultura do mundo está aqui no Brasil, tanto na produção de frango como de matrizes”, comenta.
“A avicultura do Brasil está em pleno processo de crescimento. De 2008 pra cá, tivemos uma crises na economia e no preço do milho, então não crescemos como era esperado, de 5% ao ano. Agora estabilizou, e a tendência é aumentar o ritmo de crescimento por conta de novos mercados, como China, que está com um problema sério de falta de grãos e de material genético. A Rússia também deixou de exportar por problemas geopolíticos com a Ucrânia. Por outro lado, o Brasil está com habilitação de novas plantas. As ameaças são os novos players, como Polônia e Turquia, que estão entrando no mercado internacional com custo competitivo, mas os volumes não são representativos”, comenta o diretor de Relações Institucionais da ABPA, Ariel Mendes.
Mais informações você encontra na edição de Aves de agosto/setembro de 2017 ou online.
Fonte: O Presente Rural

Avicultura
Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem
Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.
Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.
Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.
A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.
A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.
Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.
Avicultura
Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer
Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.
A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.
Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.
Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.
Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.
Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.
Avicultura
Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026
Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.
Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.
Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.
Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.
Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.
