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Um ano de zona livre de aftosa sem vacinação: saiba o que mudou para os produtores gaúchos

Além da comercialização de animais e envio de genética gaúcha para o Estado vizinho, a nova condição sanitária viabilizou a integração dos criadores em feiras e exposições.

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Família Betti inaugurou granja de suínos, em 2021, e prevê novos investimentos diante da perspectiva de ampliação de vendas - Foto: Divulgação/Seapdr

Médico-veterinário Gilson Barreto Hoffmann, que administra a Cabanha Santa Lúcia – Foto: Fernando Dias/Seapdr

No dia 27 de maio de 2021 o Rio Grande do Sul conquistava o status de zona livre de febre aftosa sem vacinação, concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). E o que mudou para os produtores gaúchos durante esse período, que tem significado o início da expansão de novas fronteiras? “Em janeiro deste ano, já vendemos um touro para São Joaquim (SC), depois de mais de 20 anos. Ele foi comercializado por R$ 18 mil”, comemora o médico-veterinário Gilson Barreto Hoffmann, que administra a Cabanha Santa Lúcia, localizada no município gaúcho de André da Rocha, junto com a mãe, Soely, de 86 anos, e a ajuda da esposa, da irmã e do irmão.

A cabanha foi fundada em 1935, por seu avô materno, Amantino Barreto da Costa, quando iniciou o plantel de gado Devon. Atualmente, na propriedade de cerca de 470 hectares, a família trabalha principalmente com melhoramento genético de gado da raça Devon, além de plantar soja, milho, aveia e azevém. São 70 hectares de campo nativo melhorado. Possui 450 exemplares, entre machos e fêmeas. “Produzimos uma média de 50 touros por ano. Quanto às fêmeas, a gente vende alguma coisa de genética também. Atuamos com comercialização de reprodutores (machos e fêmeas); temos uma parceria na venda de sêmen com uma empresa com sede em Porto Alegre, cuja matriz é nos Estados Unidos. Hoje, todos os touros da raça Devon que a empresa tem no Brasil são dessa parceria”, destaca Hoffmann.

O pecuarista foi supervisor regional da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) nos municípios de Nova Prata e Lagoa Vermelha, e servidor do órgão de 1982 a 2017, e hoje coordena a Câmara Setorial da Pecuária de Corte. Ele conta que, na década de 1940, o avô começou a participar das exposições do Menino Deus, de onde surgiu a Expointer. “De lá pra cá a família sempre participou ininterruptamente”, diz com orgulho. “Além disso, meu pai e meu avô sempre compareciam às exposições de Santa Catarina (em Lages, Chapecó, Bom Jardim da Serra, São Joaquim). E tivemos que parar em 2000, por conta do foco de aftosa que ocorreu em Joia, aqui no Estado”.

Durante esses mais de 20 anos, como a família não podia vender animais em pé para o estado vizinho, porque ele era livre de febre aftosa sem vacinação e o Rio Grande do Sul não, comercializou sêmen e embriões. “Antes a gente tinha um mercado muito bom em Santa Catarina, vendia muitos touros, e quando ele ficou em um status diferente (há 15 anos, reconhecido pela OIE), a gente perdeu esse mercado”, explica. “Mas agora, felizmente, voltamos a negociar com os catarinenses. Pra nós foi uma grande felicidade, inclusive já tem mais gente interessada nos nossos animais. Agora, as coisas vão melhorar muito”, acredita.

“Outra grande alegria nossa é poder voltar às feiras que participávamos. Pretendemos fazer isso ainda este ano”, promete Hoffmann. “E tenho ouvido manifestações de que mais criadores de Santa Catarina vão participar da Expointer este ano. É um avanço muito grande”.

Com novo status, cabanha quer exportar sêmen e embriões

 

Os primeiros animais da cabanha foram importados da Inglaterra. “Também adquirimos sêmen importado da Nova Zelândia, Austrália Estados Unidos e Inglaterra até hoje, principalmente quando surge a oferta de novas linhagens”, diz Hoffmann, que também é diretor comercial da Associação Brasileira de Criadores de Devon e Bravon (ABCDB). Conforme ele, em 2017 o presidente da Associação Britânica de Criadores de Devon, John May, em visita à propriedade, manifestou vontade de adquirir o material genético. “Ele afirmou que o Devon que viu no Brasil é um dos melhores do mundo e que eles tinham muito interesse em comprar principalmente sêmen daqui”, comenta. “O que não era possível antes da conquista do novo status. Era um impeditivo para exportar sêmen para a Inglaterra. Agora vamos poder retomar as negociações de exportar material genético, como sêmen e embriões. Inclusive elas já iniciaram”, fala com satisfação.

A Santa Lúcia possui um banco de sêmen de mais de 20 touros de diferentes países: Estados Unidos, Nova Zelândia, Austrália e Inglaterra. “Temos touros de mais de 50 anos no banco de sêmen e de até 12 anos trabalhando como reprodutores a campo. A longevidade é outra característica da raça Devon. A gente começa a comercializar os touros com a idade de dois anos”, afirma Hoffmann. “Os últimos que a gente congelou estão também habilitados para exportação para o Mercosul. E agora, o fato de o Rio Grande do Sul ser zona livre de febre aftosa sem vacinação vai facilitar muito a exportação de sêmen”, espera.

Ele também tem boas expectativas para a comercialização durante o período mais aquecido de venda dos animais. “A partir de agosto, é que vamos ver se o faturamento poderá aumentar devido à conquista do novo status”, esclarece Hoffmann.

Cabanha Gema voltou a fazer vendas para criadores de Jersey de Santa Catarina

Outra produtora que celebra o novo status sanitário é Ângela Maraschin, que administra a Cabanha Gema, de Santa Rosa, com tradição na criação de bovinos de leite da raça Jersey desde 1961. Para ela, a conquista significou a “quebra de barreiras” de trânsito animal com Santa Catarina, estado que tinha condição sanitária diferenciada do Rio Grande do Sul até maio de 2021.

Durante a Fenasul, a produtora Ângela vendeu a terneira Jersey para um criador catarinense -Foto: Cíntia Marchi

Para a Cabanha Gema, o novo status já tem possibilitado novos negócios. Ângela conta que, em novembro do ano passado, vendeu nove terneiras para um criador de Vargeão, no Oeste catarinense. Durante a Fenasul Expoleite, em Esteio, na semana passada, outra terneira foi comercializada para Praia Grande, Sul de Santa Catarina. A fêmea, com título de bezerra menor no julgamento da raça, embarcou no último domingo (22/5) direto para a fazenda do novo dono.

“A conquista do novo status foi essencial para que o Rio Grande do Sul não ficasse isolado e pudesse avançar no intercâmbio com os criadores de Jersey de Santa Catarina”, avalia Ângela, que também possui, em sua propriedade, a certificação livre de brucelose e tuberculose, situação que permite o ingresso de animais no estado vizinho sem a necessidade de testagens prévias.

Além da comercialização de animais e envio de genética gaúcha para o Estado vizinho, a nova condição sanitária viabilizou a integração dos criadores em feiras e exposições. Ângela diz que a Cabanha Gema está programando a participação em eventos em Santa Catarina, como na exposição que ocorre em Braço do Norte, Sul catarinense, em julho. “Essa cidade é a capital nacional do Jersey, e a nossa presença lá é importante, seja para a troca de informações com os produtores catarinenses, seja para mostrar a qualidade dos nossos animais”, afirma a produtora de leite.

Com perspectiva de ampliação nas exportações, suinocultores investem em novas granjas

A nova condição sanitária também gera reflexos positivos para a cadeia da suinocultura, uma vez que os suínos são suscetíveis à febre aftosa. “Embora a conjuntura de mercado global e os altos custos de produção não tenham favorecido o nosso setor, o novo status tornou-se um carimbo no passaporte que nos apresenta para o mundo com uma condição bastante avançada, e isto é muito relevante. A sanidade é a primeira porta de entrada para os mercados importadores”, avalia o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador.

Para o suinocultor Reginaldo Betti, de Rodeio Bonito (município que lidera a produção de suínos no Estado), o novo status de febre aftosa incentiva indústrias frigoríficas a expandir suas vendas, o que gera impulso para produção de mais suínos localmente. Em parceria com dois irmãos, Betti vem ampliando a estrutura na propriedade para aumentar o tamanho do seu plantel, driblando as dificuldades que se apresentam para o setor, como os preços elevados da ração animal e de insumos.

Até 2020, a família tinha uma Unidade Produtora de Leitões Desmamados (UPD). De lá para cá, injetou recursos na construção de outra granja que entrou em operação no ano passado. A previsão, para 2023, é investir em uma terceira granja, desta vez, para terminação de suínos. Os novos planos se alicerçam em perspectivas de bons negócios daqui para frente. “Eu trabalho no sistema de integração para uma empresa que é grande exportadora. E quanto mais ela conseguir vender carne suína, mas vai precisar do campo”, diz Betti. “Nossa região vive da suinocultura e, há um ano, quando recebemos a notícia do novo status comemoramos, porque veio para abrir novas portas, agregar mais emprego e renda tanto para o suinocultor, quanto para o frigorífico, para o transportador, para o comércio, para todo o Estado”.

Fonte: Assessoria

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Audiência pública no Senado debate ampliação do transporte ferroviário para escoamento da produção agrícola no Brasil

Senadora Rosana Martinelli (PL-MT) destaca a importância das concessões ferroviárias e do aumento desse modal na matriz de transportes.

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Senadora Rosana Martinelli (PL-MT): "O agronegócio, um dos pilares da economia brasileira" - Fotos: Divulgação/FPA

A Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado realizou, nesta quinta-feira (10), uma audiência pública para debater a qualidade do transporte ferroviário e sua ampliação para o escoamento de produtos do agronegócio e da indústria. O debate incluiu uma análise dos gargalos nas concessões ferroviárias, que impactam a eficiência do setor.

Autora do requerimento da audiência, a senadora Rosana Martinelli (PL-MT) destacou a importância das concessões ferroviárias e o aumento da participação desse modal na matriz de transportes do país, enfatizando que ainda existem “gargalos” a serem resolvidos. “O agronegócio, um dos pilares da economia brasileira, depende de um sistema de transporte eficaz para escoar a produção de grãos, carnes e outros produtos agrícolas para os mercados internos e externos. De forma semelhante, a indústria precisa de transporte rápido e confiável para garantir que seus produtos sejam competitivos”, afirmou a senadora.

O senador Fernando Farias (MDB-AL) ressaltou a importância de atualizar e compartilhar os desafios enfrentados pelo setor de infraestrutura com o governo. “Todos nós precisamos de ferrovia, mas construir é caro, e as operações precisam viabilizar isso. No agro, a sazonalidade é complicada; talvez a solução seja na estocagem, como é feito no setor sucroalcooleiro”, disse.

Senador Fernando Farias (MDB-AL): “Todos nós precisamos de ferrovia, mas construir é caro, e as operações precisam viabilizar isso”

Infraestrutura e fiscalização

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE), André Nassar, participou do debate e ressaltou a relevância do transporte ferroviário para o setor de exportação. “Os trilhos modais são essenciais para ligar as regiões produtoras aos portos de exportação”, disse Nassar, destacando que o complexo soja e milho, um dos principais produtos exportados, depende diretamente desse tipo de infraestrutura.

Nassar ressaltou que o PIB do agro relacionado à cadeia da soja representa 23% do total do setor, responsável por 6% da estimativa nacional. “Isso mostra a importância do setor para as exportações e para a geração de riqueza e empregos no país”, acrescentou.

O presidente da associação expressou preocupação com a recusa de cargas pelas ferrovias, especialmente em períodos de pico de produção, o que ele considera um sinal de subinvestimento no setor. “As ferrovias recusam cargas no auge da safra, o que demonstra que não estão investindo o suficiente para atender à demanda. Esse é um problema que precisa ser tratado”, alertou.

Nassar criticou a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) pela falta de ações para resolver essas questões e pela ausência de dados transparentes sobre o desempenho das ferrovias. Ele sugeriu a criação de um canal de denúncia confidencial para usuários insatisfeitos e a implementação do Centro Nacional de Supervisão Operacional (CNSO), um sistema planejado há mais de 10 anos para monitorar em tempo real as operações ferroviárias. “Hoje, não conseguimos avaliar a eficiência das ferrovias porque não temos acesso a informações críticas, como o tempo de percurso e a taxa de saturação das vias”, afirmou.

A audiência pública evidenciou a necessidade de mais investimentos em infraestrutura ferroviária e na fiscalização por parte da ANTT para garantir que o crescimento do agronegócio e da indústria seja acompanhado por um sistema de transporte eficiente. “Se tivermos uma grande safra de soja no próximo ano, os problemas vão aparecer novamente. Precisamos de soluções imediatas”, concluiu André Nassar.

A assessora técnica da Comissão Nacional de Logística e Infraestrutura da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Elisângela Pereira Lopes, destacou a importância das ferrovias para o agronegócio. Ela argumentou que, embora o Brasil seja um dos principais produtores globais, o país ainda depende do transporte rodoviário, que apresenta custos elevados e traz problemas para a população.

Elisângela ressaltou que, para o setor agropecuário, o uso das ferrovias é fundamental, especialmente nas novas fronteiras agrícolas como Matopiba, Mato Grosso, Rondônia e Pará, onde a produção cresce em ritmo acelerado. No entanto, essas regiões ainda carecem de infraestrutura ferroviária adequada. “Temos a produção, mas não temos ferrovias para transportar esses produtos”, afirmou a assessora da CNA, destacando que o Brasil, em 1950, já alcançava 38 mil quilômetros de ferrovias e hoje conta com apenas 30 mil, das quais apenas 15 mil estão em uso.

A assessora da CNA destacou que, apesar de projetos como a Ferrovia Norte-Sul (FNS) e a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO) estarem em andamento, ainda há uma discrepância entre a capacidade ferroviária e o crescimento da produção agrícola. Ela enfatizou que, enquanto a produção de grãos como soja e milho crescia para mais de 280 milhões de toneladas em 2023, o transporte ferroviário desses produtos se manteve estagnado em 20%.

Ferrogrão

Um ponto abordado foi o potencial da Ferrogrão, projeto suspenso pelo STF que visa atender o escoamento da produção no corredor da BR-163, especialmente no Mato Grosso. Segundo Elisângela, “a Ferrogrão poderia reduzir os custos de transporte em até 30%, além de diminuir a emissão de CO2, contribuindo para os compromissos ambientais do Brasil.” Ela frisou que o projeto, que tem enfrentado desafios judiciais, precisa de maior agilidade na execução para acompanhar o crescimento da produção agrícola.

Luiz Antônio Pagot, consultor da Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), destacou a necessidade de um “projeto de Estado” em vez de “projetos de governo” para resolver os problemas estruturais de infraestrutura no Brasil. Segundo ele, “há falta de continuidade nos investimentos em infraestrutura, especialmente nas áreas de rodovias e ferrovias, prejudicando setores como o agrícola.”

Pagot ressaltou que, em 2023, o Brasil transportou 320 milhões de toneladas de produtos agrícolas, principalmente por meio de rodovias. Ele apontou que, apesar de uma ineficiência de 40% no sistema rodoviário, “muitos produtores ainda preferem esse modal, devido à demora do transporte ferroviário, que pode levar até nove dias, em comparação com as 48 horas pelo modal rodoviário”, explicou.

O consultor citou o crescimento das exportações de algodão, que movimentou 100 mil contêineres HC-40 nos últimos três anos, com 94% passando pelo Porto de Santos (SP), mas apenas 30% dessa carga foi transportada via ferrovia, devido a problemas estruturais. A expectativa para a safra 2024-2025 é de 130 mil contêineres.

“Os gargalos portuários e a burocracia dificultam o aumento da eficiência do transporte ferroviário, especialmente em portos como Santos e Paranaguá. Precisamos de ações rápidas para resolver o impasse sobre o trilho ferroviário no país”, concluiu Pagot.

Fonte: Assessoria FPA
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Luís Rua destaca compromisso na busca de novas oportunidades para o agro brasileiro

Secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa apresentou propostas de trabalho de sua gestão à frente da SCRI em conversa com a imprensa

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Secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua: "Vamos dar continuidade ao trabalho que já vem sendo feito" - Foto: Divulgação/Mapa

Nesta quinta-feira (10), o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, reuniu-se com profissionais da imprensa para apresentar as expectativas e projeções de sua gestão. Durante o encontro, Rua destacou que seu foco será o fortalecimento das relações comerciais do Brasil no mercado internacional, com o objetivo de gerar mais oportunidades para os produtores rurais brasileiros.

“Vamos dar continuidade ao trabalho que já vem sendo feito. Uma das principais diretrizes passadas pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, é que continuemos avançando na abertura e ampliação de mercados, além de manter os que já estão consolidados. Seguiremos com uma agenda muito intensa”, afirmou Luis Rua.

Rua também ressaltou a importância de dar continuidade na diversificação de pauta a, mencionando, como exemplo, a expansão do número de adidos agrícolas. “Estamos, neste momento, avaliando pessoas para novos postos de adidos no exterior. A expectativa é abrir ainda mais posições no ano que vem, aumentando a presença do Brasil com adidâncias agrícolas. Queremos manter o diálogo, que é a linha do ministro, é a linha desse governo”, explicou.

“Isso tem revertido em resultados. Não é à toa que desde o início do governo do presidente Lula já abrimos 253 mercados, em 60 países. Eu vou trabalhar bastante, em conjunto com as áreas técnicas, para que a gente possa chegar nos 300 mercados abertos”, completou.

O secretário da SCRI também comentou sobre a COP 30, que será sediada em Belém (PA) no próximo ano, destacando que o evento é uma oportunidade para o Brasil mostrar a sustentabilidade da agropecuária e seu potencial para contribuir com a segurança alimentar global. “Estamos com uma agenda muito intensa, mas queremos aumentar ainda mais a participação do Mapa em eventos internacionais, posicionando o Brasil cada vez mais no cenário global”, concluiu.

Fonte: Assessoria Mapa
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“Agro sustentável impulsiona liderança brasileira na transição energética”, afirma ministro da Agricultura

Na última terça-feira (8), o presidente Lula sancionou a Lei do Combustível do Futuro.

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Fotos: Divulgação/Mapa

Com foco em promover a mobilidade sustentável de baixo carbono e consolidar o Brasil como líder da transição energética global, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a Lei do Combustível do Futuro na última terça-feira (8). Ao lado do presidente, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, também participou da cerimônia, que foi realizada na Base Aérea de Brasília, durante a Liderança Verde Brasil Expo, maior feira do país sobre tecnologias de descarbonização.

“O Brasil é o país que vai fazer a maior revolução energética do planeta Terra, e não tem ninguém para competir. Qual o país do mundo que pode competir com o Brasil na energia eólica, solar, hídrica, com o hidrogênio verde? Então nós só temos que ter vontade de ser grande e ter autoestima. Porque se a gente tiver, a gente faz. A sanção dessa lei é uma demonstração de que nenhum de nós tem o direito de continuar não acreditando que esse país pode ser uma grande economia”, destacou o presidente Lula.

Já o ministro Fávaro destacou a importância do agro brasileiro na iniciativa. “Hoje é um dia histórico para o Brasil, marcado pela sanção da Lei do Combustível do Futuro, que já é uma realidade. O Brasil se destaca como um país de produção energética, muito impulsionada pela nossa agropecuária. Pequenos, médios e grandes produtores são protagonistas dessa transição energética, que vem da terra, do solo e da fotossíntese. Transformando-se em biocombustível, biogás e biomassa. A agricultura, em parceria com o setor de Minas e Energia, está promovendo uma verdadeira revolução. Este é um exemplo para o Brasil e para o mundo. Vamos avançar com o agro sustentável”, destacou.

A iniciativa, criada pelo Ministério de Minas e Energia (MME), impulsiona o surgimento de novas indústrias verdes no Brasil. O programa irá destravar investimentos que somam R$ 260 bilhões em diversas áreas e ações, que vão evitar a emissão de 705 milhões de toneladas de CO2 até 2037.

O ministro Alexandre Silveira destacou a importância do programa para o futuro do Brasil. “Estamos tornando realidade uma verdadeira revolução agroenergética, colocando o Brasil na dianteira da nova economia: a economia verde. Estamos aliando a força da agricultura brasileira com a nossa incomparável capacidade de produção de biocombustíveis. Os avanços que teremos em razão dessa lei são inéditos, introduzindo o combustível sustentável de aviação e o diesel verde à matriz energética e descarbonizando setores que contribuem significativamente para a poluição do planeta. O Combustível do Futuro é transição energética com desenvolvimento social e responsabilidade ambiental”, afirmou Silveira.

Etanol e biodiesel 

O texto estabelece que a margem de mistura de etanol à gasolina passará a ser de 22% a 27%, podendo chegar a 35%. Atualmente, a mistura pode chegar a 27,5%, sendo, no mínimo, 18% de etanol. Quanto ao biodiesel, misturado ao diesel de origem fóssil no percentual de 14% desde março deste ano, a partir de 2025 será acrescentado um ponto percentual de mistura anualmente até atingir 20% em março de 2030.

Programas

A Lei do Combustível do Futuro institui programas para incentivar a pesquisa, a produção, a comercialização e o uso de biocombustíveis, com o objetivo de promover a descarbonização da matriz de transportes e de mobilidade. São eles:

Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação (ProBioQAV): a partir de 2027, os operadores aéreos serão obrigados a reduzir as emissões de gases do efeito estufa nos voos domésticos por meio do uso do combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês). As metas começam com 1% de redução e crescem gradativamente até atingir 10% em 2037.

Programa Nacional de Diesel Verde (PNDV): o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) fixará, a cada ano, a quantidade mínima, em volume, de diesel verde a ser adicionado ao diesel de origem fóssil.

Programa Nacional de Descarbonização do Produtor e Importador de Gás Natural e de Incentivo ao Biometano: tem como objetivo estimular a pesquisa, a produção, a comercialização e o uso do biometano e do biogás na matriz energética brasileira. O CNPE definirá metas anuais para redução da emissão de gases do efeito estufa pelo setor de gás natural por meio do uso do biometano. A meta entrará em vigor em janeiro de 2026, com valor inicial de 1% e não poderá ultrapassar 10%.

Captura de carbono

O marco regulatório para a captura e estocagem de carbono, estabelecido pela lei, representa um avanço importante na luta contra as mudanças climáticas. O Combustível do Futuro prevê que o Brasil evite a emissão de 705 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) até 2037, reforçando o compromisso do país com a redução de gases de efeito estufa.

Fonte: Assessoria Mapa
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